Diz Ana Drago numa entrevista recente (que vale a pena ler na íntegra): "Há poucos dias, o Ministro do Planeamento desenhava uma nova estratégia do Governo em que seria possível, com os níveis de crescimento e consolidação orçamental que o Governo está a conseguir, encontrar um caminho que melhorasse o rating da República e que isso significasse, de alguma forma, uma redução da imposição dos custos da dívida e dos juros que estamos a pagar. Não creio que isso seja uma estratégia de desenvolvimento. Preocupa-me que o PS se venha a centrar nesta ideia que o seu objetivo máximo é melhorar o rating da República."
A mim também preocupa muito esta ideia, que parece estar a vingar no governo, de que se devem sujeitar todas as opções de governação ao objectivo de melhorar o rating da República. É que alcançar esse objectivo depende muito menos do governo do que que alguns julgam. E a desculpa do rating tenderá a ser cada vez mais invocada nas decisões políticas que verdadeiramente importam (fiscalidade, relações laborais, serviços públicos, sistema financeiro, etc.) para fazer valer as posições mais conservadoras.
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16 comentários:
Esta coisa nefasta intitulada de divida soberana não terá nada a ver com todos nós? E o Estado Português não seremos todos nós, ricos e pobres? Cada ministério e seus departamentos, divisões e secções serão independentes desse mesmo estado? Os municípios e freguesias poderão andar ao arrepio do resto da sociedade?
O sistema bancário só servira´ para receber (saco sem fundo)?
Os Fundos do BdP, da Segurança Social, da CGD e quejandos não serão portugueses?
Será que os ricos foram isentados das suas obrigações por transferência offshore?
Será que a Constituição da Republica se define como algoz dos mais desfavorecidos e defensora dos predadores da riqueza?
O rol e´ bastante comprido!
Vivemos tempos conturbados em que os mais poderosos financiam os partidos políticos, fundações e ong.s para se autofinanciarem!
de Adelino Silva
Com a declaração de fim da austeridade/crescimento pela distribuição de renda/direitos e garantias o governo meteu-se numa alhada:
- nada de reduzir impostos
- sobra-lhe cortar na despesa pública, disfarçando quanto possa
- se não dá renda, tem que manter uma espectativa sempre estimulada pelos aliados
- dá ares de meramente adiar regressões e reformas decisivas para o investimento: relações laborais e reformas críticas como a da justiça.
Sobra-lhe acenar com espantosas manobras financeiras...e milagres orçamentais.
"Disfarçando-se de especialistas, as agências de cotação agem como lobistas dos bancos e defendem mais dívida, privatizações, erosão dos direitos dos consumidores..."
"A presente crise do Euro fornece uma lição objectiva para a razão pela qual a elaboração de políticas não devem ser deixadas aos banqueiros centrais, porque a sua mentalidade é pro-credor."
http://www.counterpunch.org/2011/08/19/the-case-against-rating-agencies/
Michael Hudson
Muito bom post.
Percebe-se o incómodo do sujeito das 14 e 12. Quando houve falar em "über alles" reconhece o terreno
E envereda por um outro, mais apropriado ao seu mister.
Mete dó esta sua preocupação de verdadeiro piegas pelas "alhadas do governo"
Metem dó estas pequenas manobras de quem andou a cantar hinos e hossanas à austeridade, à subida de impostos, ao corte na despesa pública,às alianças com o império do Capital (próprias de vende-pátrias vulgares), aos avanços da canalha sobre os direitos dos trabalhadores, à emissão histérica de berros contra a Constituição Portuguesa...
Não é um facto, há muito verificável, que o Governo - com a diferença de ter por força da negociação do apoio parlamentar reposto parte do poder de compra dos trabalhadores - mimetiza, relativamnte à dimensão europeia, o essencial da orientação do anterior Governo? O défice e o seu controlo é ou não, há muito, o alfa e o ómega da politica do Governo? Não foi por isso que o investimento público regrediu a níveis paupérrimos, e não é essa a razão para que os serviços de saúde e o sistema de ensino estejam a ser geridos no quadro de um férreo controlo da despesa? Não é desse quadro de opções politicas que vem o prestigio europeu de Centeno?
