quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Falsa questão

Um dos pomos da discórdia sobre as polémicas alterações à legislação laboral em França - e em todo o mundo - prende-se com o novo papel que se pretende dar à negociação a nível de empresa, entre empresários e comissões de trabalhadores de empresa, por contraponto a uma negociação colectiva, representada por sindicatos e confederações patronais.

À pala de uma maior aproximação ao terreno - e realismo negocial -, visa-se remover os "empecilhos" sindicais, desmantelando totalmente os equilíbrios que a lei cria numa relação de poder desigual.

A ideia nem sequer é nova. Cá em Portugal, ela foi reforçada no Código do Trabalho desde 2003; em 2009 (Governo José Sócrates) com a Lei 7/2009 que permitiu a possibilidade de a associação sindical dar às comissões de trabalhadores (CTs) poderes de representação sindical em acordo em empresas de mais de 500 trabalhadores; em 2012 (Governo Passos Coelho/Paulo Portas), com a desarticulação da contratação colectiva e com a lei 23/2012 que baixou aquele limiar para os 150 trabalhadores.

Uma das faces desta posição está presente no Governo, na pessoa do ministro das Finanças. Mas passa muito facilmente na comunicação social - onde são raros os órgãos de comunicação com CTs... - e até se sentiu os acordes deste tema acerca da paralisação negocial na Autoeuropa, como bem se recorda, tudo em defesa de um suposto modelo ideal de inspiração alemã.

Ora, esta é uma falsa questão. Num artigo bastante interessante publicado pela Mediapart, (possivelmente só acessível a assinantes) recorda-se que, sim, os comités de empresa são, de facto, um pilar no modelo negocial desde o início do século 20, mas que têm fortes lacunas. Nomeadamente na cobertura das empresas e dos trabalhadores abrangidos, deixando de fora de uma negociação mais de metade dos trabalhadores. Em Portugal, os números seriam bem mais devastadores.

"As primeiras assembleias de representantes viram a luz do dia em 1900 no sector mineiro. Em 1920, a República de Weimar dotou-se igualmente de uma lei reconhecendo o princípio da representação dos assalariados na empresa. Mas o regime nazi apressou-se a suprimi-la. Apenas em 1952, no quadro das leis de cogestão, uma verdadeira legislação sobre os comités de empresa viu a luz do dia. Ela foi alterada e alargada em 1972 e 2001."
Mas qual foi o resultado destas alterações? Este tipo de representação acabou por funcionar sobretudo nas grandes empresas.
Actualmente apenas 9% das empresas alemãs têm um comité de empresa. Este número deve ser todavia explicado, pormenoriza Heiner Dribbusch, um dos melhores peritos na questão na Fundação Hans-Blocker, um think-tank dos sindicatos alemães. Quanto maior a empresa, mais há possibilidade de ter um comité de empresa. Assim, 80% das empresas com mais de 500 trabalhadores têm um. Em contrapartida, esse é o caso de apenas 5% das empresas com menos de 50 trabalhadores. No final, cerca de 42% dos assalariados alemães - seja 34% a leste e 43% a oeste - trabalham numa empresa com comité de empresa. Isto explica-se igualmente pela estrutura do empresariado alemão. Em cerca de 3,6 milhões de empresas na Alemanha, existem cerca de 3,2 milhões de muito pequenas empresas (menos de 9 assalariados). E a metade dentre elas são mesmo empresas artesanais que têm um só assalariado que é também o seu fundador, explica Frank Maas, do instituto des PME de Bonn (IfM Bonn).
E em Portugal? As estatísticas oficiais são esmagadoras e, por isso, tornam evidente o que se visa essencialmente.

Em 2015, cerca de 96,2% das 1,1 milhões de empresas portuguesas eram microempresas (menos de 10 trabalhadores). Havia 3,2% de pequenas empresas (entre 10 e 49 trabalhadores) e 0,5% de médias empresas (entre 50 e 249 trabalhadores). As grandes empresas - com mais de 250 trabalhadores representavam 0,1% das empresas. Cerca de 25% eram sociedades individuais e 75% sociedades.

Quanto ao número de trabalhadores, as microempresas empregavam no mesmo ano 46,4% dos trabalhadores, as pequenas 19% e as médias 14,5%. As grandes empregavam 20,1% dos trabalhadores.

Ou seja, caso a negociação laboral passasse a ser feita ao nível das empresas e caso se verificasse o "exemplar" padrão alemão acima descrito (80% do pessoal nas grandes empresas tinha comité de empresa e 5% nas PME) - então apenas 20% dos trabalhadores portugueses estariam abrangidos por uma qualquer negociação. E isto caso o facto de existir um comité de empresa significasse haver negociação.

Na realidade, a situação é bem pior. Segudo o Livro Verdes de Relações Laborais (página 302) a 31/12/2015 havia apenas 191 comissões de trabalhadores e quatro comissões coordenadoras de CT!

Defender, pois, uma atomização da negociação laboral representa, sim, um desequilíbrio brutal na relação já de si desequilibrada entre o lado empresarial e o dos trabalhadores, que terá expectáveis consequências sociais gravosas, fruto de um esmagamento das remunerações e condições de trabalho, fortemente pressionados por um nível elevado de desemprego. Baixas remunerações aumentam a emigração jovem, que aumenta o envelhecimento da população, que desequilibra as contas públicas, etc., etc...

51 comentários:

Miguel Madeira disse...

Mas o mesmo também não se passa com os sindicatos, em que apenas uma pequena minoria dos trabalhadores estão sindicalizados?

Anónimo disse...

Muito bem!

R.B. NorTør disse...

«Baixas remunerações aumentam a emigração jovem»

Baixas remunerações e não só. Dias de férias, esquemas de trabalho rígidos assentes em modelos presencialistas, licensas... Tudo coisas que os patrões dão livremente.

Pedro disse...

Caro Miguel.

É certo. Grand parte dos trabalhadores estão desmobilizados.

Mas os sindicalistas a nível nacional estão mais protegidos para a sua actividade. Dispõem d todo um aparelho para os apoiar. Um trabalhador de uma pequena e média empresa, a agir por conta própria, é muito mais sujeito a pressão por parte do patronato.

Daí que estas "reformas" iam piorar ainda mais a já má situação dos trabalhadores.

RF disse...

Um sindicato não representa apenas os seus sócios. Tem poder negocial, podendo convocar greves. Através de centrais sindicais pode mobilizar trabalhadores de outros sectores para lutas conjuntas, pode pressionar as forças políticas e o governo. Tem departamento jurídico, de modo a apoiar os trabalhadores, mesmo quando se lesam os legítimos interesses de um indivíduo apenas. Em suma, tem uma visão mais ampla da realidade e um maior poder reivindicativo.

