sábado, 20 de fevereiro de 2021

Ventos

 

O que vale é que, apesar de tudo, mantivemos a independência, derrubámos a monarquia e fizemos uma revolução democrática e nacional. Entretanto, é reconfortante saber que do lado de lá da fronteira, para variar, chegam bons ventos: em Espanha contágios por covid-19 caíram a pique com escolas abertas. As comparações ajudam sempre.

16 comentários:

Jose disse...

E a Constituição, a sacrossanta?
É papel de embrulho para quando convém?

Jaime Santos disse...

Sim, mas os catalães tiveram menos sorte do que nós, pelo que seria conveniente que também a estes fosse dado o direito a escolher (e eu até desejo que a Espanha se mantenha una, mas por vontade de todos os povos que nela habitam e não por imposições de carácter franquista).

Mas se a prisão de Hasél provavelmente não se justifica, menos se justifica que se aprove o seu discurso. Juan Carlos de Bourbon não se recomenda, mas deve responder à Lei Soberana e Democrática e não a uma qualquer turba, mesmo uma que reclame o título de Povo.

Quem vive pela Espada, João Rodrigues, morre pela Espada. O discurso de ódio, mesmo que em nome de uma causa nobre, não tem lugar numa sociedade democrática e civilizada e quem a ele recorrer merece no mínimo censura moral, quando não sanções legais. Lembre-se sempre do destino de Maximilien Robespierre...

Quanto à queda de contágios em Espanha, é uma boa notícia, mas as decisões epidemiológicas não se tomam por analogia. Tomam-se, espera-se, recorrendo à opinião de peritos.

Não o sabia epidemiologista ou virologista e ainda estou para ver a quem o PCP recorreu para recomendar a compra de outras vacinas que não as já aprovadas pelas autoridades europeias do medicamento.

Mas de um Partido que ataca cá o que o seu congénere aplicou na China em moldes bem mais draconianos (sendo que não se ouve outra coisa que não elogios a esse Partido, pelo menos da sua parte), não se pode esperar cuidado ou coerência...

Lowlander disse...

Caro Joao Rodrigues:

A propria noticia indica que as medidas tomadas em Portugal tiveram indiscutivelmente mais sucesso a travar o contagio que em Espanha.
A propria noticia que linka indica a data dos picos 26/28 de Janeiro Portugal tinha 60% mais casos novos casos por milhao de habitantes que a Espanha
A informacao mais recente referente a Fevereiro da Comichao Europeia reporta:

556.66 casos novos por 100,000 hab. em Espanha
589.92 casos novos por 100,000 hab. em Portugal

https://www.ecdc.europa.eu/en/cases-2019-ncov-eueea

6% de diferenca.

As comparacoes CONTEXTUALIZADAS valem, de facto, sempre a pena.

Anónimo disse...

E outra vez a insistência em não fechar as escolas. Devemos fazer como Espanha então. E como temos feito neste um ano que passou. Continuar a dança das ondas do covid? Confina, desconfia, confina, durante quantos anos mais? Recolher obrigatório. Estado de emergência e suspensão oficial de liberdades. mais quantos anos?
Vamos todos acreditar com muita força que vai haver turismo este ano, de novo? Que vamos voltar aos restaurantes cheios? Que as fronteiras reabrem e ficam reabertas? Que as criancas com que tanto se preocupam aqui vão voltar a ter uma vida social normal como tiveram durante todo o ano passado nesta dança do confina e desconfia? Ou isso não será tudo uma fantasia?
Não estão a ver a contradição nisto? Fizemos uma experiência de um ano a conviver com o vírus. Por escolha política, em Portugal e no resto do continente. Outros países com as mesmas capacidades escolheram de forma diferente. E que tal comparar os resultados hã? Onde é que as crianças sofreram mais, na Europa ou na Oceania? Ou na China, para não dizerem que só sítios isolados podem escolher suprimir o vírus.

JE disse...

Este é o que se chama dois posts num

Jose avança com uma espécie de argumento

E a constituição?

Já o usara antes quando brandira a constituição fascista de 1933 com a democrática. Quem defende essas coisas repelentes nem merece mais do que esta nota. Por enquanto

Mas merece mais o tema. Porque lá está. Nós em Portugal tivemos algo que a Espanha não teve, uma revolução democrática e nacional. Apesar de dentro do poder judicial continuarem a persistir a cangalhada dos tribunais plenários, muitcacoisa mudou

Em Espanha não. Os fascistas continuaram a dominar a casta de juízes e outros capangas

A constituição espanhola é filha do franquismo e das suas negociações. A nossa é filha da Revolução e da derrota do fascismo

Jose terá percebido?

JE disse...

Bom, deixemos os discursos de Jaime Santos que se repetem ad nauseam, apenas mudando o mote.

