quarta-feira, 27 de junho de 2018

Contra-reforma

Não é que haja uma grande esperança neste debate de amanhã. Até porque Mário Centeno já avisou - de forma espantosa, enganadora e quase escandalosa - que os "últimos resquícios da crise do euro" acabaram com o fim do programa de financiamento à Grécia.

Não há qualquer expectativa. Mas poderá ser uma oportunidade para questionar insistentemente a maioria dos oradores - nomeadamente o secretário de Estado do ministro Centeno - sobre como é que algo que acabou precisa ainda de ser reformado... 

E, depois, que reforma será essa - apenas uma mais que coxa união bancária? - que acabe por manter todas as razões que explicam a actual crise do euro?

Nomeadamente: Por que razão os países do centro europeu acumulam excedentes externos e os países da periferia défices externos - que precisam de ser financiados - e que prejudicam toda a actividade económica dos países lesados, com impacto nas suas contas públicas? De que forma se vai resolver esse problema de fundo? Será uma reforma ou apenas um papel a dizer que "os últimos resquícios da crise do euro" acabaram como o disse o presidente do Eurogrupo, em linha com o pensamento dominante desse eurogrupo informal (ilegal) e opaco, sem quaisquer actas nem documentos consultáveis?

29 comentários:

Anónimo disse...

Porque razão? Porque podem.
Muito bem!

Jose disse...

«Por que razão os países do centro europeu acumulam excedentes externos e os países da periferia défices externos…»

Terão petróleo?
Minas de ouro?

Vai-se ver que têm uma melhor moeda...

Anónimo disse...

Pedro Silva Pereira, o ministro magno do governo bancarroteiro do Sócrates. O evento promete!

Paulo Marques disse...

A liga hanseatica já deixou bem claro que não há reformas nenhumas, para quem não ouviu bem o Scholz.

Anónimo disse...

A crise do Euro aacabou? Não conseguimos perceber essa afirmação . Provavelmente a crise ainda está na sua fase incipiente.Vamos ver o que o futuro nos reserva. Numa primeira observação o Euro parece-nos ser uma moeda inviável.

Anónimo disse...

O José está a gozar, a fazer-se de parvo, ou quê? Não se entende.

Anónimo disse...

Parece que é este mesmo o objectivo de jose.

Fazer uma de pitonisa de Delfos.

Desde que não se discutam os assuntos, que se esconda a trampa subjacente aos mercados uberalles e que se promova a austeridade feita à medida de quem lucra com esta, tudo serve: vai-se ver até as minas de ouro, o petróleo e as moedas

Jose disse...

A questão é a inversa, que se discuta e se destape «a trampa subjacente» a esta treta do euro.

Se o centro não tem petróleo nem ouro, o que os leva a terem vantagem?

Boas leis e boas práticas!
E não venham com as tretas do capital, que como bem sabem não tem pátria mas tende a acorrer aonde há boas leis e boas práticas.

S.T. disse...

Por uma vez o José acertou!

Apesar de se esforçar afincadamente por dar sempre a resposta errada desta vez ACERTOU!

Isto é, de facto os países do centro europeu têm uma "melhor moeda"!

O euro para eles é lambuz! Mas se o euro é um maná caído do céu para os países do centro europeu, o mesmo euro é veneno para a economia portuguesa.
E esta? HEEEIINNNMMM?
S.T.

S.T. disse...

Simultâneamente é forçoso notar a justeza das análises de Alberto Bagnai que se vêm com este artigo confirmadas e reforçadas por Stiglitz.
S.T.

S.T. disse...

Por lapso, o comentário de 29 de junho de 2018 às 01:48 não se referia a este post e sim ao post "O que tem de ser tem muita força".
S.T.

Paulo Marques disse...

Os países do centro têm 200 anos de industrialização, enquanto o burgo de masoquistas tem 100 de desindustrialização. Qual é a dificuldade em perceber que ser cabana boy não produz riqueza?

S.T. disse...

Lá está o José a bobear...

Era milagre demais que quem é pago para dizer disparates de repente "atinasse".

Não são boas leis nem boas práticas que fazem com que o capital acorra ao centro da EU, vulgo "Alemanha".

É uma moeda que grosseiramente é favorável ao centro numa Zona Monetária NÃO-ÓPTIMA.

Não há nenhum mistério. Estamos fartinhos de o explicar. E até alguém com deficiências cognitivas já saberia a razão se não fosse pago para "não perceber".
S.T.

Anónimo disse...

Têm uma melhor moeda mesmo. Para eles.

Mas os tempos mudam e a cassete adapta-se às circunstâncias.

