segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Sair deste buraco negro


«Chegámos até aqui porque, na década de 1980, o capitalismo enveredou pelo regresso aos mitos neoliberais do século XIX, que conduziram à segunda guerra dos trinta anos (1914-1945), com a grande depressão de permeio. Trocámos a prudência de Keynes pelo deslumbramento ideológico de Hayek. Retirámos dos sistemas políticos os estadistas que poderiam conduzir os mercados numa agenda estratégica de interesse público - como Roosevelt fez com o New Deal e a draconiana viragem da economia de guerra nos EUA em 1942 - para lá colocarmos os facilitadores e homens de mão dos interesses instalados.
Se quisermos sair deste buraco negro teremos de romper com esta "economia que mata", citando o Papa Francisco, ancorada numa nomenclatura política que não se limita a deixar passar impune a "maior falha de mercado" (como o economista N. Stern designou as alterações climáticas em 2006), como a estimula, protege e dela se alimenta. Se deixarmos a economia entregue à lógica do "governo sombra" que manda de facto no mundo, estaremos perdidos. Mas a falha de mercado só ocorreu pela corrosão da política que transformou a representação em venalidade. Urge uma revolução democrática para resgatar o futuro.
»

Viriato Soromenho Marques, Dentro do buraco negro

27 comentários:

Jaime Santos disse...

Isto é uma verdade, Nuno Serra, só que a ascenção do neoliberalismo não se fez por geração espontânea e sim pela falência do keynesianismo de segunda geração, às mãos da estagaflação dos anos 70. E enquanto a Esquerda não apresentar um modelo alternativo que não passe pelo mito do crescimento eterno, que a crise climática vem expor como verdadeiramente assassino, não vamos lá... É que se calhar vamos mesmo ter que ficar todos mais pobres, a começar pelos ricos...

Anónimo disse...

Como é possível que Soromenho Marques esteja tão à esquerda de Jaime Santos, que este se limita a papaguear o hino dos neoliberais envergonhados a arranjar pretextos para a traição mal assumida?

Anónimo disse...

Uma curiosa forma de contar a história
E quem terá sido responsável pela ascensão de Macron? Ou de trump? Ou de Hitler ao poder?
Que misteriosa falência nomeada por JS determinará tais eventos?
Será uma nova forma de contar a História ao sabor da falência e da ascensão, resumida assim para uma audiência que se julga de atrasados mentais?

Agora Keynes já serve de pretexto para termos chegado até aqui Só para não se ouvir e ler sobre o estado a que o neoliberalismo nos conduziu?

Com os arrebates contra a esquerda mais o pretexto do mito do crescimento eterno. O mito precisamente dos neoliberais que agora o esgrimem para justificar o apertar do cinto austeritário?

Só mesmo uma revolução completa para mudarmos completamente esta sociedade venal e criminosa

Jose disse...

Fico sempre desconfiado quando a avaliação do presente invoca o passado, como se o passado fosse uma ameaça para o futuro.

Quem conhece o presente e sabe para onde vai, porque não diz tão só qual o caminho?

Quem não sabe para onde vai é que se entretém a recordar como chegou aqui.

JE disse...

Jose dixit:

"Fico sempre desconfiado quando a avaliação do presente invoca o passado, como se o passado fosse uma ameaça para o futuro."

Eis uma milonga de alguém que no presente tenta rasurar o passado, para esconder o futuro


Um dos "trabalhinhos" de jose


JE disse...

O apelo à desmemória costuma impregnar quem se envergonha do passado

Ou quem quer esconder esse passado

Ou quem quer ocultar o que se disse no passado, para continuar a singrar no presente, para lixar o futuro


O apelo à desmemória traz no ventre o apelo ao esquecimento. Ao esquecimento dos crimes e dos criminosos. Num gesto que se adivinha de cumplicidade e de conivência com esses mesmos crimes e esses mesmos criminosos. Para que estes voltem no presente, escondendo o seu tenebroso passado, a ensombrar o futuro


(Também por aqui passa a subserviência e a admiração pelo lápis azul da censura do tempo da Pide. Rasurar o que não interessa. Corrigir os factos. Manipular os dados. Inventar novas narrativas)


A memória é uma coisa lixada para os aprendizes de.

JE disse...

(Convinha tanto ao jose que se esquecessem das odes que andou a fazer às balls de Salazar...

Ou os poemas que andou a fazer aos terratenentes banqueiros

Ou as suas vivas à governação austeritária, com a troika e para além da troika

Ou os seus apelos, cheios de raiva mal contida. por mais despedimentos, nos anos de chumbo da governação de Coelho

Ou as suas ameaças directas em jeito de ode jubilosa pela chegada do ano 2012. O ano do "fim dos direitos adquiridos", nas suas próprias palavras, a prenunciar outras Noites de Cristal

S.T. disse...

