"Está de volta a política industrial. Na realidade, a política industrial nunca deixou de estar na moda. Economistas cativados pelo neoliberal Consenso de Washington podem tê-la desvalorizado, mas as economias de sucesso dependeram sempre de políticas governamentais que promovam o crescimento, acelerando a transformação estrutural."
Dani Rodrik, Público.
Quem quiser aprofundar estes temas, pode ler este trabalho de Rodrik e esta troca de argumentos entre Ha-Joon Chang e Justin Lin.
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2 comentários:
Só a estupidez pura e simples aliada á ganância sem fim, alguma vez podia ter feito o que foi feito em Portugal, isto é, promover a quase total desindustrialização do país, com as consequências que se conhecem (desemprego brutal e dependencia do estrangeiro com os desiquilibrios sem fim da balança de transações).
Esta, aliás, foi também uma das grandes benesses (!?) que nos trouxe a adesão á UE que apenas descansará quando nos puser a todos de cócoras ( somos os novos escravos mas ainda pior do que os antigos porque agora os donos nos dizem serem a favor dos direitos humanos e que os sacrificios são para o nosso bem...).
Esta é a miséria da UE, do mercado.
1. As politicas industriais são importantes mas não conduzirão per si ao desenvolvimento de um país enquanto esse país não tiver instituições base com qualidade suficiente para suportar o desenvolvimento. Enfim, enquanto não existir um sistema de educação com qualidade, um sistema de justiça com qualidade, uma rede de segurança social e de cuidados de saude com qualidade, etc..., não haverá desenvolvimento por mais politicas industriais que se tentem implementar.
2. As politicas industrais, tal como qualquer outra politica, devem ser sujeitas a uma rigorosa analise custo beneficio antes de serem implementadas, devem ter objectivos (milestones) especificos, e devem ser avaliadas regularmente e rigorosamente com base nesses objectivos.
3. As politicas industrias devem partir das ventagens competitivas. O aumento do nível tecnologico do país deve ser promovido através do investimento numa educação de qualidade, do financiamento da investigação, e da orientação dessa mesma investigação para a criação de start-ups e para o registo de patentes. Estes start-ups podem receber alguns apoios e ter eventualmente algum infant-industry protection, ainda que estes casos devem ser excepcionais e devidamente fundamentados numa rigorosa analise economica.
4. Por último, os exemplos da coreia, japão e china não são exportaveis para países não asiaticos. Em primeiro lugar, porque o factor cultural asiatico teve um papel fundamentl nesses casos de sucesso. E em segundo lugar o salto tecnologico, tal como afirma um dos autores do paper, não foi uma ruptura assim tão radical com as respectivas vantagens comparativas (sobretudo no caso chines não vejo mesmo ruptura nenhuma).
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