Que se destape a trampa subjacente da dita cassete, modificada de acordo com as circunstâncias ( ou de como um troikista com tiques salazarentos se converte neste euroinómano quase que perfeito)

A 28 de Junho de 2018 regista-se a adesão às "Boas leis e boas práticas!"

Antes, em Outubro de 2013, em plena governação da troika e do mais além registava-se assim, revelando um verdadeiro espírito apologista de recuperador do passado sarnento:

"Onde não houve limite nehum ( sic) vai passsar a haver limites.
Onde tudo foi dado e arregaçado, vai passar a ser pago.
Onde a benesse foi financiada com dívida, vai passar a ser financiada com impostos e descontos".

Estávamos a caminho das práticas e das leis. Das boas

E endeusava esfuziante a governação daquele traste do Coelho e afins:
"Cancun fodeu-se, telemóveis de última geração está a caminho disso(sic) "

Uma linguagem primorosa, agora oculta em torno das práticas e das leis.

Anónimo disse...

Boas leis?

Incluindo a Constituição, claro está.

Ao que parece as constituições antifascistas da periferia do Euro são um empecilho, segundo a JP Morgan.

E o Capital só gosta mesmo das leis que, segundo a sua perspectiva, sejam mesmo "boas"


Tal como as "boas práticas"

Era preciso um corredor que facultasse o desvio de quantias fabulosas de dinheiro para as offshores da ordem. Mas que funcionasse de forma eficiente e eficaz,de acordo com as modernas boas práticas do Capital.

Que fazer?

Nomear um governante dentro do próprio governo de Passos, perito nessa coisa do direito fiscal, para garantir a passagem do dinheiro, de modo seguro e anónimo

Tal como mandam, de resto, as boas práticas do dito Capital

Dito e feito. Sempre atentos e venerados a tais leis e a tais boas práticas

S.T. disse...

Mas para uma explicação detalhada das patifarias do governo alemão ao longo dos anos, nada como um blogpost de Bill Mitchell:

http://bilbo.economicoutlook.net/blog/?p=37684

Aperitivo:

"The savings may go into the domestic economy if there are profitable opportunities to invest. But in Germany’s case, its whole strategy was based on suppressing domestic demand (Hartz reforms, wage suppression, mini-jobs etc), and so profitable investment opportunities were limited in the German economy.

As a result and capital sought profits elsewhere.

The persistently large external surpluses which began long before the crisis (and 6 per cent is large) were the reason that so much debt was incurred in Spain and elsewhere. German investors pushed capital externally.

Germany is clearly supplying large flows of capital to the rest of the world.

The combination of domestic demand suppression and huge external surpluses means that Germany’s outflow of capital is ridiculous.

Have a look at the following graph, which show the evolution of Germany’s real GDP and domestic demand (consumption and investment) since the March-quarter 1995 to the September-quarter 2017 (Eurostat National Accounts data).

They are indexed to 100 at the March-quarter 2000.

Since that time, GDP in Germany has grown by 25.3 per cent, whereas domestic demand has grown by just 16.5 per cent (in real terms).

There are two very interesting things about the graph apart from the divergence between total spending (GDP) and domestic-based spending (domestic demand).

First, you can see the suppression of domestic demand began soon after the inception of the euro – the Hartz devastation.

Second, look what happened after 2011, as the fiscal austerity moved into top gear. While real GDP grew on the back of the growing exports, domestic demand fell between June 2011 and June 2013, further exacerbating the Eurozone crisis.

That evolution was the result of deliberate policy positions taken by the German government.

By deliberately constraining the standard of living of its citizens and undermining its own public and private infrastructure, the German government has also damaged its EMU partners."

Gráfico:

https://i2.wp.com/bilbo.economicoutlook.net/blog/wp-content/uploads/2017/12/Germany_Real_GDP_Domestic_Demand_1995_September_2017.jpg?w=567

S.T.

Anónimo disse...

Caro S.T. ! A resposta que deu ao José 🎃 foi PERFEITA, de zero a Dez vale 50!

Emigrante 2013

Jose disse...

Este S.T. é um cromo!

By deliberately constraining the standard of living of its citizens and undermining its own public and private infrastructure, the German government has also damaged its EMU partners."

O facto de os alemães não serem pataca-ganha-pataca-gasta é o grande problema da Europa!

Jose disse...

E dão-no de empréstimo aos pategos que não sabem o que fazer de rentável com ele ou que o estouram em comedorias?
Culpa dos alemães, naturalmente: não só não se arruínam como viabilizam a ruína dos outros!!!

Anónimo disse...

