quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A Coreia do Norte socialista

"A União Europeia, por muito que isso desagrade aos seus acrisolados críticos, continua a ser simultaneamente um lugar e um garante da democracia tal como a concebemos desde há alguns séculos a esta parte no nosso tão detestado mundo ocidental. É imperfeita. Será. Como sabemos, a perfeição é um privilégio dos monstruosos sistemas totalitários. Ainda bem que a União Europeia tem esse toque de imperfeição que apela ao cepticismo da razão sem conduzir à anestesia da iniciativa." Francisco Assis, Público, 4/2/2016

Esta ideia da imperfeição fez-me lembrar o que vivi há 40 anos, o que, já de si, correspondia a um prolongamento de outros debates, ocorridos na década de 50, nomeadamente pelos meus pais e pessoas que na altura militavam contra o fascismo e que tinham como horizonte de resistência a União Soviética.

Em 1974/75, às críticas do que se passava na URSS - censura, perseguições políticas, prisão e mortes arbitrárias em larga escala - os jovens militantes comunistas respondiam que, sim, que havia erros, imperfeições na aplicação do programa comunista para uma sociedade socialista, mas que esses erros não subvertiam a natureza social do regime. Na verdade, a crítica comunista aos partidos irmãos era sempre um tema a evitar e, já nessa altura, havia respostas habilidosas, alegando-se que cada país deve determinar o seu caminho para o socialismo e, entre dentes, que os portugueses não haveriam de ter um regime repressivo, o que nem sempre evitava o elogio por omissão a regimes repressivos e violentos. Já os críticos - nomeadamente socialistas - alegavam que a "imperfeição" era a face da essência e agitavam a então recente entrevista de Cunhal à jornalista italiana Oriana Fallaci em que o dirigente comunista afirmava que Portugal nunca teria uma democracia parlamentar.

É interessante verificar que, passados 40 anos, chegou a vez de socialistas usarem o argumento da imperfeição para salvar a natureza falhada do regime económico europeu. Tal como ontem, essa formulação da "imperfeição" apenas visa uma coisa: nada mexer no essencial da ortodoxia. Ao desculpar a "imperfeição", omite-se a crítica à essência. Porque atacá-la é subverter o regime.


Todo este debate é apenas mais um degrau no debate sobre a democracia e ditadura, que tem séculos. A ausência conhecida de prisões políticas na Europa ocidental por delito de opinião - que já é muito - tem inúmeras excepções históricas ao longo desse período, e outros tantos movimentos surdos de resistência, para já não falar das excepções executadas na periferia do seu centro. Mas, actualmente, vive-se ainda a desigualdade a que Marx e Lenine chamariam um figo, num inamovível regime de poderosos corporações transnacionais, que funcionam à margem das regras básicas da democracia sem a devida contribuição para a colectividade, beneficiando de autênticos buracos negros financeiros - benignamente tratados como "paraísos fiscais" quando são historicamente lavandarias de dinheiro sujo - com a plena cumplicidade política, de dirigentes estranhamente guindados para os lugares cimeiros desta União, sem qualquer remoque ou crítica instituicional, e com todo a envolvente de uma promoção salvadora, protegidos por um elegante pensamento repetido à exaustão na comunicação social livre - "é este regime que nos dá empregos". A violência é a violência social na forma como se impõe arbitrariamente desigualdades de tratamento, até à manutenção estagnante da pobreza de largas camadas populacionais.

E ao que se vem debater neste artigo de Assis, há "prisões" totalitárias no funcionamento democrático da União Europeia, ao impor-se regras obstrusas e estúpidas, sem racionalidade económica que não apenas razões de status quo político e económico, supostamente mais importantes que a integração de dezenas e dezenas de milhões de desempregadas que vivem - democraticamente - o inferno de poder dizer o que quiser, até por vezes citados na comunicação social, sem que nada mude na sua vida. Eis a "imperfeição".

25 comentários:

L. disse...

por favor, não chame socialista ao francisco assis. até fico mal disposto. é tão socialista como o paulo rangel.

Jose disse...

Nem sei se percebi bem ao que vem esta conversa.
Primeiro porque igualdade e democracia política tem como expressão única ~ uma cabeça um voto, e quando se igualam bestuntos já se dá caminho aos estômagos...
Quanto à desigualdade económica os Marx e os Lenines que se amofinem quanto queiram que na hora em que se igualem é seguramente a hora em que desaparece a democracia.
Quanto à equidade, juntem-se os homens bons e ignorem-se os raivosos.

