segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

A prioridade do governo é clara: expandir a saúde privada


Na passada sexta-feira, o governo anunciou o lançamento de concursos, ainda este ano, para a abertura dos oito primeiros centros de saúde financiados pelo Estado e geridos pelo sector privado e social. Ontem, domingo, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), denunciaram o atraso na abertura dos concursos para a contratação, pelo SNS, de médicos especialistas recém-formados, criando condições para «a sua fuga para os privados ou para o estrangeiro». As listas de avaliação final do internato médico foram homologadas a 12 de novembro, dando a lei 30 dias para ser aberto concurso. Chegou-se a 12 de dezembro e nada.

O empenho do governo em financiar e fortalecer a saúde privada contrasta com o desmazelo intencional com que gere o SNS, desprovendo-o gradualmente dos recursos humanos de que necessita, ao mesmo tempo que aplica garrotes financeiros (como no caso dos cortes na despesa, por exemplo, recentemente exigidos pelo Diretor Executivo do SNS aos administradores dos hospitais públicos), limitando a sua atividade. O projeto político da AD para o setor prossegue pois a sua marcha, com a canalização de um volume crescente de recursos para os privados, pondo em causa o direito universal a cuidados de saúde, que apenas o serviço público (SNS) pode garantir.

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