sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Precisamos de um Banco de Portugal


Com uma excepção, a actuação no caso de dívida do Novo Banco, temos sido neste blogue bastante críticos da acção do Banco que não é de Portugal, em geral, e de Carlos Costa, em particular: Por um manifesto anti-Costa.

É preciso, no entanto, nunca perder de vista que a sua actuação reflecte as perversidades mais gerais da Zona Euro, do Banco Central Europeu e das suas sucursais, da independência dos Bancos Centrais face ao poder político democrático. O outro lado desta última é a dependência política face ao capital financeiro, a cujo poder crescente desde os anos oitenta chamamos financeirização. As crises cada vez mais frequentes são o resultado deste arranjo neoliberal em que os custos sociais são transferidos para o público.

Carlos Costa já devia ter abandonado o cargo há muito, claro, perante esta crise bancária em câmara lenta, perante as suas responsabilidades políticas pela desgraça dos últimos anos, mas não estou certo que algo de fundamental mudasse com esse acto de dignidade básica. Na realidade, Carlos Costa nunca devia ter ido lá parar, dado o seu percurso.

De qualquer forma, é interessante ver, através de uma conveniente chamada de atenção do Negócios, como o governador já mobilizou os seus amigos em Frankfurt: quem se mete com o governador, leva com Draghi? Se sim, então este é um braço de ferro cujo desenlace será mesmo muito interessante.

No fim, não há como escapar à ideia de que o Estado português precisa de um Banco Central na dependência do Ministério das Finanças, com autonomia técnica, mas com os seus fins determinados politicamente, um Banco de Portugal, no fundo. Tudo o que nos possa aproximar disto deve ser saudado.

17 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom post

Jose disse...

Os treteiros lusitanos, entre a cobardia e a refilice, sonham com um Governador que faça na Europa o que os seus governos nao se atrevem a fazer.
Mais uma cena do tipo 'segurem-me senao mato-o' agora dependente de um novo governador.
E o malholas da CMVM - que sempre consentiu na oferta de produtos tóxicos disfarçados de aplicaçoes garantidas - cola-se à canalha no governo a ver se chove noutro lado.
E em final - a satisfazer os lesados - quen paga? O contribuinte representado pela geringonça!!!

Anónimo disse...

“Carlos Costa nunca devia ter ido lá parar, dado o seu percurso.” E´ bem verdade. Todavia, ele não chegou ao BdP pelo seu próprio pé…
E isso leva a crer que este senhor foi nomeado pelo sistema capitalista de que a Presidência da Republica, a Assembleia da Republica e o Governo da Republica Portuguesa, fazem parte.
Também quer dizer que este dito órgão do estado português, BdP, não passa de mais uma aberração burocrática do mesmo sistema capitalista.
Também quer dizer que e´ uma sucursal da “Wall Street” , vanguarda do “Imperio
Yankee”. De Adelino Silva

Dias disse...

“O estatuto de independência que o Sistema Europeu de Bancos Centrais atribui aos administradores…”

Esta é boa! Como podem querer a independência, quando devido à sua incompetência ou má-fé, servem-se do Estado para pôr os cidadãos a pagar os seus erros e desvarios? O governador do BdP já se devia ter ido embora logo após a falência do BES (só Passos Coelho e alguma direita é que continuam a tratá-lo com paninhos quentes, acabando por prejudicar a todos).

Anónimo disse...

Deixemos para lá a habitual azia e pesporrência traduzidas naquela cobardia e refilice do tipo que sonha com a austeridade como receituário para o engrandecimento do Capital.

Sublinhemos o seguinte:
Passos Coelho dixit:"ataque vergonhoso e despudorado" a Carlos Costa.
Logo a quadrilha replica o mote. em tons entre o virginal e o histriónico, de que é exemplo este "pedaço" de prosa bem elucidativo:
" já dá abundantes e histéricos sinais de inconformismo com o facto de (Costa)não ter um dos seus lacaios no governo do Banco de Portugal."

O linguarejar aí está a marcar quem assim acomete. A canalha e o malholas ( estou a citar) andam geralmente de mãos dadas


Anónimo disse...

O autor do post teve a higiénica qualidade de, em Maio do ano passado, identificar em termos precisos e certeiros quem era e a quem serve Carlos Costa.

