terça-feira, 26 de setembro de 2017

E pur si muove: o mercado de trabalho e as suas estatísticas

1. Há cerca de três anos, quando a destruição de emprego atingia níveis sem precedentes, a emigração regressava a valores dos anos sessenta do século XX, o número de desencorajados aumentava e os desempregados ocupados quintuplicavam face à média dos dez anos anteriores, surgiam dúvidas sobre os números oficiais do desemprego e a capacidade estatística para apreender a efetiva dimensão do fenómeno. No meio do debate, houve contudo quem chegasse a questionar, como João Miguel Tavares e Fátima Bonifácio, a legitimidade científica para proceder a estimativas mais realistas do desemprego: os métodos e os números oficiais eram sagrados e, portanto, andar a juntar-lhe outras coisas uma heresia ou simples endoutrinação (ver respostas aos cronistas aqui, aqui e aqui).

2. Ora, sucede que o INE trouxe, recentemente, más notícias para os vigilantes desta espécie de cânone estatístico do mercado de trabalho. Como o João Ramos de Almeida já aqui assinalou, o Instituto Nacional de Estatística decidiu voltar a publicar dados sobre «desemprego em sentido lato», designando-o agora por «subutilização do trabalho». Para o calcular, regressou no essencial à fórmula utilizada para o efeito até 2010, agregando num único indicador o número oficial de desempregados, os inativos desencorajados e o subemprego (empregados que gostariam de trabalhar mais horas que as que trabalham). Isto é, curiosamente, variáveis tidas em conta nos tais exercícios de aproximação aos valores do «desemprego real».


3. Com efeito, se excluirmos das contas a variável emigração (apesar de o próprio FMI a considerar relevante na análise da evolução do mercado de trabalho), quando comparados, o «desemprego real» e a «subutilização do trabalho» apenas se diferenciam pelo facto de este último indicador não considerar os «desempregados ocupados», que continuam a ser classificados como emprego (ao contrário do que sucedia, em termos estatísticos, antes de 2011). Este é, aliás, o elemento que permite explicar o desfasamento encontrado entre o volume de pedidos de emprego registado pelo IEFP e o número oficial de desempregados publicado pelo INE, sobretudo a partir do início de 2013. Ou seja, num momento em que o número de «ocupados» passa de cerca de 80 mil (4º trimestre de 2012) para 115 mil (2º trimestre de 2013), atingindo os 170 mil no 2º trimestre de 2014.


4. Quer isto dizer que, a par do travão à austeridade imposto pelo Tribunal Constitucional e da própria gestão eleitoral do calendário das legislativas pelo anterior governo (veja-se aqui como o fim da austeridade se inicia neste altura, dando margem para a economia começar a respirar), a recuperação do mercado de trabalho a partir de 2013 se fez também com a desconsideração estatística do aumento das formas «atípicas» de desemprego e com o aumento do número de ocupados, no emprego. Com efeito, o «desemprego oculto» (ocupados, desencorajados e subemprego) atinge cerca de 13% em 2014 (situando-se hoje em 10%), chegando o «falso emprego» (a parcela, no emprego, de «desempregados ocupados») a representar 4% do emprego em 2014 (sendo hoje de 2%).


5. Não surpreende pois que seja neste período, sobretudo entre 2013 e 2015, que a diferença entre as taxas de desemprego «oficial» e «real» é mais acentuada. Se em 2011 era de apenas 7 pontos percentuais, em 2013 supera já os 11 p.p. e aproxima-se, em 2015, dos 12 p.p. A partir de então, com a recuperação efetiva do mercado de trabalho, a diferença entre o desemprego oficial e o desemprego real começa a esbater-se, atingindo em 2017 os 10 p.p. (isto é, menos dois pontos percentuais face a 2015). O que significa que o mercado de trabalho começou não só a absorver o desemprego estatisticamente reconhecido como tal (a respetiva taxa cai de 11,9% em 2015 para 8,8% em 2017), mas também o desemprego oculto, através de uma dinâmica de criação líquida de emprego que não se verificara até então.


