quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Palavra de Ventura
«Tomei a decisão, pessoal, de ser candidato presidencial nas próximas eleições. (...) Quero que saibam e que percebam que fiz uma reflexão longa, demorada, sobre este assunto. Até chegar à conclusão de que, neste momento, o melhor serviço que posso prestar ao partido é entregar-me a esta luta. Neste momento eu sou o líder do partido, tendo sido também um dos seus fundadores. Sou o deputado que representa o partido na Assembleia da República. (...) E portanto vou trabalhar na minha candidatura presidencial sem nunca esquecer que, em primeiro lugar, a minha primeira obrigação é no Parlamento e é à frente do partido. Não suspenderei o meu mandato no Parlamento. E por isso continuarei a exercer as funções para as quais fui eleito»
Excertos da comunicação de André Ventura aos militantes, antes de anunciar publicamente a sua candidatura, a 8 de fevereiro de 2020. O mesmo André Ventura que, a 21 de dezembro, solicita à Assembleia da República a suspensão do mandato de deputado entre 1 e 24 de janeiro (prorrogável até 14 de fevereiro no caso de haver segunda volta).
Como bem lembra aqui o David Crisóstomo, «os "motivos relevantes" que admitem a suspensão de mandato e a correspondente substituição são a doença grave, a licença de parentalidade e quando se é alvo de um procedimento criminal», não sendo por isso admitido, nos termos do Estatuto dos Deputados, «nenhum outro cenário». Ventura escusa aliás de se vitimizar, acusando «o sistema» de perseguição, já que não é sequer o primeiro deputado em exercício a candidatar-se à Presidência da República. Como também lembra oportunamente o David, com exemplos, «Defensor de Moura e Francisco Lopes foram candidatos em 2011. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã foram candidatos em 2006. Basílio Horta e Carlos Carvalhas foram candidatos em 1991». Nenhum deles suspendeu o mandato, todos se mantiveram em funções.
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15 comentários:
O show do ilusionista respeita o alinhamento do circo, tal como o show do 🤡.
O que aqui vemos é que este nem é palhaço nem ilusionista. E o circo é mais uma arena. De morte
É a primeira vez que vejo uma análise tão concreta, baseada apenas em factos relevantes. A comunicação social anda a dormir e os opositores políticos combatem André Ventura com argumentos que só o vitimizam e fazem aumentar a sua votação.
Tanto quanto entendo a pretensão é a de manter o partido representado na AR enquanto se dedica à campanha.
Nada disso estava em risco nos exemplos que dá.
Não faltarão oportunidades de chamar vigarista ao homem...não havia necessidade de se socorrer deste episódio.
Jose não gosta? Já sabíamos
Temos assim que a 8 de Fevereiro de 2020, Ventura anuncia que não suspenderá o seu mandato no Parlamento.
O mesmo André Ventura que, a 21 de Dezembro, solicita à Assembleia da República a suspensão do mandato de deputado entre 1 e 24 de Janeiro
Em Dezembro a justificação de Ventura, aqui advogada por intermédio de Jose ( há coisas tão óbvias), seria pela "pretensão... de manter o partido representado na AR enquanto se dedica à campanha."
A 8 de Fevereiro passar-se-ia exactamente a mesma coisa.Mas ele garantia que não abandonava o parlamento
8 de Fevereiro / 21 de Dezembro...tic-toc. O vigarista do Ventura. E Jose bate o pé
Para quem não saiba ...
A lei não contempla a substituição por candidatura à presidência.
O homem - que é doutorado em direito - sabe disso, mas está no direito de discordar.
Suscita a aplicação da lei.
Pode assim arguir a sua inconstitucionalidade.
Entretanto conta com a esquerda para lhe assegurar publicidade bastante...
É tudo!
Não é bem tudo, caro José. Há ainda aquela parte de garantir aos militantes do partido que não suspenderá o mandato e a que o José curiosamente não faz menção. Ou a outra promessa (não referida neste post), de exercer o mandato em exclusividade. O José até ensaia uma posição de certa «neutralidade», mas a sua complacência para com a criatura é um bocado para o indisfarçável, parece-me.