Que estranho!
Da cartilha neoliberal faz parte uma das poucas vitórias da globalização, isto é, os milhões de chineses que saíram da pobreza graças às deslocalizações da produção industrial para o extremo oriente.

Esquece convenientemente Jaime Santos que foi à custa de crescimento e monumental queima de combustíveis fósseis que a globalização se fez. Mas enquanto durou, que regabofe de lucros!

Agora vamos todos ter que ficar mais pobres?

Descobriu agora Jaime Santos que os recursos do planeta são limitados?

Vai daí Jaime Santos teve um ataque agudo de malthusianismo primário e sobreaqueceu a caixa dos pirolitos.

Talvez deva reler Naomi Klein com mais atenção... LOL

E acredita mesmo que "os ricos" vão aceitar ficar voluntáriamente mais pobres? Por alminha de quem? LOL

Porque será que a limitação ao crescimento que advoga, Jaime Santos, não é mais do que a sua impotência abjectamente servil de romper as cadeias mentais que o impedem de discernir soluções?

As soluções andam por aí e, pasme-se, até têm sido neste blog repetidamente apontadas. Só que, azar dos Távoras, as soluções viáveis vão precisamente em sentido oposto às suas diatribes comentatórias.

Ainda não percebeu que o seu apelo à redução do crescimento é de uma atroz falta de inteligência? Que não tem qualquer viabilidade prática? Que é ambientalmente injusto?

S.T.

S.T. disse...

Quanto ao camarada José desde que fez a operação de reconstituição do hímen que quer enterrar o passado e viver o presente intensamente virgem.

Ha-Ha-Ha-Ha-Ha!

S.T.

Anónimo disse...

Vamos todos ficar mais pobres, a começar pelos ricos

Não se adivinha aqui um gesto falhado de Jaime Santos?

Todos mais pobres.

Mas a corda sensível de JS começa nos tais ricos.

Coitados

Jose disse...

os milhões de chineses que saíram da pobreza … os recursos do planeta são limitados?

Logo, ó almas mais que tudo generosas, alguém tem de se encolher!

Jose disse...

E há mais, muitos mais pobres à espera...e alguém tem de se encolher!

Jose disse...

Momento de poesia

Não sei de quem recordo meu passado
Que outrem fui quando o fui, nem me conheço
Como sentindo com minha alma aquela
Alma que a sentir lembro.
De dia a outro nos desamparamos.
Nada de verdadeiro a nós nos une
Somos quem somos, e quem fomos foi
Coisa vista por dentro.
Ricardo Reis

Anónimo disse...

Pobre jose

Depois da tentativa falhada de rasurar o que não lhe interessa, volta-se para os chineses, com aquela crispação onde se adivinha aquele racismo sub-liminar

Anónimo disse...

Dirá Jose

“ É há mais, muitos mais pobres à espera”

Mais palavras para quê?

A confirmação, quiçá involuntária, que a teoria dos coitadinhos de jose assenta numa coisa bem sinistra

Cheira tanto a um convite à eugenia doutras eras

S.T. disse...

À força de tanto contar e ler etiquetas de preço José olha para o mundo como se fosse apenas inventário. Logo, jogo de soma zero.

A este materialismo tacanho prefiro a concepção pagã da riqueza que se renova se lhe dermos oportunidade para tal.
Amalteia pode renovar as suas ofertas à humanidade por ter tido uma teta generosa para com Zeus, que, quando infante, fugia à fúria de Kronos.

A generosidade multiplica. Os que buscam apenas o seu próprio interesse empobrecem o mundo.
As formas simbólicas mortas só podem dar uma protecção formal. São ocas de alma mesmo quando ricas de inventário. Só a essência une realmente os seres.

S.T.

Jose disse...

Se há algo de que a esquerdalhada não prescinde é do passado.

Se o presente não cumpre o cenário da sua lengalenga da exploração, falam-nos do tempo da revolução industrial.
Se não lhe compram a história dos coitadinhos, falam-nos dos eugenistas cujo fundador não viu a 1ªGG.

E é ainda recorrendo a mascarar ou a ignorar o passado que dizem da modernidade de ideias que conduziram aos grandes fracasso de um passado que, no presente, se faz representar pelas sociedades mais autoritárias e antidemocráticas, passo que assegurarão ser necessário para 'democracias-avançadas' povoadas por um bicho desprovido de ambição e liberdade.

Anónimo disse...

