sexta-feira, 4 de maio de 2018

A social-democracia para além da «terceira via»

Não é preciso afastarmo-nos da esquerda nas políticas para, com os resultados obtidos, convencer muitos eleitores do centro

Pedro Nuno Santos


I. Num momento em que social-democracia está em forte retrocesso político em toda a Europa, o Partido Socialista em Portugal é uma exceção. Sem pretender dar lições a outros partidos da família social-democrata – cada partido opera num contexto nacional com oportunidades e constrangimentos específicos –, precisamos compreender o que nos permite ter hoje níveis de apoio popular elevados.

Como venho defendendo, a decisão tomada em 2015 de procurarmos construir com a esquerda parlamentar uma solução de governo maioritária, alternativa à viabilização de um governo de direita, pode ter salvo o PS do destino de outros partidos europeus da mesma família política.

A solução traduziu-se num programa político que restituiu a esperança de uma vida melhor a muitos portugueses. A configuração inédita da nova maioria enriqueceu a democracia, trazendo para a esfera governativa partidos que representam cerca de um milhão de portugueses. Mas foi o seu programa, que promoveu a recuperação de rendimentos e direitos, o crescimento económico e a criação de emprego, por um lado, e o respeito por quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira, por outro, que gerou o nível de apoio de que o PS dispõe atualmente.


Teria sido bem diferente se tivéssemos feito o que alguns, mesmo dentro do PS, consideravam natural: a viabilização de um governo minoritário do PSD/CDS. Nesse caso, estaríamos hoje, certamente, na posição de outros partidos social-democratas europeus e incapacitados de disputar a liderança governativa em Portugal. Sobretudo, nunca teria sido possível construir com o PSD e o CDS o programa de mudança económica e social e de comprometimento com o Estado social público e universal, base de uma comunidade decente, que foi possível – apesar das diferenças com estes partidos – com o apoio do PCP, BE e PEV.

Num momento em que o PS reflete sobre o caminho a trilhar no futuro, temos não só de olhar para o que fizemos desde 2015, mas ir mais longe - para evitar o mesmo destino de muitos partidos irmãos - e refletir sobre o que aconteceu à social-democracia europeia.

II. Nos anos noventa, o centro-esquerda encontrou um paradigma de aparente renovação e de superação das derrotas sofridas nos anos oitenta, conhecido por “terceira-via”, que foi até à Grande Recessão de 2008 a referência principal da social-democracia na Europa.
Do ponto de vista ideológico e programático, a terceira-via tentou adaptar o papel do Estado às dinâmicas de um capitalismo global, repensando a centralidade e o significado de princípios como a igualdade, a liberdade e a solidariedade.

Do ponto de vista do papel do Estado, aceitou, por um lado, a introdução generalizada da lógica mercantil nos serviços públicos e, por outro, que os mercados fossem os únicos motores do crescimento económico. O Estado devia limitar-se a criar as condições para que os mercados funcionassem, com regulação minimalista, colhendo o dividendo orçamental para financiar as funções do Estado.

Do ponto de vista eleitoral, promoveu um discurso que visava explicitamente as classes médias mais qualificadas e as suas aspirações de mobilidade social, em detrimento das preocupações com os trabalhadores industriais dos setores tradicionais.

Mas, tal como a esquerda dos anos setenta e oitenta foi forçada a fazer uma autocrítica, hoje impõe-se fazer uma avaliação crítica da terceira-via. No plano ideológico, a fronteira entre a esquerda e a direita foi demasiado esbatida, e a corrida para o centro descaracterizou o nosso ideário ideológico, programático e linguístico, deixando que muitas bandeiras fossem apropriadas por forças à nossa esquerda.

