As associações empresariais, Rui Rio e boa parte dos comentadores não hesitam: é preciso pôr mais dinheiro nas empresas. Apesar da proporção de fundos estruturais dirigidos ao sector empresarial não ter parado de aumentar desde a viragem do século (como aqui mostrei), continuam a dizer que é pouco.
Isto é o que nos dizem os interesses. E o que nos dizem os estudos?
O economista Pedro Gil, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, apresentou hoje o estudo de impacto macroeconómico do Portugal 2020 (o estudo estará em breve disponível aqui). Uma das coisas que analisa é o efeito do PIB de longo prazo de diferentes tipos de despesa.
Como mostra a tabela abaixo, os apoios às empresas têm um efeito muito menor do que o investimento público (IG) e, em particular, do que o investimento em qualificações (TRAIN).
Os modelos em que se baseiam estes resultados dependem de muitas dezenas de hipóteses, quase todas questionáveis. É verdade que o modelo foi construído pela Comissão Europeia e é usado em muitos países distintos, mas nem por isso é ciência exacta. Ainda assim, dá que pensar, não é?
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1 comentário:
A alternativa aos fundos para empresas são muito simples:
1 - Que o investimento nas empresas seja rentável: tributação de lucros, juros de suprimentos e de dividendos.
2 - Que o investimento seja seguro: protecção dos minoritários, responsabilização de gestores, pôr fim ao estado catatónico do 35º do CSC.
No estado actual os fundos europeus financiam as empresas para que estas suportem um Estado ineficiente e açambarcador, numa paz social a que a ineficiência acaba dando suporte mantendo emprego pouco qualificado e não raro desnecessário.
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