O documentário do sempre genialmente parcial Nanni Moretti estreia entre nós hoje, dia 11 de Setembro, quarenta e seis anos depois do golpe fascista. Allende vive:
Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor. Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.
Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor. Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.
43 comentários:
Veremos…como dos tachos às balas é um passo.
Um comentário repugnante este de jose
Com aquele grau de humanidade de quem tentou investigar as motivações de Barrientos, quando mandou metralhar homens, mulheres e crianças
Um passo ? De ganso?
João, estreia onde?
Um belo texto
A diferença abissal que há entre os que se movem pelos ideais do progresso, da dignidsde dos povos e da sua independência e os que se movem pelos seus interesses fundados na exploração das populações,no neoliberalismo e no imperialismo
Diz que estreia pelo menos no cinema Ideal em Lisboa.
Tachos e balas...
Um passo
Por acaso promovidos os tachos pelos mesmos que depois irão disparar as balas
O "veremos" do tipo que assim associa as duas coisas tem algo de ameaçador
Não, não somos imparciais. Não nos juntamos aos canalhas
A limpidez de quem luta por um "país justo, feliz e digno"
(...) A treinta años del crimen, hay miserables que interpretan el suicidio de Allende como una derrota. No entienden las razones de un hombre leal, que en el fragor del combate entendió que su último sacrificio evitaría a su pueblo la máxima de las humillaciones; ver a su dirigente, a su líder, encadenado y a merced de los tiranos.
Queridas compañeras, queridos Compañeros: no hay honor más grande que el haber sido compañeros de lucha y de sueños de un hombre como Salvador Allende. No hay orgullo mayor que esos mil días liderados por el Compañero Presidente.
No somos víctimas ni del destino ni de la ira de un dios enloquecido. La historia oficial, la mentira como razón de Estado nos presenta como a responsables de un crimen que, cada vez que intentan explicar, las palabras huyen de sus bocas pues no quieren ser parte del vocabulario de la vergüenza. Si nuestro intento por hacer de Chile un país justo, feliz y digno nos hace culpables, entonces asumimos la culpa con orgullo. La cárcel, la tortura, las desapariciones, el robo, el exilio, el no tener un país al que volver, el dolor, si todo eso era el precio a pagar por nuestro esfuerzo justiciero, entonces sépase que lo hemos pagado con el orgullo de los que no renunciaron a su dignidad, de los que resistieron en los interrogatorios, de los que murieron en el exilio, de los que regresaron a luchar contra la dictadura, de los que todavía sueñan y se organizan, de los que no participan de la farsa pseudo democrática de los administradores del legado de la dictadura.
Junto a Salvador Allende fuimos protagonistas de los mil días más plenos, bellos e intensos de la historia de Chile. Sobre nosotros dejaron caer todo el horror, pero no consiguieron ni conseguirán borrar de nuestros corazones el Memorial de los Años más Felices.
Cuando en los momentos más duros de nuestros mil días, la provocación del fascismo, de la derecha, del imperialismo yanqui, hacía que la ira se instalara peligrosamente en nuestros ánimos, el Compañero Presidente nos aconsejaba: "Vayan a sus casas, besen a sus mujeres, acaricien a sus hijos". Ahora, a treinta años de la gran traición, que la cercanía de los nuestros, que el recuerdo de los que nos faltan, y el orgullo de todo lo que hicimos sean los grandes convocantes de lo que debemos recordar. Que las palabras Compañera y Compañero suenen como una caricia, y bebamos con orgullo el vino digno de las mujeres y los hombres que lo dieron todo, que lo dieron todo y pensaron que no era suficiente.»
Agosto 2003
Luís Sepúlveda em
«Memorial dos Dias Felizes»
Nanni Moretti:
“Nunca serei imparcial tendo os torturadores num lado e as vítimas noutro”
Jose tentava justificar assim os tachos...e as balas:
"A bagunça esquerdalha no Chile do Allende não tem nada a ver com o caso."?
(11/09/2017 pelas 20:31)
Acho que também tentou justificar o massacre de San juan às ordens de Barrientos com a figura de Che Guevara
Jose é um justificador.
Um justificador parcial, claro. Daquele género que entre os torturadores e as vítimas, prefere os torturadores
Santiago, Itália, documentário de Nanni Moretti sobre o golpe de Pinochet em exibição no Porto (Cinema Trindade, 19h) e em Lisboa (Cinema Ideal, 21h30).
"Os mil dias do Governo de Unidade Popular foram muito duros, intensos, sofridos e ditosos. Dormíamos pouco. Vivíamos em todo o lado e em lado nenhum. Tivemos problemas sérios e procurámos soluções. Esses mil dias podem ser acompanhados de qualquer adjectivo, mas se há uma grande verdade é que, para todos aqueles e aquelas que tivemos a honra de ser militantes do processo revolucionário chileno, foram dias felizes, e essa felicidade é e será sempre nossa, permanece e permanecerá inalterável.
Queridas companheiras, queridos companheiros. Quem de nós pode esquecer o sorriso dos irmãos Weibel, de Carlos Lorca, de Miguel Enríquez, de Bautista von Schowen, de Isidoro Carrilo, de La Payita, de Pepe Carrasco, de Lumi Videla, de Dago Pérez, de Sérgio Leiva, de Arnoldo Camú, de todas e todos os que hoje, trinta anos mais tarde, não estão connosco mas vivem em nós?
