Este escândalo é um triplo jackpot político-ideológico para quem não é europeísta, para quem quer recuperar poder perdido para o eixo Bruxelas-Frankfurt.
Em primeiro lugar, confirma-se que as instituições europeias são corruptas, em sentido amplo, até à medula, porque o capital internacional foi aí estruturalmente empoderado, sem quaisquer freios e contrapesos relevantes, florescendo na opacidade e na distância em relação aos povos dos Estados. Bruxelas é uma cidade mais infestada de lobistas do que Washington.
Em segundo lugar, as ONG, ungidas pela ideologia dominante, que procura todas as formas de esvaziar os Estados, não passam muitas vezes de ecos do poder do dinheiro, que raramente desafiam e do qual cada vez mais vez mais dependem.
Em terceiro lugar, a elite social-democrata rendida ao liberalismo, a que vendeu as classes trabalhadores dos seus países à globalização, de que a UE é de resto o maior veículo, tem sido principescamente paga pelos serviços prestados.
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