O tempo da pandemia está a acelerar o crescimento dos termos que compõem um par de má memória. De um lado, desigualdades socioeconómicas que se aprofundam; do outro, o autoritarismo neoliberal, ou até ultraliberal. Separar este par, mostrar os perigos que dele resultam para a democracia, é hoje fundamental. É mesmo tão importante quanto alertar para os passos que a direita até agora não-autoritária está a dar para esbater, senão eliminar, as diferenças que a distinguiam de projectos orientados para subverter o regime constitucional. Quem acredita nas virtudes emancipatórias do Estado Social, do Estado de Direito Democrático, sabe que o combate às desigualdades é essencial para desarmar coligações políticas de interesses económicos, para neutralizar oportunismos intelectuais de elites com peso mediático e para desfazer a base social de apoio que lhes aumentaria o peso eleitoral.
Podem ler o resto do editorial no sítio do jornal. Para lá de dois importantes dossiês, sobre as eleições nos EUA e sobre a economia política da saúde em Portugal, destaco o artigo de João Ramos de Almeida sobre
a «social-democracia moderna» contada aos netos de Cavaco Silva. Tomando como ponto de partida o último livro de Cavaco Silva, procede-se a uma desmontagem da obra do economista mais intensamente político da nossa democracia, daquele que mais contribuiu para incrustar o neoliberalismo por cá, com os resultados que estão à vista pelo menos nas últimas duas décadas. Não percam.
6 comentários:
O zé-povo vai comendo de cebolada a ficção neoliberal, porque a evolução tem sido gradual (embora já esteja em execução desde 1980, ou seja há 40 anos).
No entanto, vai haver um momento em que o copo vai transbordar.
Nesse momento, o projeto neoliberal precisa de regimes autoritários para impor a "receita" ao zé-povo.
Ora, já vimos o que aconteceu na Turquia, mas achamos que aquilo ficava para além da fronteira da civilização e não ligamos.
Já aconteceu no Brasil mas, pelas mesmas razões, não ligamos.
Já aconteceu na Hungria e na Polónia, nas os media omitiram e foi como se não tivesse acontecido (vejam a cobertura dada ao episódio do fascista pendurado no algeroz e comparem com a cobertura dada ao que se passa na própria Hungria).
Já aconteceu nos states, mas aquilo parece uma coboiada e não ligamos.
Vamos ligar quando Le Pen for eleita Presidente de França, mas vai ser tarde.
Que cebolada
Le Pen? Mas a França tem uma coisa chamada Macron que chefia um governo neoliberal bem autoritário
O PS Português é um grande amigo das neoliberalidades, o PSD tem a cartilha neoliberal em vez da Biblía e o CDS até era capaz de cometer suicídio coletivo a favor dos neoliberalismos.
Isso não impediu alguém de financiar o projeto aliança e, quando o Lopes deu aos flops, financiar o ch*ga.
"Senado francês vota proposta de lei que proíbe publicação de imagens de forças policiais"
https://www.tsf.pt/mundo/senado-vota-proposta-de-lei-francesa-que-proibe-publicacao-de-imagens-de-forcas-policiais-13067890.html
O Napoleão Neoliberal Europeísta Macron não quer que a população veja os olhos dos protestantes a serem vazados e mãos dilaceradas por balas e granadas do exército da "elite".
Fascismo não existe se não for filmado...
Tal como a corrupção não existia antes do 25 de Abril de 1974...
Quanto mais o declínio social e económico da maioria da população avança mais as "elites" sentem a necessidade em recorrer ao cassetete.
São os neoliberais a recorrerem ao cassetete e a travestirem-se de Cavalos de Tróia.
Très rébolutionnaires. À macron holandês
Caro João Rodrigues,
Sabendo que habitualmente escreve no LMD, venho solicitar a sua ajuda.
No passado dia 3 solicitei a ativação de uma subscrição semestral do jornal, enviando o montante correspondente a esse período e demais informações para o endereço " mondediplopt@gmail.com " .
Dada a ausência de resposta, voltei a insistir, mas sem sucesso.
Lamento fazê-lo neste espaço, mas dada a ausência de contactos alternativos no site do LMD, poderia ajudar-me a obter esclarecimentos?
Obrigado.
Ricardo Rodrigues
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