6. Os critérios em que assentam as estatísticas do mercado de trabalho suscitam, naturalmente, questões que importa discutir. De facto, um único indicador do desemprego torna-se míope quando se regista um aumento das formas «atípicas» de desemprego como o que ocorreu no período de «ajustamento». Tal como é questionável a inclusão de «desempregados ocupados» no emprego quando se desvirtuam as políticas ativas do mercado de trabalho, como fez o anterior governo, recorrendo de forma abusiva a estágios e programas ocupacionais. Felizmente, como mostram os dados mais recentes, não é só o mercado de trabalho que se está a recompor, de forma gradual e consistente. É também, graças à recuperação oficial, pelo INE, do conceito de «subutilização do trabalho», o modo como se captam, estatisticamente, as dinâmicas do emprego e do desemprego.

38 comentários:

Anónimo disse...

É uma chatice esta questão dos números que desmentem Bonifácios e Tavares sem qualquer consideração.

Chegam a insultar quem "vem com a estatística".

A realidade é mesmo tramada

Jose disse...

O interesse da estatística de totais é relativamente insignificante face a uma avaliação da qualidade do emprego:
1- os empregos que desapareceram em 2011 foram essencialmente: construção civil, tascos, tasquinhas, cafés e pastelarias, lojas e lojinhas. Com eles foram mais uns tantos em fornecedores falidos (os clientes desaparecem com o pouco capital que meteram no negócio) e importadores sem negócio.
2 - Veio a lei do arrendamento local e os turistas para recuperar em parte a construção e uma recuperação da restauração.
3 - As exportações recuoeraram com a Europa e encontraram mão-de-obra disponível e a custo favorável.
4 - a geringonça trouxe o novo IVA da restauração, que dá margem a novo salário mínimo, mais o laxismo fiscal associado a uma nova vaga de tascos tasquinhas, lojas lojinhas e por aí fora.
5 - a exportação encontra maiores custo e escassez mão-de-obra que é disputada para assistir o consumo
Café e bolos...o caminho do progresso geringonço.

Anónimo disse...

Curioso como quem anda a chamar de fdp a quem apresenta estatísticas agora venha a esclarecer os "empregos perdidos"

Onde se insere a insensibilidade social de quem acha que há uns cavalheiros mais iguais do que outros. E que o objectivo mesmo é eliminar os pequenos empresários e os seus trabalhadores para a concentração do sacro-santo capital.

Anónimo disse...

"Provou-se ao longo deste período que ao contrário do que a direita e os seus ideólogos defendiam e defendem, era possível pôr a economia a crescer a um ritmo muito aceitável com a reposição de direitos e rendimentos, incentivando a procura interna, sem por isso pôr em causa a aposta nas exportações e não agravando os nossos défices estruturais.

Provou-se que era possível fazer-se tudo isto reduzindo o desemprego (menos 145 400 desempregados entre o primeiro semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2017) não através do recurso à emigração mas através da criação de novos empregos (mais 151 mil empregos neste período).

Foi possível ao longo destes últimos 20 meses travar um longo período de ataques a direitos e conquistas dos trabalhadores, ataques este que atingiram com o último governo PSD/CDS e com a intervenção da troika níveis nunca antes vistos. Também é verdade que grande parte desta criação de emprego se concentra no sector dos serviços, em particular no turismo e imobiliário e no sector da construção, mantendo-se praticamente inalterável o emprego nos sectores produtivos (agricultura e industria), como é verdade que grande parte deste emprego criado é precário e com baixos salários (cerca de 30% dos trabalhadores por conta de outrem auferem hoje salários líquidos mensais inferiores a 600 euros).

São cada vez mais claros os sinais de que a política económica tem que intervir activamente no reforço da capacidade do nosso aparelho produtivo, na implementação de medidas de incentivos à substituição de importações por produção nacional e na aposta na promoção de exportações com elevado valor acrescentado nacional."


Anónimo disse...

