quarta-feira, 6 de junho de 2018

Prudência, dizia o ditador

Imagem já não sei se do filme "No", se do documentário "Chicago Boys"
Em 1988, a perder a campanha de um referendo que se pretendia ser plebiscitário, o general Augusto Pinochet apelou à prudência dos chilenos. Não votem "No". Não queiram deitar a perder todo o sacrifício feito.

O que é que os chilenos poderiam perder?

A economia crescia, mas esses ganhos eram desigualmente repartidos. O milagre apenas fora conseguido pelos economistas conhecidos por Chicagos Boys com a quebra de liberdades fundamentais, com as tropas no governo e as polícias na rua. De 1980 a 1989, os gastos públicos com a saúde caíram 42%, os da educação 23%, os salários reais subiram 3% em dez anos mas ficando 10% abaixo do valor de 1970, o rendimento mínimo desceu 34%.

Só a ideia de prudência tem pressuposto todo um diagnóstico das causas das crises verificadas: a crise das dívidas públicas, motivadas por défices orçamentais elevados, em que no centro está o Estado. Esse diagnóstico está errado. E como tal, a terapia conexa - a austeridade, a contenção, a prudência - não resolve nenhum problema. Pior: evita que se olhe o problema de frente. Mas não se quer olhar o problema de frente porque isso seria olhar de frente o centro do poder e, como tal, pôr em causa a actual estrutura do poder.

A aplicação da prudência era, no Chile, a forma de manter essa realidade, essa distribuição de poder. Ao mesmo tempo, aproveitava-se para culpabilizar as políticas redistributivas da esquerda.

O mesmo apelo à prudência foi feito na Grécia em 2015, com o Syriza estava no poder. Para mostrar quão prudente poderia ser um governo de radicais, a equipa de Tsipras foi além das metas. Em vez do plano de Varoufakis, que previa um saldo orçamental primário de 1,5% do PIB complementado com uma reestruturação da dívida pública (única forma de solver o problema de base, criado pelo sistema financeiro corruptamente mantido pelo BCE, apoiado numa comunicação social falida e obediente), aumentou a meta para 3,5% do PIB, durante anos e anos, com uma vaga promessa de reestruturação no futuro.

Dois pontos percentuais a mais era o mesmo que esfolar vivo um povo já em plena crise social aguda.
E tudo por receio que o BCE fechasse a torneira de financiamento aos bancos e colocasse os gregos em bichas para retirar dinheiro das caixas multibanco. Havia alternativa?


Segundo Yanis Varoufakis, sim.
Primeiro, a alternativa seria realizar uma reestruturação da dívida como foi feito com a Alemanha no pós-guerra. Essa solução - apesar da História - nunca teve o aval de quem manda na Alemanha, porque prejudicaria a Alemanha e beneficiaria quem actualmente beneficia a Alemanha, através de uma moeda europeia desequilibrada que acentua esse desequilíbrio.

A outra alternativa era enfrentar esta realidade desigual: ganhar poder de fogo, sem falsos bluffs. Isso far-se-ia preparando soluções técnicas para poder virar a mesa do jogo. Preparar-se para a criação de uma moeda paralela que circulasse electronicamente, deixar falir o banco central (sucursal do BCE) e criar um novo banco central, revelar a insustentabilidade da dívida e fazer os credores pagar o que tinham feito na Grécia, não aceitar um resgate para pagar aos credores os seus desmandos que poria o povo a pagá-los, com a austeridade.

Ia ser difícil? Dificílimo. Mas era uma questão de respeito próprio nacional.

Ou seja, foram os apelos à prudência que mantiveram o mesmo tipo de poder, de rédea curta (apesar de um referendo contra o regime europeu), subjugando um país ao poder em Frankfurt - em que já não se sabe se o BCE é a ponta de lança do sistema financeiro europeu, ou se é a sua verdadeira cabeça - nunca resolvendo nenhum dos problemas de fundo, porque a dívida é a fonte do poder. Mas cá os nossos comentadores achavam tudo muito bem. Os mercados até tinham reagido bem...

Recordam-se agora de todos os apelos à prudência para que o Governo de Portugal em 2015, apoiado à esquerda, não desfizesse o que fora feito pela direita, não "deitasse fora" todo o sacrifício feito por todos? Recordam-se de todas as críticas ao OE de 2017 por ser contraccionista e esconder a austeridade? Era a forma de o governo ser prudente, sem que se perceba por que razão foi criticado à direita por o ser.

E relembram-se agora de todos os recentes apelos à prudência quando de todos os lados se critica os défices além do previsto e se coloca em causa a forma de gestão orçamental do recém-nomeado presidente do Eurogrupo? "Esperemos agora que a sorte continue a proteger António Costa para não pagarmos um preço elevado por essa falta de prudência." Ou ainda de outro: "A prudência não está na moda".

Para perceber ao que conduz tanta prudência - que no fundo não resolve nenhum dos problemas reais e apenas mantém uma forma de poder -, para perceber que poder está instalado na Europa e que poder necessariamente Centeno vai servir, aconselha-se vivamente a leitura do livro de Yanis Varoufakis, Comportem-se como adultos - A minha luta contra o establishment na Europa. Sente-se muito o ego do ex-ministro, mas eu acredito que o que ele conta é inteiramente verdade.

E de cada vez que ouvirem António Costa usar o argumento do sacrifício feito por todos, pensem que essa é a forma prudente do primeiro-ministro já estar a ceder e a defender a prudência que mantém no poder um certo tipo de poder.

Esse é um problema que o PS terá de resolver por si. Para onde quer levar os portugueses?

67 comentários:

Paulo Marques disse...

O problema é que Varoufakis quis, e quer, combater o problema com as armas viciadas do adversário. Boa sorte com isso. Como disse Schäuble e o seu novo clone, não haverá reforma da eurolândia.

Anónimo disse...

Óptimo JRA.
Existe quem tenha descrito este cenário, tim-tim por tim-tim, há mais de uma dezena de anos. Existe até quem já tenha perdido a paciência de descrever seriamente o evoluir de esta dramática situação.
Esta tentativa, preversa, de construir indirectamente -via obedientes funcionários- uma pseudo União Europeia e a subtilmente imposta Moeda (obrigatoriamente) Única, o Euro.
Agora vamos ver se se consegue reordenar "ordenamente" a Europa das Nações.

Anónimo disse...

O PS é um partido de interesses instalados, sem qualquer ideologia, não tem qualquer ideia sobre o presente ou sobre o futuro do país, governa com os votos do Bloco e do PCP e com o mandato da Europa. Parece confortável nesta condição puxa para si "louros" que não são seus e encena um sucesso que sabe que não existe, é a isto que assistimos, degradação intelectual da política. Que plano tem o PS para o caso da desintegração europeia?