É uma delícia e ficará para a posteridade a simpatia,o amor a pieguice do das 14 e 30para com aquele que o relatório da Comissão de Inquérito ao caso BES trata como trata.
É uma ternura e ficará para a posteridade o tom piegas e solidário para com aquele que está implicado nalguns dos principais processos da banca portuguesa. Os dados na posse da comissão parlamentar de inquérito (CPI) demonstram que a partir do primeiro semestre de 2013, o BdP conhecia a grande ligação do BES ao GES e a sua exposição descontrolada ao BES Angola, bem como a evolução e a natureza dos sucessivos aumentos de capital que indiciavam a fuga em frente. E tal como fez com o Banif (persuadiu os accionistas a pedirem ajuda à troika com a perda de controlo), o BdP podia ter forçado Salgado, ainda em 2013, a assumir perdas e a ir capitalizar o BES junto da linha pública da troika com 6000 milhões de euros livres (e teria evitado o caso PT)."

Os requebros apaixonados em torno de Carlos Costa são a manifestação concreta da solidariedade, cumplicidade e "amizade" da turba neoliberal para com este. Percebe-se
porquê. Afinal a treta austeritária necessita de tais personagens para cumprir o seu papel.

Anónimo disse...

Os indícios públicos de falta de condições para o exercício das funções de banqueiro, por parte de Oliveira Costa (BPN) e de Ricardo Salgado ( a partir de 2012) não foram suficientes para o BdP lhes retirar a idoneidade com o argumento de que “se a lei não permite substituir um gestor, não se substitui”. Em meados da década de 90, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva assinou um despacho a validar um perdão de juros e multas à Cerâmica Campos com uma dívida fiscal superior a dois milhões de euros (429 744 contos). A empresa de Aveiro, de onde Oliveira Costa é natural, acabou a pagar apenas 910 mil euros. O caso foi investigado por uma comissão parlamentar presidida pelo actual ministro de Passos Coelho, Rui Machete, que acabaria a presidir ao Conselho Superior da SLN. Oliveira Costa foi ilibado. Na sequência do caso BPN, o ex-presidente do BPN foi detido por burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Já Salgado falhou em 2011 e 2012 por três vezes o pagamento dos seus compromissos fiscais, e, em 2013 assumiu um alegado “presente” de 14 milhões oferecido pelo cliente José Guilherme. O BdP manteve-o em funções até ao fim. Está hoje a ser investigado por burla, falsificação de documentos e branqueamento de capitais e abuso de confiança.

Quem paga? O contribuinte. E paga o quê? Os desmandos do capital.
Tão enternecedor a cumplicidade com tais personagens

Anónimo disse...

josé, não desvie a conversa.

a recondução de carlos costa foi um escândalo, com o que já se tinha descoberto na comissão de inquérito ao BES.

e com o que sabemos hoje da FRAUDE que ele cometeu em conjunto com a luisinha, passos coelho e a comissão europeia no BANIF, mais ainda.

o resto é conversa para entreter fascistas com azia.

Anónimo disse...

Lembram-se?

O governador do Banco de Portugal disse em 2013 que o Estado recuperaria os 1100 milhões de euros que injetara no Banif

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, prometera ao Governo que a injeção de capital no Banif, que ascendeu aos 1100 milhões de euros, seria recuperada e chegaria mesmo a valorizar. Carlos Costa falara, no dia 1 de fevereiro de 2013, numa rentabilidade de 10% para a posição do estado após o período de apoio público.

"O Estado terá o resultado da valorização da sua posição e do facto de ter entrado a um preço de desconto", disse Carlos Costa aos deputados da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, em fevereiro.

Bravo, Carlos Costa, bravo. E Passos Coelho e a sua trupe a defenderem-no desta forma tão cúmplice e colaboracionista

Anónimo disse...

Governador do Banco de Portugal não se demite porque ainda há vários bancos que podem afundar sem ele dar por isso

Anónimo disse...

Carlos Costa, o antigo diretor do BCP no tempo de Jardim Gonçalves?

Jose disse...

Embora seja chover no molhado...
Quais as leis e regulamentos que o BdP através da sua administração infringiu.
Quais os factos que uma qualquer comissão de inquérito avaliou - com clareza - em que o BdP ficou aquém dos seus deveres.
Quais as alterações legislativas ou regulamentares que acresceram novos deveres ou mais claras regras para a acção do BdP propostas ou traduzidas em lei ou regulamento nós últimos dois anos?

Ruído de canalha geringonçosa é o meu diagnóstico.

