terça-feira, 10 de setembro de 2019

Os equívocos de João Miguel Tavares sobre a social-democracia

"Ao contrário do que JMT sugere, não é uma suposta convergência dos partidos em torno de um programa social-democrata que afasta os eleitores da política e cria condições para o surgimento de movimentos que querem romper com a democracia dita liberal. O que a história recente nos mostra é o contrário: foi nos países em que os partidos socialistas e social-democratas mais se afastaram da sua tradição doutrinária (e onde os partidos da esquerda anti-capitalista são menos expressivos) que a confiança na democracia mais se degradou e onde a crise política é maior. A preservação da diversidade ideológica no sistema político português - tendo por base comum o respeito pela democracia representativa e a defesa da justiça social - é provavelmente o principal factor de estabilidade democrática em Portugal."

O resto do meu texto de hoje no DN pode ser lido no site do jornal.

16 comentários:

Jose disse...

A social-democracia dominante desde que adoptou a 'doutrina dos coitadinhos' para ter o apoio da esquerdalhada, tem-se dominantemente como parasitária.

Anónimo disse...

Com uma clareza notável e um rigor cirúrgico, RPM reduz a escombros jmt

Paf, fez jmt, imitando o pafismo que também já fizera Paf

A mediocridade desta malta é assustadora.

Esta avantesma é o que passa por intelectual de direita ( ou ainda mais à direita), tida por coisa esperta, luzidia e politicamente incorrecta.

Um chico esperto, com um défice algures nos processos cognitivos, um buraco na cultura geral, uma superficialidade no raciocínio, típica de enredo de revista da moda, uma boçalidade rasca e uma desonestidade em agravamento contínuo

Há tipos de direita inteligentes. Também os há cultos e com nível. Mas são espécimens raros, porque isto anda tudo ligado

jmt é o protótipo do intelectual de direita( ou ainda mais à direita) medíocre e com uma incapacidade inata de ser objectivo quando se olha ao espelho. A imbecilidade está â sua frente, mas o coitado, todo satisfeitinho consigo, só consegue mesmo ver o charlatão a fazer-se de engraçado

Anónimo disse...

A maior aderência eleitoral em Portugal é a "abstenção". Indiscutível.
Mesmo que não se manifestando em número de votos.
A ideologia que preside a essa conduta político/social é a indiferença. Indiferencia de quem não se sente minimamente representado nos partidos em sufrágio, ainda menos nas ideologias apregoadas.

Os partidos do poder, PS e PSD (por enquanto), sabem que são inamovíveis, daí uma discutível ilusão de estabilidade. Um somatório de 1.747.685 + 550.892 + 445.980 + 75.140 votos em heterogeneas versões de "sociais-democracias", dificilmente pode ser considerada estabilidade de origem ideológica.
Os que ainda votam não é de crer que o façam por estarem em sintonia com qualquer prendada ideologia política, económica ou social, tão ao gosto das "elites".

Gato Aurélio disse...

Ontem vi o "tudo é economia" e referiu que os programas eleitorais respeitam todos a nossa Lei Base que dá pelo nome de Constituição. Acho importante esta referencia para se perceber que, para já, quem entrar na Assembleia da República respeita a Democracia.
(Gostei também da sua insistência para se perceber a diferença entre "receita de impostos" e "carga fiscal"... Esta confusão continua a interessar a uns quantos, né... :-) ?)

Anónimo disse...

Quanto desespero de jose para só lhe saírem estas idiotices

Pobre Jose

Ainda por cima com a dificuldade de compreensão ultimamente tão patente e repetida, perante o que lê ou que ouve

Anónimo disse...

A doutrina dos coitadinhos é a inovação ideológica trazida pelas excrescências dos eugenistas de outrora

A teoria dos super-Homens ficou demasiado gasta com a derrota do nazismo. Surgiu um sucedâneo para mostrar que, mais do que questões sociais , económicas, políticas, do que tratava para esta gente, era da existência de coitadinhos e não coitadinhos

Uma espécie de responsabilização das vítimas pelas anormalidades que o sistema provoca

Uma espécie de bullyng exercido pelos sacanas que o podem exercer

Tal doutrina teve ou tem especial relevo nos círculos próximos do neoliberalismo mais caceteiro.

E teve imagens concretas no nosso país. Aquando dos anos de chumbo de Passos coelho, quem não se lembra da pesporencia e da agressividade do dito cujo e dos seus néscios berros sobre as zonas de conforto e sobre os convites â emigração

Jose apenas imita e papagueia os mestres ideológicos. Até na mediocridade como o faz

Anónimo disse...

Mas que faduncho é este sobre s abstenção?

Uma espécie de discurso envergonhado com reminiscências do tipo de extrema-direita do “ Chega”?

Faz lembrar um dos múltiplos nicks daquele aldrabão neoliberal que passa aqui o tempo.

Jose disse...

Todo o 'anormal' adora ser 'vítima do sistema'.

A 'doutrina dos coitadinhos' é a cobertura ideológica que os candidatos a pastores de vitimados lhe proporcionam... até que possam usar o cajado.

Anónimo disse...

A denominada "ideologia dos coitadinhos" encontra a sua fundamentação na pretensa superioridade de quem se arroga ao direito de vampirizar, roubar,explorar, sacanear os tais "coitadinhos"

Chama-se a isto culpabilizar as vítimas pelos próprios actos criminosos dos rúfias

-"Não aguentam o trabalho escravo? Pois, são uns coitadinhos"

(Aí uma voz néscia de um banqueiro dirá: "Ai aguentam, aguentam"
E a extrema-direita aplaude com os pés)

Percebe-se que isso enfureça quem assim vê desmascaradas as suas visões de classe e de superioridade imbecil


O melhor está para vir e que confirma onde esta gente vai buscar a sua filiação:

Ao PNR, em Portugal. Aos movimentos fundamentalistas religiosos e de extrema-direita no Brasil. Aos gurus que sustentam Bolsonaro. Um deles é Olavo de Carvalho

Basta uma simples pesquisa na net

Este jose escolhe bem as companhias. Passos também

André Vieira disse...