Cada uma e cada um tem na sua memória um álbum particular de recordações felizes daqueles dias em que demos tudo, e parecia-nos que dávamos muito pouco, porque tínhamos gravado na pele os versos do poeta cubano Fayad Jamis: "por esta revolução haverá que dar tudo, haverá que dar tudo, e nunca será o suficiente". Houve quem no cómodo e cobarde cepticismo desfrutou de um tempo morto a que chamaram juventude. Nós, sim, tivemos juventude, e foi vital, rebelde, inconformista, incandescente, porque se forjou nos trabalhos voluntários, nas frias noites da acção e propaganda.
Não houve beijos de amor mais fogosos do que aqueles que se deram no fragor das brigadas muralistas. Aquele que beijou uma rapariga da brigada Ramon Parra ou Elmo Catalán beijou o céu e não houve espada capaz de tirar esse sabor dos lábios.
Outros, na atroz cobardia dos que criticaram sem dar nada, sem se queimar, sem arriscarem, sem conhecer o magnífico sentimento de fazer o que é justo e no momento justo, nas suas mansões sem glória, comendo na prata que herdaram dos comendados e bebendo puro suor dos operários, avisavam que estávamos a cometer excessos. Claro que cometemos erros. Éramos autodidactas na grande tarefa de transformar a sociedade chilena. Metemos muitas vezes o pé na argola mas nunca as mãos nos bens do povo. Enquanto outros conspiravam, nós alfabetizávamos. Enquanto outros se aferravam com fúria homicida aos seus bens mal adquiridos, pois a propriedade da terra vem sempre do roubo, nós permitimos que os párias da terra olhassem pela primeira vez para os olhos do patrão e lhe dissessem: "Grande filho-da-puta, exploraste-me, tal como aos meus pais e avós, mas aos meus filhos e aos filhos dos meus filhos não os explorarás." E essas palavras são parte do nosso legado feliz, da nossa memória feliz.
Fumávamos "marijuana" dos Andes misturada com tabaco doce dos Baracoas. Ouvíamos os Quilapayún e Janis Joplin. Cantávamos com Victor Jara, os Inti Illimani e os The Mamas and Papas. Dançávamos com Hector Pavez, Margot Loyola, e os quatro rapazes de Liverpool fizeram suspirar os nossos corações. Usámos calças à boca de sino e as nossas raparigas minissaias que excitavam Deus e o Diabo. E tínhamos maneiras próprias de estar, que com uma só palavra diziam quem éramos e o que sonhávamos: Olá, companheira, olá companheiro. E com isso ficava tudo dito.
Angel Parra, Rolando Alarcón, Isabel Parra e mil cantores populares deram-nos uma nova dimensão do amor, esse formidável verbo que começámos a conjugar à nossa maneira.
(cont)
Traçámos metas impossíveis, SUL-realistas, e cumprimo-las. Por uma vez na nossa história, todos os meninos do Chile mamaram meio litro de leite, de leite branco e justo, de leite necessário e proletário, porque o pagaram justamente os que produziam a riqueza. Um dia fez-se a grande conferência da UNCTAD [Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento], e os arquitectos, e os engenheiros, e os capatazes opinaram que não era possível levantar o grande edifício que nos mostraria como um povo em marcha, mas os nossos pedreiros, electricistas, estucadores e professores de capacete salpicado de gesso disseram que sim, que era possível, e fizeram-no. Mais tarde foi o edifício da juventude chilena. Quem não comeu algum dia na UNCTAD, chamado também edifício Gabriela Mistral e que mais tarde foi usurpado pelos assassinos? Todavia, ele aí está e aí permanecerá como um enorme testemunho desses mil dias em que tudo foi possível.
Os que não tinham imaginação nem lugar nesse reino do possível, do dito possível, conspiravam contra o sol, contra o mar, contra o Verão a partir das suas mansões de Reñaca ou Papudo. Mas nos balneários populares as famílias dos operários tinham pela primeira vez a possibilidade de estar ao sol, junto ao mar, que de verdade nos banhou tranquilo. Jogaram ao pôr-do-sol, passearam de mão dada, amaram-se, fizeram planos possíveis, enquanto as crianças eram entretidas pelos voluntários da Federação de Estudantes do Chile, e divertiam-se com os títeres, o teatro, as aulas de música e de pintura dadas por artistas militantes de um povo em marcha.
Hoje, trinta anos depois, alguns dos que não tiveram a ousadia de se envolver, de dar tudo, ufanam-se de uma estranha capacidade premonitória que lhes permitiu vaticinar o desastre e os aconselhou a manter-se à margem. Miseráveis, pobres miseráveis que perderam a oportunidade mais bela de fazer história, mas de a fazer justa. Esses mesmos são hoje os paladinos da reconciliação e apontam-nos os "excessos". Mas esses iluminados nunca mencionam um desses excessos em particular: Provocámos o imperialismo ianque quando nacionalizámos o cobre? Esquecem que o fizemos com tanta suavidade, inclusivamente pagando indemnizações, que chegámos a ser alvo de críticas da própria esquerda. Mas fizemo-lo assim porque não queríamos a confrontação directa com o inimigo da humanidade. Soubemos responder às provocações com vigor e com violência quando ela foi precisa, mas nunca provocámos. O nosso tempo era o tempo dos construtores, prestávamos toda a atenção à argamassa que uniria os ladrilhos da grande casa chilena, e nenhuma à conjura porque éramos e somos mulheres e homens de honra.
