quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Sem alternativa que lidere


"O chefe dos liberais discorda de quase tudo o que o Presidente francês, Emmanuel Macron, acabou de propor para uma maior integração no espaço europeu, nomeadamente um orçamento comum. Rejeita “todas e quaisquer transferências financeiras automáticas” entre os membros da zona euro e quer endurecer as regras relativas à disciplina fiscal – o que pode levantar, outra vez, o fantasma do “Grexit” (ver Público).

Macron vai ficar a falar sozinho. Merkel não tem condições políticas internas para apoiar a fuga para a frente do jovem lunático. Nem ela própria as aceita. Com o SPD como parceiro, podia negociar alguma coisa para que o essencial ficasse na mesma. Agora, com os liberais na coligação, é o núcleo duro de uma Alemanha mais encarniçada na aplicação dos tratados que nos vai governar.

Será assim enquanto não houver um país que, consciente de que dentro do euro não há futuro, decida recuperar a sua soberania. Em Portugal, os inquéritos de opinião dizem que preferimos ficar de cócoras porque sair seria uma calamidade. Preferimos a morte lenta à ousadia de construirmos um futuro digno. Mesmo vendo que a UE já está em desagregação. De vez em quando, os partidos da esquerda lá vão dizendo que o euro impede o nosso desenvolvimento. Limitam-se a ir atrás do que o povo vai começando a perceber. Não lideram. E, sem uma alternativa que lidere, não há mesmo futuro digno para todos.

15 comentários:

Anónimo disse...

Se se tiver alguns meses de negociações, como da última vez, pode ser que o SPD reconsidere num caminho que tivesse Os Verdes e A Esquerda.

Democrata disse...

Aquilo que Emmanuelle Macron (o idiota útil dos neoliberais) pretende aplicar, é o mesmo que tentaram fazer com Adolfo Hitler.

Geringonço disse...

A continuação de Portugal e outros no Euro é tão só devido ao medo das consequências (reais ou imaginadas) da saída ou fim do mesmo.

Já só são os mais delirantes que demonstram apoio inequívoco à continuação deste destrutivo projecto "europeísta".

Dito isto, o medo tem muita força, contudo, podemos nós continuar a viver assim? Não acredito...

Enquanto a situação Europeia não se alterar nós e outros continuaremos a apodrecer porque os "europeístas" querem que o seu império decadente continue.

Porto Santo disse...

Caro Jorge, deve andar distraído quanto à posição do PCTP/MRPP sobre o euro, o marco travestido. Desde das eleições em 2011, pelo menos, o grito de revolta é de que NÃO se deve pagar ums dívida impagável e odiosa e a saída do euro é o caminho dos democratas e patriotas. Como se vê existe um partido que defende este caminho, sem tergiversação de espécie nenhuma. E este partido é de esquerda.

Unabomber disse...

"As mentiras da saída do euro"

"Portugal vai trocar o euro pelo novo escudo, desvalorizar a sua nova moeda para poder ser mais competitivo, salvar o estado social, acabar com a austeridade, recuperar a sua soberania monetária e convergir com a União Europeia.
Não é por acaso que está a ler isto a 1 de Abril.
É dia das mentiras e talvez seja a ocasião certa para olharmos para algumas supostas evidências de que tentam convencer-nos nos outros 364 dias do ano."
....

"No entanto, sairmos do euro tornaria a nossa economia mais competitiva"(?):