No plano do modelo de desenvolvimento, a terceira-via deu prioridade à contabilidade do crescimento económico, independentemente do seu padrão: todo o crescimento da economia e do emprego era positivo, até porque gerava receita. A terceira-via abraçou um modelo de crescimento demasiado assente no imobiliário e no setor financeiro. Sim, sofreu o impacto da Grande Recessão; o problema é que participou na construção do modelo que a causou. Quando a bolha imobiliária estalou e o setor financeiro colapsou, o dividendo orçamental desapareceu e os governos tiveram de resgatar os bancos e cortar nos serviços públicos. E a terceira-via, que dependia do sucesso desses setores, caiu com eles.

No plano eleitoral, a terceira-via considerou garantidos os votos dos trabalhadores e que era possível falar apenas para as frações qualificadas das classes médias. Em algumas versões, promoveu mesmo o fim da aliança entre operariado e diferentes segmentos da classe média que dera coerência ideológica e força eleitoral à social-democracia.

Hoje, com raras exceções, os partidos social-democratas europeus são praticamente partidos das classes médias mais qualificadas. Isto não resulta apenas das transformações no mundo laboral. É verdade que o operariado industrial tem hoje um peso menor, mas a expansão do setor terciário gerou uma enorme massa de trabalhadores. Tantas vezes sujeitos a emprego precário, mal pago, rotineiro e sem expectativas de promoção, estes constituem a maioria do eleitorado, enquanto os profissionais liberais e as classes médias mais qualificadas continuam a ser uma minoria. Isto ajuda a explicar por que razão são poucos os partidos social-democratas que, na Europa, ultrapassam os 20% de apoio eleitoral. Por negligência ou escolha, a social-democracia deixou de representar os eleitores com baixas e média-baixas qualificações. Em muitos casos, passou a olhá-los como “deploráveis”.

III. Esta atitude é bem visível nas análises sobre o populismo na Europa. A ascensão deste, em particular o de extrema-direita, coloca desafios muito sérios, mas é, antes de mais, um sintoma de outros problemas: as regressões económicas e sociais das últimas décadas produziram justificadas reações de medo e ansiedade em grupos menos preparados para lidar com mudanças que não controlam e mais vulneráveis aos seus efeitos destruidores.

Combater o populismo sem tentar, antes, perceber o que o alimenta e, depois, sem procurar saber se e como é possível corrigir as suas causas, faz da crítica ao populismo pouco mais que mera projeção da arrogância das elites. Há mais de uma década que esta atitude impera no centro-esquerda e, no entanto, o populismo não parou de crescer. Seria bom repensar a forma de combatê-lo.

Esta análise não implica nenhuma “cedência” ao populismo. Ironicamente, quem cede são os que aceitam como clivagem central a distinção entre sociedades “abertas” e “fechadas”, pela simples razão que é precisamente essa a dicotomia que os populistas promovem. Centristas e populistas partilham a mesma visão de um mundo dividido entre um pólo aberto e outro fechado, divergindo apenas na valorização feita: onde centristas veem sectores dinâmicos e cosmopolitas, populistas veem elites corruptas; onde os primeiros veem grupos manipulados, os segundos veem o povo traído pelas elites. Mas ambos concordam que a clivagem esquerda-direita – que durante décadas deu identidade programática, autonomia estratégica e utilidade política à social-democracia – deve ser desvalorizada.

O resultado está à vista por toda a Europa: quando a social-democracia se demite de representar os que mais precisam do Estado como instrumento de desenvolvimento e proteção, os partidos populistas ocupam esse lugar; quando a social-democracia passa a falar sobretudo para os grupos ganhadores da globalização, ela deixa de ser politicamente necessária: qualquer partido centrista, liberal ou conservador pode fazê-lo com mais convicção.

IV. A esquerda soube evoluir em relação aos anos setenta e oitenta, mas é agora preciso que o saiba fazer em relação aos anos noventa e dois mil. Precisamos de olhar com humildade para os problemas, em vez de ceder à tentação de replicar modelos passados.