Anónimo disse...

Um regime económico que sistematicamente e deliberadamente exclui (e que vai continuar a excluir) milhões de seres humanos de poderem participar na economia de forma honesta e sem recorrer a esquemas e trapaças para caçar €$€$ não é apenas um sistema com imperfeições, é um sistema (cada vez mais) injusto, repressivo, anti-humano e insustentável. Podem sempre dizer que a vida no Gulag era muito pior mas isso não faz da violência do actual regime económico menos intragável. Inocentes andam a ser punidos para que os banqueiros, agiotas, tecnocratas e outros parasitas mantenham o status quo que eles acham que os favorece, independentemente do sofrimento que causa aos que não fazem parte da sua classe.
Há na actual conduta dos banqueiros e tecnocratas laivos discerníveis de crueldade, não acho que seja apenas a vontade de manter um regime que lhes é favorável, e podem até não serem todos mas quando alguns que estão lá no topo da cadeia alimentar falam noto-lhes uma vontade sádica de punição das castas que lhes estão abaixo.
Enquanto a Assis, enfim, nem sei se vale a pena dizer grande coisa, é um palerma, um iludido muito fruto de ter agarrado um tacho há muito tempo e nunca o mais ter largado, tal como tantos outros. Os tachos podem até garantir um rendimento confortável mas fazem mal ao intelecto, e isto pode-se constatar com as banalidades que fala, sendo uma delas a suposta superioridade moral do ocidente, a tal que criou o Iraque e outros infernos na terra...

Falo por mim, nem a União Soviética, Coreia do Norte, China, etc são modelos de sociedade a seguir mas isso impede o ser humano tentar encontrar alternativas ao regime vigente que está cada vez mais repressivo e intolerável com um número crescente de pessoas?

Anónimo disse...

No comentário das 18:56 queria dizer "...nem a União Soviética, Coreia do Norte, China, etc NÃO são modelos de sociedade..."

Abraham Studebaker disse...

De pleno acordo com o anónimo das 18:56. Tanta coisa para derrotar tão perto da porta,tanto oportunista sempre emboscado e nós a topá-los,e trazem para aqui a Coreia do Norte!!! Não conheço a Coreia do Norte,mas sei que tem uma ciência aeroespacial desenvolvida;tem uma informática que rivaliza com a de qualquer país(dizem os USA),tem um desporto que os coloca em óptimo lugar quanto a medalhas olímpicas conquistadas. Isto é indesmentível. E não devem um tostão a ninguém!!! Agarrai nesta e chupem-na!!! Como dizia o deus Maradona:continuem a chupá-la!!!!

Anónimo disse...

Qual o critério para designar os bestuntos dos não bestuntos? Ou entre a democracia e o fascismo, este útimo defendido aqui pelo mesmo que utiliza tais qualificativos?

Ou a quem cabe a súbtil tarefa de identificar os bons dos raivosos?

Percebe-se que o ambiente familiar de profanação de cadáveres permita considerar como exclusiva uma classificação própria. Que diabo há quem mande e quem obedeça. Há quem classifique e quem seja classificado.
Quando, para dar um exemplo concreto, se fala com ódio dos que se opõem aos desígnios de Bruxelas e com extremo rancor dos deserdados da vida e depois se fala com pieguice no direito à auto-defesa dos empresários fugitivos fiscais está-se a assumir que tipo de classificação? Os dos bons ou o dos raivosos? ou quando se fala na "chapada nos cornos" a quem não segue as missas neoliberais e na beatitude dos banqueiros que promovem o são convívio do direito ao saque,que tipo de classificação se adopta? A dos raivosos ou a dos bons?
Por outras palavras. As suásticas que se reuniam aos magotes nas cenas de violência rácica contra os judeus e contra os comunistas auto-consideravam-se como homens bons e classificavam aos que ateavam fogo como raivosos, não era?
Parece que o esquema taxonómico está de volta.

Anónimo disse...

Foi o grande capital europeu, por via do directório de potências hegemonizado pela Alemanha, quem determinou o caminho de «reacção» à crise do Euro iniciado em 2010 – com os programas de intervenção UE-FMI, a aprovação do mecanismo do Semestre Europeu e da legislação relativa à Governação Económica, a elaboração e ratificação do Tratado Orçamental.

