segunda-feira, 2 de maio de 2011

Lançamentos do manifesto

Algumas das propostas do manifesto:

Reduzir a liquidez e a especulação destabilizadora através de controlos dos movimentos de capitais e de taxas sobre as transacções financeiras;

Aumentar fortemente os impostos sobre salários muito elevados, de modo a dissuadir a corrida a rendimentos insustentáveis;

Reduzir a dependência das empresas em relação aos mercados financeiros, incrementando uma política pública de crédito (com taxas preferenciais para as actividades prioritárias no plano social e ambiental);

Libertar os Estados da ameaça dos mercados financeiros, garantindo a compra de títulos de dívida pública pelo BCE;

Efectuar uma auditoria pública das dívidas soberanas, de modo a determinar a sua origem e a conhecer a identidade dos principais detentores de títulos de dívida e os respectivos montantes que possuem;

Assegurar uma verdadeira coordenação das políticas macroeconómicas e uma redução concertada dos desequilíbrios comerciais entre os países europeus;

Desenvolver uma verdadeira fiscalidade europeia (taxa de carbono, imposto sobre os lucros, etc.) e um verdadeiro orçamento europeu, que favoreçam a convergência das economias para uma maior equidade nas condições de acesso aos serviços públicos e serviços sociais nos diferentes Estados-membros, com base nas melhores experiências e modelos.

7 comentários:

Diogo disse...

De acordo com todos os pontos.

Mas no:

«Libertar os Estados da ameaça dos mercados financeiros, garantindo a compra de títulos de dívida pública pelo BCE»,

Garantir que o BCE não cobra quaisquer juros pela compra dos títulos de dívida pública de nenhum dos países da zona euro. O direito de emitir dinheiro era um dos direitos dos países soberanos. Embora um grupo de países de uma união económica não possa aceitar que cada país emita dinheiro à vontade, não há que pagar juros ao BCE. O BCE deve ser o Banco Central Europeu e não um domínio da Finança Internacional.

Eduardo disse...

«Reduzir a liquidez e a especulação destabilizadora através de controlos dos movimentos de capitais e de taxas sobre as transacções financeiras» Consequência: aumento das taxas de juro com particular incidência nos mais frágeis: pequenos empresários e créditos à habitação.
«Aumentar fortemente os impostos sobre salários muito elevados, de modo a dissuadir a corrida a rendimentos insustentáveis» Consequência: ninguém estaria interessado em ocupar lugares de responsabilidade ou então a remuneração far-se-ia por tráfico de influências, o que é muito nefasto.
«Reduzir a dependência das empresas em relação aos mercados financeiros, incrementando uma política pública de crédito (com taxas preferenciais para as actividades prioritárias no plano social e ambiental)» Consequência: a população pagadora de impostos (lembremo-nos que por causa da medida anterior já ninguém quer cargos bem remunerados) assume os custos do risco empresarial, numa medida de arrebatadora justiça social, ainda por cima na componente de financiamento (brilhante!!)
«Libertar os Estados da ameaça dos mercados financeiros, garantindo a compra de títulos de dívida pública pelo BCE» O BCE passaria a ser obrigado a emprestar sempre que um Estado quisesse? Se não, emprestaria por critérios políticos? (questão que ficarão por responder) Consequência: Bem vindos ao imposto mais injusto e que recai de maneira avassaladora sobre os mais pobres: a inflação.
«Efectuar uma auditoria pública das dívidas soberanas, de modo a determinar a sua origem e a conhecer a identidade dos principais detentores de títulos de dívida e os respectivos montantes que possuem» Para quê? Para a roubar? Que bonito...
«Assegurar uma verdadeira coordenação das políticas macroeconómicas e uma redução concertada dos desequilíbrios comerciais entre os países europeus» Economia planificada? Não sei porquê mas tenho a impressão que isso foi tentado algures e que não deu lá grande resultado...
«Desenvolver uma verdadeira fiscalidade europeia (taxa de carbono, imposto sobre os lucros, etc.) e um verdadeiro orçamento europeu, que favoreçam a convergência das economias para uma maior equidade nas condições de acesso aos serviços públicos e serviços sociais nos diferentes Estados-membros, com base nas melhores experiências e modelos» Boa! Pôr os alemães a trabalhar para nós que nós temos aqui umas praias que não se vão gozar sozinhas. Viva a solidariedade! Uns trabalham (eles, os malvados) e outros nicles (nós, os coitadinhos vítimas da crise).