A maior expressão cultural de um povo é a sua organização, e fomos um povo muito culto porque a nossa organização, polifacetada, plural, às vezes docemente anárquica, orientava-nos para a vida. O sonho de Salvador Allende era elevar a expectativa de vida dos chilenos para os níveis dos países desenvolvidos. O seu desafio pessoal era permitir que cada chileno tivesse vinte anos mais para desenvolver a sua capacidade criadora, o seu engenho, e para que a velhice deixasse de ser um espaço de miséria e derrota, e fosse, pelo contrário, a soma de uma experiência, a herança de um povo.
Numa entrevista com Roberto Rossellini, o companheiro Presidente conta-lhe que as suas mãos de médico tinham realizado mil e quinhentas autópsias, que as suas mãos de médico conheciam a atroz força da morte e a precária fortaleza da vida. Salvador Allende foi o líder mais preclaro da América Latina, a vida era a sua companhia, e a vida foi a nossa bandeira de luta.
Los mil días del Gobierno de Allende || Memorial de los años felices
Luis Sepúlveda || Rebelión || 30 de agosto del 2003
https://en.wikipedia.org/wiki/Salvador_Allende#Supreme_Court's_resolution
On 26 May 1973, the Supreme Court of Chile unanimously denounced the Allende government's disruption of the legality of the nation in its failure to uphold judicial decisions, because of its continual refusal to permit police execution of judicial decisions contrary to the government's own measures.
… um democrata irrepreensível!
É metralhá-lo. É metralhá-lo
Dirá jose aos berros e histérico
Sempre haverá inocentes para metralhar , continuará jose
E metralharam. Da forma como os fascistas gostam. Da forma como jose gosta
Infelizmente para jose, nós sabemos onde foi parar a democracia chilena
E também sabemos o ódio de morte que a extrema-direita tinha por Allende
(Ê metralhá-los. Ê metralhá-los.
Gritavam em uníssono e a plenos pulmões os Josés de ontem e os barrientos de hoje. Ou vice-versa e versa-vice)
A alegria contagiante de Sepulveda põe os nervos em franja aos adeptos da metralhadora
Não gostam nem da alegria nem dessa história de leite para as crianças. Estas como se sabe são “coitadinhas” E “inocentes”. Pelo que segundo a dinâmica político-ideológica de herr jose, devem ser metralhadas
A bem da nação e dos fabricantes de armas
Não deixa de ser simultaneamente revelador e sinistro os esforços de jose em defesa da "legalidade"
É que ele foi um dos que pontificou pelos insultos ao Tribunal Constutucional, assumindo até a subversão do estado democrático, com o seus apelos a este ser ultrapassado e julgado por entraves à Ordem Nova da extrema-direita.
E foi um dos que defendeu a metralha sobre homens,mulheres e crianças. Como método judicial porque, segundo as suas próprias palavras "evidentemente que o Estado tinha que reagir a semelhante despautério".
Como?
Metralhando e assassinando.
A defesa inviesada do golpe de estado fascista de Pinochet ( faltam tomates a quem a faz para assumir a sua condição) manifesta-se de várias formas.
Sempre que há um texto que sobressaia pela clareza, pela denuncia da opressão e pela celebração da alegria de quem ama a vida, faz soar os mecanismos de alerta e de medo de jose
Os exemplos podem frutificar e isso é mau para o negócio
1 Terrorista em Washington
Al Qaeda? A KGB? A inteligência cubana? O regime comunista da Coreia do Norte? Não, o primeiro atentado terrorista internacional com bomba e saldo de mortos na História da capital dos EUA não foi da autoria desses grupos ou serviços secretos. O autor foi o ditador chileno Augusto Pinochet, que derrubou o presidente Salvador Allende em 1973. Em 1976 Pinochet ordenou o assassinato do ex-chanceler de Allende, Orlando Letelier – que estava no exílio – com uma bomba sob seu carro a menos de 20 quarteirões da Casa Branca, no Sheridan Circle, em Washington. Na explosão também morreu a secretária de Letelier, Ronni Moffit.
2-A ditadura pinochetista foi especialmente cruel com as prisioneiras: a Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura, indicou que, de um total de 3.621 mulheres detidas, 3.399 foram estupradas de forma individual ou coletiva pelos militares. Destas, pelo menos treze mulheres ficaram grávidas. E delas, seis deram à luz os filhos indesejados de seus torturadores. Os militares chilenos também colocaram ratos vivos dentro das vaginas das prisioneiras. Além disso, utilizaram cachorros (pastores alemães e mastins) para violar as prisioneiras.
3-3 A rede de pedofilia nazista autorizada por Pinochet
Em 1961 o alemão Paul Schaefer, um pregador evangélico pedófilo que havia integrado o partido nazista em Sieburg nos anos 30 e 40, fugiu da Justiça alemã e migrou para o Chile, onde, acompanhado por dezenas de seguidores, criou a "Sociedade Beneficente Dignidade" na região de Maule. Schaefer fez da "Colônia Dignidade" seu feudo pessoal, uma espécie de pequeno país-igreja que continha em seus 17 mil hectares uma escola, padaria, um hospital, moradias, áreas de plantação, cinco empresas (que funcionaram fora da legislação trabalhista e tributária do Chile durante décadas), além de uma rede secreta de túneis e bunkers. A colônia, protegida por cercas de arame farpado, havia ficado de fora de todos os censos realizados no Chile. Os habitantes tinham um contato mínimo com o exterior e eram doutrinados constantemente. As relações sentimentais estavam controladas por Schaefer e só podiam acontecer após sua autorização. Crianças dos camponeses da área de fora da Colônia eram entregues a Schaefer, que prometia a seus pais que seus filhos teriam "educação gratuita". Mas, em vez de educação, eram sodomizados pelo ex-cabo nazista. A partir do golpe de 1973, protagonizado pelo general Augusto Pinochet, amigo de Schaefer, o lugar transformou-se em um centro clandestino da DINA (o serviço secreto do regime). Ali foram detidas e torturadas centenas de prisioneiros. O estabelecimento também foi usado para a fabricação clandestina de gás sarin, que a ditadura utilizava em pequenas doses para realizar atentados contra exilados políticos no exterior. Em 1990 o governo Pinochet acabou e também a proteção de Schaefer, que anos depois foi julgado e condenado à cadeia.