O mais apelativo da “terceira-via” era querer compatibilizar o que via como o melhor de dois mundos: do lado da produção, deixar os mercados funcionarem sem freios; do lado da distribuição, caberia ao Estado o papel de (mesmo que de forma punitiva) compensar os perdedores. Há vinte anos atrás talvez fosse possível acreditar que uma separação tão clara entre produção e distribuição de riqueza poderia ser eficaz e sustentável. Hoje, face ao crescimento dependente de atividades voláteis, à incapacidade geral para travar o aumento de desigualdades, ou à falta de credibilidade da social-democracia para proteger os mais vulneráveis, hoje é muito difícil aceitar essa divisão.

É, assim, urgente trabalhar – sem os fantasmas inúteis da “radicalização programática” e do “anti-capitalismo” – num diagnóstico sério sobre os desafios que a transformação do capitalismo e as dinâmicas laborais e demográficas colocam à social-democracia. Precisamos de corrigir os excessos liberalizadores cometidos nos últimos 20 anos e repensar o papel do Estado nas políticas de crescimento, regulação e inovação.

Em vez de esperar que os mercados destruam e criem, limitando-se a política social a apanhar os “cacos” gerados pela destruição criativa, o Estado necessita de melhor intervir previamente nos mercados, desenhando-os segundo critérios de justiça e eficácia. Trata-se, nuns casos, de limitar os mercados, como nos serviços públicos universais de educação e saúde (forçando o capital privado a investir em setores transacionáveis); trata-se, noutros, de limitar a ação dos mercados (no trabalho, na habitação, na energia, no ambiente) através de regulação inteligente; trata-se, noutros casos ainda, de construir mercados através de políticas de inovação onde o Estado deve ser capaz de definir missões coletivas, coordenando a atividade dos privados na resolução de problemas económicos, ambientais e sociais.

Se, por exemplo, o Estado português definisse como missão libertar o país da dependência de combustíveis fósseis num dado horizonte temporal e concentrasse recursos e incentivos aos privados para esse fim, não só estaria a dar resposta a problemas concretos (défice da balança de bens e qualidade de vida) e a potenciar os recursos naturais, como criaria novos mercados e oportunidades de inovação para o tecido produtivo, gerando emprego com salários mais elevados.

Esta não é uma agenda anticapitalista, mas também não é o liberalismo económico. É uma agenda social-democrata para o século XXI.

V. A relevância de toda esta discussão para o PS é dupla. Primeiro, o sucesso deste governo e desta maioria nada deve à terceira via. O PS não precisou de mercadorizar os serviços públicos, de liberalizar o mercado laboral, de diabolizar os “radicalismos programáticos”, de estigmatizar os mais fracos ou de ignorar os abusos do mercado para obter bons resultados sociais, económicos e orçamentais e para merecer o apoio popular.

Em segundo lugar, o PS deve evitar cometer os erros que contribuíram para que, em muitos países, se alienasse parte do eleitorado tradicional da social-democracia. É essencial, no plano ideológico, saber os valores em que acreditamos, evitando uma excessiva diluição das fronteiras com outros partidos; no plano programático, definir como esses valores se devem traduzir em políticas públicas de desenvolvimento económico e de proteção social; no plano eleitoral, saber quem queremos representar, compreendendo que o projeto social-democrata depende da construção ativa de uma maioria que vá dos trabalhadores menos qualificados às novas classes médias do privado e do público, da indústria aos serviços, do interior às cidades.

É o debate e a resposta a estas questões que garante a nossa autonomia e identidade, e não a discussão sobre se o PS deve ser “moderado” ou “radical”, que não só é espúria, como esvazia o debate que realmente interessa ter; sobretudo, é irrelevante para as pessoas. Para elas, o essencial é se as políticas são capazes de traduzir as suas intuições morais de justiça e de responder às suas aspirações materiais, individuais e coletivas. Essa tem sido a força deste governo e desta maioria, que nestes anos demostrou que não é preciso afastarmo-nos da esquerda nas políticas para, com os resultados obtidos, convencer muitos eleitores do centro de que o nosso projeto é mesmo aquele que lhes dá esperança de viver melhor em Portugal.