A cobardia de se esconder atrás de uns versos para tentar justificar uma posição cobarde faz de jose um aldrabão

A palavra é forte mas é real. Reflexões metafísicas pessoais não escondem o horror de quem tenta rasurar o passado

Anónimo disse...

Da acusação de defensor da eugenia pelos seus comentários sobre os chineses e os “muitos outros pobres à espera “, jose refugia-se de novo na defesa do apagamento do passado

Com esta treta inenarrável aí em cima exposta. Ei-lo montado nas qualidades que preza para o bicho homem: liberdade e ambição

A ambição será a que defende para o homem tido como superior que faz condenar os outros, os outros muito pobres ou os muitos chineses? Uma chancela tacanha, serôdia mas justificativa do tipo de humanidade que quer? A ambição do bicho ? Eis o que distingue os homens? A ambição.?

Mais uma treta com aquela patine de selecionador de almas de acordo com a sua ideologia à procura da raça perfeita

Anónimo disse...

Quanto à liberdade é bom não ir por aí

Porque jose foi um salazarista convicto. Tanto que tentou defender de forma ridícula e mentirosa as balls daquele traste. Mas a liberdade estava nos antípodas do fascismo.
Ora a invocação desta faz suspeitar que estamos de novo no patamar da demagogia agonienta que fez jose utilizar um poema. Estamos no domínio da poeira para os olhos. E para se tentar livrar de um passado incómodo

Jose disse...

O Cuco tem uma qualquer disfunção cognitiva.
Toda a palavra tem que ter um objecto corporizado, amigo ou inimigo.
Aplausos e invectivas são as figurinhas inevitáveis.
Os temas dissolvem-se na qualificação do objecto do discurso.

Uma seca feita praga!

Anónimo disse...

( um parêntesis para esclarecer uma coisa

Quando este jose diz isto:
"Se não lhe compram a história dos coitadinhos, falam-nos dos eugenistas cujo fundador não viu a 1ªGG."

Jose está fundamentalmente a aldrabar. Quem vende a história dos coitadinhos é jose. Na esteira de outros, como Passos coelho. Ou do muito actual bolsonaro

Está claro?

Também não vale a pena invocar a data da fundação do termo "Eugenia", num processo agora assaz curioso de se ir buscar coisas ao passado. Suspeitámos desde logo que esta tentativa de rasurar este era meramente instrumental.

A eugenia desenvolveu-se, cresceu e assumiu o seu carácter criminoso. Antes, durante e depois da segunda grande guerra. Tentar mais uma vez atirar poeira para os olhos não serve. Mantém-se até aos nossos dias. E prolifera nos antros e bas fond da extrema-direita.

A discriminação de pessoas por categorias é um velho sonho duma tralha que não enxerga o Homem como tal. E que discrimina brancos de não brancos, cristãos e ateus, etc,etc,etc.
E também coitadinhos de não coitadinhos... não-ambiciosos e ambiciosos e outras tretas semelhantes

Não vale a pena argumentos idiotas negacionistas para esconder outras coisas mais graves)

Anónimo disse...

A população portuguesa tratou em Abril de 74 os pides com um sentido de decência formidável.

Pelo contrário as únicas vítimas foram 4 assassinatos provocados por esta sinistra polícia

O que não obsta a que nessa data os tais pides não tivessem por todos os meios tentado esconder o seu passado. Como é sabido alguns, nessa tentativa quase hercúlea, não se contiveram e verteram líquidos orgânicos de forma incontida. Aposta-se que estes tentam ainda hoje também apagar estas cenas do seu passado individual.

Mas a questão não está agora nos pides ou, nos casos mais extremos,dos nazis que,tendo responsabilidades como criminosos de guerra ,fugiram para outros locais, tentando apagar todas as pontas que os ligassem à sua condição vil de escória da humanidade. Um deles Klaus Barbie fugiu para o colo de Barrientos, um sinistro fascista que mandou metralhar homens, mulheres, grávidas e crianças em prol dos princípios aqui defendidos já por jose. Ele, barrientos não podia permitir o despautério, no dizer cúmplice deste mesmo jose.

Será talvez interessante lembrar(para incómodo de jose) o percurso de Klaus Barbie. Era conhecido pela brutalidade com que torturava os seus prisioneiros, o que lhe rendeu o epíteto de "carniceiro de Lyon" ou "o açougueiro de Lyon". Foi um dos responsáveis operacionais pelo Holocausto.

Os testemunhos deixados por algumas das suas vítimas não deixam quaisquer dúvidas sobre a crueldade e o prazer com que executava os actos de tortura.

