terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O relatório PISA de 2015

Começaram hoje a ser divulgados os resultados do Relatório PISA de 2012, que avalia a literacia e o desempenho dos alunos em três domínios-chave: Matemática, Ciências e Leitura. O inquérito é realizado de três em três anos nos 34 países membros da OCDE, tendo em 2012 abrangido ainda outros 31 países de zonas económicas que não fazem parte da organização.

O balanço feito pelos peritos da OCDE, para lá do horizonte mais estreito da comparação entre 2009 e 2012, é uma muito positiva avaliação externa (e independente) dos últimos dez anos de políticas educativas em Portugal. Como assinala o jornal Público, o relatório hoje divulgado recorda que o país estava, em 2003, no que à Matemática diz respeito, abaixo do Luxemburgo, dos Estados Unidos, da República Checa, da França, da Suécia, da Hungria, da Espanha, da Islândia ou da Noruega, para acrescentar que, em 2012, Portugal «alcançou» níveis de resultado idênticos aos observados nestes países. Os ideólogos extremistas do «eduquês» e da narrativa da «década perdida», que ajudaram a instalar o ministro Nuno Crato na 5 de Outubro, fazendo do «privatês» e da mediocridade subdesenvolvimentista a política oficial para a educação, têm que confrontar-se, uma vez mais, com a evidência de alguns destes factos. Mais: a tão aclamada Suécia - exemplo supremo das supostas virtudes do «cheque-ensino», que Nuno Crato se prepara para implementar entre nós - afunda-se novamente na cauda dos rankings da OCDE.

Valerá a pena analisar com detalhe toda a informação contida no relatório hoje divulgado e que volta a assinalar o impacto negativo que o background familiar e social tem nos níveis de desempenho escolar dos alunos portugueses (ver figura). Este poderá ser um dos aspectos que melhor demonstram, no futuro PISA de 2015, os impactos da passagem de Nuno Crato pelo Ministério da Educação. Retenham pois o balanço que este relatório nos permite estabelecer: ele corresponde ao retrato de um ciclo que o ministro, empenhadamente, tem procurado encerrar. Sendo certo, como refere a OCDE, que «os alunos portugueses mostram como em pouco tempo é possível melhorar», oxalá o seja menos que, também em pouco tempo, se possam destruir os avanços alcançados ao longo de mais de uma década.

2 comentários:

R.B. NorTør disse...

O que o Nuno se esqueceu de referir é que na Suécia já está em discussão o caminho a seguir na educação, falhada que está a política do cheque-ensino.

Lowlander disse...

Essa tralha toda que andou a berrar roxa com o eduques esta obviamente caladinha. Como ratos.
Tambem a cambada de trolls do costume aqui do Ladroes (esta a falar especificamente de ti Lulu) que habitualmente canta loas acerca dos amanhas que cantam com os cheques-ensino tambem calados estao com este relatorio.
Enfim, triste mas nada de inesperado da direita fedorenta que realmente existe.