"Tenho muito orgulho disso", disse a deputada Cecília Meireles hoje na comissão de Orçamento de Finanças, no âmbito da discussão do Orçamento de Estado para 2022, sobre o facto de ter apoiado um Governo que - disse - "conseguiu tirar o país do protectorado da troica".
É sempre interessante, embora não novidade, ver como a direita - e a direita mais arreigada, como é também o CDS - consegue mudar de opinião conforme lhe convém.
Em 2011, o CDS apoiou um Governo que adoptou, como estratégia para resolver os seus problemas externos do país fruto de uma crise do euro, enveredar - fortemente respaldado pelas instituições da troica - por um programa económico que visou emagrecer o Estado para substituir as suas funções, programa esse que se sabia ser errado, socialmente criminoso e objectivamente hipócrita (porque, na realidade, visava sem o dizer criar uma recessão, fazer aumentar o desemprego e, assim, baixar salários nominais). Os efeitos desse programa foram de tal forma desastrosos que a própria troica arrepiou caminho, o ministro das Finanças Vítor Gaspar reconheceu que o desemprego fora muito além do esperado (e demitiu-se), o vice-primeiro-ministro Paulo Portas decidiu "irrevogavelmente" demitir-se, para depois voltar, mas pouco entusiasmado e já a pensar nas eleições seguintes.
Sobre isso, os recortes com dez anos de diferença (acima expostos), revelam a natureza desse enorme orgulho do CDS.
7 comentários:
Há criminosos à solta, a Justiça ainda não lhes meteu a mão... mas devia!
Os defensores do governo criminoso Pàf e das criminosas organizações internacionais "independentes" ainda hoje dizem que o país foi salvo pelas acções desse governo e dessas organizações, o que eles não dizem é que o Banco Central Europeu deliberadamente não comprou a dívida dos Estados porque queria provocar uma crise, crise do Euro que sabiam que ia acontecer.
E o BCE só começou a comprar dívida não porque quer saber do bem-estar das populações mas porque sentiu o seu precioso Euro e a consolidação do poder ameaçados.
A comunicação social foi cúmplice da colossal mentira e ainda hoje não explicou à população o que verdadeiramente aconteceu, ainda não lhe explicou que a intervenção da Troika está sustentada em mentiras!
Acho uma grande piada à frase que vem no «Público»: Passos responde a Cavaco e diz que cortar salários no privado é injusto e imprudente». Esta ideia do «Público» criando uma falsa ilusão de intenso debate entre o primeiro-ministro Passos Coelho e o então presidente Cavaco Silva. Na realidade, os dois estavam de acordo em tudo o que fizeram. A ideia que um estava a favor e o outro contra é puro teatro ou representação política. No entanto, o «Público» serviu para este fins, como também serve para outros menos explícitos. O mais ridículo é ver aqueles que votam à esquerda e compram este jornal, pensando que emite uma opinião neutra ou progressista. O seu conteúdo é igual ao mesmo emitido pelo JN, DN, «i», «Correio da Manhã», «Sol», «Expresso», «Visão» e «Sábado». Ou seja, não existe jornalismo independente em Portugal.
Dei comigo a ler "O Elogio da Loucura". Aconselhava vivamente a essa rapaziada , sem vergonha,a lerem o livro. Talvez encontrem alguma coisa interessante sobre o comportamento da pessoa humana e talvez devessem pedir desculpa... pois não, não vão pedir, enfim tudo gente séria e alguns até são católicos.
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Portanto, vamos a ver se eu percebo, o post serve para condenar a política da PàF enquanto se espera que o chumbo do Orçamento devolva o poder à Direita.
Não vale a pena, João Ramos de Almeida, andar a fazer estes exercícios, que têm, desculpe que lhe diga, o seu quê de hipocrisia. O destino do OE ficou traçado na noite de 26 de Outubro em que o PCP percebeu que o que quer que faça, seja apoiar o ou opor-se ao PS, o conduz necessariamente ao (inevitável, digo eu) declínio.
Se o que se fez nos últimos 6 anos não resultou, há que experimentar outra coisa, nem que seja a velha estratégia do protesto de rua contra um Governo de Direita que, como se sabe, não contribui um iota para a melhoria da vida das pessoas.
E ainda alguém falava ontem de possibilidade de recuo para um posição de força. Na verdade, o que o chumbo do OE revela é a fraqueza da Esquerda, de toda ela, mas em particular do BE e do PCP-PEV, olhando para o resultado das autárquicas.
Pois é, o ciclo político mudou e se calhar vamos mesmo ter que gramar com 8 anos de Rangel e sus muchachos, cortesia do declínio da Esquerda Radical...
Caro Jaime
Hipocrisia? Não entendo tanta palavra.
Primeiro, vejo que, no fundo, condena a política da PAF tanto como eu. Espero que seja pelos mesmo motivos. Ou seja, não serve os objectivos a que se anuncia e serve os objectivos que nunca são anunciados: esvazia o Estado para dar a alguns, transfere rendimento da maioria para dar a alguns, tudo a pretexto de se preocupar com as “pessoas”.
Segundo, sobre o pré-anunciado e quase esperado - sabe-se lá porquê - chumbo do OE, ainda iremos falar. Vai ver. Ainda falta muito tempo…
Felizmente que as previsões - sempre erradas - de Jaime Santos nunca batem certo. 8 anos de governo Paulo Rangel? Como se este medíocre político (que ainda não foi a votos no seu partido) fosse capaz de tanto.
A deputada Cecília M,pode ter os arrebatamentos de orgulho que quiser, mas a memória que tem dos factos é indício de algo mais grave,do que a simples cegueira.A contrapartida para o resgate de 78000 milhões que a CE, o BCE e o FMI, concederam a Portugal,foi a de abdicar de qualquer soberania nacional,servindo o governo de Passos-portas de executante,diligente e disciplinado, das medidas de estrangulamento e precarização de toda a economia e do emprego em Portugal.A terapêutica para uma crise que acrescentou divída à divída e manteve o défice orçamental em valores que justificavam a continuação da receita,foi partilhado entre um governo a soldo e as instituições europeias que utilizaram Portugal,Grécia e Espanha,em certa medida,para justificar uma tese que foi um rotundo falhanço.A deputada Cecília devia praticar o que advoga a religião que pratica,já que orgulho em excesso,para além de pecado é ,apenas,gratuita soberba.
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