Este caminho ainda não foi concluído. Traduz-se num aprofundamento neoliberal que exigiu e exige, para poder ser imposto aos povos, uma inaudita concentração do poder político no seio da UE e um forte ataque à soberania dos Estados.

Esta constatação traduz uma crise de legitimidade política, de apoio popular, e é parte de um fenómeno mais amplo de crise dos sistemas de representação política.

A concentração de poder no directório de potências, o federalismo e o ataque às soberanias nacionais visam criar melhores condições para forçar o aprofundamento do neoliberalismo. O aprofundamento da concentração e centralização do capital exige a concentração e centralização do poder político. Esta última é condição para a viabilização do primeiro.

Este lastro de degradação política tem e terá ainda mais consequências. Os impulsionadores do processo de integração capitalista já se debatem com o notório afastamento das chamadas «opiniões públicas» do chamado «projecto europeu». Os sistemas políticos nacionais são percorridos por complexos processos que, independentemente de fundas contradições e particularidades nacionais, configuram importantes abalos no tradicional status quo político da alternância convergente entre direita e social-democracia.

As expressões dessa que é no fundo uma crise dos sistemas de representação burguesa ao nível nacional e do sistema de poder transnacional são várias e contraditórias. Três dos elementos mais visíveis hoje são, por um lado, o complexo processo de reorganização e reestruturação da social-democracia (de que o processo grego será a expressão mais avançada mas não única), os contornos quase fascizantes que assumem algumas políticas da direita tradicional e o crescimento da extrema-direita e ressurgimento do fascismo.

Esta crise política e de legitimidade, que decorre – é importante sublinhar – num contexto de gravíssima crise social, é susceptível de criar e aprofundar grandes e graves contradições, cujo desfecho não é inteiramente previsível mas que poderão mesmo levar a reconfigurações na estrutura de poder da Zona Euro e da própria UE.
http://www.omilitante.pcp.pt/pt/340/Uniao_Europeia/1023/A-%28des%29Uni%C3%A3o-Europeia.htm

Anónimo disse...

Daí a pressão contínua, nunca sufragada pelos povos, para tornar a “Europa” e “Bruxelas” numa sede de poder que obedece à sua burocracia e aos partidos do PPE (Partido Popular Europeu), para retirar aos parlamentos nacionais e aos governos qualquer poder de decidir sobre o destino dos povos e das nações. O meu voto vale quase nada e, quando o uso para valer alguma coisa, há que pedir novas eleições. Tantas quantas forem precisas para haver um resultado “europeu”, amigo dos negócios, amigo do “não há alternativa”, amigo de colocar na ordem sindicatos e partidos desalinhados.

Com mais ou menos sofisticação, significa que votem os povos como quiserem, quem manda são os mercados. Na verdade, a frase mais correcta é “mandam os partidos dos mercados”. E os “partidos dos mercados” são a expressão orgânica dos grandes interesses financeiros – o eufemismo é “os nossos credores” – e representam a desaparição do primado do poder político sobre o poder económico, ou seja, da autonomia do poder político assente no voto numa democracia.

Obra da “Europa” da soberania limitada, a querer impor à força uma democracia limitada.
https://www.publico.pt/politica/noticia/teoria-da-democracia-limitada-1714343?page=-1

Anónimo disse...

"Isto pressupõe a inutilidade do voto popular, a aniquilação da democracia e a completa submissão a uma doutrina económica transformada em norma constitucional pelos agentes do capitalismo neoliberal de dominante financeira.

Trata-se de impor a governação económica capitalista de acordo com uma determinada doutrina económica com exclusão de todas as outras. E isto é novo. Nunca isto tinha acontecido antes. Não havia em nenhuma delas a obrigação constitucional de economicamente as gerir apenas e só de acordo com uma determinada doutrina económica."
http://politeiablogspotcom.blogspot.pt/2016/02/espanha-vetos-cruzados.html

Três textos obrigatórios, de quatro autores de diferentes quadrantes políticos e ideológicos.Tirado daqui:
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/uniao-europeia-nem-democracia-nem-2034826

Anónimo disse...

A U. Europeia é uma Uniao democrática?
Embora democracia seja um conceito polissêmico e de difícil definição, tal sua amplitude e variáveis envolvidas, pode-se dizer que, neste momento, estamos mais próximos de uma “ditadura plutocrática” que rivaliza e enfraquece os governos institucionais eleitos pelo voto popular.
O objetivo dessa “ditatura” é fazer recuar os direitos sociais e do trabalho, de um lado, e políticos (notadamente a participação), de outro.
Hoje mesmo, sectores importantes da classe dominante preparam a via da repressão, do autoritarismo e da guerra. Por isso os democratas, os trabalhadores e povos não terao outra opção, senão preparar-se para o embate. De Adelino Silva

Anónimo disse...