O fim do resgate à Grecia não significa de modo algum o fim da crise do Euro. A crise do Euro continuará e todos nós sabemos que esta moeda é contrária aos interesses dos países da Europa do Sul.

Anónimo disse...

Um cromo?

Mas a que propósito herr José invectiva assim?

Será que lhe tocaram no ponto sensível? A Alemanha?

Esse registo uberalles depois do registo “ para Angola rapidamente e em força”?

Anónimo disse...

Pategos?
Estourar em comedorias?

Este herr José deve estar a pensar que isto é o regabofe dos empresários com que confraterniza. Esqueceu-se das libações com o seu amigo flamengo que foi seu mestre etc etc etc?

Ou dos negócios sujos em torno dos offshores ?

Aquilo é que são comedorias sérias. Para pategos verem.

É como o carácter impoluto dos alemães. Marcharam por aí fora no século passado e foram decisivos para a vitória dos franquistas por quem este tipo nutre ternos romantismos

E arruinam os outros de facto mercê do euro e dos restantes negócios alvares

Olhem só para a sua indústria automóvel tão pujante nas suas emissões de trampa

S.T. disse...

@José

Não é ser "pataca-ganha-pataca-gasta". É que a constituição de ENOOOOORMES excedentes comerciais por parte de países como a Alemanha é um ENOOOOORME problema para os seus parceiros comerciais.

Enquanto o problema é com os calungas cá do Sul da Europa, ainda a coisa vai andando.

Agora quando esse mercantilismo grosseiro afecta a superpotência dominante, eu diria que é "cutucar onça com vara curta" e é capaz de ser pouco saudável, ...digo eu.

Mas o José não acredite em mim... o Sr. Trump e o Sr. Navarro vão-se encarregar de corrigir as malfeitorias alemãs.

Anónimo disse...

Tudo boas práticas e boas leis, estas dos alemães

O Portas é que a sabia toda. Às ditas boas práticas. E melhores leis

Passos também. Enquanto governava para os interesses de quem se empanturrava e gozava com as comedorias, às custas de quem era roubado e pilhado, sempre procurou deixar as botas de Merkel bem lustrosas,

Jose disse...

«todos nós sabemos que esta moeda é contrária aos interesses dos países da Europa do Sul»

Atingido o estatuto de mantra...entra a fase da repetição ad nauseam!

Anónimo disse...

Sim de facto nos Tratados da UE a figura do Eurogrupo nem sequer existe.Tambem não se consegue perceber o optimismo revelado por quem citou que a crise do Euro já acabou.

Anónimo disse...

Mantra?

Ad nauseam estamos nós fartos das palavras papagueadas por este tipo como se de revelações divinas se tratassem.

É preciso mais do que a publicidade gratuita aos conceitos filosóficos e ideológicos que jose expele como se estivesse a decantar de novo uma qualquer missa

Não passa. É preciso mais do que os gritos guturais da ordem

( faltam os "cretinos" e os "coitadinhos")

Anónimo disse...

Parece que há uma excursão promovida pelos euroinómanos, de mãos dadas com os cultores de outras germanofílias, para demonstrar o apreço dos paises do Sul da Europa por esses grandes promotores dos seus interesses, a Alemanha uber alles.

Passos coelho irá à frente, com a língua ainda encardida pelo exercício que andou a fazer, puxando o brilho aos sapatos de merkel e às botifarras de herr Schlaube. Pelo meio rezará responsos contra os preguiçosos do Sul e a convocar as Graças pelo apoio inexcedível que deram à Grécia e ao povo grego.

Atrás segue o séquito, constituído pela vampiragem maior, assim daqueles terratenentes banqueiros, como catalogados por um basbaque do género, e os boys com serventia para a função.

Alguém rezará uns impropérios contra os "coitadinhos" com apelos ao aumento do desemprego dos bons tempos de Cavaco/Passos/ Portas.

E alguém jurará que no meio da missa se ouvirão palavras muito pouco beatas. Assim do género "cretino" e "mamas".

Aí saberemos que os mantras estão de volta. Com os tiques indignados que acompanham tais mantras. Género pontos de exclamação e os requebros ad nauseam do costume

S.T. disse...

Desculpem, mas alguém acredita que a reunião do eurogrupo só tenha tratado dos imgrantes/refugiados?

Então um governo que promete reformas ou secessão da eurozona toma posse e o eurogrupo só discute migrantes?

Antigamente nas batalhas navais usava-se uma táctica chamada da "cortina de fumo" para esconder as movimentações das esquadras. O termo perdura na linguagem e ainda é utilizado nos combates de infantaria.

Eu cá ainda sei reconhecer uma cortina de fumo quando vejo uma...
S.T.