Curioso o facto do Joao Ramos de Almeida fazer referência ao ego de yanis Varoufakis, que foi só o homem que nos últimos anos fez o que mais ninguém teve coragem de fazer, enfrentar o poder instituido sem nunca faltar à verdade nem abandonar aqueles que confiaram nele. A diferença leva sempre ou quase sempre à suspeição.

Jose disse...

Excelente post!
A política de esquerda revelada.

Anónimo disse...

A esquerda prática a igualdade (seu objetivo primordial) através do controle do capital. Obviamente o euro não permite isso, já que não é controlado pelos governos.

Jaime Santos disse...

Fantástico, João Ramos de Almeida. Num piscar de olhos, você mete Pinochet, a UE e António Costa todos no mesmo saco. Seja ao menos minimamente corajoso e coerente e defenda, se é isto que pensa, um moção de censura ao atual Governo. Vá lá, deixe-se de duplicidades.

Varoufakis não sofre apenas de elefantíase no ego. Também sofre de fanforronada. Não era ele que queria entrar ilegalmente nos computadores do Banco Central Grego?

A Esquerda da Esquerda anda desde 2011 a arrancar as roupas sem apresentar a dita solução técnica de que fala e que implica, pois claro (pelo menos você admite isso de forma velada, já é alguma coisa) elevados riscos de falhanço e de colapso económico até pela relação de força entre credores e devedores (olhe para o calvário da Argentina onde a Direita acabou a regressar ao Poder).

Tente vender isso à maioria dos eleitores, se não se importa! Os mesmos que sofreram forte e feito com a austeridade de Passos e Portas. Vá dizer-lhes que têm que apertar o cinto, racionar bens de primeira necessidade e combustíveis, perder empregos para o País recuperar a soberania monetária.

Quando tiver a coragem de fazer isso abertamente, merece algum respeito. Até lá, o que é aqui dito não chega aos calcanhares dos disparates de Varoufakis. E esse, ao menos, tem graça...

Anónimo disse...

A política implantada pelos Chicago Boys de Milton Friedmen no Chile levou esse País à ruina. Copiar essa política será um desastre.

Geringonço disse...

Para onde o PS quer levar os portugueses? O PS quer levar os portugueses para +Europa para que os €uro-tachos continuem...

Anónimo disse...

O chamado Monetarismo de Chigago Boys que deu resultados desastrosos no Chile parece ser do agrado da Eurocracia de Bruxelas e do BCE e está à vista o que está a acontecer na União Europeia. Há mais de uma década que estamos perante uma grave crise económica sem se verificar que possa haver qualquer recuperação.

João Ramos de Almeida disse...

Caro Jaime,

A julgar pelo que se vê nos últimos dias, até parece que o PS está a tentar fazer tudo para que sejam os partidos à esquerda a romper o acordo. O ónus da quebra do acordo ficaria à esquerda, o PS sairia como vítima, o que lhe faria aumentar uns pontos para a maioria absoluta que não tem. E ainda uma justificação para a direita do PS defender - talvez com êxito - uma concertação à direita, que na prática já faz no Parlamento.

Portanto, caro Jaime, essa seria a jogada da direita. Não espere de pé por isso venha dos partidos à esquerda. Só se estiverem distraídos.

E quanto a ousadia nas propostas alternativas, tem razão. Os partidos à esquerda deveriam estar a preparar todos os cenários para que pudessem ser explicados ao povo. Falha à esquerda. Mas ainda tenho esperança que isso aconteça.

S.T. disse...

O papel dos populismos é criar alternativas quando o sistema politico está bloqueado.

O bloqueio é geralmente causado pela falta de alternativas quando por exemplo a oposição foi comprada pelos plutocratas locais ou globais.

Aconteceu assim durante a Grande Depressão, aconteceu assim na Grécia e aconteceu assim em Itália. Em França Macron obteve a vitória nas presidências porque capitalizou votos à base de um pseudo-populismo sintético orquestrado pela plutocracia local e europeísta.

Portugal é um caso à parte porque uma parte significativa do PS aproveitou uma janela de oportunidade proporcionada pelo refluxo das políticas austeritárias da EU e pela impopularidade de um governo que tinha apostado todas as fichas no número da austeridade.

A evolução dependerá de diversos factores. Se o PS genuínamente aproveitar ao máximo a margem de manobra para conquistar vantagens para Portugal junto da EU talvez consiga manter a tampa fechada no barril do populismo de esquerda.

À esquerda o crescimento eleitoral é limitado por conotações ideológicas demasiado arreigadas e por um marketing político absolutamente esclerosado e "démodé" :)

À direita podemos assistir a dois fenómenos distintos. Ou a direita se reinventa numa outra formação política de cariz populista anti-euro ou serão os próprios agentes da plutocracia local que, em desespero de causa, tomarão em mãos a função de criar um partido "pseudo-populista" ao estilo do "En Marche" francês ou do "Ciudadanos" espanhol.

Em qualquer dos casos há um vácuo na direita portuguesa que não está a ser preenchido devido às memórias nacionalistas do salazarismo que ainda perduram e pela esperança que a plutocracia local tem de recuperar o poder através dos partidos EUROÍNÓMANOS PP e PSD.

O drama português é pois depender de uma facção do PS periclitante e sempre sob ataque da sua própria facção EUROÍNÓMANA.

Por isso sou favorável à constituição de uma força partidária de ruptura populista de direita que desbloqueie essa parte do espectro partidário.
S.T.

Vítor Cunha disse...

E todavia o Chile, no final da estória, era o país mais próspero e com melhor qualidade de vida de toda a América Latina, e ainda o é! Já na Venezuela demonizam os Chicago Boys, e é a miséria que se conhece!

A esquerda não tem vergonha!
A esquerda é composta por revisionistas históricos sem qualquer pudor científico.

Vítor Cunha disse...

Proponho ademais que os funcionários públicos sejam pagos em Escudos impressos pelo Banco de Portugal, e o resto do proletariado receba em Euros. Uma medida que agradaria certamente a esquerda, já que detesta a moeda única, e assim, poder-se-ia aumentar salários sempre que necessário e a pedido.

Anónimo disse...

Um post oportuno e directo

Entretanto ainda há quem continue a confundir opiniões livres e sustentadas, com defesas de moções de censura paridas nos gabinetes de quem se acha detentor da verdade e da inevitabilidade.

Outros TINA a demonstrar que para uma social-democracia que já não o é,essa coisa da coerência muda de acordo com os ventos do poder

Anónimo disse...