Trabalhadores do serviço de apoio ao cliente Worten com salários em atraso

Guia disse...

Oh, João Almeida, confesso que também não percebo bem ao que vem esta conversa de meter o Francisco Assis como exemplo da opinião que atravessa o Partido socialista aqui e agora...quando é pública a divergência existente entre ele (acompanhado pelo grupo "segurista") e todos os restantes socialistas que dão apoio ao Governo de António Costa e lutam precisamente para que a Europa da solidariedade volte a dominar as politicas da União e que as instituições europeias sejam realmente representativas da vontade dos cidadãos europeus!
...E já agora, como sabe, no Partido Socialista as "guerras de personalidade" são mais saudavelmente expostas à luz do dia, ao contrário de outros partidos em que a linha é sempre "A ÚNICA"...E não se fala mais nisso...ou então "é melhor saíres"...ou então "sais mesmo à força"...

Anónimo disse...

O texto de Francisco Assis fez-me lembrar dois versos da «Trova do vento que passa» de Manuel Alegre:

«E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados»

João disse...

O João Ramos de Almeida, vai-me desculpar a franqueza, tenta na sua crónica fazer um acto de contricção que, bem vistas as coisas, fragiliza o seu argumentário. Na verdade, aquilo que se percebe é que dentro da sua cabeça existe um problema para o qual o João não tem solução: considerando-se (e sendo, seguramente) um homem de esquerda, terá tido os mais intensos debates com os seus pais (deixe-me lá adivinhar, sem o conhecer a si, nem à sua família - gente de "uma velha ortodoxia anquilosada")) a quem o João procurou insuflar razão e luz, evidenciando que o totalitarismo soviético e tal (blá, blá, blá, só para pouparmos que para meio entendedor...) e que por conseguinte o caminho era assim uma outra esquerda, mais moderna e mais cosmopolita e mais europeia e mais consumista e mais e mais e mais, que as árvores no sistema capitalista domesticado sobem até ao Céu e dão frutos abundantes que a todos saciam. Bom, agora, perante a força das evidências, confronta-se com um problema (sério) parece que o capitalismo não é mesmo domesticável e as árvores, crescem, segundo a extensão variável de acordo com a sua natureza, até onde têm de crescer, mas nunca até ao Céu. Por conseguinte, atira-lhe agora mais umas bojardas intelectuais (que é dar-lhe enquanto eles estão de costas) e da cartola sai o coelho: então não é que este capitalismo não domesticado (e, pronto, vá lá: se calhar não domesticável) é mesmo tão mau como aquele velho comunismo soviético ortodoxo e em que as crianças (talvez seja exagero, mas as Seleccções do Reader's Diggest...) eu sei lá o que lhes poderia acontecer por lá...
João: parece-me um homem de boa vontade (é já um princípio) e por conseguinte peço-lhe apenas: leve lá o seu acto de contricção um pouco mais longe. Afinal, reconhecer os pecados, é o primeiro passo para a sua expiação.
Cumprimentos cordiais
(João)

Unknown disse...

A aclamada afirmação de que há uma falta de autonomia na construção da UE,parece cada vez um disco riscado, muito baseado em narrativas e que nem resiste a menor comparação dos factos: quem tem dinheiro para pagar o que come e gasta, só tem que cumprir as regras que resultam de acordos firmados e fazem parte da casa comum europeia, certo que se vai expandindo, mas a passo de caracol. Tudo o resto, como vemos todos os dias nos protesto do parlamento da UE, os cães ladram e a caravana passa, como vemos com a Alemanha, a Polonia, a Hungria, a Inglaterra.... vir com esse fait divers é no mínimo pouco ético ou acuidade zero.

Anónimo disse...

Achei brilhante este seu texto.

Anónimo disse...

"Falo por mim, nem a União Soviética, Coreia do Norte, China, etc são modelos de sociedade a seguir mas isso impede o ser humano tentar encontrar alternativas ao regime vigente que está cada vez mais repressivo e intolerável com um número crescente de pessoas?"