Pedro Nuno Santos (Público, 4 de maio de 2018)

22 comentários:

Anónimo disse...

Reparo com consternação que nem uma palavra é dita sobre as relações com a EU o o Euro.

Ora, a definição de posições claras em relação ao maior espartilho a uma governação verdadeiramente social-democrata é central a qualquer política que vise o progresso do país.

Pode o PS bater no peito e jurar pela social-democracia, mas todos nós sabemos que isso será falso se não fôr resolvido o problema europeu. É inútil tentarem passar por entre os pingos da chuva e iludirem-se iludindo o eleitorado.

Estranho que neste ponto em que os diagnósticos são claros e evidentes o PS ainda tente escamotear esta questão que é basilar em relação a todas as outras.

O texto é uma promessa, mas infelizmente não tem bases que a sustentem.
S.T.

Lowlander disse...

"Reparo com consternação que nem uma palavra é dita sobre as relações com a EU o o Euro."

Parecer: E de facto muito pertinente o reparo do S.T.. Infelizmente, o centro-esquerda portugues, continua firmemente euro-iludido em relacao a natureza e concrecta accao da UE realmente existente.

Despacho: Lamente-se.

Paulo Marques disse...

A resposta a propaganda Eurofiliaca é sempre a mesma: Não há reforma possível à Europa e vai continuar a ser uma instituição de empobrecimento.

Anónimo disse...

@Paulo Marques

Excelente escolha de artigos. Dá gosto ver que há mais gente informada e com a cabeça operacional e no lugar.
S.T.

Anónimo disse...

Um texto que vai no sentido correcto, apesar da prática do partido socialista neste governo não ser essa! Também era interessante o autor perceber que a socialdemocracia resulta da fusão do socialismo com a democracia, e a UE não permite que o regime português tenha o nome de democracia, como muitos estudiosos deste assunto referem! Era necessária maior profundidade, embora seja de saudar!
NM

Jaime Santos disse...

Desculpe que lhe diga, Nuno Serra, mas gostava mais de Pedro Nuno Santos quando ele não tentava traçar bissetrizes para estar simultaneamente dentro e fora da Esquerda (ou do Centro-Esquerda).

Podia ser mais irrealista com as suas propostas de incumprimento unilateral da dívida, mas era mais genuíno.

Em primeiro lugar, há uma diferenças claras entre sociedades abertas e fechadas, basta comparar os países ocidentais versus o antigo bloco comunista. Não é preciso ser-se um grande génio político para discernir quais elas são, e qual o modelo de sociedade que melhor corporifica os ideais de liberdade e de progresso económico (o outro modelo até faliu de alto a baixo e já nem sequer existe).

Em segundo lugar, como bem lembram algumas das pessoas que aqui escrevem (só que eles acham que isso é mau, enquanto eu acho que não é mau de todo), a política do atual governo é do mais puro centrismo.

Os Partidos de Esquerda fazem muito fogacho retórico, mas aceitam essa política por puro pragmatismo, porque a alternativa da Direita é pior e porque, na verdade, ninguém à Esquerda faz um mínimo de ideia de como romper em concreto com o Euro sem rebentar com a Economia (basta ver há quanto tempo o PCP diz que é preciso estudar a saída, parecendo que não existem economistas na sua área que já poderiam ter começado há muito a fazer tal coisa).

No fundo, BE e PCP-PEV estão por seu lado dentro e fora do Governo, simultaneamente. Podem dizer cobras e lagartos do PS, ao mesmo tempo que colhem frutos de um apoio parlamentar sem mácula que têm prestado ao PS e ao Executivo.

Este jogo é um bocadinho ridículo, mas enquanto funcionar, la nave va... Mas o que ele mostra é que de facto, estamos em presença de uma espécie de TINA por falta de comparência. A capacidade de boa governação tecnocrática está do lado de Mário Centeno e ninguém parece capaz de competir com ele...

