segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Círculo vicioso


O que têm em comum uma proposta de reforma do IRC bem desenhada e calibrada, como agora se diz, para servir os grandes grupos económicos, a Associação de Empresas de Segurança, que agora pretende ir ao pote das prisões abertas à iniciativa dita privada, ou as últimas novidades da rede social de Relvas, Passos, Branco, Branquinho e restante tropa-fandaga empreendedora? São outros tantos sintomas do que acontece à autonomia e autoridade do Estado democrático no tempo em que uma incensada lógica dos negócios está na condução da política e da fragilizada esfera pública. Reparem como este processo se auto-alimenta: o Estado é declarado incapaz de fazer o que quer que seja, a não ser criar condições supostamente boas paras os negócios, seja por via fiscal, seja por via de engenharias que substituem o serviço público e a sua ética pela lógica do lucro sem limites; a colonização neoliberal gera toda as predações e logo vêm os idiotas úteis dizer que a culpa disto tudo é do Estado que não sai da economia, o que por definição não pode ocorrer, e que os mercados, termo vaporoso destinado a ocultar os poderes capitalistas, fariam bem melhor; mais pretextos para novas e mais radicais rondas de privatizações, parcerias, concessões e outras predações. E assim sucessivamente. Um dos círculos viciosos mais salientes do neoliberalismo realmente existente fica claro, que isto está tudo ligado.

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