A grande diferença, a diferença fundamental, é que o regime de democracia liberal permite efectivamente gerar alternativas. Não é fácil. Dependerá sempre, como tem que ser, da vontade dos povos. Mas é possível. Veja-se o que aconteceu na Grécia. Os eleitores quiseram e foi eleito o Syriza. As pressões (as chantagens) foram (e são) muitas mas ao fim e ao cabo o Syriza só traiu as suas convicções porque quis. Como bem explicou Varoufakis, apesar de todas as pressões, apesar de todos os custos, apesar de todas as dificuldades, o caminho podia ter sido outro. Por muitos tratados que existam, nada impede a Grécia de sair do Euro, da UE, da NATO, ... se efectivamente quiser. No fim, não quis e recuou.

Anónimo disse...

Comentador 5 de fevereiro de 2016 às 09:10

Leia o meu outro comentário logo abaixo do meu primeiro comentário.

“Por muitos tratados que existam, nada impede a Grécia de sair do Euro, da UE, da NATO”

Podia fazer isso tudo, mas sabe porque é que a Grécia (ou Portugal) não faz isso? Porque os gregos (o povo) na hora de decidir (votar) lá no seu subconsciente sabem como o mundo funciona, e sabem que a Grécia é um pais relativamente insignificante, vulnerável e que está embutida num sistema que não admite insubordinação, e se se rebelar o mais certo é tornar-se num estado ainda mais falhado e com um regime não só económica-financeiramente repressivo, como um regime repressivo à moda antiga e tudo isto com a bênção do grande império da atualidade, império esse que se está nas tintas para a democracia, bem-estar e liberdade dos povos que invade.
Como a situação do mundo é aquela que é, péssima, alguma coisa, no meu entender, vai ter que mudar os gregos tal como outros talvez prefiram esperar até que algum evento ocorra, rebelarem-se sozinhos talvez seja pedir-lhes demasiado...
Parece-me a mim que o triunfo do regime económico vigente sobre o outro regime que colapsou há uns anos atrás nunca garantiu a sua eternidade, não houve o fim da história como alguns think-tanks quiseram-nos fazer crer.
As pessoas vão ser obrigadas a encontrar alternativas à situação atual se quiserem ter um futuro que valha pena, espero que não tenha que ser uma (falsa?) escolha entre uma forma de império ou outra forma de império desta vez...

Anónimo disse...

Nunca percebi a falacia burguesa sobre a “democracia” – a necessidade que tem de a valorizar contrasteando com regimes ditos totalitários -- ficando com a impressão de que não vivo em democracia…
A democracia chinesa e´ totalitária porque tem um partido “comunista” a dirigir. Mas já a democracia indiana e´ democrática por ter um partido “liberal “a dirigir. A U. Soviética dos Gulags era totalitária para os “ocidentais” -- o regímen Czarista com os mesmos Gulags era democrático!
Isto de viver Democracia, meus amigos tem muito que se lhe diga… A OTAN foi feita, dizem, para defender a democracia ocidental…Hoje invade e destrói nações inteiras…
Salazar foi ditador colonial fascista e no entanto foi recebido de braços abertos pela OTAN “democrática”.
Ainda perdura o abraço entre Portugal e a OTAN, e de tal forma que se confunde a NATO com a U. Europeia, Viva pois a Democracia…vivo´.. ! de Adelino Silva

Anónimo disse...

António Cristóvao. O sr é o mais exemplar exemplo dum que tenta fazer calar aqueles que considera ladrar, para que a sua "caravana" possa passar sem problemas de maior.
Claro que não tem culpa de nem todos concordarem com o "come e cala" que domina o pensamento dos consultores da governação neoliberal e que é transmitido da forma medíocre e pouco ética,diria mesmo, com acuidade zero, pelos que replicam a tese neoliberal/austeritária.
Parece um disco riscado quem ainda anda a defender que há autonomia na UE. As narrativas que contrariam a sua narrativa são poderosas, a própria comunicação social, suporte habitual das teses das classes dominantes, não consegue abafar os factos. E a tese do "quem tem dinheiro para pagar" já foi posta vergonhosamente em causa e já se percebeu, ó se percebeu, que o que está em causa é o sustento da banca e dos grandes interesses económicos. A famosa "bancarrota" propalada ad nauseam pelo poder de direita e da extrema-direta não teve qualquer comprovação com a realidade. Quem estava em bancarrota era a banca e os seus interesses e fomos chamados a pagar a factura. O chavão do "andámos a gastar demais" é uma forma cabotina, servil e medícocre para esconder quem andou a gastar demais, quem andou a ganhar demais e quem andou a sacar demais.