Jose disse...

As incoerências da esquerdalhada ou onde entram os interesses dos partidos de esquerda!

É proclamado que os patrões são uns toscos incompetentes e incultos.
A consequência lógica que daí decorre é que não sabem gerir e consequentemente ter lucros, e consequentemente pagar suficientemente bem.

Mas sabe-se de alguns patrões que fogem à norma e que podem pagar suficientemente bem.
A consequência lógica que daí decorre é que nessas empresas os trabalhadores poderiam organizar-se para obter melhores salários.

Mas isso seria afastá-los do rebanho, dizem os pastores que os querem todos num mesmo redil;
e lá se iam aqueles exemplos que servem para desencadear a justas lutas diriam os sindicalistas ao serviço dos partidos; e podia dar-se o caso de se criarem elites operárias satisfeitas com a exploração capitalista, vociferam os comunas.

Anónimo disse...

Um claro e preciso post de João Ramos de Almeida.

E já agora uma bela e certeira achega de RF

Aleixo disse...

O exemplo da Autoeuropa é bem ilustrativo da "coisa"...

A Comissão de Trabalhadores é muito "querida" do patronato...

Num universo mais que acessível à CONSULTA, a Comissão de Trabalhadores fartou-se de "estudar o assunto" mas,

conseguiu não representar a vontade...dos TRABALHADORES!

A suposta proximidade dos eleitos para REPRESENTAR! ...é TRETA
.
A credibilidade dos sindicatos, é mais ou menos a Hillary Clinton... na vitória do Trump!

A atomização da negociação, resultará sempre contra os TRABALHADORES.

Não aceitando vanguardas esclarecidas e exigindo REPRESENTANTES, só resta um caminho:

DEMOCRACIA DIRECTA nos Sindicatos.

(...e não sou tolinho!)

Carlos Antunes disse...

Gostava que me indicasse um único caso em que um Sindicato tenha delegado numa CT a negociação de um Acordo Colectivo de Trabalho.
A norma do Código do Trabalho que permite essa delegação é pura e simplesmente inócua e sem qualquer viabilidade prática.

Anónimo disse...

"As incoerências da esquerdalhada ou onde entram os interesses dos partidos de esquerda!"

Eis um patrão preocupado com as "incoerências"...donde se vê onde entram as "coerências do patronato", quando as apontam neste tom tão afobado.

Por outras palavras...mesmo no alvo , hein herr jose?

Anónimo disse...

"É proclamado que os patrões são uns toscos incompetentes e incultos."

Quem somos nós para negar esta confissão?

Que vai ao encontro aliás do encontrado em estudos sobre o patronato

Anónimo disse...

"É proclamado que os patrões são uns toscos incompetentes e incultos."

Quem somos nós para contradizer tal afirmação

Mas o que é dito a seguir? Cite-se ipsis verbis:

"A consequência lógica que daí decorre é que não sabem gerir e consequentemente ter lucros, e consequentemente pagar suficientemente bem."

Não, a consequência lógica não é esta. A consequência não tem de resto nada de lógica. É que os referidos toscos , os referidos incultos são-no de facto. Mas são mais do que isso.
É que eles não olham a meios para conseguir os seus fins. Porque o que querem sobretudo é aumentar a sua taxa de lucro e quanto a isso não têm quaisquer escrúpulos.

Ou seja a sua "incompetência" é muito relativa, porque se parecem sê-lo, levando por exemplo à falência (fraudulenta quantas vezes) as suas empresas, tiram proveito directamente para o seu bolso das suas sacanices empresariais

O melhor de tudo isto é que é o próprio que assim fala nos patrões (e das consequências lógicas que afinal não o são ) que confirma o carácter trafulha, sobretudo do grande patronato.

Ouçamos assim o próprio Jose em meados de Julho deste ano , todo ufano a vangloriar-se dos seus:

" o que caracteriza um homem de negócios (é) aproveitar as oportunidades; e não ser honesto ao ponto de não ignorar a desonestidade alheia".

Toscos e incultos.
Incompetentes na gestão da coisa.
Mas profundamente competentes quando se trata de somarem lucros ocultos ao seu pecúlio pessoal.
Se necessário de forma claramente desonesta como confessa um deles

Anónimo disse...

Mas há uma nota irónica em tudo isto.

Sobre a organização dos trabalhadores, sobre os seus organismos sindicais, nada melhor do que um perito patronal para as "relações laborais", hoje confesso consultor financeiro, vir dar a sua "opinião" .

Ouçamo-lo:

"nessas empresas os trabalhadores poderiam organizar-se para obter melhores salários"

Já sabemos ( com o contributo inestimável do João e de alguns outros) o que isso significa. Temos aqui agora a confirmação. Pelo desconforto ou pelo medo, apressa-se assim presto um patrão a dar os seus "conselhos" aos trabalhadores.

Tão elucidativo não é mesmo?

Anónimo disse...

Há finalmente uma última nota que confirma um sonho milenar de quem explora os demais, que sabe que só assim consegue "governar" e governar-se.

É a tentativa de dividir quem trabalha. Dividir para reinar, desde criando sindicatos fantasmas, a comissões de trabalhadores de empresa, por contraponto a uma negociação colectiva, representada por sindicatos e confederações patronais.

E aqui, preto no branco, a confirmação do sonho e da tentativa de o levar mais adiante, pela voz de Jose. Mais uma vez em discurso directo:

"podia dar-se o caso de se criarem elites operárias satisfeitas com a exploração capitalista"

As elites, promovidas pelo patronato, em contraponto à maralha. As elites operárias satisfeitas com a exploração capitalista para que todo o restante operariado, todos os restantes trabalhadores pudessem continuar explorados. Estes já não tão satisfeitos como é evidente, mas suficiente e mais divididos para ser assim mais fácil assegurar a continuação da exploração.

A bem da luzidia vida de quem se apropria do trabalho dos demais e do incremento do "desequilíbrio brutal na relação já de si desequilibrada entre o lado empresarial e o dos trabalhadores"

(Usando o vocabulário infeliz do Jose, é isto afinal que vocifera um patrão)

Pedro disse...

Uns dez por cento de trabalhadores de grandes empresas poderiam manter a sua posição, enquanto uns 90% perderiam poder negocial.

Pedro disse...

Uns dez por cento de trabalhadores de grandes empresas poderiam manter a sua posição, enquanto uns 90% perderiam poder negocial.

Jose disse...

O português é uma língua tão rica que qualquer Cuco acredita poder ludibria-la!