- "É tudo menos certo. Os economistas dividem-se sobre a eficácia das desvalorizações externas, embora o consenso seja o de que os seus efeitos são sempre temporários, pelo que a prazo a “asiatização” do mercado laboral português poderia acabar por se impor de forma ainda mais clara do que hoje. Mesmo assim, avaliemos as possibilidades. No caso de “saída desordenada” a nova moeda não seria transacionável durante um período sem termo certo. No caso de saída ordenada unilateral, Portugal teria saído da União Europeia e, logo, da sua união aduaneira e do seu mercado único, o maior parceiro comercial português. A imposição de tarifas e de outras barreiras alfandegárias acabaria por reduzir os ganhos de competitividade que a desvalorização do novo escudo trouxesse. Mas nem todos os produtos que Portugal exporta são inteiramente locais; muitos dos que agregam mais valor acrescentado incorporam materiais importados que ficariam mais caros com a desvalorização do novo escudo. A participação de empresas portuguesas em cadeias de produção internacionais seria também ameaçada pelas barreiras alfandegárias não-tarifarias, como controles de certificação de origem, apresentação de documentação na fronteira e introdução de tempos de espera incompatíveis com as práticas de montagem ao minuto hoje obrigatórias, por exemplo, na indústria automóvel. Para evitar uma fuga de capitais e um colapso do sistema bancário nacional, teríamos que instaurar um controlo financeiro no período de transição monetária, após abandonarmos a zona europeia de livre circulação de capitais, o que só beneficiaria aquela oligarquia que durante os últimos anos tivesse colocado os seus euros em bancos estrangeiros para depois comprar ativos portugueses num escudo desvalorizado. A pressão para vender património, território e recursos naturais ao desbarato aumentaria. E neste cenário, é preciso acrescentar, os portugueses teriam perdido os seus direitos enquanto cidadãos da UE — incluindo os de poder viver, estudar ou trabalhar em quase todo o continente europeu."
......

"Mas precisamos de sair do euro para acabar com a austeridade e salvar o estado social!"(?):

- "Dadas as incertezas dos cenários de saída, a instabilidade prolongada e a especulação contra Portugal, é duvidoso que o país não precisasse de saldos primários mais elevados ainda.
A austeridade poderia ser tão profunda como a dos tempos da troika.
E, fora do espaço europeu, o custo do financiamento externo necessário seria consideravelmente mais elevado.
Aos inevitáveis impactos negativos sobre o estado social teríamos de acrescentar os preços mais altos das importações, que recairiam principalmente sobre o Serviço Nacional de Saúde (nomeadamente nos medicamentos e maquinaria)."

De: https://livrept.net/as-mentiras-da-saida-do-euro

Anónimo disse...

A quadradice alemã vai continuar a persistir, contra ventos e marés e contra tudo o que dita o puro bom senso, num só caminho. A sua egoísta lógica financista não faz sentido como projeto coletivo europeu mas - o que é essencial para os nada umbiguistas alemães - deixa a faca e o queijo na mão da República Alemã: uma vez dilacerado e enterrado o tão enaltecido "projeto europeu" (mais os seus encargos), virar-se-ão os bons dos alemães - mais os seus tradicionais Estados clientelares do centro europeu - para o Leste. É nesse Leste que se encontram as possibilidades de negócio, é lá que se encontram os imprescindíveis gás e petróleo russos, é lá que se encontram os colossais mercados do "hinterland" euroasiático, é lá que se encontra a liquidez de monstruosas reservas nacionais em moeda estrangeira e ouro.
A queda da UE é a queda de um projeto que toda a gente diz ser, desde o seu começo, um altruísta projeto de paz e de solidariedade entre povos. Pois claro... Foi isso (digo "foi", pois é necessário lembrarmo-nos que a paz na Europa acabou com a carnificina jugoslava) e foi também a desesperada jangada com que uma Europa em declínio, pejada de bases norte-americanas e em plenas exéquias fúnebres dos seus impérios coloniais tentou manter-se à tona no concerto do Mundo. Essa jangada jaz, agora, em estilhaços, e o mais claro sinal do irreversível e final afundamento dos seus destroços é o mudo e canino respeitinho com que o resto da UE vê os neonazis chegarem ao Bundestag como terceira força política alemã mais importante.
O Mundo, esse, segue o seu inexorável caminho do desenvolvimento em terras mais para Leste e mais para Sul.

osátiro disse...