Vitor Cunha é Pimentel Ferreira

Sem qualquer pudor a defender Pinochet. A ele mais a tralha infecta dos Chicago boys

As ligações entre os neoliberais e o fascismo aí em cima espelhadas, apoiadas, incentivadas e aplaudidas

A tralha neoliberal é de facto uma trampa

S.T. disse...

Bem, eu nem ia dizer nada, mas já que o ¿ Vitor Cunha ¿ insiste...

O Chile é o maior produtor mundial de cobre, responsável por 20% do PIB chileno e representando 60% das exportações. É capaz de ser uma boa ajuda para a prosperidade chilena.

E embora a procura e o preço do cobre tenha declinado desde o início da crise é uma das matérias primas com mais procura desde há umas dezenas de anos atrás.
S.T.

Anónimo disse...

Pimentel ferreira, agora sob o disfarce de vitor cunha, vem aqui defender o indefensável: Pinochet e a sua trupe de assassinos.

E mente. E aldraba. No final da estória o Chile era um charco de sangue. E um dos países com maior desigualdade social.

Pimentel ferreira um dia citou todo contente Goebbels, para seu proveito e das suas teses.

Agora aparece de mão dada a Pinochet e aos boys de chicago.É demasiado mau para ser verdade

Anónimo disse...

Segue-se um texto do insuspeito economista e jornalista Greg Palast, que foi aluno do Milton Friedman retirado do seu livro "a melhor democracia que o dinheiro pode comprar"

"Estes são os fatos. Em 1973, ano em que o general tomou o governo, o índice de desemprego no Chile era de 4,3%. Em 1983, após 10 anos de modernização e livre mercado, o desemprego chegou a 22%. O salário real caiu cerca de 40% sob o regime militar. Em 1970, antes de Pinochet subir ao poder, 20% da população chilena vivia na pobreza. No ano em que o "presidente" Pinochet deixou o cargo, o número de destituídos havia dobrado para 40%. Que milagre!

Pinochet não destruiu a economia do Chile sozinho. Foram precisos nove anos de trabalho duro das mentes mais brilhantes da academia, aquela corja de trainees de Milton Friedman, os Garotos de Chicago. Seguindo os feitiços teóricos, o general aboliu o salário mínimo, cassou os direitos trabalhistas negociados pelos sindicatos, privatizou a previdência social, acabou com todos os impostos sobre renda e lucro, fez cortes drásticos no funcionalismo público, privatizou 212 estatais e 66 bancos e produziu superávit fiscal. O general empurrou a nação adiante na trilha "neoliberal" (livre mercado), no que seria logo seguido por Thatcher, Reagan, Bush, Clinton e o FMI.

Mas o que aconteceu realmente no Chile? Livre da presença opressiva da burocracia, dos impostos e dos sindicatos, o país deu um grande salto... para a bancarrota. Após nove anos de medidas econômicas ao estilo de Chicago, a indústria chilena definhou e morreu. Em 1982 e 1983, o produto interno caiu 19%. Isso é recessão. A experiência do livre mercado estava acabada e não tinha sobrado nenhum tubo de ensaio inteiro. O chão do laboratório estava forrado de sangue e cacos de vidro.

Ainda assim, com uma ousadia extraordinária, os cientistas loucos de Chicago declararam vitória.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Estado do presidente Ronald Reagan divulgou um relatório conclusivo: "O Chile é um estudo de caso sobre uma gestão econômica sadia". O próprio Milton Friedman cunhou a frase "o Milagre Chileno". O economista Art Laffer, discípulo de Friedman, vangloriava-se de que o Chile de Pinochet foi "um exemplo do que a economia supply-side pode fazer".

Certamente. Para ser mais exato, o Chile foi um exemplo de desregulamentação completamente fora de controle. Os boys de Chicago convenceram o governo militar de que o fim das restrições aos bancos nacionais iria libertá-los para atrair o capital estrangeiro, que financiaria a expansão industrial (uma década depois, tal liberalização do mercado de capitais se tornaria condição sine qua non para a globalização). Seguindo esse conselho, Pinochet vendeu os bancos estatais por um preço 40% abaixo do "book value", o valor contabilístico e eles caíram rapidamente nas mãos de dois conglomerados imperiais controlados pelos especuladores Javier Vial e Manuel Cruzat. Com os bancos nas mãos, Vial e Cruzat drenaram dinheiro para comprar todas as indústrias que podiam e então alavancaram esses ativos com empréstimos de investidores estrangeiros ávidos por conseguir uma fatia do bolo estatal.

E assim as reservas dos bancos foram entulhadas com títulos podres de empreendimentos afiliados."

S.T. disse...

Mas já agora só pela diversão, aqui fica um link para um video do Mark Blyth.

Mark Blyth on how the Euro is screwing France and Italy

https://www.youtube.com/watch?v=qpUh_ejubyY

Divirtam-se! Especialmente o pimentel...

S.T-

Vítor Cunha disse...

Oh camarada ST, ai o Chile tem cobre? E a Venezuela não é um dos maiores produtores mundiais de petróleo? O que não falta na América Latina são recursos naturais.

Aí para o analfabeto das 6 de junho de 2018 às 22:08. Desde quando a minha mensagem defendia esse facínora do Pinochet? Referia-me à prosperidade do país em função de políticas macro-económicas.

A esquerda não tem vergonha!
A esquerda é composta por revisionistas históricos sem qualquer pudor científico.

Jose disse...

Ai o Chile!
Como se desgraçou o país!

Ui a Venezuela!
Como se construiu o verdadeiro progresso!

Olha os treteiros!
Como se manipula a ciência económica!

Anónimo disse...

Para o anónimo de 6 de junho de 2018 às 22:13

Um pobre da Suiça vive muito melhor que um da classe média na Nigéria. O índice de pobreza mede apenas a distribuição da riqueza, e sim, o capitlismo gera riqueza e desigualdades.

O Chile é hoje o país mais próspero da América Latina e com melhor qualidade de vida para a população, e isso, devem-no às políticas dos Chicago Boys.

Jose disse...

Prudência e estabilidade são sinónimos.

https://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2017/01/weodata/weorept.aspx?sy=2015&ey=2022&scsm=1&ssd=1&sort=subject&ds=%2C&br=1&c=228%2C299&s=NGDPD%2CPPPGDP%2CNID_NGDP%2CNGSD_NGDP&grp=0&a=&pr1.x=60&pr1.y=9

Anónimo disse...

Um dia haverá quem seja eleito em Portugal a prometer fazer um referendo ao Euro. No dia a seguir à eleição Portugal sairá do Euro, mesmo sem fazer referendo nenhum. Terá sido feita justiça. E o nosso futuro estará unicamente nas mãos dos cidadãos (da democracia) novamente.