Geringonço disse...

O PS não continua apenas firmemente iludido com o €uro, o PS é firmemente apoiante da NATO, a tal organização que têm o objectivo defender o Ocidente do fantasma Soviético e enriquecer aqueles que fabricam misseis, drones, e outros mecanismos de matança!

Anónimo disse...

O título deste Post poderia ser antes: "A social-democracia e a luta contra o buraco negro da terceira via (continua)".

Anónimo disse...

Como Alberto Bagnai explicou no seu blogpost "Miracolo a Lisbona" com recurso a dados estatísticos, a recuperação de Centeno foi ainda feita à custa dos rendimentos do trabalho.

http://goofynomics.blogspot.pt/2017/10/miracolo-lisbona.html

Por esta via apenas se pode esperar que o enpobrecimento do país seja mais lento e que "não se note tanto".

Mas o PS devia pôr os olhinhos num país que tantas vezes usam como exemplo, a Finlândia.

"Finland has done everything right, but the euro is still making it permanently poorer"

https://www.washingtonpost.com/news/wonk/wp/2018/04/25/finland-has-done-everything-right-but-the-euro-is-still-making-it-permanently-poorer/?noredirect=on&utm_term=.cec7ce3f3d74

O artigo é do Washington Post.

"To get an idea of where it should be, all you have to do is look at Sweden. It's similar in every respect, except it doesn't use the euro. Indeed, as Paul Krugman points out, the two countries grew almost identical amounts between 1989 and 2011 in per capita terms, before the euro turned what should have been a few bad quarters for Finland into a few bad years. The result, as you can see below, is that, even though it's recovering now, it's still 11 percent behind Sweden, and it isn't expected to catch up much more than that over the next five years."

"That's a high price to pay for not having to change your money when you visit Germany."

Aliás, já existe um blogpost de Krugman de 2015 sobre esta comparação com a Suécia.

https://krugman.blogs.nytimes.com/2015/07/22/annoying-euro-apologetics/

Em suma, continuar cega e acríticamente a apoiar o euro impedirá quaisquer veleidades de alminhas bem intencionadas mas digamos, pouco brilhantes, de escapar à voragem do buraco negro da terceira via.
S.T.

Jose disse...

« a social-democracia deixou de representar os eleitores com baixas e média-baixas qualificações»

Mas isso é um dramático abandono dos coitadinhos!
Não se lhes pode dizer que se qualifiquem e se façam à vida, muito menos que cuidem de ser produtivos. Só uma dose massiva de sopas e garantias os leva a pôr o voto no sítio certo.
E o discurso para as classes médias tem de ser subliminar, dizendo: explorem os coitadinhos e tratem de os fazer produtivos para que possam gerar a mais-valia suficiente para que paguem os impostos bastantes para nós, os pastores dos coitadinhos, os possamos pastorear.

Jose disse...

«...o Estado necessita de melhor intervir previamente nos mercados, desenhando-os segundo critérios de justiça e eficácia.»

E há lá coisa em que nós, os pastores dos coitadinhos, sejamos mais prescientes e eficazes?
Quem pode denegar o nosso laborioso trabalho de compreensão e controlo de toda a actividade económica, já para não falar da actividade humana, cultural e científica?
As nossas vidas são a prova irrefutável do poder da Palavra.
Nós somos a Luz, os Guias!

Jose disse...

« ...o projeto social-democrata depende da construção ativa de uma maioria que vá dos trabalhadores menos qualificados às novas classes médias do privado e do público, da indústria aos serviços, do interior às cidades»

Nós somos a união nacional, com exclusão de todos aqueles das velhas classes médias (que cometeram a leviandade de não consumirem o que ganharam) e aqueles que tenham particular sucesso económico, porque isso é sinal que ainda não os catamos suficientemente.

Vitor disse...