Não há por aí algum pastor, sindicalista ou comuna, que simultaneamente preze a Língua e a Lógica que demonstre algo de errado no que disse acima?

Anónimo disse...

Uma língua tão rica, tão rica mas que herr jose tem dificuldade em percebê-la. Deve ser do cuco que lhe assombra as noites e o perturba de dia?

E pede ajuda ao padre, ao pastor. Numa atitude de abrangência notável até solicita ajuda a um sindicalista e a um comuna, se bem que se adivinhem os bofes e a baba rancorosa de velho colonialista quando assim se expressa.

Mais importante que estas considerações´, a fazer passar por argumentação o que não passa de considerandos idiotas sobre a língua e a lógica, interessa ver o conteúdo.

É "isto" que herr jose tem a dizer?

A impotência tem destas coisas. E às vezes é somativa

Anónimo disse...

Vamos então ver ao que não responde herr jose:

Diz este:

"As incoerências da esquerdalhada ou onde entram os interesses dos partidos de esquerda!"
"nessas empresas os trabalhadores poderiam organizar-se para obter melhores salários"

Isto é dito por um assumido defensor do projecto pafioso mais negro e azedo, direitista do extremo, solicito amante da troika e outrora defensor acérrimo do colonialismo português. Patrão e delegado de patrões. Homem de negócios. E consultor financeiro

A fazer o quê? A fazer o que lhe mais interessa e o que interessa aos da sua classe...
A falar de incoerências e a dar conselhos aos trabalhadores...ideias ainda provenientes do corporativismo fascista?

Com a coerência é certo de quem está do lado oposto ao mundo do trabalho. Mas com o medo e o agastamento próprio por ver assim expostos os "projectos patronais"

"algo de errado no que disse acima herr jose"?



Anónimo disse...

Diz herr jose:

"É proclamado que os patrões são uns toscos incompetentes e incultos."

Se é um dos ditos patrões que o afirma, quem somos nós para o desmentir? Tanto mais que tal já está documentado

"algo de errado no que disse acima" herr jose?
Não, neste aspecto concreto. Mas tal já fora dito, já se tinha reconhecido a validade da afirmação.

Será que herr jose está a tentar corrigir o tiro?

Anónimo disse...

Diz herr jose:

"...os patrões são uns toscos incompetentes e incultos."
E depois tira herr jose as suas conclusões tidas como lógicas.

"Lógica" desmontada no que diz respeito à proclamada "incompetência"

Demonstrou-se que a "incompetência" dos ditos patrões é uma fraude. É que estes açambarcam cada vez mais a riqueza produzida. E as fraudes e as negociatas em que participam, como por exemplo as falências fraudulentas ou o desvio ilícito de dinheiro para os seus bordéis tributários atestam claramente que são bastamente competentes no que diz respeito ao aumento da sua riqueza. Com prejuízo de quem trabalha.

É o próprio herr jose que confirma estes processos, ao confessar contentinho e cheio de prosápia que " o que caracteriza um homem de negócios (é) aproveitar as oportunidades; e não ser honesto ao ponto de não ignorar a desonestidade alheia".

Uma crua confissão, de que agora se arrepende ?

"algo de errado no que disse (ainda) mais acima" herr jose?

De profundamente errado. O choradinho sobre a "incompetência" do patronato caiu de podre. E faz lembrar a canção dos coitadinhos de Passos Coelho

A lógica e a língua atraiçoaram o pobre. Pelo que se confirma:

Toscos e incultos.
Incompetentes na gestão da coisa.
Mas profundamente competentes quando se trata de somarem lucros ocultos ao seu pecúlio pessoal.
Se necessário de forma claramente desonesta como confessa um deles.

E não há padre, pastor, sindicalista ou correlegionário que o consiga salvar

Anónimo disse...

Diz ainda herr jose:

"nessas empresas os trabalhadores poderiam organizar-se para obter melhores salários"

Se lermos o texto do João ficamos a saber que tudo isto é treta. Que se procura reforçar o poder patronal em detrimento do mundo do trabalho.

Temos aqui a confirmação. Que um patrão se apresse involuntariamente a confirmar o denunciado através dos seus conselhos (a fazer lembrar os conselhos do seu ídolo, Passos Coelho sobre os caminhos do país),é testemunho suficientemente elucidativo para confirmar que há "algo de (muito) errado no que disse acima" herr jose

Anónimo disse...

Diz herr jose:

"podia dar-se o caso de se criarem elites operárias satisfeitas com a exploração capitalista".

Um sonho milenar os projectos de dividir para reinar. Testemunhado desde a criação de sindicatos amarelos, até à criação de CT sem poder de convocar greves.

Mas aqui há um outro assumir por parte de herr jose e ainda não focado. É a questão do seu enamoramento pelas "elites", num também seu perpétuo apregoar que há uns mais iguais do que outros.

A eugenia encontra aqui pés para andar, eugenia essa que permitiu suporte teórico para a besta negra que lavrou na europa e no mundo em meados do século passado.

Ainda resquícios de alguma nobreza caduca e impotente a reivindicar pergaminhos da treta?

"algo de errado no que disse acima" herr jose?
Claramente de errado , mais esse seu endeusamento à trampa das elites tão ao gosto de quantas múmias paralíticas e poeirentas

Anónimo disse...

Eis aqui neste excelente post de Vitor Dias a denúncia das palavras do então director de recursos humanos da Volkswagen, António Damasceno Correia, sobre critérios de selecção de trabalhadores que foram usados. Critérios claramente repugnantes e servidos na altura com a língua e a lógica em uso pelo grande patronato.

https://otempodascerejas2.blogspot.pt/2017/09/para-ilustracao-de-f-louca.html#links

João Pimentel Ferreira disse...

A OCDE tem um gráfico muito interessante que rigidez laboral com desemprego. Parece que quanto maior a rigidez laboral, maior o desemprego. Por isso concordo com o autor na generalidade, mas o seu discurso é anacrónico considerando a quantidade abissal de pessoas a falso recibo verde e com as novas formas precárias e até informais de trabalho. Aumentar a rigidez, apenas tem como consequência o desemprego ou mesmo a precariedade. E o desemprego afeta sempre os mais desfavorecidos, pois são aqueles que têm menos formação académica.

Anónimo disse...

A OCDE tem um gráfico muito interessante.
Pois tem.

A OCDE é muita coisa. Por exemplo, segundo um relatório da OCDE Portugal foi dos países onde a riqueza do 1% mais rico mais cresceu. Entre 1980 e 2012 o rendimento do 1% aumentou 105%, ou seja, mais que duplicou, aparecendo em terceiro lugar a seguir aos EUA e Reino Unido. Portugal tem o segundo mais elevado índice de desigualdade da zona euro e os 25 mais ricos valem mais de 10% do PIB."