Isso acontecerá quando o PS for em Portugal aquilo que são os PS por toda a Europa, uma partido com "socialista" no nome, com "social-democrata" no discurso, mas com Neoliberalismo na prática, e com menos de 10% das intenções de voto nas eleições.

Só espero que em Portugal seja o BE, um partido populista mas não demagogo, um partido da esquerda democrática, a aproveitar esse descontentamento, em vez do que tem acontecido noutras paragens, onde é a extrema direita nacionalista a subir a pique perante o estoiro do "centrão".

Não digo o nome, mas não sou anónimo. Quem sou eu?
Ideologia - Social-Democracia Verde.
Economia - Modelo Nórdico de bem estar social (Dinamarca, Suécia, Noruega).
Orçamento - Keynesiano (+ défice em recessão, + poupança em crescimento).
Estado - República Democrática Parlamentar, Estado Laico.
Sociedade - Libertária.
Europa - UE sim, Euro não.
Religião - Ateu.
Fronteiras - aberta para as pessoas e bens, mas com controlo de capitais.
Política externa - Nações Unidas sim, NATO não.
Impostos - progressivos, redistributivos, fortes medidas contra "otimização fiscal".

Anónimo disse...

A propósito do cobre chileno, ouçamos alguém também insuspeito: C. Ominami (CO)

Carlos Ominami pertenceu ao Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) – crítico pela esquerda do governo de Salvador Allende –, foi para o exílio com o golpe de Estado de Augusto Pinochet, foi ministro da Economia no primeiro governo da Concertação, o do democrata-cristão Patricio Aywlin, após o retorno da democracia, e senador entre 1994 e 2010.

"A mudança maior ocorre em 1975, quando os Chicaco Boys assumem o comando. O modelo ortodoxo radical que levaram adiante colapsou no início dos anos 80. Em 1982, o PIB caiu praticamente o mesmo que na crise de 29, e o desemprego alcançou uma taxa oficial na casa dos 25%. De modo que a experiência a partir do golpe foi menos linear do que se apresenta. O que vem a partir de 83-84 é um modelo que, se segue sendo de corte neoliberal, tem importantes correções com estímulos para o desenvolvimento de certos setores, entre outras medidas que se chocam de frente com a ortodoxia neoliberal.

Pergunta: Além disso, o principal recurso do Chile, o cobre, seguiu nas mãos do Estado. Não parece a típica receita neoliberal.

CO: É uma diferença muito importante. No Chile o que se fez foi dar ao setor empresarial as melhores condições. Impostos foram reduzidos, empresas privatizadas a preço vergonhoso e em condições vantajosas para os compradores, toda a oposição sindical foi suprimida. Mas, ao mesmo tempo, a nova constituição estabeleceu o caráter público do cobre e do petróleo. A estatal Codelco é a principal empresa produtora de cobre do mundo e a primeira do Chile. E isso por uma razão muito simples. Havia um vínculo histórico entre as receitas do cobre e a das forças armadas. O que a junta militar fez foi modificar a quantidade de receita que recebia mudando uma palavra. Em vez de receber 10% dos lucros do cobre, passaram a receber 10% das rendas do cobre. O que significou multiplicar por sete ou oito sua receita.
Isso só podia ser feito no marco de uma empresa pública. Hoje a Codelco é a espinha dorsal das finanças públicas no Chile"

Anónimo disse...

"CO: Uma das coisas mais vergonhosas foi a venda a um preço escandaloso das empresas públicas. Havia muitas durante a época de Allende. E muitas das pessoas que eram executivos das empresas públicas terminaram donos das empresas privadas. Outro aspecto foi o desmantelamento do setor público e de sua capacidade de regulação. Tivemos todos os serviços públicos privatizados, mas a fiscalização desses setores segue sendo muito pobre ou inexistente, com o que os consumidores chilenos ficaram expostos a grandes níveis de abuso".

Onde já assistimos a estas "receitas"?

Anónimo disse...

Vitor cunha tem jeitinho para a coisa.

Proporá para os funcionários públicos a sinalética usada pelos alemães em meados do século passado?

Triângulos amarelos ou vermelhos abundavam na altura nos campos de concentração nazis. O que inventaria o hodierno vitor?

Anónimo disse...

Ai e ui!

A isto está reduzido o argumentário de um pobre tipo. A que se acrescenta uma espécie de slogan publicitário em jeito de estado de alma de conversa de café.

Ou de conversa de frequentador de bordel tributário, vulgo offshore

Anónimo disse...

Havia um idiota da direita neoliberal, comprometido até à medula com a governação miserável e criminosa de Coelho, que dizia que o país estava melhor, embora as pessoas estivessem pior

A malta que anda nestas coisas de blogs manhosos e mal-frequentados tende a replicar o que ouve nesses sítios. Que por sua vez são caixas de ressonância dos mantras e mandamentos do poder instituído.

Passa-se aqui algo semelhante quando alguns falam do Chile, que foi esventrado, e onde a pata imunda do fascismo e dos boys de Chicago derrubaram um governo democrático e legítimo.

Um camarada de pinochet ( joão pimentel ferreira) tenta desligar-se do seu camarada pinochet, com o pretexto que, ele, vitor cunha, se referia às políticas "macro-económicas". E no final da estória bla-bla-bla.

O pior é que a história foi escrita pelo canalha, perdão, seu camarada pinochet. Que fez aplicar a política dos boys de chicago. Com os resultaos conhecidos , com os crimes conhecidos , com a baba sanguinária conhecida.

Estas cumplicidades e conivências da tralha neoliberal com o fascismo são lixadas. Quando denunciadas vemos logo como tenta emendar a mão.

Também a coragem nunca foi o seu forte

Anónimo disse...

Mas este coitado do pimentel ferreira, agora anónimo das 10:05, antes vitor cunha, não sabe ler?

Não sabe que se trata de texto do insuspeito economista e jornalista Greg Palast, que foi aluno do Milton Friedman retirado do seu livro "a melhor democracia que o dinheiro pode comprar"?

É assim que tenta justificar o falhanço da governação de pinochet e dos seus rapazes de Chicago?

Pela pobreza na Nigéria e na Suíça? E pelo "índice de pobreza que mede apenas a distribuição da riqueza"?

Que pimenel ferreira volte a ler. O chão do seu laboratório está forrado de sangue e cacos de vidro.

Se preciso fosse esta é mais uma vez uma prova que estamos na presença dum tal joáo pimentel ferreira. Eis mais uma pimentalice típica

(E sim ," como o capitalismo gera riqueza e desigualdades"? É como com a máfia. Também gera riqueza - para os mafiosos- e desigualdades- para as suas vítimas.
Eis um dandy com o darwinismo social escondido na ponta das suas atoardas)

Jose disse...