Anónimo disse...

sabujo zé, o eterno cobarde e refilão vem aqui sacudir os adjectivos que se lhe colam à pele para cima dos outros
é preciso ter lata
sabujo zé parece ainda esquecer, já que fala dos activos tóxicos, que este governador falhou precisamente na supervisão desse tipo de activos e esquemas e que, ainda recentemente, aconselhou os bancos a, no caso dos spreads ficarem a zero ou negativos, usarem "produtos complexos" na relação contratual com os clientes
sabujo zé esquece ainda outras coisas elementares como sempre lhe convém ao seu discurso vazio de conteúdo mas prenhe de perdigotos - este governador sbia da derrocada do BES e participou por omissão e não só no engano dos "lesados"
ainda outra coisa sabujo zé
os "lesados" ou outros serem ressarcidos é o que está previsto na lei que é peça fundamental da estabilidade e confiança no sistema bancário
sabujo zé
é que além dum acintoso cobardolas tu padeces de desonestidade intelectual
em suma, não passas dum gasto canalha

Anónimo disse...

Oh...
Que pieguice insuportável esta pelo menino querido dos banqueiros.
Como alguém disse aí em cima,isto também é duma enorme desonestidade intelectual.
Veja-se bem. O papel do "supervisor" nesta sociedade em que quem manda é o dinheiro e só o dinheiro é afinal um logro. A confissão ( desonesta) da impotência de sua exª o amigo dos banqueiros é a confirmação que esta sociedade não serve.
Quem não vê a trepa que sua exª levou na comissão de inquérito ao BES é o que é e o que é não é elogioso. Basta ler ou reler..e perceber,claro.

A "clareza" que se invoca faz lembrar a falta de clareza com que se invoca o artigozinho nº 35 ,sonegado pelo cavaco e com que se tenta esconder a trampa deste modelo de sociedade.

O silêncio sobre a promessa dos 10% de lucro que o estado teria pela injecção de capital no Banif está assim escondido pela argumentação que se assemelha à argumentação do Oliveira e Costa quando foi apanhado com a boca na botija.

Mas persiste o modelo. Quanta gentileza, quanto amor, quanta delicadeza, quanto pieguismo pela figura dum dos figurões da nossa praça. Paralelo ao rancor e à pesporrência com que fala de quem ganha apenas o seu pão com o seu trabalho , seja funcionário público ou não. Quanto rancor e pesporrência ao saber e ao conhecimento. Quanta pesporrência e rancor a quem não segue os trilhos trilhados por tão grata figura, sua exª o sr Carlos Costa.


Anónimo disse...

Houve um desmiolado que, num esforço desesperado de desinformação, até chamou Carlos Costa de "proletário". Depois emendou a mão e chamou-lhe "bancário". Depois, face às manifestações de gozo e ao puxão de orelhas do Jardim Gonçalves, que disse que Carlos Costa era um dos deles, calou-se com o tema. Os banqueiros são o que são e gostam de assumir as rédeas do seu redil, seja de que maneira for.

O sr Carlos Costa? Ele é uma vítima do sistema, uma virgem no meio de lobos, um coitado que mal sobrevive com o ordenado que tem, um homem que não precisa da solidariedade amiga e pouco suspeita de Passos Coelho, um corajoso que prefere enfrentar os adversários sozinho em vez de ir pedir socorro ao CE e aos seus companheiros de bordel.

Jose disse...

A figura do treteiro incorpora alter-egos de uma panóplia variada de frustrados.
A mais ridícula é a do revolucionário que, incapaz de se comprometer com o objectivo de destruir o todo, acobardado perante uma mudança que não sabe configurar, se compraz em procurar destruir as partes sem cuidar de saber como nem porquê.
Oportunista, põe-se a surfar a mediática onda que lhe sugere o tema, e então é todo arrojo e radicalismo.
O ruído da canalha geringonçosa, atolada que está no seu ondulante orçamento, é uma dádiva oportuníssima.

Anónimo disse...

Carlos Costa ou o outro hino a figura de treteiro, incorporando alter-egos de uma panóplia de frustrados.Ou seja o equivalente a um qualquer borrabotas salazarento.

Carlos Costa ou a mais ridícula figura incapaz etc. etc etc acobardada que não sabe configurar, etc etc etc destruir as partes etc etc nem porquê. Ou seja o equivalente a um qualquer borrabotas cavaquista.

Carlos Costa ou o oportunista a surfar a onda mediática do arrojo e radicalismo qual geringonça acanalhada pafista.Ou seja o equivalente a um sicário em prece a pedir uma dádiva- a de poder perpetuar o saque.

O resto é conversa de comadre com trejeitos de piegas em defesa da quadrilha