A propósito das opções do actual governo no que toca ao financiamento da ciência em Portugal, diz o primeiro-ministro que apenas as instituições "muito boas ou excelentes" terão financiamento do Estado.
Sobre isto, aconselho a leitura do artigo da bióloga Filipa Vala na última edição do Le Monde Diplomatique - Edição Portuguesa, que sintetiza os resultados de alguns estudos internacionais de referência sobre política científica. A mensagem é, essencialmente, a seguinte.
Se "o propósito da alocação de fundos é maximizar o impacto científico dos beneficiados como um todo", então "é preferível adotar uma política de 'muitos pequenos', a uma política de 'poucos grandes'". Isto por duas razões.
Primeiro, "se é necessário que uma equipa seja financiada para que haja produtividade com impacto (excelência), não é verdade que a produtividade de excelência dessa equipa aumenta de forma proporcional ao volume de financiamento total."
Em segundo lugar, "uma política de 'muitos pequenos' mantém mais gente no sistema científico e tecnológico, promovendo diversidade de temas e de abordagens e aumentando, assim, a probabilidade de se materializarem soluções inovadoras e descobertas de grande importância. Ou seja, a probabilidade de se materializar excelência."
Às vezes, é mesmo preciso conhecer a teoria darwinista para perceber que a selecção só é útil se estiver garantida à partida uma boa dose de diversidade. De resto, Nuno Crato e Pedro Passos Coelho sempre pareceram ter mais inclinação para o eugenismo do que para o darwinismo.
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17 comentários:
Haja moraliddae, que comam todos!
Princípio primeiro das boas consciências que acreditam no poder criativo das massas.
Muito bom este texto, acertando na mouche na denúncia do eugenismo de passos e de crato.
( que nem o "aparte" infeliz sobre as comezainas selectivas permite ensombrecer.
Nem o pedantismo sobre pseudo-eleitos criativos a abrilhantar as consciências beatas defensoras do primado da desigualdade.
Outras formas de eugenia no fundo)
De
"Jose", nunca tinha visto um blogue com uma carraça.
16 de dezembro de 2014 às 09:18,
Lê poucos blogues, o que não falta aí são carraças.
Aos Anónimos das 09:18 e das 09:30 (serão 2 ou o mesmo?):
Ponto prévio: Ainda gostava de perceber porque esta praga dos anónimos não é capaz de criar um «nick name» para que, ao menos, quando alguém se lhes dirige saiba a quem o está a fazer…, adiante.)
O José não é uma carraça, é um avençado do Passos Coelho para vigiar os blogues suspeitos de concluiu com o terrorismo internacional, que, como toda a gente sabe, é o caso do «Ladrões...»
Depois, como não é muito dotado de neurónios, faz estas figuras tristes com comentários deprimentes e nem tem consciência disso: é a chamada ingenuidade dos néscios.
Nem sequer tem consciência de que critica constantemente o Estado (gordo) e os que dele vivem, mas que é mesmo desse Estado que lhe vêm os proventos para esta «nobre» missão de PIDE dos tempos passistas.
Coitado do José, é tempo de Natal, tenhamos compaixão dele.
Anónimo das 9:16
Para egos que se alimentam dos acordes de um coral concorde crie o seu próprio weblog e condicione os acessos.
Se tiver algo para dizer, óbviamente.
Manelzinho, comoveu-me a doçura que o espírito natalício te inspirou.
Em tão bruto chão brotar a compaixão leva-me a ter esperança que algum dia ultrapasses a tua resiliente mediocridade.
Nelo, o estalinista casseteiro, a carraça mais gorda cá do lugar.
explicado a meninos
https://www.youtube.com/watch?v=bVgoHb73i7U&feature=youtu.be&t=5m35s
Mais uma interpretação livre do autor do post. Ele mesmo confirma que o governo diz "..apenas as instituições "muito boas ou excelentes" terão financiamento do Estado." Mas fala como se o governo dissesse que apenas as grandes serão subsidiadas.
Com esta interpretação cria muito mais ruido, lança a confusão nas pessoas. Mas provavelmente é mesmo esse o objetivo
Cumps
Rui Silva
gostava era que o comentador Rui explicasse onde está a diferença substantiva e de resultados entre dizer
"..apenas as instituições "muito boas ou excelentes" terão financiamento do Estado" ou dizer que "apenas as grandes serão subsidiadas."
Em relação ao interesse da ciência qual é o ruído introduzido na discussão, mas explique devagar cpomo se eu tivesse um QI de cinco anos ou como se fosse Cratino.
A discussão detalhada está no artigo que refiro. convido à leitura do mesmo, que vale bem a pena.
Caro anónimo das 14:56
Aí vai:
Porque as pequenas podem ser boas ou excelentes.
Coma algumas dizem: O tamanho não é tudo.
Em relação ao ruido:
Porque quem ler isto desta forma e não estiver por dentro do assunto, ficará a pensar que o governo, por ser maldoso e não gostar da ciência , bla, bla , bla está a destruir algo que nos conduzirá por exemplo .... á banca rota.
cumps
Rui Silva
De facto não se percebem os esclarecimentos do sr Rui Silva.
Continua por esclarecer a "diferença substantiva e de resultados".
Sobra é o entorse a favor da propaganda ministerial
Quanto ao ruído e por mais incómodo que seja para a propaganda governamental de facto o governo não gosta da ciência. Não é só por ser maldoso. É porque tem uma visão do mundo e da coisa pública simplesmente criminosa.
"Pouco depois de o ministro da Educação dar início à sua intervenção na conferência "Ciência e Inovação no Portugal 2020", a decorrer no ISEG, foi erguida uma faixa com a mensagem: "Parabéns, Crato. O Ensino e a Ciência nunca estiveram tão mal".
´
(O bla-bla-bla foi produzido por crato quando confrontado com os factos. Um pobre e papagueante bla bla bla)
De
Rui silva,
Entenda que, no entender de alguns comentadores, há um coral que não pode ser perturbado por qualquer exercício de racionalidade.
São espíritos com elevada sensibilidade artística, para quem a harmonia coral sobreleva tudo o mais.
O tema é passos e crato, Darwin e o estado da ciência em portugal.
Jose vem apresado em defesa do seu duque , algo que é perfeitamente legtimo.
Mas revelando duas coisas. Que a "racionalidade" que evoca não passa dum exercício esteril e gratuito.Falso. Como o demonstra claramente o post acima comentado( e ao qual jose nada diz nesta sua invocação pseudo-racional)
A outra coisa é o desprezo que este sr jose revela pela "sensibilidade artística" ,chavão que usa para esconder o seu porfiado amor pela política governamental.Ambas no fundo a mostrarem o carácter do comentador que assim se manifesta. E para o qual vale quase tudo desde que não se desmascare a política criminosa neoliberal
De
Eu gosto muito como o José e o Rui não entendem o que deve ser a ciência, nem as estratégias que devem ser seguidas e o que perdermos se não apostar-mos na ciência. Argumentos críticos e certeiros nem vê-los.
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