Artigo muito bom no Publico hoje sobre a influência e o "monopólio" da empresa Blackrock nas tomadas de decisão ao mais alto nível durante a crise e sobre a criação de um sistema privado de pensões pan-europeu.
https://www.publico.pt/2018/05/06/economia/noticia/a-empresa-que-esta-a-mudar-o-capitalismo-1818931

Pedro disse...

Puxa José. Quanta inveja do PS.

Só pela tua conversa da treta se vê que são iguais.

A única diferença é que tu és demasiado bronco para disfarçar os insultos ao povo porfuguês, enquanto eles se tentam fazer de amiguinhos do povo enquanto praticam as políticas que tu defendes.

Pedro disse...

Este longo texto em politiquês do senhor Santos pode ser muito mais sucintamente traduzido para português:

- Os partidos social-democratas venderam-se á extrema-direita neoliberal em troca de empregos principescamente remunerados na porta giratória política/empresas.

Porque o neoliberalismo que praticaram NÃO é centro, é extrema-direita.

E não, não se limitaram a "esvanecer" as fronteiras com essa extrema-direita, foram os seus maiores porta-estandartes e histéricos porta-vozes.

Durante trinta anos trairam a classe trabalhadora e agora só se "interessam" pela sua sorte porque os trabalhadores estão a deixar de votar neles o que está a fazê-los perder eleições, o que limita a sua utilidade para os grupos financeiros. Logo, limita a sua empregabilidade em sinecuras nesses grupos empresariais privados.

Se o povo deixar de votar neles, para quê que um grupo BES ia estar a engordar um PInho ? Deixa de haver interesse...

Isto é assumido. A grande preocupação deles é estarem a perder eleições, não é a sorte dos povos que durante trinta anos atiraram entusiasticamente á máquina trituradora dos mercados.

Daí agora, que chatice, se vejam obrigados a apurar as razões de queixa das populações. Como se não estivessem fartos de saber e como se não fossem dos principais responsáveis por essas razões de queixa.

Um nojo.


Hoje em dia os partidos social-democratas são partidos de direita. Quanto ao nosso PS nem precisou de evoluir para isso porque sempre foi de direita.

Eu não sou de esquerda nem de direita, mas estou muito mais á esquerda do que o PS, porque para isso basta não ser de direita.

Lendo alguns dos históricos do PS, cono Almeida Santos e António Barreto, chega-se á conclusão que se podia trocar o discurso deles pelo do Passos e do Portas que não se notava a diferença.

Pedro disse...

Posto isto, tenho de reconhecer que este governo está a ser um pouco menos direitista do que o PS costuma ser - o que está a dar um certo alívio á população.

Santa geringonça....

Por exemplo, com o anterior líder do PS teríamos o PS no seu normal, viabilizando o governo de extrema direita do Passos.


Costa percebeu que por esse caminho o mais certo era o PS acabar por desaparecer na insignificância. Como está a acontecer no mundo com os outros partidos de direita que dizem que são social-democratas.

Daí a súbita preocupação com os problemas das massas desapossadas pelo neoliberalismo e mesmo assim vê-se que qualquer acto concreto de alívio das massas é sempre visto como uma cedência duramente negociada aos partidos da esquerda.

Santa geringonça, atendendo ao nosso panorama político não podemos aspirar a melhor que isto.

Manuel Jesus disse...

Está “polémica “ interessa a tipos como o Daniel Oliveira..”instalados”....a eliminação do Centrão na economia, o bloqueio das corporações sindicais e empresariais financiados com subsídios públicos..com a pressão chinesa sobre z Trump para subir as taxas da Fed, o setor não transacional a aumentar os seus saques sobre as famílias de baixos rendimentos, o turismo que tem VAN a ser asfixiado pelos regulamentos dos funcionários e a omissão de políticas públicas todas canalisadas para o Pestana e Vila gale..o ambiente em outubro de 2020 será este ..

A Pitonisa de Delfos disse...