4 Violações dos direitos humanos
Em 2010 – durante o primeiro governo de Sebastián Piñera – a Comissão Valech determinou que entre 1973 e 1980 o regime de Pinochet deteve e torturou pelo menos 40.018 civis. Desse total, segundo o relatório, 3.065 civis foram assassinados.
55 Genocida cultural
Pinochet ordenou a queima de dezenas de bibliotecas, ação que nos últimos anos os historiadores começaram a classificar de "genocídio cultural". O próprio regime, em 1988, admitiu a queima de 15 mil livros, mas especialistas sustentam que foi muito mais. Um dos casos mais emblemáticos foi a queima de livros sobre o estilo da pintura "cubismo", pois os militares achavam que tinha a ver com a "Cuba comunista".
6 Cor de rosa e sem mão esquerda
Durante o governo militar os editores do jornal chileno La Nación iam constantemente à gráfica para verificar se Pinochet sempre aparecia "rosadito" (cor-de-rosinha) nas fotos. Todas as fotos deviam exibir o ditador com boa aparência. Além disso, a paranoia com qualquer sinal de suposta "esquerdice" era tão grande que uma vez retiraram de todas as bancas, às pressas, uma edição que tinha uma foto na qual o ditador aparecia saudando um grupo de simpatizantes com a mão esquerda. Levantar essa mão, eles consideravam, não ficava bem para um emblema do anti-comunismo.
7 Privatizações para todos (menos para os militares)
Em 1980, Pinochet privatizou as aposentadorias dos chilenos, incluindo a dos funcionários públicos. Pinochet, que além disso havia feito várias privatizações de empresas estatais, despontava como um emblema do neoliberalismo na região. O regime prometia que os aposentados receberiam o equivalente a 70% dos salários que tinham quando ainda estavam em atividade. Mas a realidade é que os aposentados recebem em média 37% dos salários que recebiam antes de aposentarem-se (e por esse motivo, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, as pensões chilenas são uma das mais baixas da região). Pinochet foi neoliberal... "pero no mucho", já que manteve estatizadas as pensões dos militares e dos policiais, que recebem 100% dos seus último salários. Os privatizados civis chilenos se aposentam entre os 35 e 40 anos de contribuição. Os estatizados militares, aos 28 anos de serviço.
Os torcionários têm sempre lugar no aparelho do estado dos fascistas
Em 1971, Salvador Allende havia estatizado as empresas de cobre, o principal commodity do Chile. Pinochet derrubou Allende argumentando, entre outos motivos, a estatização feita. No entanto, Pinochet manteve a estatização do cobre. E, além disso, unificou todas as estatais desse metal em uma única empresa, a mega-estatal Codelco. E é essa estatal que produz, até hoje, os maiores lucros das exportações chilenas. O dinheiro era distribuído pelos amigos e serviu para pagar também "juízes" e os sicários fascistas
https://en.wikipedia.org/wiki/Salvador_Allende
Chile real wages between 1967 and 1977. Orange lines mark the beginning and end of Allende's presidency
https://en.wikipedia.org/wiki/Salvador_Allende
On 22 August 1973, the Christian Democrats and the National Party members of the Chamber of Deputies joined together to vote 81 to 47 in favor of a resolution that asked the authorities to "put an immediate end" to "breach[es of] the Constitution…with the goal of redirecting government activity toward the path of law and ensuring the Constitutional order of our Nation, and the essential underpinnings of democratic co-existence among Chileans."
…«às vezes docemente anárquica» nas palavras de Sepúlveda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Allende
“Allende fez um pedido pessoal de dinheiro a União Soviética através de o oficial da KGB Svyatoslav Kuznetsov (codinome LEONID), chegou ao Chile a partir de Cidade do México para ajudar Allende.[17] A distribuição original do dinheiro para estas eleições através da KGB foi de US$ 400.000 e um subsídio pessoal de US$ 50.000 foi enviada diretamente para Allende, com um adicional de US$ 100.000 canalizado através de fundos para o Partido Comunista do Chile.”
Nem sempre basta ter bons amigos.
Percebe-se o desespero de jose
O pobre coitado tentou justificar o metralhar de homens,mulheres e crianças por causa do "despautério" na Bolívia. Barrientos e o nazi Barbie deram o contributo necessário
Jose ficou mais tranquilo e sossegado pela acção dos "brutos", como eufemistica e de forma suspeita se referiu aos crápulas governamentais da extrema-direita. E tratou de tentar limpar a trampa dos assassinos
Mas não ficou nada sossegado com o que se denunciava por aqui
(Num intermezzo cómico, a revelação que os fascistas lançavam para a fogueira os livros que abordavam a pintura cubista, pela associação com "Cuba comunista" faz lembrar a proverbial ileteracia do nosso patronato. Daquele que é obeso e que prima pelo saque e exploração desenfreada
Teriam lugar no exército fascista de pinochet)
Jose volta inquieto a citar a wikipedia.
