quinta-feira, 28 de junho de 2018

O que tem de ser tem muita força


Vale a pena ler este artigo porque é um marco na evolução do pensamento de um economista com enorme audiência e que tem mostrado ser capaz de olhar para a realidade e reconhecer que a sua teoria económica não tem estado à altura de a entender.
A Itália tem a oportunidade de fazer uma escolha diferente. Na ausência de reformas significativas, os benefícios para a Itália de deixar o euro são claros, diretos e consideráveis.
Joseph Stiglitz, prémio (habitualmente designado) Nobel da economia, professor na Universidade de Colúmbia, EUA.

10 comentários:

Anónimo disse...

Uma pergunta.
Portugal tem algum plano já elaborado para o caso dum fim precipitado da zona euro? ou continua(rá) até ao fim a jurar fidelidade a Merkel e ao euro?

S.T. disse...

Bem...

Supostamente um tal plano deveria ser ultra-secreto. No entanto dadas as ambiguidades ou até as declaradas fidelidades e juras de amor de alguns membros do governo ao cárcere europeísta suspeito que terão que ser arrastados à força para a LIBERDADE chorando baba e ranho pelas grilhetas euromonetárias. LOL

Vai ser um deprimente espectáculo hardcore de masoquismo político!

Isto é, suspeito que o grau de preparação é zero, nada, rien, niente!

E o pior é que nem se percebe se é por ignorância, limitação intelectual ou simplesmente por uma variante qualquer do sindrome de Estocolmo.
S.T.

S.T. disse...

Independentemente da opinião que se faça de Trump, pode-se dizer que em matéria de comércio externo este percebe muito bem a intrínseca desonestidade da posição do governo alemão que se recusa a equilibrar a sua balança comercial.

E se ainda dúvidas houvesse que o problema será resolvido de uma maneira ou de outra, atente-se neste artigo:

https://sputniknews.com/us/201806291065879033-trump-macron-eu-offer/

Segundo as fontes do W.Post Trump terá dito que a EU é "pior do que a China" em matéria de comércio, e terá feito a Macron uma proposta "indecente":

"According to the newspaper, during his April 24 meeting with Macron at the White House, Trump told him: “Why don’t you leave the EU?”

He then offered France a bilateral trade agreement with “better terms than the EU as a whole gets from the United States.”

Ou seja, há um prémio para quem precipitar o desmantelamento do mecanismo perverso que permite à Alemanha acumular gigantescos excedentes comerciais à custa dos seus parceiros.

Pode-se dizer que o euro "tem a cabeça a prémio"!
S.T.

S.T. disse...

Simultâneamente, é forçoso notar a justeza das análises de Alberto Bagnai que se vêm com este artigo confirmadas e reforçadas por Stiglitz.
S.T.

Jaime Santos disse...

Um excelente artigo, Jorge Bateira. Sabe porquê? Porque, contrariamente a outros, Stiglitz não esconde as dificuldades. Como ele bem afirma, muitas empresas provavelmente iriam à falência e muitas pessoas veriam os seus rendimentos decrescerem.

Isto é que é uma verdadeira alternativa. A democracia, como bem dizia alguém recentemente, providencia alternativas, e não (necessariamente) a felicidade.

É esta capacidade de enunciar os custos e benefícios das alternativas que distingue as pessoas honestas dos demagogos...

Anónimo disse...

Mais uma vez a história da alternativa e da felicidade

Tem graça mas ainda me lembro da história contada aquando da entrada na dita Europa e do Euro

E era a felicidade que nos era apresentada

Jaime Santos classifica tais oessoas como demagogas

Ele lá sabe o que diz

Anónimo disse...

...se Jaime Santos não fosse provavelmente um demagogo reproduziria aqui as alternativas face a este Euro

Como o tem feito o LdB. E não tem sido escamoteadas as dificuldades dos caminhos a trilhar. O que se tem dito é que há alternativas e que estas são melhores do que esta condenação a vegetar

Ora quem tem vendido o TINA duma forma doentia e insuportável tem sido precisamente JS

Por isso agradecia-se mais honestidade e menos demagogia

Anónimo disse...

“Os benefícios para a Itália de deixar o euro são claros, directos e consideráveis”

Mais claro do que isto é difícil. O autor não esconde as dificuldades, mas indica claramente um caminho.

Um artigo tão excelente que deve ter deixado os euroinomanos sem grande margem de manobra. Para além de se renderem à excelência do artigo e de continuarem na via do pequeno insulto sobre os honestos e os demagogos

S.T. disse...

Parece que me lembro de ver sempre nos videos e textos de Jorge Bateira o mesmo enunciar claro das dificuldades e relações custo/benefício do artigo de Stieglitz. Mas devo ser só eu...

Como nenhuma visita de Jaime Santos deve passar sem ser assinalada, pensei que a leitura de um texto de Bill Mitchell e Thomas Fazzi seria um "santinho" adequado nesta ocasião.

https://lexit-network.org/against-supranationalism-in-defence-of-national-sovereignty-and-brexit

Importa também salientar que os chamados "custos" do desmantelamento ou saída do euro são uma escolha eminentemente política e não uma inevitabilidade económica. Isto é os "custos" apenas existem como forma de coerção à continuação de um status-quo que é favorável aos neocolonialistas euroinómanos.

Se temos um cão que apanha uma carraça temos que livrar o bicho do parasita e ponto final.
Não passa pela cabeça de ninguém dizer com fatalismo que como a carraça está muito agarrada e é uma criatura de deus, seria uma violência arrancá-la ao pobre cão.

Um tira gosto do artigo:

"Here the similarities between Nazi thought and the pro-Europeanism of our own day are the most striking. In 1940, Hermann Göring, president of the Reichstag, laid out a detailed plan for ‘the large-scale economic unification of Europe’.[10] This included the creation of a customs union, a single European market, a European clearing system and the establishment of fixed exchange rates between countries, ‘looking towards a European currency union’.[11] But Nazi plans for European integration were as political as they were economic. As Heinrich Hunke, president of the Berlin Union of Businessmen and Industrialists, said: ‘The necessity of a political order for the economic co-operation of peoples is recognised’.[12] The ultimate aim, according to Hunke, was the establishment of ‘political union in Europe’.[13]"

Simpáticos, estes euromaníacos, não são?

S.T.

Paulo Marques disse...

"Importa também salientar que os chamados "custos" do desmantelamento ou saída do euro são uma escolha eminentemente política e não uma inevitabilidade económica."

Leio o blog do Mitchell à vários meses, tendo indo atrás nalgumas coisas, e não é tanto assim. Graças à auto-intitulada moeda única, há dificuldades acrescidas, embora a lex monetae não ser assim tão má. E depois, claro, há as infra-estruturas essenciais em mãos estrangeiras, nomeadamente a eléctrica, pelo que sem o Xi a dizer que sim, é complicado.