«derrubaram um governo democrático e legítimo»

A esquerdalhada está sempre pronta a declarar legitimidades revolucionárias e de democracia sabem tanto quanto eu sei física quântica.
Uns irremediáveis treteiros!

Paulo Marques disse...

O Cunha é um cromo do Blasfémias, por isso, não surpreende a cassete.

Às segundas, quartas e sextas, ai os mortos de fome pela URSS e pelo PRC. Nos restantes, passar fome e ser assassinado no Chile foi rejuvenescedor! Quase apetece perguntar se Tianamen em nome do capitalismo afinal foi bom ou mau... mas ninguém se importa sobre o que pensam.

Quanto a solução técnica, ide ler o Reclaiming the State, pode ser que aprendam qualquer coisa antes de dizer que a direita na Argentina endireitou o país. É que ainda estou à espera da inflação do QE, do crash do Brexit, da estabilização dos preços da comida depois dos fundos de futuros, do crash da China, da descida do dólar, da falência do Japão, de uma definição matemática útil do défice estrutural, de saber porque é que ignorar o artigo 123 não destrói a teoria inteira, em que é que a eurolândia é uma OCA, a sobrevivência da Islândia ou da Malásia depois de fazerem frente aos mercados... sei lá, tapar um buraco do queijo suiço neoliberal já era qualquer coisa, mas nada - é a Venezuela, é a Grécia, é a Argentina, como se o nome de países (que nunca fugiram ao modelo, aliás) fosse uma fórmula matemática que explicasse alguma coisa. Explicar como é que o sucesso impossível do New Deal aconteceu, então, ui! Era preciso Ayn Rand voltar à terra.

Anónimo disse...

Os neoliberais da Escola de Chicago, participaram, activamente, na preparação do golpe de estado fascista de Pinochet, contra a Democracia no Chile, contra a Liberdade, contra os Direitos Humanos.«O Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neoliberalismo. As privatizações no Chile de Pinochet foram anteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973, quando o golpe militar derrubou Allende, o governo já assumiu com um plano econômico debaixo do braço. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” e fora elaborado, secretamente, pelos economistas opositores do governo da Unidade Popular poucos meses antes do golpe de estado de 11 de setembro e estava nos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já no dia 12 de setembro de 1973.

O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo” e na estreita colaboração de economistas chilenos, principalmente os graduados na Universidade de Chicago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante sua reforma da economia.»

Anónimo disse...

Já há muito que tem sido denunciada a ligação umbilical entre o liberalismo e o fascismo. “Num ensaio marcado pela sua característica lucidez, “O Combate ao Liberalismo na Concepção Totalitária do Estado”, Herbert Marcuse pôs a nu os laços que unem o liberalismo ao fascismo, mostrando que entre ambos não havia diferenças substanciais que justificassem a presumida oposição; um a um , Marcuse vai desmascarando as supostas diferenças. O fascismo a que Marcuse se refere é a sua variante germânica – o nazismo.” “Marcuse mostra que fundamentalmente os elementos do Estado totalitário nazista já estão presentes na práxis neoliberal – mesmo que em germe -, sem que houvesse sequer uma resistência ou a insistência liberal em se distinguir do Estado nazista, que estava em seu início no momento em que o artigo foi escrito(1934).(repito 1934) “Marcuse cita uma frase de Ludwig Von Mises, grande teórico do liberalismo, que disse que “o fascismo e todas as orientações ditatoriais semelhantes (…)salvaram na atualidade a formação civilizatória européia. O mérito por esta via adquirido pelo fascismo sobreviverá eternamente na história.”. Ludwig von Mises é um teórico defensor do liberalismo. ”
Há mais

Anónimo disse...

“Liberais e fascistas andaram de mãos dadas.Os liberais viam no fascismo uma saída contra aquilo que eles consideravam o verdadeiro perigo, que era o avanço do “marxismo-leninismo”, ou seja, o avanço de movimentos revolucionários dos trabalhadores em escala mundial a ameaçar a hegemonia burguesa.”

“Os liberais sempre contaram com o apoio dos fascistas e os fascistas sempre contaram com o apoio dos liberais, desde que fosse conveniente para enfrentar aquilo que eles consideram o verdadeiro perigo, que é a ameaça aos seus interesses e a ameaça, em última instância, à propriedade privada. De braços dados eles caminham juntos, corrompem juntos, matam juntos – se for preciso.”

Vítor Cunha disse...

A única ligação umbilical que se vê com o fascismo é da "esquerda radical". Basta olhar para o caso recente de Itália. A esquerda anti-UE espuma qual cão pavloviano, perante tamanha eurofobia. Eurofobia que traz anexos fascismo, xenofobia, racismo, uma flat-rate fiscal; mas o ódio à UE é tanto, que tal é "um mal menor"!

Anónimo disse...

Deve estar a reinar este Jose

O derrube de Allende foi,é, a prova que os fascistas não olham a meios

A legitimidade fascista para cumprir os desígnios dos grandes interesses económicos não existe, ao contrário da legitimidade para correr com tais fdp

A um outro nível foi assim no 25 de Abril de 1974 com o derrube da canalha que devorava o país e as colónias

Jose disse...

“Num ensaio marcado pela sua característica lucidez" deveria dizer-se que 'a ameaça, em última instância, à propriedade privada' é a ameaça à Liberdade, uma vez que é a propriedade que em última instância nos defende dos queridos líderes esquerdalhos e das suas aberrações.

Anónimo disse...

Um pouco fora de tom esta ultima tentativa de herr jose para apagar as ligações umbilicais entre o liberalismo e o fascismo.

Ei-lo a tentar ir à boleia na lucidez de outros.É feio e é vetusto, de preguiça intelectual e de desonestidade formal

E é de uma enorme pobreza conceptual.

A dita propriedade privada tem as costas largas e é uma idiotice conceptual partilhada por muitos dos grandes patifes do mundo que conseguiram deitar as mãos ao saque e que a querem perpetuar e deixar como herança. Salazar até considerava as colónias como propriedade privada e para a sua defesa mandou matar e morrer como um carniceiro vulgar.

Anónimo disse...

Eu sei que é chato e que jose procura todas as tentativas para tapar as orelhas e fechar os olhos, quando denunciam as ligações umbilicais entre o liberalismo e o fascismo, já que se enfronhou neste quando em jovem e que assumiu o segundo quando, pós Abril, percebeu que este era a saída para a sua orfandade.

Compreendeu então que havia mesmo uma ligação profunda, mas não gosta de a ver assim tão exposta.

