terça-feira, 6 de setembro de 2016

Economia política num Verão quente


Entre amanhã e sexta-feira realiza-se no ISEG a sétima conferência anual da International Initiative for Promoting Political Economy, uma associação internacional de economistas políticos de orientação predominantemente marxista. Centenas de investigadores de todo o mundo discutirão a economia política, prestando atenção às “tendências internacionais e às diferenças nacionais”. Muitos dos painéis serão sobre financeirização, sobre a sua expressão político-ideológica, o neoliberalismo, e sobre declinações nacionais, incluindo a portuguesa, destes dois processos. Note-se que o estudo da financeirização, do neoliberalismo, do desenvolvimento desigual ou da estagnação secular, para dar alguns exemplos, foi durante muito tempo apanágio da economia política crítica e agora é ver alguns economistas e outros cientistas sociais convencionais, os que ainda se preocupam com o que se passa realmente nos processos de provisão, a usar tais análises. Sinais.

Entre 11 e 14 de Setembro realiza-se no CES-Lisboa uma Escola de Verão sobre a evolução recente do capitalismo em Portugal: “[P]ropõe, através da abordagem de economia política, analisar a evolução recente do capitalismo em Portugal, focando em especial o crescente peso da finança na economia e sociedade. Desafia abertamente a sabedoria económica convencional, que durante muito tempo ofuscou os efeitos perniciosos deste processo, descrevendo-o em termos apologéticos, como se de uma mera «modernização financeira» se tratasse no quadro de um ideal de economia de mercado dita livre e eficiente.” Falar de capitalismo, das suas fases históricas e das peculiaridades geográficas, é todo um programa de economia política, claro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por mais que digam que não há alternativas ou que jazem mortos e apodrecidos...

A maré vai crescendo