Defender publicamente a melhoria do rating da República, através de um reforço da consolidação orçamental é ou não uma manifestação de fé na austeridade e no neoliberalismo dominante. Afinal o que o Ministro do Planeamento confessa é a sua simpatia pela TINA.
Mas admire-se o pretenso ar civilizado de quem assim aparenta tanta consternação perante a "alhada do governo".
Nem há meia dúzia de dias o mesmo sujeito consternado exibia alto e bom som o seu ódio a tudo o que não cumpra os seus preceitos ideológicos. Desta forma muito mais claramente explicita:
"São fdp encartados em tonalidade de rosado a vermelho"
Claro que era num blog manhoso de extrema-direita.
Olharapo José:
Já podes ir pedir o soldo ao Passos.
Já cumpriste a missão hoje, picaste o ponto a debitar as baboseiras do costume no Aventar (lá és JgMenos) e aqui (como José).
Menino bem comportado.
E a cassete saiu certinha.
A tribo rosa só tem um objectivo:
garantir que a direita não os leve à insignificância dos congéneres europeus.
Para já, um PPC permanentemente menorizado parece garantir-lhes essa perspetiva.
Menos que vê-lo desaparecer querem mantê-lo nesse estado, agora que acreditam poderem navegar até eleições mantendo a comunada de cabeça baixa e o Bloco a habituar-se a ser ala-esquerda pela mão de uns capatazes em assistência permanente.
Até lá, é tempo de cabriolas e milagres.
Após a adesão ao Euro,e com o Tratado de Lisboa passou a ser imposta do exterior uma política económica e financeira de características monetaristas ,e baseada no ultraliberalismo económico.Pelo meio iniciou-se uma grave crise á escala internacional que veio essencialmente afectar os países da Europa do Sul. As chamadas Agências de Rating têm um papel importante no domínio e no controlo dos países afectados favorecendo com isto particularmente a Alemanha e o seu satélite que , é o Benelux. A imposição de um deficit publico em relação ao PIB de valores reduzidos e de forma constante, numa economia de mercado, levará forçosamente ao crescimento zero nos países periféricos. Contudo outros países irão ser favorecidos como os atrás mencionados. A Alemanha com a sua poderosa industria, e o Benelux com a emissão de produtos financeiros especulativos e com a actividade do Off Shore.
Tribo rosa? Mais o Passos menor e a comunada. A que se adicionam os capatazes e as cabriolices do próprio.
A pergunta subsiste para o mesmo sujeiro que frequenta o antro familiar :
Onde cabem os fdp encartados com que arrolha na Net?
Mas repare-se na ansiedade, no desvelo, na ambição, no sonho, na inquietude que o tipo que anda com os fdp na boca deixa transparecer ao que vem e o que procura:
Reduzir o PS "à insignificância dos congéneres europeus".
Um assumido defensor entusiasta de Pides e de torturadores, um colonialista ressabiado e também assumido, agora descai-se .
A direita que vai de Pétain de ontem à le Pen de hoje levanta a cabeça e mostra-se.
Um sinal claro ao PS para o destino que o espera se pactua com esta porcaria.
Mas também muita impotência pelo facto de lhe terem menorizado aquele capacho de Merkel, de nome Passo Coelho. E de o terem mandado democraticamente fazer a figura de parvo que faz todos os dias quando bota o seu discurso sonolento
Esta azia que um tipo aí em cima mostra pelo facto da direita continuar a ser em Portugal pasto de interesses, ambições, xenofobias, crimes, corrupções, negociatas, aldrabões e vende-pátrias ainda lhe há-de fazer mal.
Ele bem se esforça...mas a esquerda em Portugal ainda não é insignificante.
A esquerda em Portugal é a lídima herdeira do paternalismo salazarento.
Usufrui por isso de uma base cultural bem estabelecida e sustenta com sucesso o culto da mediocridade que funda todo o reacionarismo.
O 'viver normalmente' dos empregos garantidos é o padrão de referência.
O anti-salazarismo traduz-se antes de mais na rejeição do 'sacrifício'; esse referencial de emulação pessoal e serviço pátrio é abominado e identificado como sinal inequívoco de exacerbado fascismo.
Junte-se-lhe o justicialismo a aplicar aos ricos e meia dúzia de tretas que evocam as palavras de ordem de revoluções traídas e temos a cartilha ideológica de cucos e congéneres.