Já lá iremos à OCDE mais o gráfico tão interessante.

João Ramos de Almeida tem desmontado sistematicamente a ideia da "rigidez laboral". Também já lá iremos

Anónimo disse...

Temos então que a OCDE tem um gráfico já que parece que.

Dum excelente texto de João Ramos de Almeida, dedicado a todos os trafulhas camaleões. Tanto o Pimentel/Aonio como o aonio pimentel sabe de que estou a falar

"De cada vez que ouvir falar da "rigidez da legislação laboral" quanto ao despedimento individual - como tem sido suscitado pelos deputados à direita no Parlamento, fazendo eco das "recomendações" da OCDE e da Comissão Europeia - olhe para os números acima.

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/05/legalizar-selva.html

Algo aconteceu para permitir que, entre 2009 e 2013, mais de 268,6 mil pessoas tivessem perdido o seu contrato "permanente", sendo que a esmagadora maioria passou ao largo dos despedimentos colectivos, tidos como mais fáceis e mais rápidos. Foram inclusivamente mais do que os despedidos por contrato a prazo.

Terão sido todos por "rescisões amigáveis" que, em geral, pouco de "amigável" têm? Na verdade, a selva é bem mais fluida do que fazem crer. Basta procurar nos motores de busca "rescisão por mútuo acordo" e ver os pedidos de ajuda que fazem trabalhadores visados e em que posição de fragilidade se encontram. São colocados entre a espada e a parede.

Se há algum interesse em tornar menos "rígida" a legislação, será apenas para legalizar as ilegalidades cometidas, reduzindo os problemas legais que poucas empresas poderão ter ao recorrer a despedimentos ilegais. Vão conseguirão "fechar" mais rapidamente os dossiers do despedimento. De resto, como se pode ver pelo número de casos julgados, nada mais de bom se passará. Não haverá mais emprego: as empresas abandonarão a sua função social, os trabalhadores ficarão mais desprotegidos e ainda mais calados. E os juízes terão menos trabalho e, ao ser-lhes retirada margem de decisão sobre despedimentos, assumirão cada vez menos o seu papel de equilibrador de relações desiguais.

No fundo, quando se defende uma legislação menos rígida, apenas se está a pensar numa relação de poder e não económica."

Anónimo disse...

O Pimentel ,sob o nickname de Aonio já por cá esteve a dizer exactamente isto.

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/08/precariedade-e-um-conceito-bem.html

Usa geralmente o Aonio para as suas cenas mais trauliteiras. Usa o de Pimentel de forma mais comedida. Tenta fazer passar que são duas coisas diferentes. E aldraba

Sabem quem foi o Álvaro Santos Pereira? Um dos do governo de Passos e de Portas. Um dos responsáveis pelos tempos de chumbo vividos à época.

Pois, o Álvaro is Director of the Country Studies Branch at the Economics Department of the OECD ( OCDE) since 1st April 2014 where he oversees the peer review process for the Economic Surveys. He provides leadership in the co-ordination and management of the activities of the Directorate and ensures that it is at the forefront of the international political economy agenda. He identifies challenges and develops ways in which the OECD can promote policies to improve member and partner countries long-term Economic performance.

Um "promotor" de políticas da selva.

Anónimo disse...

https://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/03/virar-pagina-no-debate-sobre-trabalho-e_19.html

Ver este post oportuníssimo de Nuno Serra em que se desmascara o especialista em «rigidez laboral».

E as tretas aleivosas segundo as quais os" países em que as leis laborais são muito rígidas em geral crescem menos, a produtividade é menor, os salários são menores e os empregos são piores."

Um mimo ver um traste neoliberal meter assim os pés pelas mãos

Anónimo disse...

Veja-se também este excelente post de João Ramos de Almeida em que ele põe a nu a flexibilização da legislação laboral

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/07/precariedade-e-socialismo.html?m=1

Anónimo disse...

Gabinete de Avaliação Independente do FMI:

"O Fundo Monetário Internacional (FMI) desejava, pelo menos desde 2006, que os governos portugueses cortassem em todas as áreas de apoio social, particularmente nas pensões e na Saúde. O programa da troika abriu caminho a muitos desses desejos, mas os «protestos massivos» e a Constituição da República Portuguesa travaram algumas das propostas negociadas com o governo do PSD e do CDS-PP, conclui o Gabinete de Avaliação Independente do FMI.

As considerações constam de um relatório, divulgado em Julho deste ano, intitulado «O FMI e a protecção social». Apesar de atribuir a responsabilidade pela subida do desemprego e da pobreza no País à execução das medidas pelo anterior governo – ou as reduzir a um problema de percepção pública ou de falha na política de comunicação –, o organismo acaba por reconhecer que os funcionários do FMI sempre quiseram (e continuam a querer) destruir o que consideram «o sistema de protecção no desemprego mais generoso da Europa».

O Gabinete de Avaliação Independente enumera as várias medidas negociadas entre a troika e o PSD e o CDS-PP que acabaram por cair por força dos protestos «massivos» nas ruas e em virtude das declarações de inconstitucionalidade pelo Tribunal Constitucional. Foram os casos da descida da Taxa Social Única (TSU) para os patrões, compensada com a subida para os trabalhadores; alguns dos cortes nos salários da Administração Pública, nas pensões e nos subsídios por doença e desemprego; os cortes nos subsídios de férias e de Natal.

Apesar da derrota das políticas defendidas pelo FMI nas eleições legislativas de 2015 (em que a coligação PSD/CDS-PP propunha um corte de 600 milhões de euros nas pensões em pagamento), o Fundo continua a insistir na mesma receita. De acordo com o relatório, das conclusões da missão de vigilância anual do FMI a Portugal, em 2016, consta a recomendação de uma «reforma profunda do sistema de pensões», que reduza o «impacto fiscal» da despesa decorrente do aumento da esperança média de vida.

Um ano antes, em 2015, foi a legislação laboral o alvo do FMI na sua avaliação anual. Os economistas atacaram o aumento do salário mínimo, alertando para as consequências na taxa de desemprego. Dois anos depois, o valor está abaixo dos 10%, pela primeira vez em oito anos – depois de ter ultrapassado os 17% em 2013, no auge da aplicação da receita do FMI. Por outro lado, os técnicos recomendavam uma «participação mais alargada» no «diálogo social», de forma a criar condições que «facilitem uma maior flexibilidade laboral». A intenção do Fundo parece ser a introdução de outras organizações em espaços como a Concertação Social ou a negociação colectiva, que sejam mais «flexíveis» na hora de aceitar a retirada de direitos".
(Abrilabril)

Anónimo disse...

