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Tenho apenas um reparo crítico e duas sugestões. O reparo diz respeito à utilização da expressão «avanços da semana» que julgo prestar-se aos piores equívocos porque entra no terreno pantanoso de saber o que é um ‘avanço’ científico em ciências sociais, como é que ele é identificado e por quem. Acho que ‘debates da semana’ seria mais adequado e permitiria talvez abrir o leque da investigação coberta. Confesso que implico com a ideia dos ‘avanços’ porque me lembro sempre daqueles que defendem, com a arrogância dos ignorantes, que um economista não deve ler nada com mais de meia dúzia de anos. Isto não tem qualquer sentido numa ciência que lida com questões irremediavelmente históricas, morais e políticas e onde tanto se perde e se recupera e às vezes tão pouco se transforma.
As sugestões são simples: prestar uma maior atenção à produção dos economistas académicos que são intelectuais públicos assumidos e ao excelente trabalho de divulgação em economia feito por tantos jornalistas por esse mundo fora (estou pensar nas Alternatives Economiques, nos artigos de Doug Henwood ou de Christopher Hayes, só para dar exemplos de trabalho com qualidade que se faz em economia à esquerda).
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