Daniel Oliveira acha que existe quem confunda a atual Rússia capitalista com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), fundada faz hoje 103 anos. Não conheço ninguém que faça esta confusão grosseira, muito menos entre os comunistas portugueses, o alvo histórico do anticomunista grupo Impresa.
Em compensação, conheço demasiadas pessoas de esquerda que se deixaram atrelar à UE e à sua trilogia desgraçada, que de resto só tem servido para enfraquecer os Estados e os seus povos nesta área: federalismo, neoliberalismo e militarismo. Fazem-no sempre em nome de uma sempre ilusória autonomia em relação aos EUA.
Entretanto, reconheço que o evitável fim da URSS foi uma katastroika ao longo dos anos 1990, da queda abrupta e prolongada de todos os indicadores socioeconómicos, incluindo a esperança média de vida entre os homens, à expansão do imperialismo do Atlântico Norte para leste, até chegar às fronteiras da Rússia. Esta irresponsável expansão só serviu para aumentar a insegurança internacional, em linha com toda a ação dos EUA por esse sistema internacional afora. Não tem havido maior ameaça à paz, nem à Carta das Nações Unidas, sublinho.
Reconheço também que essa União faz muita falta e que a República Popular da China, a mais bem-sucedida economia mista da história, não seguiu o guião que estava escrito nos anos em que se anunciava o fim da história. Apesar de tudo, o mundo é reconhecidamente um lugar melhor graças à recusa anti-colonial chinesa, embora entre a decadente esquerda ocidental sejam raros os intelectuais que reconhecem factos ululantes como estes. Percebe-se bem porquê.


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