Um conhecimento mínimo da área dos determinantes sociais da saúde permite concluir que a injustiça social mata, que as propostas neoliberais, partilhadas convictamente por Ventura ou Mayan Gonçalves, matam. Em Serpa e perante meia dúzia de fascistas pingados, um cadáver apareceu no palco. Por uma vez, a verdade passou pela campanha de Ventura.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
A verdade passou por ali
Um conhecimento mínimo da área dos determinantes sociais da saúde permite concluir que a injustiça social mata, que as propostas neoliberais, partilhadas convictamente por Ventura ou Mayan Gonçalves, matam. Em Serpa e perante meia dúzia de fascistas pingados, um cadáver apareceu no palco. Por uma vez, a verdade passou pela campanha de Ventura.
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10 comentários:
As propostas neoliberais matam. TINA ao socialismo.
O problema dos nomes dos partidos em Portugal atingiu novos máximos.
Se antes tínhamos um partido social democrata que se chamava socialista e um partido liberal que se chamava social democrata, agora temos um partido neoliberal que se chama liberal e um partido bolso-trumpofónico que se chama v*ntura.
O coitado do candidato dos neoliberais estava há dias a defender a privatização do SNS, argumentando com a fraca qualidade da assistência médica oferecida aos mais pobres, por comparação com aquelas dos "superpriveligiados" funcionários públicos.
Tal como o embuste do nome, omite-se que a má assistência médica do SNS tem origem na adiantada neoliberalização do SNS em curso, da autoria de PS e PSD.
Do partido v*ntura, nem vale a pena falar.
Nada daquilo é para levar a sério. O gajo assume que os Portugueses são todos parvos e que vamos comer aquela palha podre, só por que ele está habituado a ter tudo o que quer.
Ainda vai fazer birra como o outro.
Serpa!
Serpa é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, com cerca de 14 000 habitantes. É sede de um dos mais extensos municípios de Portugal, com 1 105,63 km² de área e 15 623 habitantes (2011), subdividido em 5 freguesias.
Nunca na minha vida vi tamanha miséria moral como esta eleição presidencial...
Pergunto-me se ela - essa eleição - poderia ser diferente. Tenho de chegar à conclusão que não, pois, logo à partida, há, pelo menos, três coisas essenciais para que o debate político seja minimamente elevado: espessura e consistência ideológica, espinha dorsal e memória.
A espessura e consistência ideológica foi assassinada nos alvores da primeira campanha de Marcelo: o actual Presidente da República vendeu a imagem de alguém que dá abraços e beijinhos e que gosta de toda a gente, sendo, por sua vez (pensa ele), por toda a gente adorado (e os que ainda o não adoram, ainda descobrirão, num futuro muito próximo, as excelências do Sr. Professor). Na actual iliteracia política escorada na janela de concentração de um peixinho vermelho é impossível combater contra tal adversário: entre a complicação dos "ismos" e os "afectos" prodigamente esbanjados pelo pretérito comentador dos domingos tão lá de casa, o portuguesinho de lágrima ao canto do olho escolhe o metafórico e mui retórico ombro amigo onde possa chorar as suas quotidianas desventuras e... a ideologia que se lixe.
Espessura e consistência sempre foram prévias condições a ter a cerviz aprumada, pelo que sem elas, a coluna tende para o gelatinoso: se o Presidente da República Portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa tem de obrigatoriamente lidar com o deputado Ventura, já o mesmo não acontece com o candidato Marcelo Rebelo de Sousa, o qual só debate com o candidato Ventura se assim o desejar. Poderia haver melhor separar de águas do que o candidato Marcelo Rebelo de Sousa - o qual no seu mandato de Presidente disse ser o mais alto magistrado de TODOS OS PORTUGUESES - recusar terminantemente sentar-se à mesma mesa com um racista que exclui da grei portuguesa portugueses de etnia romani e de cor negra?
Mas a falta de "gravitas" republicana do Professor Rebelo de Sousa entende-se perfeitamente: ele há que ser como a enguia para navegar entre um acordo madeirense do PSD insular com a criatura Ventura e a possível futura serventia do Mussolini dos Pequenitos numa coisa em forma de assim à (Extrema) Direita.