os alemãos são pragmáticos, racionalistas e metódicos...
o curo prazo deles são..meses.
sem governo, a economia vai continuar forte....enfim e a ganhar no futebol

o maior problema ...aquele que deu 13% à AFD) é aquilo que quase todo o mundo TEM MEDO DE FALAR ( COVARDIA ESCONDIDA EM TEXTOS HILARIANTEMENTE......sérios!!)
É A EPIDEMIA DE VIOLAÇÕES DE ADOLESCENTES, AGRESSÕES GRATUITAS DE IDODOS/AS, JUÍZES CEGOS ( ou covardolas ou amantes da barbárie...) MATANÇAS DE INOCENTES EM ATENTADOS...toda a gama de produtos islâmicos inspirados pelas 72 virgens......e o PEDÓFILO MAOMÉ...
Merkel perdeu 10%..com uma super economia...
o AFD obteve 13% em poucos meses.
o sistema eleitoral e partidário alemão é o mesmo, praticamente, desde 1949.
PK A REVOLUÇÃO DA EXTREMA - DIREITA (rsrsrrsrsrsrsrsrssrrs) AGORA???
isso metam a cabeça na areia...
e daqui a 2 ou3 anos vão ver

Anónimo disse...

Não sendo eu um defensor do politicamente correto, não deixa de ser de uma estupidez colossal ofender gratuitamente todos os crentes de uma determinada fé com sandices como "pedófilo Maomé". Gostaria de saber se o equilibradíssimo comentador que tal coisa faz se daria a liberdade de chamar ao Papa Francisco "padrinho de uma mafia de comedores de meninos" ou a Jesus de Nazaré "um putanheiro, um glutão e um alcoólico inveterado". Mais: gostaria de saber se se daria a essa corajosa liberdade de corpo presente, alto e bom som e em pleno Santuário de Fátima, em dia de peregrinação, para aquilatarmos da tolerância das cristianíssimas lusas gentes às visões desfavoráveis acerca das suas afinidades confessionais.
Já a bela lista de nefandas atrocidades supostamente cometidas regularmente por refugiados muçulmanos ela é, em si mesma, toda uma confissão da adesão à propaganda de uma gente que, se ontem gazeava e incinerava judeus, eslavos e ciganos, hoje se propõe fazer coisa semelhante a essa concretíssima identidade que são "os muçulmanos". De fora da objetiva leitura feita pelo senhor das 00:31 de 29 de Setembro fica o pouco divulgado facto (qual será a razão de tal falta de divulgação?) de os neonazis terem, na Alemanha e nos últimos anos, assassinado mais gente do que os por mim igualmente odiados fundamentalistas islâmicos: desde espancamentos até à morte em plena via pública até à incineração de centros de refugiados, de tudo houve.
Um milhão de refugiados recentemente chegados à Alemanha constituem um formidável problema de integração e de assimilação à sociedade alemã? Certamente que sim. Mas sabe o inteligentíssimo comentador já referido uma coisa? Se a sociedade alemã procurar a "resolução" desse problema no abraçar da psicopata e racista ideologia dos seus avozinhos de camisa castanha quem vai desaparecer da face da terra é a própria Alemanha e o seu povo, pois ninguém vai ter a mínima condescendência pela terceira vez em que a "Herrenvolk" pretenda fazer das suas.

Jaime Santos disse...

O Jorge Bateira tem uma alguma ideia de como nos podemos levantar? Não tem, pois não? A saída do Euro não passa de um mero slogan, porque nunca se viu associada a quem a propõe nenhuma proposta séria das políticas necessárias para tal, nem das possíveis consequências de tal coisa e de como as mitigar. O mais que o PCP sabe dizer é que é preciso estudá-la, presume-se que sejam outros a fazer esse trabalho... É que se é para rebentar com a nossa Economia para depois assistirmos ao regresso da Direita em força e do FMI, desculpe que lhe diga, não obrigado, permanecer de cócoras é apesar de tudo melhor do que ficar de rastos. A não ser que, claro, 'soberania' signifique o governo de uns quantos iluminados leninistas (que não têm que ser marxistas, até podem ser de Direita), depois de se liquidar a Democracia, para se afirmar a 'soberania'. Assim, mil vezes a Merkel. Mas deixe lá, continue a resingar e a esperar que tudo corra mal aqui e lá fora. Pode até assinar a ficha de militante do PSD. Estará lá muito bem acompanhado, mas apresse-se antes que eles façam a folha ao Pedro Passos Coelho...

Anónimo disse...

Coitado do Unabomber

Já tem que se socorrer da propaganda do Livre. Esqueceu-se de transcrever as restantes baboseiras lá escritas onde se proclama, sem ter a noção do ridículo, que o "LIVRE tem sido pioneiro nas propostas mais inovadoras de convergência política progressista no nosso país".

