quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O neoliberalismo também não é um chavão na Alemanha
O chamado modelo renano de capitalismo - baseado na co-gestão e na concertação social, no quadro de uma «economia social de mercado» sustentada por uma política industrial sofisticada e por relações fortes entre a banca e a indústria - tem vindo a ser corroído pelos ventos funestos da liberalização económica e da globalização financeira que impõem progressivamente as práticas e arranjos institucionais da variedade anglo-saxónica de capitalismo. No entanto, a estagnação dos salários da generalidade dos trabalhadores (contrastando com a subida de 16,7% dos salários dos gestores em 2006-07) ou o escândalo da fuga maciça às obrigações fiscais dos grupos privilegiados usando o paraíso fiscal do Lichenstein (a propósito: quando é que a UE abandona a sua complacência para com estas escandalosas «trémitas fiscais»?) têm vindo a minar a legitimidade destas transformações. Os robustos ganhos eleitorais do Partido da Esquerda nas recentes eleições constituem o melhor sinal deste processo. Agora foi em Hamburgo. A aliança entre sociais-democratas de esquerda e comunistas renovados está a baralhar o mapa partidário alemão e a quebrar todos os consensos. Como deve ser.
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2 comentários:
Extrema-esquerda, chama-lhe o Público.
E chama bem. Em qualquer caso, não reduza tudo à economia...
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