quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Garante da independência nacional?
Cavaco faltou anteontem às comemorações da República aparentemente para ter tempo para preparar o discurso de ontem. Este discurso previsivelmente confirmou que este Presidente da República é o que sempre foi ao longo da sua carreira, ou seja, é um garante político da continuação e aprofundamento da dependência nacional. As limitações programáticas que fixou para a formação do governo, para já não falar do procedimento, clarificam a natureza da “constituição” europeia informal que, segundo algumas influentes luminárias ligadas ao governo dos credores, hoje verdadeiramente nos define enquanto “país” com aspas e, logo, com a verdadeira constituição esvaziada.
Neste contexto crescentemente pós-democrático, só pode participar numa qualquer solução de governo quem adira acriticamente ao programa neoliberal, fixado pela tralha eurocrática e feito de austeridade (“disciplina orçamental”) e de desvalorização social (“competitividade”) permanentes. As esquerdas só podem estar contra este programa e contra tudo o que lhe dê força interna e externa, digo eu. A unidade necessária e possível, e estes dois termos talvez acabem por coincidir, começa pelos que levam a sério a ideia de soberania democrática e todas as suas decorrências.
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2 comentários:
E o que fazes tu para que a unidade de esquerda seja possível? Escreves num blog? Oba, oba.
Se a esquerda tivesse tido preocupação com a soberania ao tempo em que se cavalgava a dívida, dispensavam-se bravatas patrióticas quando o país está pendurado por cordéis nas mãos dos credores.
O mínimo de dignidade e soberania é sermos cumpridores em mínimos de confiabilidade e não em arrogâncias de caloteiros sem meios nem força para o poderem ser.
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