Escreve que "A social-democracia é frequentemente associada ao Estado Social, às políticas económicas contra-cíclicas"

Neste momento não vemos quaisquer políticas económicas contra-cíclicas. A economia cresce e o governo gasta!

Jaime Santos disse...

Um excelente texto, Ricardo Paes Mamede. Justamente, a diferença clara entre a social-democracia e a democracia-cristã/liberalismo de matriz keynesiana, é a sua insistência no aprofundamento de políticas que visam a igualdade económica.

Já o socialismo democrático pode ser definido como a tentativa de condução de uma política de índole 'dirigista', recorrendo à nacionalização da grande indústria, banca, etc, no quadro de um sistema de democracia representativa.

O que algumas das pessoas que escrevem neste blogue parecem querer ignorar é que a opção faliu nos anos setenta, ainda antes do colapso da URSS, levando à ascensão de figuras como Thatcher.

E isto no âmbito mais lato da falência de um keynesianismo de 'permanent war economy', estranho até a Keynes, para quem a função da política económica era antes de tudo o combate à recessão e ao endividamento excessivo por via de políticas anti-cíclicas.

A razão foi, evidentemente, o encarecimento do petróleo, mostrando a impossibilidade de se gerar de forma permanente taxas de crescimento que pudessem compensar o endividamento crescente do Estado (o paradoxo da rainha vermelha, com a devida vénia à deputada Mariana Mortágua).

De alguma maneira, o crescimento lento que caracteriza os nossos tempos pode ser visto como uma maldição, porque acentua as desigualdades, mas também como uma benesse.

Num mundo em crise ambiental, fica a pergunta, vamos crescer para onde, para Marte?

Anónimo disse...

Se o "André Vieira" tivesse lido com um mínimo de atenção o que escreve o autor do texto, todos ganharíamos um pouco...

E o "André Vieira" deixaria de fazer estas figuras tristes, fazendo lembrar as bojardices de um neoliberal semi-escondido, a fazer propaganda sub-reptícia à propaganda repelente de ressabiados pafistas


O texto é um texto claro e sintético sobre as idiotices balofas dum oportunista que é levado em ombros pelos que estão viúvos de Passos e Cavaco. Os protagonistas desta história esquecem-se das figuras tristes que fazem. O rei vai nú, mas não só. Vai nú e ostenta uma carcaça tão pífia, que mesmo só outras carcaças pífias não vêem a mediocridade da dita...carcaça


Como já demos para manobras diletantes dos andrés vieiras etc etc, nem sequer vamos equacionar os arrufos sobre o "governo gasta", nem sobre "políticas contra-cíclicas". Ouvimos isto todos os dias pela mão dos media e da tralha neoliberal.

Ora quem apenas papagueia a Teodora Cardoso desta forma mais primária do que esta, não merece mais do que um ponto final parágrafo

Anónimo disse...

Antes era crescer para o céu e aguentar o inferno na terra

Pelo menos era o que papagueavam as classes dominantes para terem o seu reino na terra

Agora é crescer para Marte! Em jeito de gozo com o pagode

Anónimo disse...

A falência das opções que não passam pelo capitalismo, apregoada desta forma tão repetitiva, quase que a raiar o patológico, demonstra incomodidade por parte de Jaime Santos.

Mesmo medo

Que diacho. Dar como enterradas alternativas que nem têm um século ê péssimo. . Dar como argumentos a
Sra Thatcher,para evidenciar a supremacia da tralha neoliberal e o irremediável da coisa, é igualmente péssimo.

Parece que o catolicismo demorou mais de meio milénio a implantar-se e a assumir-se como religião universal

Tantos crimes mas também tantos mártires até aos dias de hoje

Que receios passam pela cabeça de Jaime Santos para esta repetição quase que supersticiosa?

Mau sinal. Sinal de insegurança. Sinal de medo.?

Mas também seguramente sinal de bispo a tentar impingir a imutabilidade da desigualdade e opressão

Anónimo disse...

Há uma outra história, muito mal contada, sobre a crise e o não crescimento e o petróleo e todo o rosário de queixas que alguns arrastam atrás de si

É que, para alguns, há crescimento. E muito
Cada vez mais ricos. Com uma concentração da riqueza cada vez maior.

Ah, grandes os filósofos que souberam ver para além da ponta do dedo e indicaram o caminho para onde seguiria o Capital

O carpir das mágoas, tão característico de JS, esbarra na realidade. A distribuição da riqueza faz-se de acordo com o domínio dos tais 1% E esses querem continuar a crescer. Cada vez mais

Mais pistas para a obsessiva actuação do sr Jaime Santos

JE disse...

"O que a história recente nos mostra é o contrário: foi nos países em que os partidos socialistas e social-democratas mais se afastaram da sua tradição doutrinária (e onde os partidos da esquerda anti-capitalista são menos expressivos) que a confiança na democracia mais se degradou e onde a crise política é maior"

Esta deve ter doído tanto a Jaime Santos, que este saltou por cima dela.

E como a tentativa de arranjar clivagens sérias onde elas não existem é sempre uma via escolhida por quem tem que justificar as suas derivas ideológicas à direita, Jaime Santos não tem outro remédio senão dizer:
"Um excelente texto Ricardo Paes Mamede"

Pois é. Mais claro que isto...