Insiste com o respeito da "legalidade". Fala numa decisão adoptada pela camara dos deputados, curiosamente por dois partidos atascados até ao pescoço no golpe fascista...
Continuamos sem saber como isso se compagina com as orientações de jose em relação às decisões do nosso TC e os seus apelos ao seu atropelo,juntando-se aos sacanas sem lei que proclamavam a sua eliminação
Continuamos sem saber como isso se compagina legalmente com as justificações da metralha para acabar com o despautério lá na casa do seu protegido Barrrientos
Mas continuamos sem ter direito a assistir ao que foi aprovado na tal camara. Na sua forma um pouco mais completa. E francamante mais sinistra:
On 22 August, the Chamber of Deputies (with the Christian Democrats uniting with the National Party) accused the government of unconstitutional acts through Allende's refusal to promulgate constitutional amendments, already approved by the Chamber, which would have prevented his government from continuing his massive nationalization plan and called upon the military to enforce constitutional order.
Foi "apagado" por jose o apelo ao golpe fascista.
Heil pinochet? Sob a capa dos democratas cristãos e do partido nacional?
Esfreguemos na cara dos joses deste mundo, na cara dos justificadores de massacres e de golpes fascistas ( esperando que tal não seja censurado), o retrato completo, para além das citações da trampa escolhidas pelos seus orgãos de informação
"Two days later, on 24 August 1973, President Allende responded, characterising the Congress's declaration as "destined to damage the country’s prestige abroad and create internal confusion", predicting "It will facilitate the seditious intention of certain sectors." He noted that the declaration (passed 81–47 in the Chamber of Deputies) had not obtained the two-thirds Senate majority "constitutionally required" to convict the president of abuse of power: essentially, the Congress were "invoking the intervention of the armed forces and of Order against a democratically-elected government" and "subordinat[ing] political representation of national sovereignty to the armed institutions, which neither can nor ought to assume either political functions or the representation of the popular will."
Allende argued he had obeyed constitutional means for including military men to the cabinet at the service of civic peace and national security, defending republican institutions against insurrection and terrorism. In contrast, he said that Congress was promoting a coup d’état or a civil war with a declaration full of affirmations that had already been refuted beforehand and which, in substance and process (directly handing it to the ministers rather than directly handing it to the President) violated a dozen articles of the (then-current) Constitution. He further argued that the legislature was usurping the government's executive function.
President Allende wrote: "Chilean democracy is a conquest by all of the people. It is neither the work nor the gift of the exploiting classes, and it will be defended by those who, with sacrifices accumulated over generations, have imposed it...With a tranquil conscience...I sustain that never before has Chile had a more democratic government than that over which I have the honor to preside...I solemnly reiterate my decision to develop democracy and a state of law to their ultimate consequences...Congress has made itself a bastion against the transformations...and has done everything it can to perturb the functioning of the finances and of the institutions, sterilizing all creative initiatives."
Adding that economic and political means would be needed to relieve the country's current crisis, and that the Congress were obstructing said means; having already paralyzed the State, they sought to destroy it. He concluded by calling upon the workers, all democrats and patriots to join him in defending the Chilean Constitution and the revolutionary process.
E Allende estava certo. Tremendamente certo, como a História o veio provar
Tal como as palavras de Luís Sepúlveda acertam no alvo.Tão no alvo que levam ao esforço esforçado, patetico e desesperado da parte de jose para o tentar diminuir
Compreende-se
Quem louva os discursos de salazar como "claros e lúcidos" tem qualquer coisa de particular:
-ou tem o gosto embotado pelos trejeitos manhosos duma escrita medíocre,tão pernóstica como serôdia e bolorenta
-ou é um indefectível salazarista, insensível à mediocridade estética eliterária da coisa
-ou outra coisa ainda, mas, por ser da esfera da vida particular de jose, me abstenho de explicitar
De qualquer das formas há aqui um jogo de cores e de sombras que importa sublinhar
Sepúlveda e a alegria. Sepúlveda e a celebração dos dias claros. Sepúlveda e a comunhão com os outros. Com a humanidade no seu todo.
E Sepulveda e a qualidade literária, integra e luminosa
Salazar ficará na sombra do que é fétido e podre. Pinochet na dos grandes crápulas de extrema-direita. Ambos coisas reles. Ambos podiam cantar como os fdp falangistas e franquistas espanhóis:
"Viva la muerte"
(Curiosamente jose juntar-se-ia aqueles na utilização dessa coisa abjecta que é a celebração da morte. Sobre a frase bestial ( de besta) jose dirá que é o "romantismo associado ao 'Viva la muerte'
E repetirá : 'Viva la muerte' é o romantismo máximo se..."
Não há nenhum "se"
Já passou o tempo de justificar canalhas e assasinos e de lhes louvar desta forma repulsiva o "romantismo" de filhos da puta sem mãe
https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2017/10/perto-do-fogo.html
Há mais
Bastante mais
Por exemplo, este fragmento de texto "escolhido a preceito por jose,da edição portuguesa da wikipedia
"“Allende fez um pedido pessoal de dinheiro a União Soviética através de o oficial da KGB Svyatoslav Kuznetsov (codinome LEONID), chegou ao Chile a partir de Cidade do México para ajudar Allende.[17] A distribuição original do dinheiro para estas eleições através da KGB foi de US$ 400.000 e um subsídio pessoal de US$ 50.000 foi enviada diretamente para Allende, com um adicional de US$ 100.000 canalizado através de fundos para o Partido Comunista do Chile.”
