terça-feira, 13 de outubro de 2015

A lógica do cherne

Se os eleitores do PS não votaram neste partido para que se constituísse «um governo com o PCP e o Bloco» não sabemos. Tal como não sabemos se os eleitores do PSD e do CDS/PP queriam, em 2011, que estes dois partidos formassem governo depois das eleições. Entre os eleitores do Partido Socialista haverá hoje, como é natural, a quem agrada e a quem desagrada o processo em curso de convergência e compromisso, à esquerda.
Mas o que já parece razoável supor é que os eleitores que votaram na coligação PàF não o fizeram para que PSD e CDS/PP viessem, depois das eleições, adoptar o programa eleitoral do Partido Socialista.

10 comentários:

Anónimo disse...

Mais de 2 terços dos eleitores votaram PaF/PS, logo faria sentido que o PS negociasse com o PSD e CDS a governação que se avizinha.
Aliás, o PS apelou ao voto útil com o argumento de que só o PS (sozinho) é que derrubaria a direita. Afinal não era bem verdade. E todos sabemos porquê. Ai Costa...

Anónimo disse...

O Nuno Serra até podia dizer mais: o XV Governo constitucional, liderado por Durão Barroso, também surge na sequência de um acordo de com o CDS-PP.

Para quem se lembra destas coisas, durante a campanha eleitoral para as legislativas de 2002, Durão Barroso jurou a pés juntos que nunca ia fazer acordo com o CDS, sendo que no frente-a-frente que teve com Portas, Barroso até usou a famosa frase de Goebbels como arma de arremesso. No dia seguinte às eleições, estava tudo esquecido...

Melhor ainda: Barroso chegou à liderança do PSD a malhar em Marcelo Rebelo de Sousa, por causa do acordo que este tinha feito... com o CDS...

History is a bitch...

Anónimo disse...

A marca distintiva do programa do PaF é a frase a negrito do post anterior: cumprir os limites do défice. Tudo o resto pode ser negociado.

Anónimo disse...

O que está em causa é um problema de Filosofia Politica que nunca foi levantado porque o PS, como Partido sempre mais vontade, nunca o quis levantar. Foi preciso a situação económica e financeira das famílias, das crianças. dos funcionários públicos, dos trabalhadores, da Segurança Social, da dívida, dos doentes, dos reformados, ter chegado a níveis tão baixos para que o PS pusesse a mão na consciência e dissesse: BASTA.
As condições que o PS tem hoje são as mesmas que tinha em 2011 mas na altura não quis dialogar com a esquerda com medo de criar instabilidade e por isso atravessámos este longo deserto de 4 anos. Agora as coisas vão mudar, finalmente, porque Portugal é maioritariamente um país de esquerda
JC

Dias disse...

A certeza dele é a mesma que tinha quando disse que havia armas de destruição maciça no Iraque… (O que é público, de facto, é que os eleitores pediram a A.Costa que corresse com este governo.)
A direita “amiga”, que queimou Sócrates em lume brando e a quem sempre responsabilizou pela “crise portuguesa”, não olha a meios para se manter no poder.

Mal por Mal disse...

O Costa com a sua costela exótica conseguiu fintar tudo e todos.

Costa é um enigma oriental que não saberemos aonde pode chegar.

E como já tem o açoreano tradicional para a presidência da Assembleia da República, está rudo completo.

Anónimo disse...

Mas eles mantém-se no poder, continuam a governar, a aparecer em público na qualidade de ministros, isto é assim?

Anónimo disse...

Alguém me sabe explicar se o o Governo continua em funções? Todos os dias são publicados Decretos-Lei, são muitos e terminam...

"O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 de agosto de 2015. - Paulo Sacadura Cabral Portas - Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque - Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete - José Pedro Correia de Aguiar-Branco - Anabela Maria Pinto de Miranda Rodrigues - Leonardo Bandeira de Melo Mathias - Maria de Assunção Oliveira Cristas Machado da Graça.
Promulgado em 8 de outubro de 2015.
Publique-se.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Referendado em 9 de outubro de 2015.
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho."

Será sempre assim?

Jose disse...

A maioria de esquerda é uma evidente 'não assunto' no discurso tradicional do PS. partido que é maioritáriamente de centro-esquerda e que sempre ganha eleições ao centro e não à esquerda.

Todo este cenário é um lenitivo para a derrota pessoal do Costa e a derrota política de um PS que passou 4 anos a fazer de conta que não tinha nada a ver com a austeridade, como se os eleitores fossem idiotas.

Que façam uma maioria de esquerda à séria - com comunistas e bloquistas no governo a subscrever um programa de governo - que só assim ficará claro que tal maioria existe,

Tudo mais é maioria de negação do resultado eleitoral.


Anónimo disse...

Uma coisa devia saber o Sr.Barroso é que ninguém lhe encomendou o sermão ou será que não.?
Ou será que o Sr.Barroso ainda tem alguma ilusão de carreira politica neste país que ele á primeira oportunidade largou da mão para ir para a Comissão e ficar com uma choruda pensão ( ao fim de 10 anos) fora o resto que ainda há-de ir buscar( ou já foi...) cá dentro.?
Ó sr. Barroso, feche mas é a matraca porque já passou á história.