Mas não pode deixar de se alertar para a permanente troca e baldroca de "argumentos" apresentados pelo agora consultor financeiro de nickname Jose
Curioso é ver como aqui há dias jurava e rejurava, dizia e repetia que o diabo não tinha vindo "porque o mandaram embora com cativações e perdões fiscais". E a adicionar a tal disparate (provavelmente saído daquela cabeça de génio de nome Passos Coelho) falava em Orçamento que não foi cumprido e em orçamento que não foi rectificado. Um desespero em estado de desespero.

Agora introduz no seu discurso os turistas mais a lei do arrendamento local. E o tão odiado por ele novo IVA da restauração serve agora de substrato para o novo salário mínimo, igualmente por ele odiado e pasto para a anunciação da vinda do Diabo ( saída da cabeça daquele génio de nome Passos Coelho, logo imediatamente da sua).

Mas, para além da gritante indiferença de classe pelo desemprego no tempo de chumbo da governança neoliberal, não pode passar sem denúncia esta tentativa de esconder a verdadeira face do descalabro social parida por aquele mesmo génio de nome Passos Coelho e seus muchachos troikistas.

Cada desempregado sabe do que se fala. Cada família que perdeu a casa e que viu a sua dignidade posta em causa por autênticos pulhas com o seu discurso de "convites à emigração" , "saídas da zona de conforto" e os "coitadinhos" sabe do que se fala.

A forma "despreocupada" como este Jose fala da realidade social da altura é a prova provada que de facto há antagonismos sociais irredutíveis. Mas também a prova provada para que condição humana esta gente dos grandes interesses económicos nos quer arrastar.

Por isso a sua alegria pelo facto dos direitos adquiridos irem finalmente acabar sob a batuta daquele génio Passos Coelho. E os seus berros de alegria pelo desemprego galopante na altura. Eram apenas "tascos tasquinhas, lojas lojinhas".

Mas ainda queria que o desemprego aumentasse mais.

Anónimo disse...

Uma nota final para a pesporrência de quem vê o consumo em termos de "café e bolos".

Quem assim procede já confessou que prefere outro caminho, o do desemprego, da fome, da miséria. Mas para os que trabalham ou que ficaram desempregados. Deve-se pagar pelo facto de se "ter andado a viver acima das possibilidades" como nesciamente se repetia, escondendo que quem vivia acima das suas possibilidades eram sobretudo os banqueiros e os gestores de topo.

Porque o apregoar a "desigualdade" é a filosofia e o hino de coisas como esta. Há uns mais iguais do que outros.

De como os pés-descalços têm a veleidade de querer café e bolos é uma afronta a quem necessariamente quer ficar com o bolo todo

Anónimo disse...

"Deixar nas mãos dos mercados a resolução destes cada vez maiores desequilíbrios externos da nossa economia, como defende a política de direita e como defende o pensamento neoliberal, teve os resultados recentes que conhecemos no nosso país: um longo período recessivo com destruição de centenas de milhares de empregos, mais de milhão e meio de desempregados, perto de 600 mil portugueses forçados a emigrar e cortes nos direitos, nos salários e nas pensões de milhões de portugueses. Esta não foi, nem será no futuro a solução que os trabalhadores e o povo português desejam para os problemas económicos do nosso país.

Agora que a nossa economia cresce a bom ritmo é a altura ideal de o governo intervir activamente na defesa da nossa produção nacional, das nossas empresas e dos nossos trabalhadores, tal como outros fazem por essa Europa fora e por esse Mundo".

(José Alberto Lourenço)

Jose disse...

O anonimato da asneira obriga a perder tempo na leitura até ao ponto em que se sabe ser o do costume. Que chatice!

João Pimentel Ferreira disse...

Os seus gráficos são altamente demagogos porque existe uma dinâmica. Para ser honesto teria de analisar o cálculo diferencial. Tem aqui um exemplo para a dívida pública. E se fizer o cálculo à derivada de segunda ordem, verá que a desaceleração do desemprego começou no governo do PSD e estancou no presente governo.

Anónimo disse...