Como se tem visto. Embora não consigamos vislumbrar nenhuma

E como se vê por este discurso ronceiro, fanhoso, europeísta e subserviente cantado em português com sotaque dos novos Donos do país.

Veja-se a mediocridade do intróito: "Não é por acaso que está a ler isto a 1 de Abril.

E veja-se a demagogia barata em que "os portugueses teriam perdido os seus direitos enquanto cidadãos da UE — incluindo os de poder viver, estudar ou trabalhar em quase todo o continente europeu.".

Vê-se não se vê? As propostas do RU ( e aceites pelo directorio) antes do referendo o que faziam a tais direitos trompeteados desta forma tão paradisíaca como idiota?

E a subserviência a que nos sujeitaram ( e que querem continuar a sujeitar) com paralelismo na abjecta posição do directório da UE face à Grécia, é assim esquecida nesta conversa barata de livres vende-pátrias


Anónimo disse...

Excelente comentário aí pelas 21 h

Anónimo disse...

Duas notas breves:

A primeira para afirmar de caras e de frente que Jaime Santos mente. Mente quando diz que "A saída do Euro não passa de um mero slogan". Mente quando diz que " nunca se viu associada a quem a propõe nenhuma proposta séria das políticas necessárias para tal". Mente finalmente quando diz que nunca se falou " das possíveis consequências de tal coisa e de como as mitigar".

É natural que JS discorde de quem não opte pelo seu TINA. Mas já não é natural nem se admite que JS aldrabe desta forma

Por exemplo há muitos textos aqui, no LdB, que dão pistas preciosas. Do autor deste post por exemplo

Ou por exemplo neste livro de João Ferreira do Amaral:
"Porque Devemos Sair do Euro"
"O divórcio necessário para tirar Portugal da crise"

Ou por exemplo a campanha promovida pelo PCP sobre o assunto

Anónimo disse...

"Porque Devemos Sair do Euro"
O divórcio necessário para tirar Portugal da crise

SINOPSE
Em 1581 Portugal rendia-se a Espanha. Em 1992 capitulava aos pés de uma Comissão Europeia crescentemente instrumentalizada pela Alemanha. Não houve referendo, os eleitores não foram consultados. As elites portuguesas, que esperavam vir a beneficiar largamente dos fundos estruturais europeus, entregaram levianamente a nossa moeda - e com ela a soberania monetária. O resto é história. A partir de 2008, a Comissão Europeia, cortando com toda a sua tradição anterior, tornou-se um órgão ao serviço do novo poder. A economia Portuguesa, asfixiada pelo novo marco, sucumbiu. Mas a tragédia tinha sido anunciada. Na década de 90 várias vozes tinham-nos alertado para os perigos da adesão à moeda única. Uma das mais destacadas e consistentes foi a do Professor de Economia João Ferreira do Amaral. O tempo, infelizmente, viria a dar-lhe razão - e concretizaram-se as suas mais negras previsões. Mas não temos de nos conformar. O autor argumenta que podemos e devemos sair do Euro. Explica-nos como e quando; enuncia as condições que têm de estar reunidas para o fazermos com sucesso; e aponta os caminhos para um Portugal pós-Euro. E na mesma medida em que apoia a nossa permanência na União Europeia (com a devida distância) reivindica a imperiosa saída do euro como a única solução possível para recuperar a autonomia. E ultrapassar a crise."

Anónimo disse...

A outra nota é para comentar esta frase espantosa de JS:
"permanecer de cócoras é apesar de tudo melhor do que ficar de rastos"

Cada um se comporta como quiser. Mas essa do elogio à posição de cócoras é todo um mimo: Ideológico, cívico, civilizacional, cobarde e até, quiçá, de costumes, higiénicos e relacionais.

Anónimo disse...

(não tem contra-comentário a nota de JS em referência a Jorge Bateira poder "até assinar a ficha de militante do PSD", onde estaria "lá muito bem acompanhado",embora se devesse apressar "antes que eles façam a folha ao Pedro Passos Coelho..."

Demasiado baixo. Demasiado medíocre. Demasiado assustado. Demasiado impotente.

Isto é simplesmente abjecto.)