segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Ajuda grega
A hipótese de antecipação de eleições legislativas na Grécia para o início de 2015 e a mais do que provável vitória do Syriza estão a agitar os especuladores, tendo a bolsa grega desvalorizado 20% na semana passada. Ambrose Evans-Pritchard resume bem a situação num país devastado pela austeridade, pelo “tratamento colonial e pela servidão da dívida” – mais de um quarto da força de trabalho desempregada e uma queda superior a 60% do investimento, por exemplo: perante uma vitória do Syriza, ou as instituições europeias, leia-se os credores, cedem em toda a linha ou a Grécia é obrigada a sair do euro. Quando chegar o telefonema ou carta ameaçadora do BCE, o Syriza deve responder com um “façam o vosso pior”, defende este sempre interessante comentador do conservador Daily Telegraph. Este jogo é condição necessária para se defender a dignidade do povo grego e resgatar a democracia do seu sequestro austeritário europeu. Há pelo menos uma terceira hipótese, a ser trabalhada pelo Financial Times, que é a do Syriza ceder à brutal pressão e ser cooptado pelo status quo em nome de promessas europeias vagas à boleia do seu programa cada vez mais moderado. A Grécia poderá em breve ajudar a clarificar as opções com que as esquerdas estão confrontadas, eliminando muitas fantasias que ainda circulam por aí.
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6 comentários:
Uma Direita ou uma Esquerda (de qualquer país) que fosse minimamente honesta nunca cederia as estas trafulhices financeiras todas. Procurariam, por caminhos diferentes, o bem do país. Só que, como diz Chris Gupta:
"A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."
Dados os avanços nos computadores e nas telecomunicações, a solução está na Democracia Directa. Não se vota em «representantes» a soldo de outros senhores. Vota-se directamente nos projectos que nos dizem respeito (sem mandatários corruptos). É o retorno à Grécia antiga (agora com toda a gente a votar) graças à tecnologia.
olha o meu stencil : )
Vamos ver o que o Syriza escolhe, mas pelo que o FInancial Times diz, parece que o Syriza já escolheu negociar com os oligarcas Gregos e os fundos de especulação.Esperemos que o Finacial Times esteja enganado.
A luta eleitoral está no seu auge, nada que assuste quem já viu este filme muitas vezes com actores de varias linguas. O que pode ser trágico para os gregos é andarem ainda agora com o PREC. E como sabemos por experiencia própria quem se tem lixado tem sido sempre o mexilhão. Os ricos que paguem a crise foi sempre uma frase bonita nada mais.Quando vi as prestações do Stripas na UE rezei pelos pobres gregos(para quem conhece portugueses com uma lingua esquesita)
João Rodrigues,
Estás a chorar a meio de uma ponte que está prestes a ser dinamitada. Escolhe: ou corres para a margem norte, ou corres para a margem sul. Ficar aí a chorar não adianta de nada.
Cumprimentos
Argala, a meio da ponte, o João Rodrigues? As dificuldades de leitura são tramadas.
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