Mais um post notável de JRA em que, fazendo verdadeiro serviço público, põe a nu a hipocrisia patronal ( e as suas posições de classe)

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/10/por-que-defende-o-patronato-posicoes.html


Já percebemos o que faz mover o Pimentel. Como o seu amor pelos mais favorecidos não traz fama nem proveito , trata de fazer estas cenas um pouco canalhas?

Anónimo disse...

Mas foquemo-nos na OCDE:

"Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia do anterior governo PSD/CDS, entre Junho de 2011 e Julho de 2013, é, desde 1 de Abril de 2014, director da divisão de estudos das economias dos países da OCDE, responsável pelo mais recente estudo económico sobre Portugal feito por esta organização.

Na sua passagem pelo anterior governo, para além de ter sido um dos principais interlocutores da troika nas suas visitas trimestrais ao nosso país, ficou ainda conhecido pela defesa acérrima da exportação do nosso pastel de nata, como produto genuíno da nossa pastelaria, o que levou muitos a considerá-lo o embaixador do pastel de nata.

Ao fazermos a leitura deste estudo da OCDE sobre a evolução recente da nossa economia não podemos deixar de levar em conta o papel que nele certamente teve o ex-ministro da Economia do anterior governo.

Só assim se percebe que neste relatório da OCDE se constate o óbvio: a nossa economia está a recuperar após o mais longo período de recessão de que há memória, que nos conduziu para níveis reais do PIB do início deste século, níveis de investimento de finais dos anos 80 do século passado, níveis de desemprego nunca antes registados e níveis de emigração sem paralelo, nem mesmo nos anos 60. Mas se esqueça do papel das mudanças de política, encetadas com a entrada em funções do novo governo e a assinatura das posições conjuntas entre o PS e os partidos à sua esquerda, na continuação da retoma económica registada em 2016 e nomeadamente no contributo que a melhoria do rendimento das famílias teve no crescimento do consumo privado.

Só assim se percebe que este relatório atribua às famosas reformas estruturais que o anterior governo levou a cabo, nomeadamente o ministro Álvaro Santos Pereira, que tutelou directamente no seu ministério a «reforma da legislação laboral», a coberto do acordo com a troika (BCE/UE/FMI) e como contrapartida pelos cerca de 78 mil milhões de euros de financiamento concedidos entre 1.º semestre de 2011 e o 1.º semestre de 2014, o mérito pelo início da recuperação económica, quando esta só se iniciou após uma queda acumulada de cerca de 7% do PIB. Pode mesmo dizer-se que a retoma só se iniciou depois da nossa economia ter batido no fundo e quando novas eleições legislativas se aproximavam a passos largos"
(cont)

Anónimo disse...

"Reformas estruturais que mais não significaram do que ataques aos direitos dos trabalhadores, com o congelamento do salário mínimo nacional durante quase quatro anos, com o congelamento das reformas e pensões e com o congelamento e redução das remunerações na administração pública, com cortes nas indemnizações por despedimentos, nos montantes e condições de concessão do subsídio de desemprego, no pagamento das horas extraordinárias e trabalho suplementar, com a redução do emprego na administração pública, com a suspensão parcial dos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores da administração pública, reformados e pensionistas, com a criação da sobretaxa extraordinária de IRS em 2011 e a sobretaxa de IRS a partir de 2013, a revisão e limitação dos benefícios fiscais em sede de IRS, as alterações dos escalões e aumento das taxas do IRS, o aumento da taxa normal de IVA para 23%, a sujeição do consumo de electricidade e gás natural à taxa normal de IVA e as reestruturações das taxas de IVA.

Reformas estruturais que mais não significaram do que cortes nas prestações sociais não contributivas (abono de família, complemento solidário para idosos e rendimento social de inserção), aumento das taxas moderadoras, cortes nas despesas com Saúde e cortes nas despesas com Educação.

Reformas estruturais e políticas de austeridade que ao mesmo tempo que significaram uma redução dos rendimentos do trabalho de cerca de 3,4 mil milhões de euros entre 2011 e 2015, corresponderam a um aumento do excedente bruto de exploração (lucros, juros e rendas) de cerca de 4 mil milhões de euros.

Objectivamente da aplicação do chamado programa de assistência económica e financeira (programa da troika) o que resultou foi o agravamento da distribuição do rendimento nacional em detrimento dos rendimentos do trabalho e a favor dos rendimentos do capital.

Quando nas suas principais recomendações para a economia portuguesa a OCDE insiste em falar na manutenção das reformas estruturais e no prosseguimento da consolidação orçamental, não resisto a citar o Tribunal de Contas no seu parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2014 (pág. 153, caixa 5 – implementação do programa de assistência económica e financeira 2011/2014): «o ajustamento orçamental efectuado entre 2011 e 2014 com o programa de intervenção da Troika foi essencialmente suportado por operações de natureza pontual – a transferência dos fundos de pensões, as reprivatizações e concessões e a regularização de dívidas fiscais e à segurança social – e por medidas reversíveis – as reduções remuneratórias e a suspensão dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos, reformados e pensionistas, as sobretaxas em sede de IRS, a contribuição sobre o sector bancário e a de solidariedade e as alterações na tributação directa e no regime do IVA. Não se identificam medidas suficientes que apontem para alterações de natureza estrutural».

(cont)

Anónimo disse...

"Fica claro que para a OCDE só será possível prosseguir a consolidação orçamental transformando em irreversíveis medidas que o governo anterior começou por vender aos portugueses como reversíveis logo após a saída da troika, mas que para o fim do seu mandato já só defendia lá mais para a frente, em 2018, 2019 e 2020.

No fundo, para o pensamento neoliberal omnipresente na OCDE falar em medidas estruturais significa aprofundar os ataques aos direitos laborais e sociais, e falar em consolidação orçamental significa redução da presença do Estado na economia e na sociedade ao mínimo indispensável, para que o funcionamento dos mercados do trabalho, dos bens e serviços se faça «livremente».

Assim sendo não deu mesmo jeito nenhum que um Governo PS minoritário tenha sido forçado em 2016, por acordos à esquerda, a repor feriados e salários e horários na administração pública, a reduzir as restrições à contratação de pessoal na administração pública, a reduzir as taxas moderadoras, a reduzir o IVA na restauração, a introduzir a cláusula de salvaguarda do IMI, a iniciar o fim da sobretaxa de IRS, a iniciar o combate à precariedade do trabalho na administração pública e a iniciar a travagem do combate à destruição dos serviços públicos.