Enfim, não aprecia ver-se como uma aberração em defesa dos seus queridos líderes. Tem de resto as paredes do quarto atapetadas com algumas das suas prédicas claras e lúcidas. Mas é para uso privado e não para exposição publica


Anónimo disse...

Quanto ao joao pimentel ferreira vitor cunha, esse só com uma gargalhada.

Não vê, não quer ver e fica possesso quando lhe abrem os olhos

E ei-lo a debitar mais uma pimentalice com a sua fuga para a Itália e para a eurofobia

Ah, qual espuma de cão pavloviano etc,etc,etc~


É assim assumida tal impotência no debate e na argumentação? É assim que se começa...

S.T. disse...

Entretanto pimentel cunha aposta a fundo na diabolização dos populistas italianos não vá alguém ter ideias de formar uma frente que combata eficazmente os seus "queridos" euroinómanos.

Eurofobia, fascismo, xenofobia e flat-rate. Tudo misturado para ver se "cola". LOL

"Esquerda radical" + fascismo. É o tudo por tudo para gerar a confusão. LOL

É normal que esteja possesso, quando faltam os argumentos racionais.

Entretanto há quem reflita sobre os chamados MiniBOTs e da sua possível utilidade como instrumento de financiamento ou como forma de preparação para pôr em circulação meios de pagamento alternativos ao euro.

https://www.nakedcapitalism.com/2018/06/hard-look-mini-bot-parallel-currency-idea-italys-new-ruling-coalition.html
S.T.

Paulo Marques disse...

Só falta dizer que a culpa é da esquerda radical pela direita extremista ser eleita depois de 30 anos a mandar na eurolândia.
Lembrarem-se dos insultos que mandaram ao Soares pela óbvia previsão há meia década é que tá quieto. Deve ser culpa dele, toda a gente sabe que a eurolândia até funciona quando ninguém diz que o rei vai nu.

S.T. disse...

Lembro que já quando a EU procurava formas de neutralizar o Syriza, a nazi "Aurora Dourada" grega começou a subir.

Graças à coligação com o Independent Greeks de Panos Kammenos e a uma boa reacção do sistema judicial grego o Syriza conseguiu controlar os neo-nazis. Acrescente-se que os Independent Greeks de Panos Kammenos foram sempre parceiros de governo leais, pelo menos nunca li nada de desabonatório. No fim, irónicamente, foi Tsipras quem borregou.

Noutros países as dinâmicas foram diferentes, mas o resultado global das politicas de austeridade foi o ressurgimento de partidos da direita nacionalista alguns deles mesmo de tendência fascista ou fascizante.
Alberto Bagnai já hà uma porção de anos avisava que as politicas de direita apenas aproveitavam à direita e a explicação é simples: A esquerda, e predominantemente a social-democracia deixou-se intoxicar por ideais que não correspondem à sua matriz ideológica mas mas que lhe foram insidiosamente transmitidos pelo neoliberalismo. Ao fazer isso abdicou de "bandeiras" e peças de análise que foram retomadas em parte por partidos da extrema direita com largo sucesso.

Repare-se como no UK a ascenção de Corbin resultou no esvaziamento do UKIP. Isto é, um genuíno trabalhista preencheu o espaço político que tinha sido tomado por um partido que aparentemente nem lhe era contíguo no espectro político.
S.T.

Anónimo disse...

@ S.T:

Mas por mais que se lhes repita isto...

S.T. disse...

Há entre os comentadores pelo menos três "profissionais" em não compreender. É deliberado para estarem sempre a levantar as mesmas questões porque o seu verdadeiro objectivo é introminar o leitor semeando a dúvida e a confusão. Nunca há da parte desses trolls genuína vontade de esclarecimento.

O jogo é aproveitar as intervenções burras deles para esclarecer quem passa. Por isso para eles vão os meus agradecimentos. Continuem que para mim siga para bingo. LOL

Pode ser que um destes dias me dê ao trabalho de ir à procura deles nos seus próprios covis (sites).
S.T.

Jose disse...

Andam a impingir o fascismo associando-o a tudo que mexe, não vá saber-se que o fscismo é uma derivada do socialismo marxista do qual trouxe tudo que lhe é essencial: o totalitarismo e a violência.

Anónimo disse...

Ou seja, o ST confirma a tese.

Apraz-lhe o governo fascista e xenófobo de Itália.

Esclarecedor!

Anónimo disse...

Não, herr José. Ninguém anda a impingir nada.

Não, herr José ninguém anda a associá- lo a tudo o que mexe.

Não herr José, as derivadas são outra coisa, embora se perceba que tenha tentado derivar para aquela deriva que lhe permite esconder o que se denunciou aqui

Não, herr Jose. Totalitarismo e violência são os métodos adaptados pelo fascismo. E quem se assumia como tal era o seu próprio ídolo, um tal de Oliveira Salazar. Ou os que berravam os Viva la muerte, a quem considerava de forma ternurenta como “ românticos”

Não, herr Jose, o fascismo não derivou do socialismo marxista. As asneiras e os disparates podem passar por ignorância quando a idade aperta ou a bebida ataca. Mas lutar contra conceitos ideológicos e filosóficos é uma tarefa inútil, que pode passar apenas entre os ronceiros e os medíocres.

Não, herr José, a desonestidade tem limites. Mas ainda não consegue fazer passar as suas tretas de envergonhado salazarista primário

S.T. disse...

Pelo interesse de que se reveste para o debate sobre o euro e a suposta "prudência", publica-se o link para uma entrevista de Paul De Grauwe:

(Paul De Grauwe dispensa apresentações, penso eu!)

https://www.fuw.ch/article/we-have-to-change-the-system-the-italian-crisis-makes-this-clear/

Como de costume alguns excertos como aperitivo:

"...there is no mechanism to ensure that adjustments work symmetrical on creditor as well as debtor countries. In a currency union, countries diverge at some point. Therefore there needs to be a mechanism to bring convergence. And this should be symmetrical: countries with deficits need to reduce spending while countries with surpluses should increase their spending. This has not worked. There was no willingness by the creditor countries to do so. The fault is systemic: If there had been a central budget, it would have stabilized the economy for the whole of the Eurozone. The budget would have transferred money to make sure that the impact is more symmetrical. But as we are far away from a central budget, we have to rely on individual countries to be willing to cooperate and do their job. And they do not."

"What is your outlook now for the Eurozone?
Much of it will depend on how the Italian crisis will be resolved. The Eurozone has been on a path of economic recovery, but now this path is endangered. We should overcome these stupid rules to balance budgets which we imposed on ourselves. We stop ourselves to finance investments with debt. No private company follows such a stupid rule. Else we would still be in the stone age. If you have a good project, you borrow. Governments should be able to do so. In many places, especially among German economists, there is this cynical view that government investments cannot do anything productive. This is certainly wrong."

