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A situação de desemprego elevado, resultado de uma política económica errada à escala europeia, gera um ambiente que favorece a proliferação de propostas para ‘resolver’ o problema através do desmantelamento progressivo das regras que protegem os trabalhadores. Um dos principais elementos do diagnóstico feito pela rede de economistas por uma política económica alternativa na Europa (
euromemorandum) diz respeito à minuciosa denúncia dos efeitos regressivos do que o sociólogo
Casimiro Ferreira, em
artigo no Le Monde Diplomatique - edição portuguesa, designa por «flexexploração». De facto, é sabido que a expansão de formas contratuais atípicas é um dos ingredientes para a crescente vulnerabilidade dos trabalhadores à pobreza: «a taxa de pobreza entre os trabalhadores com contratos precários é três vezes mais elevada do que entre os trabalhadores com contrato permanente» (euromemorandum). Como afirma Nuno Teles, também no Mdiplo, é tempo do problema do emprego deixar de ser uma responsabilidade exclusiva dos Ministérios do Trabalho para passar a constar da agenda dos Ministérios das Finanças, do BCE e da Comissão. Caso contrário, o ciclo vicioso da precariedade, pobreza, contracção da procura e aumento do desemprego vai continuar por toda a Europa.
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