Oráculo de Delfos..a Pitonisa prevê para outubro de 2020

Costa ganhou ha um ano as eleições...Tem o apoio de Rio no segundo lugar..mas não confiança econômica e reina de novo a descrença..a taxa de juro do BCE subiu 2 pontos em relação a 2018...as prestações de casa passaram de 500 para 700€...as comissões de bancos e prémios de sugiro mais altas..a a distribuicao alimentar nas mãos do Pingo Continente (83%) mais cara com o IRC a ser pago na sede fiscal na Holanda, aliás como todos do Psi 20....o sonho do Turismo desvanecido, com o regresso da Turquia e fim da Primavera Árabe, com o AL liquidado por impostos ( de 15% para 35%) e papelada ( IRS B)...as corporações e os olá gopolios asfixiando a produtividade..

COSTA SUA....E sua..

agora ja nada pode fazer..Rio enruga a Testa..tb nada!

Vem Cristãs, Montenegro e André Ventura:
Está gente só aguenta qd a conjuntura internacional é favorável e o BCE tem taxas zero ou negativas..em tempos mais diria não prestam para nada!

E a multidão desesperançado segue-os...

Anónimo disse...

Vitor pimentel ferreira

Isso mesmo. É a empresa e a Alemanha.

E o Público a servir de pasquim,perdão de pasto.

Está certo

Anónimo disse...

Um discurso marcadamente demagógico que Vital Moreira já sapientemente rebateu. Não tivesse o governo PSD/CDS feito o trabalho "sujo" de equilibrar as contas públicas e o défice, e o PS estaria hoje ao nível do PASOK, com 3% do eleitorado.

O PS teve o melhor dos dois mundos, levou o país à falência com as suas políticas perdulárias e bancarroteiras de agradar ao povinho (em 2009 o aumento da despesa social rondou os 5 mil milhões de euros, despesa, que ao contrário de uma obra, fica perene no OE), os maus da fita da direita fizeram o trabalho sujo de limpar as contas, e agora recebe a rataria novamente os louros de contas públicas certas com crescimento económico conjuntural.

Pedro Nuno Santos é mais um rato socialista sem qualquer significado político.

Anónimo disse...

Por falar em trabalho sujo:
Vitor pimentel ferreira mais o anónimo das 13 e 33

Só alguém profundamente ligado à rataria neoliberal poderá considerar como efectiva e "sapiente" a "resposta" dessa eminência parda e oculta do bloco central de interesses que é Vital Moreira.

Um trabalho sujo que continua pelo tom de demagogo insuportável a reivindicar para os seus o "equilíbrio das contas públicas e do défice". A fazer lembrar aquele atrasado mental ressabiado que era tão passista que jurava que Passos nunca tinha feito subir o defice e que tinha sido na sua governança que se alcançara o melhor desempenho no combate ao desemprego.

A linguagem não esconde o fino recorte intelectual do pimentel ferreira. Desde o "rato sem significado político" atá à rataria com que esgrime em argumentos.

É esta a forma de actuar desta cambada sem escrúpulos?

Anónimo disse...

Manuel Jesus vulgo pitonisa de delfos :

o bloqueio das corporações sindicais e empresariais financiados com subsídios públicos mais o turismo que tem VAN e o regulamentos dos funcionários e a omissão de políticas públicas todas canalisadas .mas não confiança econômica e reina de novo a descrença..a taxa de juro do BCE subiu 2 pontos em relação a 2018...as prestações de casa passaram de 500 para 700€...as comissões de bancos e prémios de sugiro mais altas..a a distribuicao alimentar e a Holanda com o AL liquidado por impostos ( de 15% para 35%) e papelada ( IRS B)...as corporações e os olá gopolios e COSTA SUA....E sua...Rio enruga a Testa..tb nada!e Vem Cristãs, Montenegro e André Ventura:Está gente só aguenta qd a conjuntura internacional é favorável e o BCE tem taxas zero ou negativas..em tempos mais diria não prestam para nada!"
Que saudades pafistas hein? Assim um poucochinho para o suspeito.
Não presta mesmo para nada