S.T.

S.T. disse...

No mesmo site um artigo de antevisão da próxima cimeira de chefes de estado da EU também merece a vossa atenção.

https://www.fuw.ch/article/moment-of-truth-for-europe/

S.T.

Anónimo disse...

Em Itália há um governo fascista?

Mas isso é autorizado pela UE?

Então a UE é uma bandalhice completa e não merece nem a existência legal. Nem o euro deve albergar tal coisa.

Confirmam-se os piores receios dos eurocepticos. A UE afinal é um albergue alemão que come tudo desde que funcione em função da Alemanha

Ou tudo isto não passa de uma desesperada tentativa de Pimentel João Cunha Alexandre símoes Ferreira para mais uma vez dar voz ao seu tique pesporrento de caluniar os demais deste forma miserável? Ele, logo ele que nos tentou vender a estória que a história do seu camarada Pinochet tinha tido um final feliz

Insiste, insiste, flete, flete. Mas estas idiotices, desonestidades e calúnias acabam por se voltar contra quem as profere

Jose disse...

´«...lutar contra conceitos ideológicos e filosóficos é uma tarefa inútil, que pode passar apenas entre os ronceiros e os medíocres.»

Curvem-se perante tão elevado pensamento de quem se diz recusar o totalitarismo e a violência.

S.T. disse...

Continuando a aproveitar a actividade dos trolls para intercalar comentários informativos e formativos chamo a vossa atenção para este post no "Les Crises":

https://www.les-crises.fr/fake-news-la-grande-peur-par-richard-labeviere/

Aperitivos:

"Mais le plus grave est ailleurs… dans notre monde où la majorité des grands médias (traditionnels et numériques, ceux qu’on appelle « les réseaux sociaux ») sont maintenant dans les mains de grands patrons. Ces derniers exercent un pouvoir absolu sur les industries de l’information et du divertissement qui touchent et forment nos cerveaux. Sans sombrer dans le délire ou la paranoïa du complot, force est de reconnaître que ces décideurs ne lésinent pas sur les moyens pour transformer les citoyens en consommateurs dociles, conformes, moins autonomes et satisfaits du monde tel qu’il est ! Comme le répète souvent le linguiste Noam Chomsky, « derrière la production de nouvelles, de spectacles et de publicités, le projet d’anesthésier toute forme de critique ou de révolte est bien à la manœuvre… C’est une question d’argent et de reproduction des marges de profit »."

(A bold os nossos destaques.)

Boa leitura
S.T.

Anónimo disse...

"´«...lutar contra conceitos ideológicos e filosóficos é uma tarefa inútil, que pode passar apenas entre os ronceiros e os medíocres.»

Que herr jose se curve ou não, isso é tão somente do seu poro íntimo.

A luta não é contra os conceitos que são o que são. O que se pode assumir é a luta contra a(s) ideologia(s)

Pelo que não se pode tentar aldrabar e mentir sobre o que caracteriza e baliza as várias correntes de opinião, filosóficas, ideológicas, até religiosas

E jose é pródigo nestas tentativas de cavalgar a realidade, de distorcer os conteúdos, de mentir sobre os factos. Como quando tenta meter aqui a martelo a proveniência do fascismo.

(E como quando, no seu desvario de apologista salazarento, tentou impingir a tese que "passados anos Salazar mandou pagar o que tinha recebido ( do plano Marshall) o que causou problemas sérios à administração americana que não tinha sequer cobertura legislativa para uma receita de devolução do que nunca esperaram receber.Insistiu soberanamente e o congresso autorizou a receita".

Uma anedota completa.
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2018/02/paralelismos-noutra-dimensao.html )

Jose disse...

Confesso que não fui eu quem entregou o cheque, e já não sei onde li a história, mas também a pude encontrar aqui:
http://portugalidade.blogspot.com/2010/04/memorias-do-portugal-respeitado-texto.html

Anónimo disse...

Um tipo de nome Luís Soares de Oliveira resolve postar num daqueles antros de saudosos salazaristas um post em que revela a seguinte história:

A"Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall. O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão".

(O primeiro secretário vai assim com um chegue ao departamento de estado)
A narrativa prossegue em tons melodramáticos:

"O colega americano ficou algo perturbado. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo ...transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo".

A narrativa prossegue verdadeiramente épica:

"o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos"

É esta estória formatada para idiotas menores que um tal jose serve como prova das "balls" de Salazar

Quem consultar a correspondência entre portugal e os USA não encontra nada sobre este assunto.

Quem consultar a sua inteligência apercebe-se da idiotice maior de ser um primeiro-secretário a ir com um cheque na mão sem qualquer aviso prévio diplomático

Quem consultar a sua inteligência apercebe-se que não há qualquer referência a qualquer outra tranche para pagar a denominada dívida.

Quem consultar a sua inteligência apercebe-se que coisas do género "a resposta veio imediata e chispava lume... "Pague já e exija recibo" são da mais extraordinária boçalidade e comprovam o carácter da propaganda salazarista

Quem consultar a sua inteligência apercebe-se do enorme ridículo de quem ousa proclamar manchetes nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam"

Quem consultar a sua inteligência fica atónito como tais idiotices conseguiram ver a luz do dia...

E serem transmitidas assim desta forma pelo tal Jose

Anónimo disse...

@José,

o Cuco e Cpa. não gosta de pagamentos certos. Prefere protelar, pagar mais juros compostos e, assim, suster a agiotagem. A minha teoria é que a esquerda sempre foi a melhor amiga dos agiotas.

Mais despesa => mais défice => mais dívida => mais juros => mais rendimentos de capital!

@ST

maravilhas, o seu amigo Salvini já deixou mais de 600 no mar. Mas já sabemos a sua teoria, a culpa é daquele magnata da Hungria.

Anónimo disse...

Ahahah

Há qualquer coisa de demasiado cabotino ( há quem o tenha qualificado mesmo como "burro", mas enfim) neste pobre joão pimentel ferreira que se espraia assim por tantos e tão desaustinados nicks

Não será só uma questão de ficar atazanado com um tal cuco.É mesmo intrínseco à sua pessoa, que se reflectiu na sua formação escolar e de cidadania.

Não perceber que não houve quaisquer pagamentos de Salazar, que tudo não passou de uma estória inventada em antros de saudosistas salazarentos, espalhada pelos seus frequentadores e que é contada hoje como anedota da credibilidade de alguns, é demasiado para qualquer ser mortal.

Isto não espelha de facto só mediocridade. Vai mais fundo e dá direito a um regabofe de gargalhadas.

"protelar, pagar mais juros compostos e, assim, suster a agiotagem" diz o pobre, não percebendo o que diz e do que se fala.

