domingo, 4 de setembro de 2016

Pedalar

A estratégia originalmente anunciada não corresponde à que foi implementada: o estímulo à procura interna ficou parcialmente comprometido em Fevereiro, como resultado das negociações com a Comissão em torno do OE2016. Ainda assim, o consumo foi a única componente da procura final que cresceu mais em Portugal do que na UE no primeiro trimestre, o que sugere que o efeito existe (vamos ver o que se passou em termos comparados no segundo trimestre).

Quem diz que a 'estratégia falhou' aponta também a fraca evolução das exportações líquidas e do investimento. Quanto às exportações líquidas, há três efeitos que têm de ser considerados na análise do primeiro semestre: 1) a queda das exportações para Angola (que ultrapassam o valor total da quebra das exportações; as exportações para a Europa aumentaram 4%); 2) a paragem da refinaria da Galp; e 3) a antecipação de compra de automóveis por questões fiscais. Os dois primeiros factores nada têm a ver com o “modelo” em causa. O terceiro deverá ser um efeito temporário, como sugerem os indicadores da ACAP sobre vendas mensais de automóveis. 

Quanto ao investimento, o pior que se pode dizer é que a 'estratégia' deveria ir muito mais longe, pois parece que o investimento público está a ser contido para cumprir metas orçamentais (o que pode ser ultrapassado se o Portugal 2020 arrancar em força, com taxas de co-financiamento europeu elevadas).

Ricardo Paes Mamede, Público, 01/09/2016.

4 comentários:

Jose disse...

Se as circunstâncias fossem diferentes a política adotada seria a correcta.

Há que adaptar as circunstâncias à política e logo tudo correrá bem!

Anónimo disse...


Como poderá Portugal sair deste imbróglio em que nos meteram se a crise e‘ global?
Como poderá haver investimento, diga-se público ou privado, se desde o governo de Durão Barroso que andamos de tanga?
Depois me parece que selecionaram o mercado ou nos meteram em um gueto mercantil.
Se me permitem ir para além disso, as escolhas de quadros para os governos e respectivas acessorias deixam muito a desejar, tanto no trabalho efectivo como na moral cidadã.
Compreendemos que esta coisa de governar não e´ “pera doce” muito bem. Mas a regra dos 3% terá de ser de bronze? Com o devido respeito de Adelino Silva

Anónimo disse...

"Há que adaptar as circunstâncias à política"
Isso não fazia parte dum dos discursos de Salazar? Mas dito duma forma mais seminarista?

Ó herr jose , se o Passos lê tal alarvidade requentada, temos amanhã na primeira página do Público ou do DN esta frase redita pelo coitado

E depois quem reivindica a paternidade de tal asnice? Salazar, vossemecê ou o Passos?

Anónimo disse...

o jose não falha: a máquina de propaganda pafiosa encarregou-o deste blogue...

o que sei que falha é: as imposições vindas da eur... alemanha. merkel vai cair de podre, mas temos que esperar - vai ser corroída por dentro pelos nacionalistas.