Porque motivo jose muda de repente de fonte, de uma versão da wikipedia para outra versão da mesma?
Porque a versão em língua portuguesa manipula e aldraba factos. E jose escolhe esta para seu uso pessoal
O que diz a wikipedia em inglês?
Political and moral support came mostly through the Communist Party and unions of the Soviet Union. For instance, Allende received the Lenin Peace Prize from the Soviet Union in 1972. However, there were some fundamental differences between Allende and Soviet political analysts, who believed that some violence – or measures that those analysts "theoretically considered to be just" – should have been used.[93] Declarations from KGB General Nikolai Leonov, former Deputy Chief of the First Chief Directorate of the KGB, confirmed that the Soviet Union supported Allende's government economically, politically and militarily.[93] Leonov stated in an interview at the Chilean Center of Public Studies (CEP) that the Soviet economic support included over $100 million in credit, three fishing ships (that distributed 17,000 tons of frozen fish to the population), factories (as help after the 1971 earthquake), 3,100 tractors, 74,000 tons of wheat and more than a million tins of condensed milk.[93]
In mid-1973 the USSR had approved the delivery of weapons (artillery, tanks) to the Chilean Army. However, when news of an attempt from the Army to depose Allende through a coup d'état reached Soviet officials, the shipment was redirected to another country.[93]
Tradução apressada:
O apoio político e moral veio principalmente do Partido Comunista e dos sindicatos da União Soviética. Por exemplo, Allende recebeu o Prêmio da Paz de Lenin da União Soviética em 1972. No entanto, havia algumas diferenças fundamentais entre Allende e os analistas políticos soviéticos, que acreditavam que alguma violência - ou medidas que esses analistas "teoricamente consideravam justas" - deveriam foram usados. [93] Declarações do general da KGB Nikolai Leonov, ex-vice-chefe da Primeira Diretoria da KGB, confirmaram que a União Soviética apoiava o governo de Allende econômica, política e militarmente. [93] Leonov afirmou em uma entrevista no Centro Chileno de Estudos Públicos (CEP) que o apoio econômico soviético incluía mais de US $ 100 milhões em crédito, três navios de pesca (que distribuíam 17.000 toneladas de peixe congelado à população), fábricas (como ajuda depois de 1971 terremoto), 3.100 tratores, 74.000 toneladas de trigo e mais de um milhão de latas de leite condensado. [93]
Em meados de 1973, a URSS havia aprovado a entrega de armas (artilharia, tanques) ao Exército chileno. No entanto, quando as notícias de uma tentativa do Exército de depor Allende através de um golpe de estado chegaram às autoridades soviéticas, o carregamento foi redirecionado para outro país. [93]"
A parcialidade da tropa fandanga apoiante de Pinochet e do seu golpe mostra-se na própria página da wikipedia
Não vale a pena esmiuçar agora muito. Quem quiser que compare e que tire as suas próprias conclusões
Compare-se a título de exemplo o "sumário" da edição portuguesa com a inglesa
Índice
1 Biografia
1.1 Origens
1.2 Início da carreira política e breve historial
1.3 Eleito presidente
1.4 A presidência
2 Envolvimento soviético
3 O golpe militar no Chile
3.1 Primeira tentativa
3.2 O Estado de sítio
4 Análises do Governo Allende
4.1 Versões sobre a morte
5 Ver também
6 Referências
7 Bibliografia
Contents
1 Early life
2 Political involvement up to 1970
3 1970 election
4 Presidency
5 Foreign relations during Allende's presidency
5.1 US involvement
5.2 Relationships with the Soviet Union
6 Crisis
6.1 Supreme Court's resolution
6.2 Chamber of Deputies' resolution
6.3 President Allende's response
7 Coup
7.1 Death
8 Family
9 Memorials
10 Notes
11 References
12 Sources
13 Further reading
14 External links
Antes do "golpe militar" vem o "envolvimento soviético". O envolvimento americano não consta como capítulo.
Compare-se com a versão inglesa.
De uma cajadada desmontam-se duas coisas:
-Por um lado a "qualidade" da Wikipedia. Quando sabemos que um dos que por lá anda a redigir ( e deturpar ) textos é um tipo de nome joão pimentel ferreira todos os receios são legítimos, porque todas as aldrabices são possíveis
-Por outro a "qualidade" de jose e dos seus pedaços escolhidos
Passam 46 anos do golpe de Estado no Chile que derrubou Salvador Allende.
Era o 11 de Setembro de 1973. A República do Chile era a democracia mais avançada da América Latina, mas o contexto internacional era complicado. Muito complicado. Três anos antes, o candidato da Unidade Popular Salvador Allende havia-se imposto nas eleições presidenciais com a sua “via pacífica para o socialismo”. Mas os Estados Unidos tinham como muito claro que a Unidade Popular não podia triunfar. Tinha-o deixado muito claro o seu secretário de Estado, Kissinger, durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional realizada em 1970. “O sucesso de um governo marxista eleito pelo povo seria um claro exemplo (e até um precedente) para outras partes do mundo”. Ali mesmo, em 1970, começaram os ataques à economia chilena para a isolar, a enfraquecer e a desestabilizar até fazer do Chile um país ingovernável. Allende, porém, resistia.
