Continuam as revelações das sórdidas acções no banco de «referência» do hipertrofiado
capitalismo financeiro português (BCP). Na direita intransigente reina um silêncio ensurdecedor. Se calhar pode estar em jogo a viabilidade das suas aventuras editoriais. Será que vão dizer que é mais uma «campanha de informação e desinformação»? Mas vamos ao que interessa. E o que interessa é que quando as coisas apertam se recorre ao tão famigerado Estado e aos «politizados» recursos humanos das suas empresas públicas: «actual presidente da Caixa Geral de Depósitos está disponível para liderar a próxima equipa de gestão do Banco Comercial Português». A confiança é um activo que, em momentos de crise, só o Estado parece garantir. Ainda bem que temos a CGD. Esta crise, provocada pela ganância, que agora se suspeita criminosa, da administração do BCP, tem pelo menos uma vantagem: contribui para minar a fé na bondade ilimitada da empresa privada sem adequado escrutínio público. Pena é que as autoridades de supervisão e de regulação tenham andado tanto tempos distraídas. Vítor Constâncio ainda vai ter muitas explicações para dar. Aguardemos serenamente. Entretanto, na liberal Grã-Bretanha, o cenário da nacionalização do Northern-Rock parece cada vez mais inevitável. A crise, sempre a crise, a revelar a falência de todos os projectos de capitalismo puro.
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4 comentários:
Bom post.
Burial
Esses casos demonstram, ao contrário do que dizes, que o capitalismo funciona e que o Constâncio tem a utilidade do penteado do Nuno Gomes.
Pois é,menos estado, deixe-se o mercado livre enquanto ele der lucro, quando ele deixar de dar, venha cá mais estado para aguentar o barco!
Constâncio?! Explicar?! Não tarda muito estará no seu monte a gozar a reforma dourada!
Mas alguém duvidou alguma vez que "o Estado é o Estado da classe dominante"? Variam os modos da respectiva articulação; as autoridades de supervisão e regulação - quando funcionam - constituem apenas um refinamento de um jogo que já vem de longe... Só "vai no bote" quem quer; e quem quer está no seu direito... até ver! Pelos meus cálculos, uns aninhos ainda...
Vitor Correia
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