Publicidade assegurada aqui por jose.Publicidade bastante, no seu dizer
Para quem não saiba
Ao contrário do que jose tenta elidir, este post é primoroso, porque desmascara uma outra qualidade do artista. O tipo é um vigarista. Um aldrabão. A que nem a tentativa de lhe colar um qualquer título em direito consegue ocultar a sua mediocridade desonesta. Ventura não passa de um troca-tintas, de um fala-barato.
Compreende-se a angústia de Jose
Saia agora um "é tudo" com ponto de exclamação para ver se ninguém nota também a sua inquietude
Caro Nuno.
Não faltarão oportunidades de chamar vigarista ao homem...
No caso, a lei é incompreensivelmente errada, a todo o tempo é boa oportunidade de a contestar.
Entre suspensão temporária e faltas justificadas por 15 ou 20 dias, escapa-me a gravidade da alternativa.
Mais uma vez jose ao lado
(Há coisas que não perdoam).
Um vigarista é um vigarista. O tal cursozito de direito avançado por jose, como garantia sabe-se lá de quê, é a prova concreta que.
A vigarice institucional desta direita podre não surpreende.Tal como não surpreende o não cumprimento da palavra dada, outra característica habitual destas coisas, que, de tão comum, nem sequer reparam já na sua ocorrência.
Escapa-lhes a gravidade da coisa. Metem umas suspensões temporárias ou umas faltas para ver se não se repara que o reizinho vai nu
Fazem bem todos os que desmascaram estes troca-tintas, vigaristas e aldrabões.
Pesem as súplicas de jose
Ora suplicante, ora crispado, ora o que quer que satisfaça a pequena natureza que se afirma sobre a opinião alheia sem que nunca defina ou justifique o que lhe seja próprio.
Assim termina um ano e se anuncia o seguinte...
Ventura toca na alma de Josê. Em qualquer data
Parece que o "crispado e suplicante" se ajustam. Temos agora mais um: a nervoseira.
Jose fica nervoso quando denunciam que Ventura não passa de um vigarista.
O Título "Vigarista" está adequado. Para além das declarações que não cumpriu, promessas de não demissão, desmentidas logo de imediato, disse na televisão não ter apoiantes terroristas (ou bombistas). Ver Polígrafo que o desmente:Diogo Pacheco de Amorim é o braço direito de André Ventura e foi condenado por atentado bombista.
Se a Assembleia da República tivesse aprovado a substituição do deputado André Ventura, como ele queria, o próximo representante do Chega no Parlamento seria Diogo Pacheco de Amorim, um homem que integrou o gabinete político do MDLP, condenado por um atentado bombista no Norte do país.
Depois da sua condenação afastou-se da vida política e após décadas ligado à direita política portuguesa, regressou agora como vice-presidente do Chega e acompanha Ventura em todos os momentos. Pacheco de Amorim é o ideólogo na sombra de Ventura.
Começou por ser um dos nacionalistas revolucionários do "Grupo da Cidadela" e juntou-se a José Miguel Júdice, Cavaleiro Brandão e Rui Moura Ramos num movimento estudantil da direita integracionista que contestava a descolonização. Do Movimento Independente para a Reconstrução Nacional (MIRN), do polémico general Kaúlza de Arriaga, ao CDS-PP e Nova Democracia, onde foi ideólogo e chefe de gabinete com Manuel Monteiro, a militância de Pacheco de Amorim esteve quase sempre ligada à extrema-direita.
Pacheco de Amorim esteve no setor político do movimento liderado por António de Spínola, e terá alegadamente coordenado e promovido atentados bombistas e assaltos a sedes de partidos e organizações de esquerda. Um dos casos mais polémicos aconteceu em 1976, quando o padre Maximino Barbosa de Sousa e a sua aluna Maria de Lurdes, de 19 anos, foram assassinados pela explosão de uma bomba no carro em que seguiam.
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