O INE anunciou hoje a taxa de desemprego para o ano de 2007. O desemprego em Portugal fixa-se agora em 8% da população activa, uma subida de quase 5% em relação a 2006. Os dados não surpreendem. O actual crescimento económico não chega para criar emprego suficiente que contrabalance simultaneamente o ritmo de destruição deste e o aumento da população activa. Esta evolução dificilmente se irá inverter. Além da crise internacional que inevitavelmente nos irá afectar, a explosão da bolha imobiliária em Espanha faz prever a volta de muitos dos nossos emigrantes que aí trabalham na construção civil. Importaremos desemprego espanhol. Sinceramente, não vejo muito espaço para mixed feelings.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
“O actual crescimento económico não chega para criar emprego suficiente que contrabalance simultaneamente o ritmo de destruição deste e o aumento da população activa.”NT
Mas foi suficiente para contrabalançar a destruição dos postos de trabalho. Na verdade, criaram-se mais empregos do que se destruíram. O “problema” é que aumentou a população activa. Por que é que aumentou? Quererá o Nuno esclarecer este seu humilde leitor?
J
Não sei a resposta à questão, mas posso arriscar uma explicação: o aumento da idade para a reforma dos funcionários públicos e o adiamento da reforma dos funcionários do sector privado deve ter diminuido o ritmo de saída de trabalhadores do mercado de trabalho.
Portugal é dos países da união europeia com maior taxa de actividade entre a população com mais de 60 anos. Não acho que seja só o prazer no trabalho que explique isso...
Em relação à criação de emprego temos que ser cuidadosos. esta traduz-se sobretudo em emprego precário, que aumentou 4% no ano passado.
Ia perguntar a mesma coisa que o anónimo... e a base da pirâmide? Não era suposto estar a diminuir?
Uma coisa engraçada que talvez valesse a pena investigar, era uma comparação entre taxas de sindicalização em JOVENS entre Portugal e os EUA (tido como o suposto extremo de falta de sindicatos). Digo isto porque ao seguir a campanha nos EUA noto que há vários sindicatos muito grandes (um deles com 2 milhões de filiados) e com muitos filiados abaixo dos 35 anos. De repente o "paraiso neoliberal" terá maiores taxas de sindicalização JOVEM que nós...
Não me admirava nada também que os estados mais produtivos (tipo Califórnia) fossem os que tivessem maior taxa de sindicalização (têm tendência a ser mais democratas que republicanos - barring Texas)
http://en.wikipedia.org/wiki/Service_Employees_International_Union
Obrigado pela resposta.
J
Enviar um comentário