Por favor, alguém diga ao jose para não fazer este papel de coitadinho. Irrita o Passos e não contribui em nada para a discussão-

O que se discute são os números que desmentem Bonifácios e Tavares. E se nomeia ( ver o significado no dicionário) quem chama de fdp aos que apresentam estatísticas.



Anónimo disse...

João Pimentel Frreira está equivocado. Mais uma vez.

Para além da patetice de querer apresentar economia política na ponta de fórmulas, apresentadas como autêntica banha-da-cobra, mostra uma outra coisa: uma surpreendente incapacidade de ler pelo menos parcialmente o que se escreve.

Mas há uma coisa que não se admite. A dinâmica de que se socorre aparece a justificar uma expressão feia e suja: "altamente demagogos"

Esta expressão vinda de quem vem, dum sujeito que repetidas vezes mostrou a sua falta de carácter (com o seu Aonio pela arreata) é intolerável. Não sabemos quando começou a a aceleração da sua demagogia desonesta, mas sabemos que ela agora está a desacelerar.


João Pimentel Ferreira disse...

Ou se apresenta gráficos e se é sério na sua análise matemática e aí as fórmulas contam, ou fica-se apenas ao sabor da demagogia "humanista" do discurso, relegando os gráficos aos "tecnocratas". Se se apresenta gráficos para denegrir o anterior governo, a desonestidade intelectual ainda é mais grave, porque a economia é um sistema dinâmico que obedece a uma inércia temporal. Uma medida hoje, tem impactos a curto, médio ou longo prazo, muito provavelmente noutras legislaturas. Logo, é importante estudar a dinâmica dos indicadores não no instante, e para isso é preciso cálculo diferencial, de primeira e segunda ordem preferencialmente. E se o fizer, verá que a tendência da baixa do desemprego, pela própria natureza parabólica da curva, começou bem no seio do governo PSD. Aliás, o seu gráfico é claro quando nota que no governo PS o falso emprego não diminuiu.

Anónimo disse...

Aliás o sistema dinâmico do Pimentel Aónio aí está para o provar.

Aí está ele em desaceleração embora saibamos que ele já acelerou mais.

É por causa de coisas assim que não votar no PSD é também uma questão de higiene

Anónimo disse...

Custa ver os esforços ditirâmbicos dos aldrabões de feira para tentarem apresentar o governo de Passos Coelho como indutor de alguma coisa mais do que a miséria e o saque.

Pimentel esforça-se. Como processo dinâmico que é, obedece a uma inércia temporal. Quando ele bruscamente apareceu como Aonio Eliphis pode-se dizer que acelerou bruscamente para um processo de desonestidade intrínseca, embora tenha afirmado que ele e o Aonio eram produtos diferentes.
Um dia descaiu-se e foi apanhado na contra-curva da aldrabice.

O silêncio actual do aonio é garantia da desaceleração da desonestidade do Pimentel?
Uma desonestidade de ontem tem impactos a curto, médio e longo prazo e muito provavelmente durante toda a vida de Pimentel.

Mas promete. Promete ser convidado para fazer estes exercícios circenses quer em campanha eleitoral quer sobretudo durante um hipotético regresso ao poder daquele génio que é Passos Coelho.
Será convidado não como derivada governativa mas sim como assessor de propaganda. Desses medíocres mas assumidos cultores da mistificação contorcionista

Anónimo disse...

Pode-se dizer que o desemprego teve uma enorme aceleração sob a batuta de Passos Coelho bem maior do que a aceleração do emprego no mesmo governo,mas já todos percebemos a pantominice que está em causa

Porque entretido com o´calculo diferencial e as manhas da aceleração versus desaceleração ( por exemplo os 600 milhões de euros que Passos queria desviados do bolso dos contribuintes na sua campanha de 2015 constituiriam uma aceleração ou uma desaceleração das medidas celeradas do mesmo Passos?) Pimentel "esquece-se" que o que está em causa não são os seus medíocres exercícios matemáticos mas sim a vida e o emprego de pessoas de carne e osso. Em que o número de afectados tem muito mais importância do que as crises onanistas de Pimentel

(De boleia assume-se que pimentel não lê,mão quer ler, não sabe ler as referências ao travão imposto pelo Tribunal Constitucional e à gestão eleitoral governamental.