Quanto à casa comum europeia, onde aprendeu essa? Casa comum? E não tem alguma vergonha de a tal propósito ousar falar na Inglaterra? Não ouviu falar ainda na auscultação popular sobre a permanência da Inglaterra na UE?
Tal como parece que não sabe, não lê, não procura informar-se sobre os problemas que a Hungria e a Polónia estão a trazer a uma europa que.

Sabe, o viver da cara descoberta e de forma digna não tem preço. Pelo que os convites à cobardia e à obdiência acéfala,cobarde e subserviente não são em geral tidos em conta pelos que ainda não desistiram de pensar pela sua própria cabeça e pelos que não abdicaram de lutar contra esta caravana sinistra, fétida e anti-democrática.

João Ramos de Almeida disse...

Caros,
Terei de ter mais cuidado na forma como escrevo porque estou a gerar inúmeros mal entendidos.

Debates à esquerda nos anos 70 e nos 50: Não, não tive qualquer debate com os meus pais; nos anos 50, a questão soviética foi das mais discutidas entre as pessoas que tinham o PCP como referência de oposição - de única oposição eficaz ao regime. O que quis sublinhar foi precisamente que os debates dos anos 70 apenas prosseguiram essa temática.

Debates com socialistas: é comum censurar-se o PCP por não ter uma ideia clara do projecto de sociedade que defende, ao ser incapaz - ou não o querendo - criticar as sociedades de liberdades coartadas. E depois da entrevista de Bernardino Soares, a Coreia do Norte é tema recorrente em qualquer debate que queira encalacrar o PCP. A Coreia do Norte apenas foi usada como um tema difícil de encarar. Ora, em meu entendimento, o PS - em geral, embora tenha nuances evidentes e visíveis -, o PS defendido por quem partilha das opiniões de Francisco Assis tem - na minha opinião - os seus tabus. E um deles é a defesa incompatível de um Tratado Orçamental aplicado a rigor e a absorção dos milhões de desempregados na UE. Apenas isso.

A partir serei mais contido para não gerar tantos equívocos.

Anónimo disse...

Caro João Almeida deixe-se disso… continue a escrever pela sua cabeça… não se contenha, escreva conforme a sua vontade e responsabilidade . Dói ler os prós e os contras… faltando somente um “rinque cibernético”, dói… Eu sei como…
E´ que a Democracia que se pretende meu caro, só pode florir e desenvolver nas bases existentes.
De Adelino Silva

Anónimo disse...

“Parece-me a mim que o triunfo do regime económico vigente sobre o outro regime que colapsou há uns anos atrás nunca garantiu a sua eternidade, não houve o fim da história como alguns think-tanks quiseram-nos fazer crer”.
Ora aqui esta´ um fraseado deturpador da realidade…O sistema capitalista existe desde a sociedade industrial saída do mercantilismo/pre´-industrial, mais ponto menos cifra. As experiencias de tipo socialista romperam da base capitalista existente ate este momento… Portanto, não houve triunfo e dizer que colapsou não tem fundamento rigoroso…Simplesmente não vingou…Ate´ por que, qualquer sistema diferente a nascer, será sempre da base existente --- o capitalismo…
As sociedades modernas terão, mais tarde ou mais cedo, de se confrontar com este dilema natural… A Historia das sociedades antigas e modernas, ensinam, e´ necessário estuda-la !
De Adelino Silva

Anónimo disse...

José:
um homem, um voto????
Vimos no Iowacomo isso é posto em prática:lançar uma moeda ao ar.E, 6 vezes sair a mesma cara da moeda,é obra!!!

Cumprimentos, beijinhosd e abraços ao irmão do santana Lopes.

E à malta da MAN , autocarros....

Empreendedorismo , anda de braço dado com a corrupção, as usual.É um binómio-um sem o outro, não podem existir.

P.S.: Vamos a um peditório pra mandar o Duarte Lima defender-se no Tribunal de Saquarema???????

Anónimo disse...

Deixemo-nos de merdas:a III Guerra Mundial está crescer e, é muito provável que possa haver já este ano.Isto num intervalo de 8 anos {2016,17,18,19,20,21,22,23}...

Tudo o que sobe, desce!


P.S.: voltem à quinta, ao futebol.se deus quiser.................