O discurso convencional entre economistas liberais passa sempre pela ideia da redução dos impostos, da flexibilização das regras laborais e da eficiência dos serviços do Estado.
Vale a pena ler o que dizem os empresários do têxtil e do calçado sobre isto.
Primeiro, a questão do financiamento e da lógica predominante do crédito bancário em Portugal: “Não pode ser tudo pago em três e quatro anos como as entidades financeiras pretendem neste país.”
Segundo, a necessidade de capitalização das empresas: “como é que uma micro ou uma pequena empresa vai competir a nível europeu ou a nível mundial?”.
Terceiro – e não menos importante – a política europeia de comércio internacional: “Que me interessa ter fábricas se depois o mercado europeu importa produtos da Ásia. (…) não posso falar de uma política industrial sem ter uma política comercial”.
É interessante ver como boa parte do discurso dos empresários dos têxteis e do calçado coincide com o que aqui escrevi sobre o tema há mais de sete anos.
9 comentários:
A polopique é um bom exemplo de como proletarizar, dezenas de pequenos empresários.
Com uma moeda estrangeira sobrevalorizada, tudo o que produzirmos ficará mais caro que o produto equivalente importado da Ásia.
Por exemplo, existe uma grande oportunidade nos eletrodomésticos, a nível europeu: a qualidade do produto importado, com marcas conhecidas mas vazias, faz com que os produtos estejam em fim de vida, poucos meses após a compra.
Para além da falha de mercado, estamos s falar de atentados ambientais, pois as fábricas na Ásia, os transportes marítimos e terrestes poluem muito mais do que seria necessário para que eu tenha um aspirador em casa.
Idem para máquinas de lavar, programadas para avariar ao fim de certo número de ciclos. Idem ferros de engomar, idem impressoras, etc, etc.
Mas, e o preço final?
Se ficar mais caro que a chinesisse, quem compra?
A questão passa também pela chinesice do nosso tecido empresarial. E europeu
Ê ver a fraude dos alemães com os carros. E ê ver a chinesice dos chineses a dar um baile na tecnologia dos americanos e afins
O 5G está aí para o demonstrar
SE pudéssemos exportar para a China o alto espírito reivindicador dos tadinhos europeus, isso traria os maiores benefícios.
Mas a esquerda virou nacionalista e não exporta nada!
O orgulho das esquerdas pelo papel provisionador do Estado, esgota-se, quanto ao emprego, no povoamento de uma miríade de serviços públicos em que só o da saúde se aproxima de um conjunto de processos focados em resultados mensuráveis e pré-estabelecidos.
Em tudo o mais se ocupam a travar os privados de adequarem o emprego que criam às variações de oportunidades e circunstancialismos.
E fazem-no, não sobre princípios de regulação do relacionamento entre as partes, mas invocando um qualquer dever abstracto de criar e manter emprego para além das oportunidades e circunstâncias.
O privado/provedor, uma espécie corporativa criadora de emprego e pagadora de impostos, é o arquétipo do herói sob condição, sempre a um passo da vilania de falhar na sua missão.
E se, não falhando, atingir dimensão significativa de sucesso, logo lhe será associado o labéu de grande explorador e suspeito de maléficos processos e expedientes.
Esta a base sobre que se pretende criar uma industrialização dinâmica e capaz de atingir dimensão significativa.
A esquerda e a China
Não foi este que andou com a mão no bolso a gabar a venda ao desbarato do trafulha do Passos?
Um tadinho a reescrever a história
Há qualquer coisa de sumamente "destravado", para usar uma palavra "benigna", nestas derivações filosófico-ideológicas de Jose. A que não falta a sobranceria pedante sugestiva de filhos família habituados às mordomias conferidas aos da sua igualha.
Com o seu toque de humor involuntário.
Ficámos a saber que há um "orgulho das esquerdas". E que tal"orgulho deriva do "papel provisionador do Estado". Mas que esgota. Não o papel provisionador do Estado, mas o "orgulho"
Bom,estas derivações ficarão bem numa versão actualizada de um qualquer manual neoliberal daqueles que açoita com raiva qualquer função do Estado.
O picaresco ( ou talvez não ) é que há funções do Estado que jose gosta muito. Por exemplo a função repressiva. Por exemplo, do Estado fascista. Por exemplo, da Pide. Foi dos poucos aqui a elogiar aquela canalha sinistra
Alguém portanto diga a este jose, que há quem defenda o interesse público. Há quem defenda outros interesses.
Porque a divisória também está aí.
Os tais serviços públicos tão do desagrado de jose, são tanto mais vilipendiados quanto mais possam constituir "oportunidades de negócio" para os seus "clientes". Logo para si próprio.
E nem os cânticos ao "conjunto de processos focados em resultados mensuráveis e pré-estabelecidos" conseguem esconder um facto simples. Não é por aqui que passa o busílis da questão.
Estes cânticos sobre "resultados mensuráveis e pré-estabelecidos" também foram entoados, de braço estendido e hinos ao Fuhrer, por aqueles que todos sabem. Com uma perfeição que deixava e deixa admirados e invejosos todos os sabugos simpatizantes de tal ideário.
Seriam funcionários do Estado nazi ou seriam de empresas privadas contratadas, os que faziam cumprir religiosamente os resultados mensuráveis e pré-estabelecidos dos canalhas?
Com aquela disciplina germânica da Ordem Nova?
O resto da explanação filosófico-contabilística de jose é, infelizmente, um choradinho. Irritante, presunçoso e auto-flagelador.
Que se anota, regista e aponta porque este tipo de linguagem dos coitadinhos é de uso ad nauseam por parte de jose
(Nos intervalos em que ele louva os porno-ricos. Daqueles que usam também métodos para "resultados mensuráveis e estabelecidos". Uber alles e mais além)
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