A Unidade Popular permanecia no poder e mantinha o apoio social. Foi então, em 11 de Setembro, que se recorreu à violência. Às armas. Ao sangue. Quando o exército chileno conquistou o seu próprio país e Allende perdeu a vida encurralado no Palácio de la Moneda. “A história é nossa e fazem-na os povos”, lançou o socialista na sua última mensagem à nação chilena.
Nesse 11 de Setembro de 1973 consumou-se a infâmia. Um acto de guerra, como o bombardeamento do palácio de La Moneda, acabava com a democracia chilena. Os partidos políticos eram banidos, as liberdades e os direitos dos cidadãos eram suprimidos. Chegavam o exílio e a repressão sistemática. Acabavam também o controlo dos preços, a distribuição de leite nas escolas e a proteção laboral dos trabalhadores. O império do terror era imposto. No topo da ditadura brutal e como seu rosto visível foi-se impondo a figura de Augusto Pinochet, que havia sido o chefe máximo das Forças Armadas durante a presidência de Allende. Esse militar apresentava-se assim perante o mundo como um paradigma de ditador impiedoso e entronizado pela traição. Como escreveu o historiador Josep Fontana, Pinochet simbolizou como ninguém a imagem do fascismo na América Latina.
o Doutor em História da Universidade de Barcelona, Mario Amorós, publicou Pinochet. Biografia militar y política (Edições B), a primeira biografia histórica do ditador documentada em arquivos e bibliotecas de quatro países diferentes, centenas de artigos e referências na imprensa, discursos, entrevistas, testemunhos e opiniões de familiares e colaboradores. Em suma, um trabalho de mais de 800 páginas que aspira a converter-se em referência mundial para tratar uma das figuras mais importantes do século XX: Augusto Pinochet.
Este livro chega, além disso, num momento novamente complicado. Líderes como Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, manifestaram-se a favor de Pinochet e do seu golpe de Estado. Também seguidores de Donald Trump, que escolheram o seu nome para uma polémica T-shirt com o lema “Pinochet não fez nada de mal!” e em cujas costas se vê um helicóptero a atirar pessoas pelos ares. E até Vox, em Espanha, estabeleceu contacto com José Antonio Kast, líder da extrema-direita chilena. Assim, a vaga reaccionária que percorre o mundo trata de recuperar para si a figura de Pinochet. O golpe de Estado de 11 de Setembro não seria um acto de guerra, mas sim uma “intervenção” para salvar o Chile do comunismo. Pinochet não seria um ditador, mas um governante autoritário que, através da Constituição de 1980, se auto limitou. Em suma, Pinochet teria lançado as bases para um Chile moderno.
Talvez por isso, o trabalho de Amorós é agora mais imprescindível do que nunca. A História contra o esquecimento, contra a manipulação. “Pinochet simboliza a imagem do fascismo na América Latina. Mas neste caso não falamos do fascismo da Europa entre as guerras. Trata-se de um fascismo de mercado. O golpe no Chile foi o golpe de uma classe social, a burguesia, que se serviu da força do Exército para esmagar organizações de esquerda e implantar um modelo neoliberal de economia da forma mais brutal”, explica Amorós ao Público. O autor, de facto, descreve Pinochet como um “ditador impiedoso que demonstrou uma ambição insaciável de poder”. “E o seu instrumento foi o terror, pois não hesitou em desencadear a única guerra em que participou ao longo de sua vida: a guerra contra um povo desarmado”, escreve Amorós.
Assim, a repressão da ditadura chilena também serviu para converter o Chile no laboratório mundial do neoliberalismo. O ditador cedeu em 1975 o comando económico do país a um grupo de jovens profissionais formados na Universidade de Chicago e que aplicaram as receitas neoliberais de Milton Friedman e Arnold Harberger. Em suma, a ditadura chilena realizou uma contrarrevolução capitalista em toda a regra que desfez o processo de nacionalizações iniciado por Allende, devolveu aos seus proprietários originais as terras ocupadas pelos camponeses, liberalizou os preços, reduziu o gasto público em mais de 25 % e revogou leis que impediam os despedimentos de trabalhadores. Tudo isso foi recomendado pelos Chicago Boys e pelo plano elaborado por Friedman para o Chile. O plano teve como principal apoio a repressão e a violência.
“O ‘milagre chileno’ dos Chicago Boys, tão exaltado por certos sectores, supunha que, após a sua derrota no plebiscito de 1988, em 11 de Março de 1990 Pinochet entregasse um país que tinha 40% da sua população em situação de pobreza. absoluta. E seus efeitos fazem-se sentir até hoje com umas pensões miseráveis, uma assistência médica adequada apenas para aqueles que a podem pagar, o ensino superior mais caro da América Latina e uma fractura social das mais nítidas do mundo “, denuncia Amorós
Uma admiração mútua entre ditadores
O terror de Pinochet chegou a tal ponto que, segundo documento do Ministério dos Assuntos Exteriores, o embaixador espanhol no Chile, Enrique Pérez-Hernández, recomendou ao ditador chileno “moderação e clemência” e indicou que a repressão contra a esquerda estava a ser “muito dura”. Pinochet, segundo esta documentação, garantiu ao funcionário espanhol que tomaria cuidado, principalmente em casos concretos como o de Neruda. Outro documento da diplomacia espanhola fazia um balanço de como era a situação no Chile naqueles dias: “A situação está absolutamente controlada pela Junta de Governo; mas na ponta das baionetas e das metralhadoras”. “A repressão tem sido dura e continua a sê-lo. Alguém viu que nada menos de 200 mortos são levados todas as noites para o necrotério e inclusivamente o nosso embaixador viu-os durante o dia. O número de mortes calcula-se em cerca de 4.000, dos quais metade em combate e a outra metade fuzilados sem julgamento”, informava a diplomacia espanhola.
