sábado, 31 de outubro de 2015

As escalas dos interesses

Agora que o governo tomou posse, vale a pena ler o registo de alguns dos velhos interesses associados a novos ministros feito por Adriano Campos. Temos assim boas e adicionais razões para garantir a mais curta duração da história democrática a este governo.

Agora, por favor, evitem a tentação de convocar o “isto só neste país”. A porta giratória entre política e negócios parece ser o feitio internacional de um capitalismo cada vez mais liberto de impurezas democráticas, de freios e contrapesos.

Este feitio parece manifestar-se ainda mais intensamente, dada a natureza mais retintamente pós-democrática das coisas, na escala supranacional e nos seus não-lugares enxameados de grupos de pressão ligados ao grande capital: a Comissão Europeia, em Bruxelas, é talvez a porta giratória por excelência. O cherne e outros peixes graúdos que o digam.

Não é aliás por acaso que a Comissão Europeia é um dos outros nomes da promoção politica da globalização neoliberal no continente e para lá dele: o tratado transatlântico é só o último e potencialmente gravoso exemplo deste feitio.

6 comentários:

meirelesportuense disse...

O espectáculo que a Direita está a dar ao País, faz-me recordar o que se passou nos idos de 1974/1975...Era o fim do Mundo, os Comunistas conquistaram o Poder, tinham imposto uma Ditadura do Proletariado, o que se verificou?...41 anos de reviralho Direitista com três Pedidos de Ajuda ao FMI. Brilhante.
Todas estas aves de arribação, Rui Ramos, Avillez, Barreto, Balsemão, levantaram voo, estão bem na vida e até fazem parte do grupo dos bem instalados que se reúnem de vez em quando na Suíça para "tratar" da vida dos desgraçadinhos...

Jose disse...

O capitalismo e a «A porta giratória entre política e negócios».

Desde a circulação entre a política e o cadafalso promovida pelo camarada Estaline, o socialismo passou a garantir circulação nenhuma para além da hereditariedade e do nepotismo.

Aleixo disse...

"...a natureza mais retintamente pós-democrática das coisas, na escala supranacional ..."

Demonstrando a realidade,
a " democracia marionete " que grassa nas instâncias supranacionais,

surpreende a persistência na conotação de "atrasados mentais", a quem ousa

defender como fulcral, a exigência de decisão consequente,

onde é ainda possível a Democracia.


A propósito...

A contratação de Sérgio Monteiro pelo " banco que não é de Portugal", para liderar a venda do Novo Banco, escarnece de tal modo que, em Democracia, não pode haver dúvidas:

O BANCO CENTRAL, TEM DE DEPENDER DO GOVERNO NACIONAL.

fernanda disse...

O trabalho de Adriano Campos, que eu daqui quero saudar e agradecer, é uma autentica lição para todos aqueles que de esquerda ou de direita julgam que discutir política é porem-se aos berros e aos insultos ou proferirem generalidades imprecisas e lugares comuns mais que estafados, do género, o que todos querem é tacho, como se a eles próprios o tacho fosse indiferente, como se fossem melhores, mais puros e incorruptiveis.
O que A. C. denuncia, através de evidencia factual, é a contaminação entre politica, finanças e direito e qualquer pessoa com dez reis de testa vê que estas diferentes situações deveriam estar devidamente separadas pois só tal separação confere uma garantia mínima, reparem que digo mínima, de real separação de poderes na própria governação, e cria algumas condições para que a politica não seja capturada pelos interesses financeiros.

Anónimo disse...

Portugal e os portugueses, desde a 16ª centúria que perderam a iniciativa histórica europeia. Deixamos de estar a altura dos eventos de progresso e viragem humanos.
Entregues ao episcopado romano, não soubemos subtrair-nos as garras metafisicas dessa tutela.
Ainda hoje temos um lugar especial reservado a esse mesmo episcopado romano.
Com o advento libertário do 25 de ABRIL quebraram-se algumas amarras sem que nos livrássemos da amarra principal – a mental.
Os “republicanos” de hoje, são uma massa desajeitada de pretensa laicidade – eles usam e abusam da antiga autenticidade libertaria, eles pedem a bênção bispal aos seus malabarismos políticos.
Não admira, portanto, estarmos na cauda da Europa.
E para que possam viver na paz do “senhor” falseiam a economia, injuriando os tecidos social, politico e de justiça, mentindo sobre e roubando tudo quanto seja propriedade de matriz colectiva.
A Republica Portuguesa foi prás Cocuias.
De Adelino Silva

Anónimo disse...

Jose sabujo cobardolas
sempre que lhe falam da corrupção dos amigos vem ele com a K7 do costume