Estava entretido em demonstrar e a impingir a dinâmica irreversível do neoliberalismo.)

João Pimentel Ferreira disse...

A política orçamental é exatamente isso: "exercícios matemáticos" sem desprestigiar "a vida e o emprego de pessoas de carne e osso". Mas por muito que custe a muita gente de carne e osso, um mais um será sempre dois. A Matemática é imutável em função da emoção ou ideologia.

A devolução de rendimentos do TC para o crescimento económico, no meu entender, não foi o fator principal, porque seria estar a assumir que devolver rendimentos faz crescer a economia portuguesa. E julgo, factualmente pelos dados, que tal é falso. O que fez crescer a economia recentemente foi a procura externa (turismo) e não a procura interna.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Compulsemos a obra de referência "A Razão Pura e a Influência Cósmica Que Nela Têm os Cristais de Quartzo Encontrados às Três da Manhã Sob Uma Nespereira Enxertada de Videira de Uva Branca do Baixo Reno", desse visionário achólogo que é o Sr. João Pimentel Ferreira, e ficaremos a saber que - não se riam, por favor - a tendência para a baixa do desemprego começou bem no centro do magnífico consulado do Messias de Massamá, mas que, no Governo PS, o falso emprego não diminuiu... As voltas que se dá à lógica quando se não tem um pingo de honestidade intelectual: o aleivoso Governo de Costa não só se aproveitou do belíssimo trabalho realizado pela santíssima dupla Pedro & Paulo, como também - vá-se lá saber com que vantagens - transformou o efetivo emprego por ela criado em "falso emprego". Ou seja, para uns, meras "tendências" são emprego efetivo, enquanto, para outros, emprego efetivo é "falso emprego". Entendido, ó mui venerado e sapientíssimo Mestre.

Anónimo disse...

A matemática é imutável

Sim, e?

O que tem isso a ver com o que se discute?

Pimentel que mostra a casca grossa típica do género, ainda não percebeu que não se discute matemática mas economia política?

Anónimo disse...

Um mais um é igual a dois.

Infelizmente para Pimentel nem sempre é assim. O que qualquer ser, mesmo que arvorado em matemático, devia saber

Um pouco suspeita tal ignorância.Ou talvez não

Anónimo disse...

A matemática de Pimentel começa a claudicar.

A aceleração e a desaceleração caíram por terra com fragor. A derivada em segunda mão exibida em função da emoção e da ideologia do Pimentel apresenta-se assim como o que é

Um exercício puro e simples de aldrabice propagandística

Anónimo disse...

Pimentel mais à frente abandona o "rigor " matemático e fala no "factor principal".

No seu "entender" claro

Aonde está agora o exercício gráfico que sustenta o "entender" de Pimentel?

(Onde está o rigor de quem no mesmo post se faz passar por um ou por outro?)

"Julga" ,diz.

E depois fala no que far crescer a economia . Recentemente.

Mas ó Pimentel, já lá vamos. Estamos a falar nos anos de chumbo da governança neoliberal . Daquela que defende mediante tretas como a aceleração e a desaceleração.

Anónimo disse...

A famosa derivada de Pimentel desaparece.

Entra na deriva. pura e dura. Acena com o seu"entender" sobre "crescimento económico". O "rigor" esvanece-se. Entra na treta.
Mas mesmo na treta procura encontrar uma ponta de "factualidade" que sustente o seu "entender". E o seu "julgo".

Vejamos: Acha Pimentel que a devolução de rendimentos do TC não foi o factor principal.
E porque acha tal o Pimentel?

"Porque seria estar a assumir que devolver rendimentos faz crescer a economia portuguesa."

E o que faz Pimentel para sustentar o seu "entender"?

Porque julga, factualmente pelos dados, que tal é falso.

E que dados apresenta o pseudo-matemático, o rigoroso científico, o "independente" Pimentel não sujeito a ideologias nem a emoções?