No entanto, embora a diplomacia tenha informado o regime franquista das graves violações de direitos humanos cometidas no Chile, o ditador espanhol correspondia-se com o chileno. Apenas um dia após o golpe de Estado no Chile, Pinochet enviava uma carta a Francisco Franco para comunicar a substituição do embaixador do Chile em Espanha e transmitir-lhe uma admiração que, segundo Amorós, era mútua: “Peço-lhe que aceite os votos sinceros que formulamos pelo o bem-estar de Vossa Excelência e pela grandeza da Espanha”. De facto, dois anos depois, em 18 de Setembro de 1975, apenas dois meses antes da morte de Franco, o chefe do Estado Maior do Exército Espanhol, tenente-general Emilio Villaescusa, entregava a Pinochet, em nome de Franco, a máxima distinção do Exército espanhol em tempos de paz, a Grande Cruz ao Mérito Militar.
A morte de Franco estava próxima, mas a correspondência entre os dois ainda não havia terminado. Em 27 de Setembro, Franco executaria os últimos cinco fuzilamentos da ditadura. Três membros da ETA e dois do FRAP seriam fuzilados após conselhos de guerra sem as menores garantias processuais. O mundo voltava as costas ao regime de Franco. Mas Pinochet aplaudia: “Estou certo de que desta dura prova emergirá uma Espanha ainda mais forte, unida e respeitada pela força das suas convicções e pelo ressurgimento de suas atitudes e guardo a esperança de que no futuro se valorizará melhor o esforço dos povos de carácter para forjar o seu próprio destino “.
Pinochet foi recebido em Espanha à porta do avião por Juan Carlos I. Abraçaram-se. A carta seria respondida pelo ditador espanhol nos seguintes termos: “Não podemos tolerar que a maquinação urdida por organizações inimigas da nossa pátria comprometa o normal desenvolvimento, em paz e prosperidade, do nosso povo e é dever do governante preservar a paz e segurança do seu país contra aqueles que subvertem a ordem pública comprometendo a estabilidade e o sossego da sociedade ”.
Esta foi a última comunicação estabelecida entre Franco e Pinochet. O espanhol morreria em 20 de Novembro daquele ano e o chileno acorreria a Espanha para o seu funeral. Chegou o dia 21. Sexta-feira. Ao pé do avião, recebia-o Juan Carlos, herdeiro do ditador. Abraçaram-se. “Nestes momentos em que Franco passou à história, é um Caudilho que nos mostrou o caminho a seguir na luta contra o comunismo”, declarou Pinochet depois de se reunir alguns minutos com aquele que pouco depois seria proclamado rei da Espanha.
Ó Cuco, para ti a política é um qualquer romance dramático, com os teus heróis angélicos e tudo mais vilões.
E os tachos?
https://en.wikipedia.org/wiki/Salvador_Allende
Chile real wages between 1967 and 1977. Orange lines mark the beginning and end of Allende's presidency
Mais uma vez jose extrapola as suas frustrações juvenis e os seus pesadelos senis
Por favor, que alguém peça alguma dignidade a jose. Por respeito a quem nos lê. Por respeito também a quem soube dar à luz a 25 de Abril e que soube ultrapassar as convenções mesquinhas duma sociedade venal e corrupta.
Por outro lado se jose está à procura da figura paterna usando este tratamento coloquial para ver se o identifica, esta não é a melhor solução. Como alguém diria é melhor ir chamar pai a outro
O pobre jose ainda não percebeu que se recusa o diálogo a quem faz a apologia de filhos da puta como Franco,Petain, Salazar, Barrientos ou Pinochet?
Posto isto vamos esclarecer duas coisas.
A primeira:
Não se trata nem de heróis, ditos como angélicos. Nem de vilões
Trata-se sim de demarcar águas e tornar as coisas claras. Não se pode confundir a dignidade com a trampa
Não é tolerável tentar colocar ao mesmo nível quem é o assassinado e quem é o assassino.
Não é tolerável comparar salazar com Humberto Delgado. Comparar o crápula com a sua vítima.
Não é tolerável defender a metralha sobre homens,mulheres, grávidas e crianças. Só porque o fascista Barrientos ( e jose) achavam e acham que era (é) um "despautério". E j
Não é tolerável tentar comparar pinochet com Allende.
“Nunca serei imparcial tendo os torturadores num lado e as vítimas noutro”
A segunda radica desta primeira:
As tentativas idiotas de jose para andar à pesca, com citações da wikipedia consecutivas, depois de ter sido acusado de aldrabice e manipulação (mercê dos fragmentos seleccionados, apresentados e escondidos) são o que são.
Tentativas ( idiotas, repete-se) para fugir, não só ao que se debate, como também das acusações que se lhe fazem. Jose quer converseta, como se fosse possível tratar as vítimas ao mesmo nível dos torturadores.
Apresentar como um bufão novas citações paridas à pressa numa fuga para a frente, para não enfrentar o que se debate e para esconder o carácter fundamentalmente criminoso de pinochet e a verticalidade de Allende, pode acontecer nos bas fond rascas onde se fala nas balls do outro sacana sem lei
Mas aqui não passa.
Também por uma questão de higiene
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