Para a actual azia do secretário-geral da OCDE e dos seus adjuntos, o pastel de nata não é solução, mas existem umas pastilhas que talvez ajudem"

(José Alberto Lourenço)

Anónimo disse...

Para quem estiver interessado em aprofundar as "reformas laborais" paridas ao sabor dos interesses dos europeístas convictos, entusiastas e sobretudo neoliberais:

A «reforma laboral» de 2012 vista pelo Prof. Jorge Leite

https://papeisalexandria2.blogspot.pt/2017/09/a-reforma-laboral-de-2012-vista-pelo.html?m=1

João Pimentel Ferreira disse...

Caro Anónimo, em nenhuma passagem declinou o que eu escrevi.

Existe uma correlação estatística entre rigidez laboral e desemprego. Essa análise tem que ser feita no mesmo período temporal (mesmo ano por exemplo) e em diversos países da OCDE (para evitar as deturpações estatísticas do ciclo económico). Quanto maior a rigidez laboral, maior o desemprego! Facto estatístico! E o desemprego afeta sempre os mais desfavorecidos, ou seja, os menos qualificados, e é neste ponto que é muito importante o papel do estado na formação e no apoio social aos desempregados! O despedimento não é grave, se a pessoa no dia seguinte encontrar outro emprego. O que é grave é o desemprego a longo prazo, e o desemprego a longo prazo é crónico nas sociedades onde a rigidez laboral é mais alta. Facto estatístico!

A precariedade enorme que assola o nosso país, os falsos recibos verdes a vulso, a exploração fazendo-se uso do trabalho informal, são apenas um escape económico perante a enorme rigidez laboral que ainda temos. Tanto assim o é que a própria Autoridade para as Condições do Trabalho já faz vista grossa a qualquer falso recibo verde! As pessoas de esquerda julgam que são as leis do trabalho que dão emprego e bons salários, mas não são, é a economia. Na Dinamarca, um modelo social-democrata, não há salário mínimo nacional, e têm os salários mais altos da UE. Fica a reflexão!

Jose disse...

Enquanto espero pelo próximo comboio vou excepcionalmente dar-me ao trabalho de te comentar Cuco:
Cuco às 16:19 – baboseiras
Cuco às 16:33– prosseguem as baboseiras
Cuco às 16:38 – ‘É proclamado’ passa a ‘Se é um dos ditos patrões que o afirma’ e prosseguem as baboseiras.
Cuco às 17:06 – pelo meio da baboseira mais dois ‘entorses’: a relação entre incompetência em bem gerir e o pagar bons salários passa ao quanto o patrão toma para si; o ‘ignorar a desonestidade alheia’ passa a confissão de desonestidade própria.
Cuco às 17:16 – O ‘texto do João’ contraria o dito, (logo) se conclui que o dito ‘se apresse involuntariamente a confirmar’ o que disse o João! A irreprimível lógica à Cuco.
Cuco às 17:29 – ‘Claramento de errado’ quando, a realizar-se o que é dito ser vociferado pelos comunas: pode levar a ‘dividir para reinar’ , fazer com que ‘A eugenia encontra aqui pés para andar’; dar ‘suporte teórico para a besta negra’ ?
Em conclusão: podes Cuco ficar tranquilo que nunca pertencerás ‘à trampa das elites’ que conhecem a racionalidade e a lógica, àqueles que usam a

Jose disse...

...àqueles que usam a Língua para servir o pensamento.

Anónimo disse...

-Jose magnânimo...
Ou será que lhe ficou alguma mossa naquela pretensão de aristocrata em processo de elitização frustrada?

-Jose em estado perturbado...
O "cuco"? Mas porque motivo Jose continua numa de "cuco"? Detesta cucos? A família criava cucos? A mãe amava cucos?

-Jose equivocado...
Independentemente dos processos psicológicos que perturbam Jose mais o"cuco", há todavia algo um pouco mais melindroso. Algo para o qual o fulano já fora alertado, mas que é necessário relembrar.
Essa história de tratamento coloquial...onde Jose aprendeu tal? Pensa que está em família? Pensa que estão com a família? Pensa que está numa sala de fumo ou de engate?

Anónimo disse...

Deve ser frustrante para Jose ter que apelar para as baboseiras para depois receber de volta algo que considera como baboseira

Lolol. Parece que foi na mouche

Ao comentário profundo e cheio de argumentação de herr jose e que rezava assim:
"O português é uma língua tão rica que qualquer Cuco acredita poder ludibria-la!
Não há por aí algum pastor, sindicalista ou comuna, que simultaneamente preze a Língua e a Lógica..."

Tem como resposta o seguinte:
"Uma língua tão rica, tão rica mas que herr jose tem dificuldade em percebê-la. Deve ser do cuco que lhe assombra as noites e o perturba de dia?
E pede ajuda ao padre, ao pastor. Numa atitude de abrangência notável até solicita ajuda a um sindicalista e a um comuna, se bem que se adivinhem os bofes e a baba rancorosa de velho colonialista quando assim se expressa."

Não gosta jose que lhe respondam à letra? PaciÊncia

Daqui a pouco está a fazer o papel de coitadinho

Anónimo disse...

Fala jose em mais baboseiras.
Serão mesmo?

Vejamos o que Jose disse:
"As incoerências da esquerdalhada ou onde entram os interesses dos partidos de esquerda!"
"nessas empresas os trabalhadores poderiam organizar-se para obter melhores salários"

Teve duas respostas que se explicitam ainda mais claramente para ver se é desta:

"Alguém assumido defensor do projecto pafioso mais negro e azedo, direitista do extremo, solicito amante da troika e outrora defensor acérrimo do colonialismo português, patrão e delegado de patrões, homem de negócios e consultor financeiro" não pode ser levado a sério quando fala em "incoerências da esquerda"
(A prova provada da incapacidade de Jose emitir uma opinião abalizada é o seu uso contínuo do termo "esquerdalhada" que lhe sai incontido e raivoso do fundo das fauces)

Um patrão, escolhido pelos patrões como seu perito, representante dos interesses dum patronato caceteiro e explorador está a tentar fazer passar a ideia que defende os interesses do trabalhador. Foi ( é ) chamada a atenção para esta "coerência" e estes cuidados maternais de quem está do lado oposto ao mundo do trabalho. E sublinha-se o que parece ser o medo e o agastamento próprio por ver assim expostos os "projectos patronais".
( a prova provada de tal é esta sua inquietação traduzida nesta sua insistência um pouco enjoativa e repetitiva)

Não gosta Jose que lhe desmascarem as baboseiras?