A seguinte afirmação "factual" : "O que fez crescer a economia recentemente foi a procura externa (turismo) e não a procura interna"

Ou seja, Pimentel utiliza "dados" do presente ( e já lá vamos) para tentar apresentar dados "factuais" sobre o ocorrido no passado

Isto tem simplesmente um nome. Pimentel é pura e simplesmente uma fraude intelectual.

Anónimo disse...

Com o incómodo assumido que esgrimir qualificativos não contribuem para uma discussão séria, mesmo assim somos obrigados a assumir que Pimentel não passa de um aldrabão.

É de propósito que se separa esta conclusão de qualquer outro comentário, para dar total liberdade ao autor do post para o cortar se o considerar excessivo.

Não é bonito usar o termo "aldrabão". Não se insere nos "politicamente correctos" cumprimentos que por vezes se escutam e lêem.

Mas francamente, termos em uso pelo Pimentel, sobre a "demagogia "humanista" do discurso" ou sobre "a desonestidade intelectual ainda... mais grave" são, na sua forma e no seu conteúdo muito mais ofensivos.

E reveladores de um modo de ser e de agir.

Anónimo disse...

"O que fez crescer a economia recentemente foi a procura externa (turismo) e não a procura interna"????

Como?

"Variação homóloga do PIB (crescimento em 12 meses) foi de +2,9% no 2º trimestre de 2017 (2ºT-2017). Destes, 2,8 p.p. são devido à Procura Interna. Destes, 1,3 p.p. são devido ao Consumo.

Segundo o governo, o CFP, a UTAO, a Comissão Europeia, o BCE, o FMI, a OCDE, agências de rating, etc, este crescimento deve-se a factores temporários, que são as medidas do governo de reposição de salários, aumento do salário mínimo, e diminuição dos impostos diretos.

É devido a este efeito temporário, coincidente no tempo com estas medidas, que nos indicadores avançados se antecipava a meio de 2016 que Portugal ia acelerar, e acelerou, passando de abaixo para acima da média da Zona Euro.
É também devido ao impacto temporário, que esses mesmos indicadores, antecipam a normalização do crescimento daqui para a frente."

João Pimentel Ferreira disse...

Há uma parábola checa, que refere algo assim:

Há um tipo que está na beira do passeio a estrebuchar que somos todos ovelhas, que o mundo é cúbico e que o sol é criação de ETs que têm forma de pêra. Um transeunte escuta, pára e começa a debater consigo, para tentar demonstrar-lhe que ele não tem razão. Quem é o louco da história?

Cumprimentos

João Pimentel Ferreira disse...

Em qualquer caso, não quero deixar de responder à única frase com conteúdo (o resto é lixo prosaico, ou comentários ad hominem, que tenho pena que os autores do blogue autorizem. Julgava que havia moderação exatamente para evitar a ofensa).

Refiro-me à economia política versus matemática. A Economia é uma Ciência Social, logo, como muito bem refere, não é uma ciência exata, como a Matemática. Mas tal não impede que tenha algumas leis (os meus amigos de Física detestam esta terminologia porque para eles as leis são "universais", esquecendo-se que as próprias leis de Newton foram ultrapassadas pela relatividade de Einstein). E uma das leis básicas de economia é a lei da oferta e da procura. Quando se liberaliza por exemplo o mercado de trabalho, reduzindo a rigidez nas relações contratuais entre empregador e empregado, aumenta-se a precariedade laboral para quem tem emprego, mas também se diminui o desemprego, porque torna a procura de um emprego uma tarefa menos árdua, pois o empregador tem menos receio em contratar. No Reino Unido, destino migratório para 80% dos portugueses que emigraram nesta nova geração, existe um mercado laboral muito liberal e flexível, e isso permitiu não só absorver muitos imigrantes, como mesmo assim ter níveis de desemprego muito baixos, comparativamente com os restantes países da UE. Este é um pequeno exemplo, em que apesar de concordar consigo quando refere que debatemos economia política, sendo esta obviamente mutável em função da Política, há algumas premissas lógicas que, não sendo universais, são largamente e amplamente verificáveis na prática. A lei da oferta e da procura também não é universal, mas é verificável na grande maioria das situações económicas.