Pobre herr jose.
Desvairado herr jose.
Onde está a fanfarronada disparatada que tecia sobre "as poucas linhas que escreve", que o dá como ficando certo de ter referido factos que sabe ser a realidade que procura esquecer?
Que agitação é esta? Que tremor? Que temor é este que o leva até a tentar produzir doutrina do quilate acima revelado?
Parece que "a esquerda em Portugal é a lídima herdeira do paternalismo salazarento". O motivo pelo qual um conhecido apreciador de Salazar e dos métodos pidescos chega a tal conclusão é um mistério. Mas adiante. Porque parece que isso dá direito a uma base cultural "bem estabelecida" e sustenta com sucesso o culto da mediocridade.
Começamos a ver que isto é disparate puro. Associar a base cultural (bem estabelecida) à mediocridade, só mesmo da mediocridade de quem assume que a cultura é medíocre.Ou quem a cultiva.À mediocridade, que não à cultura.
Não se riam por favor que o melhor está para vir. Num salto incongruente, quem falava da lidima herdeira salazarenta, passa anum rompante a falar no "anti-salazarismo". Fica-se sem saber se já não se está a falar na esquerda, se a legítima já não o é, ou se é aquilo que era, apenas para preencher os desvarios dos mantras de herr jose. E este, esquecido já dos disparates salazarentos, abraça de novo o seu ódio de estimação aos anti-fascistas.
Mas o culto do disparate continua.
(Não,não me refiro ao boçal ódio manifestado pelo "viver normalmente". Essa estória do direito à vida e à piscina lá no canto do"quintal" está reservada à classe possidente, não é mesmo?).
Ficamos a saber que o anti-salazarismo tem uma tradução. Que é a rejeição do "sacrifício".
Entramos assim directamente naquele reino podre e putrefacto dos hipócritas a pregar o sacrifício dos demais, qual Salazar a lastimar-se pelo"pesado cargo que era o governar. O sacrifício dos outros no altar do Capital, para que o capital continue a dominar.
(Tal como o Capital faz um enorme sacrifício quando põe a coberto da lei o produto das negociatas sujas em bordéis tributários, vulgo offshores)
Mas repararam? O que aconteceu afinal ao lídimo representante salazarento? Foi convertido agora em anti-salazarento, em processo de luta contra o "sacrificio".
Uma pequena anedota. Pobre herr jose
Infelizmente ( ou felizmente, porque Passos Coelho vai na mesma senda) há mais.
Herr jose afinal volta atrás.Volta às virtudes salazarentas que antes tinha esconjurado como se a esquerda fosse a sua lídima herdeira. Herr jose corrigi-se (ou não se corrige, porque não tem já correcção) e recita o " referencial de emulação pessoal e serviço pátrio" do "sacrifício" salazarento.
Para além do tramado ridículo que cobre tudo isto, há um dado que não pode deixar de ser passado em claro.
Herr jose, como se sabe, é um assumido nostálgico do estado novo. Um viúvo de Salazar. Um assumido colonialista que participaria naqueles rituais da mão levantada e nos almoços da legião com que enfardavam os prosélitos do regime e o poder patronal que os rodeavam
Que se transformou agora num ultra-ortodoxo servidor da troika e dos seus cardeais. Num servidor rastejante dos credores e dos agiotas, com particular sanha submissa se de origem alemã.
Ou seja, herr jose ( e o herr de jose não é despiciendo) passou dum patrioteirismo de brigada de reumático ( emulação pessoal, sacrifício pátrio) para a posição dum vulgar vende-pátrias.
No fundo o que liga os dois joses, o de antes de Abril ao actual, é o desejo do lucro. No estado fascista o capitalismo monopolista de estado permitia aos patrões viverem confortavelmente sob a capa protectora dum regime fascista. Enquanto o império colonial era fonte de todas as usurpações e pilhagens. Seria este o seu projecto de "emulação pessoal" e "sacrifício pátrio"?
Agora a fonte do lucro passa pelos agiotas e pelos que ganham com a nossa dívida, dos que a geraram e dos que a usam para ajustarem contas com Abril. O trair Portugal é uma boa negociata porque o país a saque pode dar origem a muitos e lucrativos negócios.
No fundo, no fundo , outros miguéis de vasconcelos
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