A minha teoria é que o joão pimentel ferreira é mesmo aquilo que parece ser.

S.T. disse...

O envergonhado pimentel aónio cunha agora é anónimo?
Talvez para ver se passa?

Salvini está a resolver aquilo que a perversidade das "regras" da EU criou.

O acordo de Dublin prevê que o primeiro país da EU onde um qualquer imigrante clandestino desembarque é obrigado a acolhê-lo. Itália vê-se assim a braços com meio milhão de imigrantes clandestinos "encalhados" na sua viagem para o centro da Europa por cortesia da Sra Merkel que os convida e depois unilateralmente decide fechar a fronteira.

Nem Itália tem condições para os obsorver devido à sua taxa de desemprego nem eles querem ficar porque Itália nunca foi o seu destino preferêncial. E no entanto, como numa "união" com liberdade de circulação de pessoas, os imigrantes não podem escolher o país para onde querem ir, vão deambulando por Itália.

Estranho, não é? afinal os imigrantes não serão pessoas para terem liberdade de circulação como os demais?

Salvini está a rebentar com os esquemas manhosos de tráfico humano em que se "marcam encontros" com "barcos de salvamento" cada vez mais perto da costa Líbia e se chega ao desplante de retirar aos botes pneumáticos os motores fora de borda para uma outra lancha dos traficantes para os poderem reutilizar. É uma indústria bem montada e com processos já muito estudados.

Curiosamente Soros e outras "virgens" agora já reconhecem que não está certo sobrecarregar Itália e dizem que "deve ser conpensada" para tentar manter o tráfico. Até agora ninguém se tinha preocupado com os efeitos da presença deste "exército de mão de obra de reserva" em Itália.

Também aqui se verifica a velha máxima: Pimenta no cu dos outros para mim é refresco!
S.T.

Anónimo disse...

"Finalmente, um grande equívoco da “esquerda” é o do problema dos “imigrantes”, sobre o qual será necessária uma ampla e franca discussão sem preconceitos. Se “à esquerda” o problema é visto como essencialmente “humanitário” e de “anti-racismo”, na base da obsessiva propaganda neste sentido por parte das bem financiadas ONG “sorosianas” que se dedicam ao salvamento dos “imigrantes”, de um outro ponto de vista o fenómeno pode ser encarado como o novo gigantesco “comércio de escravos” destinado a fornecer carne fresca ao capitalismo ocidental e a rebaixar os direitos e os salários dos trabalhadores da metrópole. É significativa uma entrevista que fiz pessoalmente a uma neo-deputada progressista libanesa (publicada no Antidiplomatico), que denunciava o encorajamento aos fugitivos no sentido de abandonarem a Síria, encaminhando-os para um futuro incerto, como um ataque directo à estabilidade do país. Idêntico discurso pode ser feito em relação à Líbia e outros países africanos destruídos e depauperados da sua própria população – que teria podido encontrar melhores soluções de vida no seu próprio país se este fosse deixado livre de progredir e expandir-se economicamente – e também dos refugiados da Europa de Leste devastada pelas guerras e pelo neocapitalismo. As forças que se definem como “de esquerda” deveriam reflectir mais lucidamente sobre estes e outros problemas, de modo a evitar que as soluções sejam as indicadas pelos partidos populistas, com os correspondentes e consequentes sucessos eleitorais.

(Vincenzo Brandi)

Anónimo disse...

Pode o ST providenciar fontes para esses "encontros com os barcos de salvamento"? Ou é mesmo só xenofobia?

Anónimo disse...

E já agora, não há pimenta no anús de ninguém. A Holanda tem muitos mais imigrantes que Portugal. Saia à rua e respire fundo. Como vaticinava Roberto Benigni, a vida é bela!

Anónimo disse...

Este Pimentel aonio Ferreira tem destas manias esquisitas

Aconselha quando não tem argumentação. Ou sobre grafia, ou sobre os bordéis dos alemães e holandeses que venera, ou agora sobre os passeios na rua

Mas há algo de repelente nisto tudo que atesta uma hipocrisia funda e aquilo que Pimentel Ferreira também é

Repare-se como fala nos refugiados, com esta caterva de cuidados e depois salta todo pimpão, agitando as gorduras prazeirosas e proclamando que a vida é bela

Um aldrabão sem escrúpulos?

S.T. disse...

Portugal não tem problemas com imigrantes. Nenhuns! Fogem todos de cá para os países do centro da Europa.

A nossa pobreza funciona como um escudo invisível contra os imigrantes económicos e pseudo-refugiados.

Problemas tem a Itália e a Grécia. E problemas graves. Se os imigrantes não são problema porque fecham a França e a Austria as suas fronteiras impedindo os imigrantes encalhados em Itália de prosseguirem para os seus destinos desejados?

Quanto à Grécia, a EU, cujos dirigentes têm notáveis déficits de inteligência, não se apercebem que a longo prazo estão a favorecer a colonização das ilhas gregas por populações de origem otomana, quando a própria Turquia já desafia a validade dos tratados de partilha territorial com a Grécia e viola quase diáriamente o espaço aéreo grego com voos dos seus caças. Parece que não aprenderam nada com o problema de Chipre.

Portanto a falta de senso geoestratégico das medíocres elites europeístas irá a médio ou longo prazo trazer graves dissabores à pobre Republica Helénica.

Entretanto têm um artigo para ler:

"Inconvenient Truths About Migration" de Robert Skidelsky na Social Europe

https://www.socialeurope.eu/inconvenient-truths-migration

Boa leitura!

S.T.

S.T. disse...

Olha! Afinal parece que 70% dos espanhóis são "xenófobos".

http://www.elmundo.es/debate/espana/2018/06/12/5b1f8348e2704e451b8b466f_results.html

E a "mamã Merkel" parece que mudou de ideias depois de inúmeros atentados "não-terroristas".

https://sputniknews.com/europe/201806131065361711-merkel-kurtz-eu-borders/

S.T.

S.T. disse...

Artigo no L'Obs:

https://www.nouvelobs.com/monde/migrants/20180613.OBS8108/crise-de-l-aquarius-la-france-et-l-italie-au-bord-de-la-crise-diplomatique.html

Destaques:

""En ce qui concerne la répartition des demandeurs d'asile, le pays qui est le plus en tort par rapport à l'Italie, c'est la France, parce qu'elle s'était engagée à accueillir 9.816 migrants débarqués en Italie et, en réalité, elle n'en a pris en charge que 640.

J'appelle donc le président Macron [...] : Emmanuel, si tu as le cœur aussi gros que tu le dis, nous te donnerons, dès demain, les 9.000 personnes à accueillir.""

S.T.