Cumprimentos

João Pimentel Ferreira disse...

""Variação homóloga do PIB (crescimento em 12 meses) foi de +2,9% no 2º trimestre de 2017 (2ºT-2017)."


Quantos são devido ao turismo?

Anónimo disse...

João Pimentel Ferreira está na beira do passeio a estrebuchar que somos todos ovelhas, que o mundo é cúbico e que o sol é criação de ETs que têm forma de pêra. Um transeunte escuta, pára e começa a debater consigo, para tentar demonstrar-lhe que ele não tem razão.

Quem é o louco da história?

Estrebuchar é daquelas coisas feias. Com vários significados. Mas aqui parece que só se ajusta um

Não interessa saber quem é o louco da história. Interessa sim denunciar quem utiliza tal terminologia para nomear acções de alguém. Seja louco ou não

Uma coisa feia

Anónimo disse...

Por muito que custe ao Pimentel temos que voltar a insistir no que se debate e não no paleio que posta a seguir.

Com duas notas prévias:

-1ª Por mais queixinhas em relação ao seu carácter e mais lixo prosaico invocado, Pimentel é de facto o que é. Basta atentar nos qualificativos dirigidos ao autor deste post
E para não se perder tempo com o assunto, postam-se directamente dois links para quem estiver interessado em mais prosaicos lixos e mais comentários ad hominem

https://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/05/apoiado.html
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/12/ciao-renzi.html


-2ª O paleio escrito por Pimentel às 01 e 26 contribui para reforçar o perfil deste. O que Pimentel escreve nesse seu comentário é por um lado uma manifesta fuga ao que se debate e por outro uma canhestra forma de retomar debates anteriores. O primeiro caso é uma manifestação de pusilanimidade. O segundo de desonestidade.

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/08/precariedade-e-um-conceito-bem.html
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/09/falsa-questao.html

Anónimo disse...

Dizíamos nós que o debate é outro.

Quem, de forma prosaica, sobranceira e insultuosa tenta usar artifícios matemáticos para desbobinar as suas teses em defesa da governança troikista, arrisca-se a ver desmoronar, com as acelerações e desacelerações devidas, tais artifícios.

O mesmo se passa com quem ignora o que é economia política e tenta reduzir a discussão dos problemas económicos a meia dúzia (ou uma dúzia) de fórmulas matemáticas

Para que não haja duvidas: "Economia Política” entendemos o estudo das condições da vida em sociedade, da repartição e das leis, normas e hábitos que a enformam e da acção e da interacção humanas, incluindo a relação com o ambiente. Enquanto domínio científico de estudo das sociedades, a Economia Política valoriza a análise dos processos e resultados económicos nos contextos históricos e geográficos respectivos, entendendo os fenómenos económicos como sendo eminentemente configurados por factores de ordem social, política, cultural e tecnológica..."

Compare-se com as "cabotinices" de Pimentel. É quase doloroso

Anónimo disse...

Vir alguém insinuar que "a tendência para a baixa do desemprego começou bem no centro do magnífico consulado do Messias de Massamá, mas que, no Governo PS, o falso emprego não diminuiu", na expressão muito feliz dum anónimo, é uma estrondosa patetice.

Uma estrondosa patetice mas com intuitos claramente ideológicos.

Mas o que se apontou a Pimentel foi mais do que isso. Directamente se inquiriu como era possível que um (pseudo)cultor de processos científicos, a falar em "cálculo à derivada de segunda ordem" e em "cálculo diferencial" meta depois os pés pelas mãos na sua "apreciação" sobre o "crescimento económico" nos seus diferentes momentos.

Usando como provas factuais dados que vem buscar ao presente para tentar justificar acontecimentos passados, onde esses dados não estavam presentes, dá para ver claramente duas coisas:

Que o "rigor" científico de Pimentel é uma fraude
Que o que o move são outros objectivos

Anónimo disse...