Não quero ser acusado de ver o cisco no olho do vizinho ao mesmo tempo que não enxergo a trave no meu, pelo que devo afirmar que se tal comportamento - o debater (o quê, meu Deus?!!!) com um racista - mancha Marcelo, por maioria de razão manchará muito mais os candidatos (uns mais, outros menos) de Esquerda. Mas as memórias de Weimar já se desvaneceram há muito e ele há que manter de pé a oca solidez desse espantalho que é o "civilizado" debate "democrático", não vá a democratíssima criatura Ventura acusar - nos intervalos das suas furibundas catilinárias anti-ciganos e anti-negros (e anti-castanhos em geral) - a Esquerda de ser "antidemocrática"...
Privados reforçam resposta do SNS com 880 camas
Ana Maia
Os hospitais privados têm afectas 800 camas para doentes do SNS não covid e mais 80 para doentes covid-19, adiantou esta segunda-feira a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada. Durante a manhã a ministra da saúde tinha admitido poder recorrer, caso seja necessário, à requisição civil para aumentar a capacidade de resposta aos portuguese.
Quando a COVID aperta a oferta de camas do privado não chega a 10%.
Bem aventurada seja tanta generosidade!
Continuando...
Falemos ainda de memória e haja alguém que relembre (ou será que deve lembrar?) ao Sr. Mayan Gonçalves o bem que conviveram (e não poucos lucraram, veja-se a carteirinha de acções e as avenças do Sr. John Locke) os pais fundadores do seu tão querido Liberalismo com a escravatura, o tráfico negreiro, a pilhagem de continentes inteiros e o genocídio de Índios na América do Norte, de Aborígenes na Austrália, de Maoris na Nova Zelândia, de habitantes da Papua Nova-Guiné, de habitantes de Java e de (pasme-se!) Irlandeses. Haja alguém que traga ao conhecimento do Sr. Mayan o papel que as suas queridas potências liberais tiveram no deflagrar de duas Guerras Mundiais e o afinco com que, depois do último holocausto mundial, esses faróis do Liberalismo que foram e são o Reino Unido, a França e a Holanda tentaram afogar em sangue as ânsias de liberdade (esse valor tão, mas tão, liberal) dos povos da Malásia e do Quénia, da Indochina, de Madagáscar, da Argélia e da Indonésia. Mas haja sobretudo alguém que aponte ao nosso fervoroso liberal de rija cepa indígena que a sua tão adorada e muitíssimo liberal Cintilante Cidade na Colina foi criada por um punhado de esclavagistas genocidas da Nação Iroquesa e que, de 1776 a 1848, só quatro dos presidentes norte-americanos não eram esclavagistas e donos de escravos da Virgínia. Quando, por fim, Abraham Lincoln, contra ventos e marés, se opôs à Secessão dos Estados esclavagistas do Sul, teve nos liberalíssimos Lord Acton e em Gladstone, expoentes políticos do mais ilustre Liberalismo britânico, os mais ferrenhos defensores das liberdades de quem escravizava outros seres humanos.
Por fim, haja uma única alma caridosa que forneça ao Sr. Mayan um calendário, um relógio e um GPS, para que ele possa romper as tenebrosas trevas do caos espacial e temporal em que vive, porque só nesse caos pode viver alguém que vem anunciar liberais jardins paradisíacos em pleno tempo e lugar da devastação de terra queimada ao Mundo trazida pela mão deste Neoliberalismo comatoso e em estado terminal que teima em sangrar a Humanidade.
Como muita vez ouvi dizer, vinho velho vazado em odres novos não faz esse vinho ser novo. Muito menos o faz ser novo quando esse vinho nunca valeu mais do que vinagre de baixíssima qualidade perfeitamente intragável.
O Sr. Mayan nada mais é do que um vendedor de vinagre que tenta que a sua zurrapa acre passe por um doce néctar divino. Só se deixa vigarizar quem quer...
Concluindo...