Muito fraquinho.
Economistas aterrados mas bem colocados. Muito bem, aliás.

Anónimo disse...

Economistas aterrados com a possibilidade de perderem os fundos para pagar as bolsas e os lugares de investigação.
Quando aparecem bons comentários joão rodrigues nem responde. A excelente desmontagem de eduardo nãmerece reparo. João Carlos Graça que desmonta a fantasia a partir de um ponto de vista de esquerda nem merece consideração.
muito fraquinho mas bem pago.
ressalve-se a intervenção de outros membros do blogue que tem qualidade.

Jorge Rocha

E agora para algo con pateta mente diferencial disse...

é bonito mas nem a europa vive num vazio nem há politicas isolacionistas suficientemente fortes que isolem os capitais europeus

além disso gerações aterradas que deixaram a europa afundar-se no tempo das vacas gordas
sem criar os mecanismos quando se podia fazer

vão agora em 2 ou 3 anos refazer as estruturas que se fossilizaram em 50?

e o aumento das taxas de juro provocadas por tais políticas dificilmente estimularão a economia europeia já de si muy combalida

quanto às linhas de crédito públicas com taxas de juro bonificadas foram experimentadas várias vezes desde a chegada dos "retornados"
e mesmo pelo Sr. Professor Doutor Cavaco Silva com empréstimos milionários a escroques variados que vinham dinamizar a economia portuguesa alguns como o sr. Tierry Rousseau até já eram internacionais

só a C.G.D. perdeu uns milhões de contitos com esse indivíduo

na cova da Beira foram quase
6 milhões de contitos e uma especulação desenfreada nos preços de terrenos agrícolas...enfim

bocemecês são gente muy interessante de bez em quando até encontro pontos comuns

mas a impraticabilidade de algumas medidas leva-me a pensar que nunca tiveram uma empresa vossa com capitais próprios

dá uma perspectiva completamente diferente das coisas

os alemães temem a inflação

os restantes têm populações envelhecidas e proteccionistas como as nossas

como implementar tais medidas?

como proteger a economia europeia dos efeitos secundários dessas medidas?

Anónimo disse...

Muito fraquinhas são as suas objecções, Eduardo, começando logo por achar uma inevitabilidade termos baixos impostos sobre os rendimentos mais elevados, e não uma escolha política, ideológica, no âmbito de políticas económicas seguidas ao longo das últimas décadas. O exemplo americano ilustrativo: no início da década de 70 os impostos sobre os rendimentos mais elevados superavam os 50%, hoje situam-se nos 11%. Por razões semelhantes, a diferença salarial entre os quadros mais altos das empresas era de 30 para 1, hoje é de 500 para 1! Até admira não ter vindo com a curva de Laffer ou outra inanidade semelhante!
Quando acha que uma auditoria pública à dívida soberana, para aferir a sua origem (a parte que omite por que não lhe interessa comentar), tem como intuito roubar, estamos conversados, ou seja, prefere que quem de facto rouba continue a roubar, subentende-se!
A economia planificada não deu resultado, mas a economia desregulada deu! Sim, de facto, os contextos são completamente diferentes, mas o fundamentalismo ideológico é exactamente o mesmo...!

Eduardo disse...

Anónimo, é por ter vergonha do que escreveu que não assina?

Anónimo disse...

Não, é mesmo por medo de si, Eduardo!
Ricardo Costa