Paciência. Daqui a pouco...

Anónimo disse...

Há todavia novidades ( e de monta) no discurso de Jose:

De repente este corrige o que dissera
‘É proclamado’ passa a ‘Se é um dos ditos patrões que o afirma’ "

A frase "É proclamado que os patrões são uns toscos incompetentes e incultos." passará, por vontade expressa do seu autor a ser:
‘Se é um dos ditos patrões que o afirma que os patrões são uns toscos incompetentes e incultos."

Sem o querer Jose confirma duas coisas:
-Que está a tentar corrigir o tiro
-Que foi reconhecido pelo próprio Jose que há "algo de errado no que (ele) disse(ra) acima".


(Infelizmente para Jose não é só um dos patrões que o diz.

Num estudo de 8 de Dezembro de 2016, Eugénio Rosa demonstra que:

1) Em Portugal, o nível de escolaridade da maioria dos patrões é inferior à dos trabalhadores (55,8% têm o ensino básico e apenas 21,7% o ensino superior, enquanto os trabalhadores 45,5% têm o ensino básico e 27,2% o ensino superior);
(2) Na UE o nível de escolaridade dos patrões é muito superior à dos patrões portugueses (apenas 17,5% têm o ensino básico);
(3) A baixíssima escolaridade dos patrões portugueses constitui um obstáculo sério à recuperação económica e ao desenvolvimento do país mas, apesar disso, ninguém fala nem se preocupa")

Anónimo disse...

Jose não gosta que se associe a (sua afirmação de) incompetência com a"competência" que se colocou em causa

Apressadamente,como gato por sobre brasas, Jose fala telegraficamente sobre o tema, com a esperança de não se perceber o que se denuncia.

E o que se denuncia ( mais uma vez) é que não vale a pena fazer o choradinho sobre a referida "incompetência". Sendo "incompetentes para "bem gerir e para pagar bons salários", muitos são bem competentes no que o "patrão toma para si"
( talvez assim com as suas próprias palavras o Jose já perceba)

Donde "as fraudes e as negociatas em que participam, como por exemplo as falências fraudulentas ou o desvio ilícito de dinheiro para os seus bordéis tributários atestam claramente que são bastamente competentes no que diz respeito ao aumento da sua riqueza. Com prejuízo de quem trabalha".

É o próprio herr jose que confirma estes processos, ao confessar contentinho e cheio de prosápia que " o que caracteriza um homem de negócios (é) aproveitar as oportunidades; e não ser honesto ao ponto de não ignorar a desonestidade alheia".

Tentará depois Jose, mais uma vez em passo de corrida afirmar algo como isto:
‘ignorar a desonestidade alheia’ passa a confissão de desonestidade própria.

Não, não é a ignorância da desonestidade alheia que se torna uma confissão de desonestidade própria. O que se torna uma confissão de desonestidade própria é o que vem antes e que se cita ipsis verbis
"não ser honesto ao ponto de não ignorar a desonestidade alheia".

Francamente lolol. Isto é de cabo de esquadra

Ah, esse choradinho do prezar "da Língua e da Lógica" ( se Passos sabe...)

Anónimo disse...

!7:16 Mais uma vez apressadamente Jose mistura as coisas e tenta esconder o óbvio

Dirá Jose: "O ‘texto do João’ contraria o dito, (logo) se conclui que o dito ‘se apresse involuntariamente a confirmar’ o que disse o João! A irreprimível lógica à Cuco.

Talvez repetindo mais devagar para ver se Jose percebe:

Sabemos que Jose nos tenta vender esta ideia: "nessas empresas os trabalhadores poderiam organizar-se para obter melhores salários"

Se lermos o texto do João ficamos a saber que tudo isto é treta. Que se procura reforçar o poder patronal em detrimento do mundo do trabalho.

Temos aqui a confirmação da validade do que o João diz. Como?
Porque um patrão se apressa a confirmar o denunciado.

Mas porque se faz tal afirmação?
Porque Jose está tão inquieto perante a denúncia do João que tem que se apressar, refutando a tese do João e defendendo como boa a ideia "dos trabalhadores se organizarem para obterem melhores salários"

Mas como é que isso confirma o que o João diz?
Porque quem o diz é parte profundamente interessada no processo. Alguém pago para.Um perito do lado dos patrões Alguém cujos interesses estão a ser postos em causa. E que aparece como lobo em pele de cordeiro a.

Mas finalmente porque se qualifica como involuntária tal "confirmação" do Jose?
Porque Jose não pensou que se demonstrasse na volta que os seus "conselhos" afinal não passavam de treta, ao identificarem a sua origem e os seus interesses de classe.

Ou seja tais conselhos de Jose são testemunho suficientemente elucidativo para confirmar que há "algo de (muito) errado no que disse acima" herr jose

Anónimo disse...

17 e 29
Diz Jose:

"‘Claramento de errado’ quando, a realizar-se o que é dito ser vociferado pelos comunas: pode levar a ‘dividir para reinar’ , fazer com que ‘A eugenia encontra aqui pés para andar’; dar ‘suporte teórico para a besta negra’ ?"

Alguém percebe o que jose quer dizer?

Trata-se simplesmente de incapacidade para? Ou o comboio está a chegar e Jose não tem tempo?

Vamos então explicar o que Jose não percebe

(Antes de mais nada essa sua expressão "vociferado pelos comunas"...
É uma linguagem manhosa, ideologicamente marcada e pesporrentamente expressa. Define um gajo e uma ideologia.

Mas adiante.)

Sabemos que o dividir para reinar é um sonho milenar para quem governa.
No caso concreto tal é testemunhado pela criação de sindicatos amarelos, pela criação de CT sem poder de convocar greves, etc, etc, etc.

Não admira que um patrão e representante duma confederação patronal tente agora mais um "processo" ( não novo, confessa-se) de dividir para reinar:
-A criação de "elites operárias".


Mas aqui há uma outra questão. É a questão do enamoramento do Jose pelas "elites", num também seu perpétuo apregoar que há uns mais iguais do que outros. Este é de resto um dos leitmotiv ideológicos de jose,testemunhado por muitos dos seus comentários.

"Segundo Thomas Bottomore, a palavra elite (do francês élite, substantivação do antigo particípio passado eslit, de élire 'escolher, eleger', este do latim vulgar exlegere, do latim clássico eligere, 'escolher') era usada durante o século XVIII para nomear produtos de qualidade excepcional. Posteriormente, o seu emprego foi expandido para abarcar grupos sociais superiores, tais como as unidades militares de primeira linha ou os elementos mais altos da nobreza. Assim, de modo geral, o termo 'elite' designa um grupo dominante na sociedade ou um grupo localizado em uma camada hierárquica superior, em uma dada estratificação social"

Uns mais iguais do que outros. E com pretensões a.

"Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido". Galton definiu eugenia como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente"

A "eugenia" pode encontrar no louvaminhar das ditas "elites" uma tentativa de justificação para o seu carácter profundamente anti-ético. Ou seja: a eugenia encontra aqui pés para andar

As ideias eugenicas permitiram de facto suporte teórico para a besta negra que lavrou na europa e no mundo em meados do século passado. Como qualquer sabe a ideologia de "pureza racial", a qual culminou no Holocausto também era conhecida por nazismo.

Sabe-se como e quando surgiu. Jose é que se faz de tontinho?

Anónimo disse...

A conclusão de Jose é mais uma vez a confissão do seu enamoramento pelas ditas "elites". Do seu endeusamento à trampa das elites tão ao gosto de não sei quantas múmias paralíticas e poeirentas.

Uns mais iguais do que outros. Uns superiores aos outros.Uns com direito ao saque enquanto a imensa maioria deve assumir o dever de ser saqueado

Até houve quem defendesse o carácter divino do Rei. Ou o carácter superior da nobreza e doutros trastes. Estes e aqueles agora quantas vezes reduzidos a exercícios onanísticos de impotência traduzidos não raro nos tirinhos com que tentam acertar na caça ou na prosápia elitista com que se tentam justificar

Anónimo disse...

Uma má notícia .

Para o Pimentel

Não sabe provavelmente ler. Percebe-se que fuja quando se sublinha o seu carácter de artista manhoso.

Mas não saber ler?

Voltar a citar assim a OCDE daquele jeito de papagaio a repetir a "lição" é um processo triste.
Porque os dados estatísticos estão perfeitamente enviesados e tal foi já denunciado. Tanto que ensinam pimenteis a repetirem feito agora pimentel...falar em ciclos ...em ano..dá ar de pretensa sabedoria. Como a daquele idiota chapado que apresentava uma equação para resolver problemas de economia política. Todo ufano também a apresentava por tudo o que era sítio.

Mas porque não sabe ler?
Porque não leu nada do que se lhe esfregou diante do próprio.

Logo a começar pelo artigo de JRA:
"De cada vez que ouvir falar da "rigidez da legislação laboral" quanto ao despedimento individual - como tem sido suscitado pelos deputados à direita no Parlamento, fazendo eco das "recomendações" da OCDE e da Comissão Europeia - olhe para os números acima.

http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2017/05/legalizar-selva.html

Algo aconteceu para permitir que, entre 2009 e 2013, mais de 268,6 mil pessoas tivessem perdido o seu contrato "permanente", sendo que a esmagadora maioria passou ao largo dos despedimentos colectivos, tidos como mais fáceis e mais rápidos. Foram inclusivamente mais do que os despedidos por contrato a prazo.

( Ó Pimentel . São dados reais, números reais. Numa legislação muito mais favorável aos despedimentos. Ó Pimentel, agora os numerosjá não lhe interessam? Mais o paleio da rigidez laboral?
Veja lá os gráficos do JRA em vez de fazerpropaganda de um gráfico lá do seu amigo, o álvaro santos pereira)

Terão sido todos por "rescisões amigáveis" que, em geral, pouco de "amigável" têm? Na verdade, a selva é bem mais fluida do que fazem crer. Basta procurar nos motores de busca "rescisão por mútuo acordo" e ver os pedidos de ajuda que fazem trabalhadores visados e em que posição de fragilidade se encontram. São colocados entre a espada e a parede.

Se há algum interesse em tornar menos "rígida" a legislação, será apenas para legalizar as ilegalidades cometidas, reduzindo os problemas legais que poucas empresas poderão ter ao recorrer a despedimentos ilegais. Vão conseguirão "fechar" mais rapidamente os dossiers do despedimento. De resto, como se pode ver pelo número de casos julgados, nada mais de bom se passará. Não haverá mais emprego: as empresas abandonarão a sua função social, os trabalhadores ficarão mais desprotegidos e ainda mais calados. E os juízes terão menos trabalho e, ao ser-lhes retirada margem de decisão sobre despedimentos, assumirão cada vez menos o seu papel de equilibrador de relações desiguais."


Existe uma correlação estatística entre rigidez laboral e desemprego. Essa análise tem que ser feita no mesmo período temporal (mesmo ano por exemplo) e em diversos países da OCDE (para evitar as deturpações estatísticas do ciclo económico). Quanto maior a rigidez laboral, maior o desemprego! Facto estatístico! E o desemprego afeta sempre os mais desfavorecidos, ou seja, os menos qualificados, e é neste ponto que é muito importante o papel do estado na formação e no apoio social aos desempregados! O despedimento não é grave, se a pessoa no dia seguinte encontrar outro emprego. O que é grave é o desemprego a longo prazo, e o desemprego a longo prazo é crónico nas sociedades onde a rigidez laboral é mais alta. Facto estatístico!

Anónimo disse...

E os dados apresentados pelo JRA sobre a"flexibilidade laboral"? O link está aí mais acima

O que tem a dizer o Pimentel? Nada diz, nada contradiz? Cala-se ? Foge?

E repete a cassete da OCDE e do idiota do Avelino?

Mas lá no estudo do JRA temos números, dados e factos

Que se passa?

Pimentel só sabe repetir a cassete da flexibilidade laboral uberalles?

Anónimo disse...

«O capitalismo sustenta os seus períodos de crescimento no aumento da exploração dos trabalhadores e dos povos. Depois, em períodos de crise resultantes da sua própria natureza e contradições, eleva ainda mais o grau de exploração numa espiral de devastação social e de concentração de riqueza.»

As leis laborais são apenas um dos instrumentos para.

Pimentel apenas(!) 150 anos mais tarde vem confirmar toda a justeza da frase de Marx.
Sabia da poda Marx.

O que resta a Pimentel? Repetir a idiotice de Avelino e torná-la a repetir.Mais os exercícios do seu amigo Alvaro S.Pereira, cujos "gráficos" outrora também serviram para justificar a austeridade e a canalha

Anónimo disse...

O esforço desesperado de Jose para pertencer a uma elite,a uma qualquer elite, leva-o a coisas desvairadas.

Fica amofinado com o desmontar da sua tese dos " mais iguais do que outros". Pelo que parte atrás da língua , da lógica e da racionalidade como objectos pretensamente amados e elitistas

Infelizmente o resultado é este aí em cima expresso.

Pobre língua, pobre lógica, pobre racionalidade. Abusadas desta forma por Jose...