No fim da ocupação alemã em Lyon em setembro de 1944, Barbie, que havia contraído uma doença venérea, viu-se obrigado a partir para um hospital na Alemanha. Já na viagem em direcção ao hospital, Barbie, deu ordens à Gestapo para assassinar todos os 70 prisioneiros deixados na prisão de Montluc. Depois de se recuperar da sua doença, Barbie saiu do hospital e o seu paradeiro permaneceu desconhecido durante 40 anos.

Anónimo disse...

( mais um parêntesis necessário

Cuco será alguém que jose tenta apagar do seu passado, para ver quem sabe, se não vê as suas noites atormentadas no presente e poder dormir mais em "paz"no futuro.

Como se sabe os rancores pessoais de jose têm o lugar do caixote do lixo das reminiscências pessoais do dito.Não interessam para nada. A menos que sirvam de ariete político ou de insulto cobarde)

Anónimo disse...

Ora falávamos de Klaus Barbie. O seu percurso é exemplar de como a tentativa de "esquecer" o passado permite que certa gente prossiga o seu caminho de carniceiro abjecto. Ou também de que forma alguns se utilizam destes crápulas para prosseguir as suas próprias crapulices

Barbie tornou-se agente do serviço secreto norte-americano em 1947, no mesmo ano em que foi julgado à revelia na França pelos seus actos criminosos e condenado à pena de morte. A sua fuga se deu por uma Ratline (1) organizada pelos EUA. Em seguida ele instalou-se na Bolívia e colocou as suas competências ao serviço das ditaduras locais. Dispôs de um passaporte diplomático e se deslocou à Europa, sob o nome de Klaus Altmann para negociar a compra de veículos militares destinados a reprimir as manifestações da oposição.

Klaus Barbie foi identificado em 1971 graças a Serge e Beate Klarsfeld, um filho de um deportado assassinado em Auschwitz e uma alemã.

Durante o julgamento, Klaus Barbie não deu sinais de arrependimento dos seus actos, afirmando o seu contentamento por ter salvo a França de um regime socialista disse a frase "Vocês têm de me inocentar".

Este paleio não é reconhecível em tudo o que é antro da extrema-direita?

(1) As ratlines (em português, literalmente, linhas de ratos) eram sistemas de fuga para nazis e outros fascistas que deixavam a Europa no final da Segunda Guerra Mundial após a derrota das Potências do Eixo. Estas rotas de fuga terminavam geralmente em locais seguros na América do Sul, particularmente na Argentina, Paraguai, Brasil e Chile. Outros destinos incluíam Estados Unidos, Canadá e o Oriente Médio.

Anónimo disse...

Quando jose insiste, insiste e repete o seu mister de borracha do passado tem objectivos mais ideológicos, mais curtos e mais mesquinhos

Ideológicos porque lhe interessa a ele e à sua ideologia apagar a parte da História que compromete a sua ideologia e que demonstra o seu fracasso. E sonegar do seu juízo ( da História) autênticos fdp que fazem parte do panteão de heróis da dita ideologia

Curtos porque jose lhe interessa o curto prazo. Estamos em vésperas de eleições.Interessa esconder o que foi a governação dos anos de chumbo de Passos Coelho. As suas crapulices. Os roubos e assaltos aos que trabalhavam e o encher da pança dos que mandavam. A miséria a crescer e os berros idiotas daquele tipo a dizer que o país tinha que empobrecer.
Ou interessa-lhe esconder Portas e a sua demissão irrevogável e outras cenas canalhas da governação austeritária troikista e para além da troika

Acontece que se Passos voltar, jose será dos primeiro a tentar reescrever o passado criminoso deste, crismando-o com elogios e com incentivos ao fim do estado de direito

Anónimo disse...

Faltam os motivos mesquinhos

E estes motivos mesquinhos prendem-se com os motivos relacionados com o seu umbigo. Do jose.

Ele lá sabe o que quer apagar do seu passado. Temos umas ideias mas é de melhor tom não ir agora por aí

Mas o que jose quereria apagar de vez é toda a panóplia de comentários contraditórios, arruaceiros, ameaçadores, ao sabor dos ventos e dos tempos, produzidos por jose. Em que ele se revelava duma forma que agora quer ocultar, para efeitos adequados ao seu mister actual.

Jose tem medo de se ver ao espelho. Tem sobretudo medo que o espelho lhe responda

Colocar jose a dialogar com o próprio jose, num diálogo que se reproduz ipsis verbis, apontando as enormes contradições, as aldrabices e as manipulações do dito em tempos diferentes de comentarista, dá um enorme gozo

E desmascaram-se pseudo virgens impolutas