Há nestas eleições um fenómeno que não deixa de maravilhar-me: o fascínio de certa gente dita de "esquerda" pela impagável Dr.ª Ana Gomes.
Elevar uma burocrata de Bruxelas à condição de última reserva da República seria risível não fosse dar-se o caso de ser essa a prova provada do indisfarçável declínio do nosso doméstico zoo político.
Fiel à máxima "Once MRpumpum, allways MRpumpum" a energética socialista dispara a torto e a direito sem olhar ao calibre da munição, sem se importar com os danos colaterais e sem cuidar se a espécie a atingir é cinegética ou é bicho de criação caseira. A senhora há muito contraiu um vírus a que não há vacina que valha: o vírus da doença púbere do esquerdismo pequeno-burguês, vírus esse que, mais do que fazer ver o mundo a preto e branco, não poucas vezes faz ver a preto o que é branco e a branco o que é preto. Se assim não fosse, como poderíamos trazer do fundo da gaveta da memória o topónimo "Trípoli" e a sorridente e contentinha deambulação da ex-eurodeputada pelo "compound" de Kadaffi que, jurava ela a pés juntos, fora escancarado ao veraneante usufruto do oprimido povo líbio pelas libertadoras bombas da NATO? E, recuando um pouco mais na coluna do tempo, como conciliou a fervorosa defensora da humanitária missão democratizadora/civilizadora da Europa as suas convicções socialistas com visitas ao paraíso de queima de bruxas que foi a Jamba desse Pol Pot austral que foi Jonas Savimbi?
Incongruências? Não... é só a Dr.ª Ana Gomes perdida no seu juvenil labirinto axadrezado.
A amálgama fica-lhe mal. Quer dizer que está pronto a meter Mayan Gonçalves no mesmo saco de Ventura.
Lá porque Hitler aplicou políticas keynesianas, isso não faz de Keynes um fascista.
Já sabíamos que para si um Liberal é um Fascista, o que presumivelmente também faz do Par Liberal Keynes um fellow traveller do ditador alemão. O mesmo se pode dizer de Lord Beveridge, já agora.
Sim, certa austeridade mata, mas que dizer então das políticas soviéticas ou chinesas? E aqui, João Rodrigues, não há qualquer dúvida que você continua a admirar esses sistemas, porque o tem escrito.
Já Mayan Gonçalves demarcou-se completamente de Ventura...
Deixe lá a violência verbal (que já sabemos onde leva, basta olhar para Trump) e as comparações ociosas e trate mas é de desmontar os argumentos de uns e de outros, sem os confundir.
André Ventura nunca teve jeito para a oratória. Os seus discursos ainda são iguais à forma como se esgrimia nos programas de futebol da CMTV: o modo de interromper, de gritar, de se repetir, como também de apresentar a pequena fotocópia (algo de muito pobre numa exposição).
Não creio numa grande votação neste autêntico aldrabão de pacotilha - o equivalente ao vendedor do elixir da longa vida do Faroeste. Se nas legislativas ainda cativou o voto com uma camada de eleitores ignorantes e cheios de vontade de mudar o sistema, desta vez o deputado «Action Man» Ventura (vestido com a indumentária de jeová, evangelista ou agente funerários), já deixou arrastar consigo uma certa lama nos debates, mau comportamento e alguns indícios do seu mau passado como jurista e político. Por isso, não acredito que o «marketing» como desastre leve alguém a tantos votos.
A sua carreira política como desastre acabará em desastre. Os próprios promotores e que manobram os cordelinhos da marioneta Ventura já se devem ter apercebido disto e não admira que algum por aí perdido num desses jornais neoliberais já tenha falado em Passos Coelho como grande líder da direita.
JN
Longa vida e um fortíssimo abraço ao maravilhoso povo de Serpa que mostrou, urbi et orbi, qual é o verdadeiro lugar de perpétua residência da criatura Ventura: numa cova, em Santa Comba Dão, aconchegadinho nos restos mortais do seu querido e imorredouro ídolo e na companhia de teias de aranha, de mofo e de bicheza vária.
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