Registe-se que, como pano de fundo, Pimentel não poupa nas palavras ; "demagogia "humanista" "desonestidade intelectual ...mais grave".
Ainda terá o desplante de desprezar as consequências da governação miserável de Passos e a repercussão desta na vida das pessoas reais. Dirá:
"Mas por muito que custe a muita gente de carne e osso, um mais um será sempre dois".

Para além duma enorme insensibilidade social, há também aqui a revelação de outra enorme ignorância:

É que de facto um mais um não é sempre dois

Anónimo disse...

Aguarda-se assim a "defesa" de João Pimentel Ferreira no que diz respeito ao seu rigoroso pensamento "matemático", aqui mais uma vez registado para que não haja hipóteses de fuga com um qualquer outro pretexto:

"Acha Pimentel que a devolução de rendimentos do TC não foi o factor principal.
E porque acha tal o Pimentel?

"Porque seria estar a assumir que devolver rendimentos faz crescer a economia portuguesa."

E o que faz Pimentel para sustentar o seu "entender"?

Porque julga, factualmente pelos dados, que tal é falso.

E que dados apresenta o pseudo-matemático, o rigoroso científico, o "independente" Pimentel não sujeito a ideologias nem a emoções?

A seguinte afirmação "factual" : "O que fez crescer a economia recentemente foi a procura externa (turismo) e não a procura interna"

Ou seja, Pimentel utiliza "dados" do presente ( e já lá vamos) para tentar apresentar dados "factuais" sobre o ocorrido no passado

Aguardemos então

Anónimo disse...

Infelizmente há mais uma nota final (por enquanto):

Disse João Pimentel Ferreira:
"O que fez crescer a economia recentemente foi a procura externa (turismo) e não a procura interna."

É desmentida esta sua afirmação de forma categórica e inequívoca:
"Variação homóloga do PIB (crescimento em 12 meses) foi de +2,9% no 2º trimestre de 2017 (2ºT-2017). Destes, 2,8 p.p. são devido à Procura Interna. Destes, 1,3 p.p. são devido ao Consumo."

Ou metia a viola no saco ou rebatia-a, apresentando outros dados.

O que faz Pimentel?
Repete apenas a primeira frase, oculta o peso da Procura Interna ( o que se debatia) e parte para uma pergunta sobre o turismo que identificara já como Procura Externa

Um verdadeiro "artista"

João Pimentel Ferreira disse...

Debater com V. Exas., é como debater a Evolução do Homem com Teatemunhas Jeová. É uma tarefa vã e inglória. Tenhai um bom dia!

Anónimo disse...

Quando era pequenino - não há muito tempo, pelos vistos - e assistia às aulinhas de catequese, o Sr. Pimentel deve ter estado muito ocupado a explicar aos incautos e verdes condiscípulos que um rebuçado seu, somado a um rebuçado deles, se transformava invariavelmente em dois rebuçados no seu guloso bolso, pelo que agora confunde grãos de mostarda e filhos pródigos com ETs com forma de pêra. Em checo, ainda por cima e para se dar ares cosmopolitas. Já sabemos que, com o Sr. Pimentel e com ou sem "parábolas" a martelo, o disparate é um fogoso corcel que, sem freio, cavalga como se não houvesse amanhã.

Anónimo disse...

Pois tem Vossa Senhoria, caríssimo Sr. Pimental, toda a razão... Querer o profundíssimo sábio que indubitavelmente é o senhor partilhar a sua extensa e radicalíssima ciência neoliberal com gente ignara como nós dá neste miserável resultado. É por esta e por outras que este país não vai para a frente...
Olhe, sabe o que lhe digo? Vou é levar o meu Tiranossauro Rex ao veterinário que o coitadinho do bichinho anda com cólicas intestinais depois de ter ratado as orelhas ao rinoceronte lanudo do meu vizinho.

Anónimo disse...

Leia-se "Sr. Pimentel". As minhas desculpas ao referido Sr. Pimentel pelo infeliz lapso.