segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Erro?

Olhem bem para o gráfico da evolução da taxa de desemprego grega: e ainda há tantos economistas a dizer por aí que o desemprego se deve à “rigidez” do mercado de trabalho, expressão que é todo um programa ideológico. É por estas e por muitas outras que Olivier Blanchard e companhia do FMI tiveram de reconhecer o “erro”: a austeridade multiplica a recessão e a destruição de emprego. Na entrada de um dos edifícios do ISEG está uma frase de Bento de Jesus Caraça – “se não receio o erro, é porque estou sempre pronto a corrigi-lo”. Corrigir a política? Isso é que era bom. Blanchard e companhia evitam a todo o custo tirar conclusões de política que contrariem a sabedoria convencional. De resto, escutem Lagarde do FMI: apesar do crescimento dito surpreendente do desemprego, está tudo a correr bem no ajustamento em curso por aqui e Portugal não vai imitar a Grécia, garante. Assumindo, hipótese ousada, que estamos no domínio do erro, é caso para dizer: se não receio o erro, é porque tenho poder para repeti-lo vezes sem conta.

2 comentários:

Os mortos que paguem a crise disse...

Erro? nunca? vocês nunca erram e raramente têm dúvidas.

José Castro Caldas, distinto economista, explica nas páginas do jornal de negócios que a proposta "é à prova de bala do ponto de vista moral". E é. Até porque o morto não se pode queixar. Eu cá gosto da proposta. Tem é um problema que me incomoda. O imposto é muitíssimo permeável à evasão fiscal. Basta mantermo-nos vivos para fugirmos ao pagamento.

Anónimo disse...

Ela nao e' um objectivo em si mesmo. E' a sua oportunidade. Nem todos podem ser ricos, e' um sistema de tensao natural a vida. Ao estado cabe o papel se certificar que todos obtem possibilidades comparaveis e que so ficam dependedntes do seu esforco, mas no limite, e esta e' a grande dureza do liberalismo, a desigualdade e' um dado adquirido. O papel do estado e' equalizar a igualdade de oportunidades.

O Road to Serfdom e' um livro que se tornou famoso pelas circunstancias em que foi lancado. A Constitution of Liberty e os capitulos sobre a liberdade sao mais interessantes, ou o individualism and economic order.

Existe um argumento simples (bastante redutor, mas tipico e logico) para descrever o que dizs no penultimo paragrafo. Numa socciedade tens uma distribuicao de rendimentos (imagina uma normal em forma de sino), o lado mais pobre luta pelo argumento da redistribuicao para ficar mais rico, porque beneficia com isso enquanto o lado mais rico luta pelo contrario, pelo direito 'a propriedade privada porque fica menos pobre com isso.

"E como considero a Liberdade um valor fundamental" - tu e os liberais. A diferenca esta nos conceitos de liberdade e justica.
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Respostas

O Senhor do KratosQuarta-feira, Janeiro 09, 2013 2:01:00 a.m.

cerf domine

estas eu lites...
A classe governante portuguesa é, no total da população, uma pequena minoria. É uma elite. Essa minoria não é completamente uniforme, mas é relativamente homogénea. Tem traços distinctivos que a distinguem do resto da população. É relativamente fácil identificar os seus membros como fazendo parte duma sociedade à parte, uma sociedade dentro da sociedade, um mundo vedado à maioria das pessoas.

Essa classe governante é composta pela cúpula, pelo círculo mais alto, de diversas profissões e funções sociais. Como seria de esperar, encontra-se neste círculo agentes do Estado (o aparato
Antes de mais, são sedentos de poder, de dinheiro, de honras, e de sexo. Sobretudo de poder. Do mesmo modo que um homem perverso gosta de brutalizar as mulheres na cama, esta gente entesa com o facto de dominar os outros. Esse gosto de poder é desprezível, e um mal em si, porque o poder é por natureza ilegítimo: é dominação coerciva, não aceite. Também o desejo de honras é fútil. Quem dá essas “honras” é uma gente reles (políticos, putedo da Cú-ltura). No fundo, está constituída uma certa aristocracia.
As elites têm desprezo pela religião. Desprezo e ignorância . Mais do que isso, têm-lhe frequentemente um ódio visceral elites podres são muito bananas. Ráramente tomam uma decisão dura, ráramente tomam posições francas. Não batem com o punho na mesa, sinal que estão perfeitamente conformados com a situação vigente. Não são homens viris, com colhões. Pense-se só no arquétipo dos bananas, o Cavaco Silva, um presidente de “Direita” que aprovou mais de 90% das medidas do seu primeiro-ministro Sócrates, de Esquerda. Um presidente-anedota desses, incapaz de pôr na ordem quem quer que seja, só era possível num país de bananas como é Portugal e joões baikus ou baikales.