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Ficamos a saber que para SSP o que põe em causa o modelo social europeu não é a total independência do Banco Central Europeu face aos poderes democráticos, nem a prioridade total que é dada pelos tratados europeus ao controlo da inflação (e não ao crescimento económico e ao emprego) por parte desta instituição, nem as restrições (sem sustentação teórica) que são impostas à prossecussão das políticas orçamentais de cada país, nem a quase impossibilidade de estabelecer níveis mínimos de condições sociais, ambientais ou fiscais na UE (que impeçam que a actuação das «forças de mercado» erodam o que ainda resta das conquistas sociais conseguidas na Europa ao longo de décadas). Para SSP o que «verdadeiramente importa às pessoas» é a abertura da China aos produtos europeus (suponho que esteja a falar da presença de empresas financeiras, cuja actuação na economia doméstica continua - e muito bem... - a ser restringida pelo Governo Chinês) e o «desrespeito permanente pelos direitos de propriedade intelectual» (a Microsoft, por esta altura, estará felicíssima pela preocupação que SSP tem com as «pessoas»).
Tal como SSP, também eu acredito que «só a Europa integrada pode responder ao problema real da erosão crescente das soberanias nacionais, preservando a nossa capacidade de exercer o maior controlo possível sobre o nosso destino colectivo». Mas essa Europa não é seguramente aquela que os tratados da UE, os velhos e o novo, têm para nos oferecer.
2 comentários:
A propósito da China e das maravilhas da globalização e do milagre da inflação baixa, etc, é arrepiante o preço que a China e ,cada vez mais, todo o planeta estão/irão pagar por isso:
«As Pan Yue, a vice minister of China's State Environmental Protection Administration (SEPA), warned in 2005, "The [economic] miracle will end soon because the environment can no longer keep pace." » in "The Great Leap Backward?" artigo do Foreign Affairs:
http://www.foreignaffairs.org/20070901faessay86503/elizabeth-c-economy/the-great-leap-backward.html
Por certo, Sérgio Sousa Pinto não estará "atrapalhado" na concorrência entre o PS e o PCP pela influência do comité central do PCChinês? Não, o Sérgio sabe que o PS ganha a parada. Os que fingem ter uma ideologia e na China o seu exemplo é que ficarão para trás.
E já agora sugiro a leitura de "O século chinês" de Federico Rampini e "Pela china dentro" de António Caeiro". Elucidativos.
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