Lá temos direito a Robespierre e à Espada e ao discurso de ódio ( JS alguma vez terá pensado por um momento em reler todos os seus "discursos" aqui escritos?) e à China e ao PCP. Com o tom irritado e crispado sobre as vacinas, numa pífia tentativa de ocultar a incompetência de carácter criminoso da sua Comichão europeia

Também deixemos o paleio rebolucionário sobre as criancinhas.

Passemos a coisas sérias e a um texto que tenho por brilhante de JM Correia Pinto:

"A democracia portuguesa nasceu de uma verdadeira Revolução que desmantelou e varreu o Estado fascista, as suas instituições e fundamentos, os seus apoiantes e defensores. Pacificamente relativamente às pessoas, radical e sem contemplações sobre as estruturas do passado e os seus fundamentos.

Em Espanha nada disto se passou. A famosa transição, mais não é do que um arranjo das grandes potências europeias e dos Estados Unidos, que de forma alguma estavam preparados para a Revolução Portuguesa, tendo sido obrigados pela força das circunstâncias a “cozinhar” à pressa uma solução para Espanha que passou por uma espécie de “casamento” entre os franquistas e uma oposição democrática muito desencorajada pela sua própria incapacidade de alterar o rumo os acontecimentos em Espanha. E deste “casamento” de conveniência nasceu a democracia espanhola. Uma democracia que deixou ficar a monarquia, recriada efectivamente por Franco uns anos antes, resolveu com batota o problema territorial (a que bascos e catalães deram o seu assentimento com reserva mental) e introduziu um certo número de gadgets da democracia representativa, mantendo intactas a maior parte das estruturas do Estado franquista (forças armadas, forças policiais, tribunais e sua lógica de funcionamento, etc), com eliminação das mais escandalosas, impossíveis de conciliar com a matriz do novo regime. Ora isto traz consequências, como não poderia deixar de ser. Logo que a Espanha teve de se defrontar com problemas políticos sérios no plano da questão territorial, tanto no País Basco como na Catalunha, a tentação que imediatamente dominou o modo de actuação das autoridades espanholas foi a da velha lógica franquista, típica dos regimes autoritários – negar o problema político e tratá-lo juridicamente. Depois, é só fazer as leis em consonância com os objetivos que se pretendem alcançar, encontrar os juízes certos para as aplicar, nos tribunais especialmente criados para esse efeito."

Anónimo disse...

«O discurso de ódio, mesmo que em nome de uma causa nobre, não tem lugar numa sociedade democrática e civilizada e quem a ele recorrer merece no mínimo censura moral, quando não sanções legais. Lembre-se sempre do destino de Maximilien Robespierre...»

Está visto que Jaime Santos não leu bem a história ou leu almanaques escritos pelos vencedores da Revolução Francesa.

É caso para dizer a este enorme colosso, chamado Jaime Santos, para ter cuidado com os nomes que escreve nos seus comentários. Quem lê a história que Jaime Santos leu e julga ter carradas de razão, está condenado a uma cegueira de espírito perpétua.

Anónimo disse...

"leu almanaques escritos pelos vencedores da Revolução Francesa."?

Que confusão vai aí, mais os almanaques escritos pelos vencedores da Revolução francesa. Como se sabe os vencedores da Revolução Francesa foram em grande parte comidos pelos que tomaram conta dela. Não foram almanaques que se escreveram sobre a RF. E o ódio nasceu não nos vencedores da RF, existia bem antes. E perpetuou-se bem fora dela.
Quem invoca a cegueira terá algum problema com a RF, tal como acontece com o caro Jaime Santos

Anónimo disse...

Usar da espada é matar alguém ou render alguém sob a ameaça de arma. É o que o estado espanhol faz. Não foi o que este cantor fez. Os conservadores tentam justificar o injustificável.Isto é um caso dos juízes e polícia espanhóis protegerem o rei corrupto e canalha tentando suprimir a liberdade de expressão. Os falsos liberais aplaudem e lançam poeira com fantasmas da Revolução Francesa! É para defender os Bourbons pois.

Anónimo disse...

O anónimo que escreveu os comentários de 20 de fevereiro de 2021 às 20:07 e 20 de fevereiro de 2021 às 21:23 devia melhorar as suas leituras em relação à revolução francesa e ao estado franquista espanhol.
Os seus comentários, tal como o de Jaime Santos são a mesma coisa. É o chamado «paleio rebolucionário sobre as criancinhas» como diz JE.
Quando diz: «Quem invoca a cegueira terá algum problema com a RF, tal como acontece com o caro Jaime Santos». Nota-se que não percebeu a frase e o pior de tudo, é quando chama de «caro» a Jaime Santos, quando este de «caro» não tem nada - só tem de barato.

O video é excelente.

Anónimo disse...

Quais falsos liberais?????
Quem apoia estas medidas são os verdadeiros liberais, que como se sabe vivem paredes meias com a defesa da pancada e da prisão quando está em causa os seus interesses ideológicos

Anónimo disse...

Também creio que, apesar de tudo, mantivemos a independência, derrubámos a monarquia e fizemos uma revolução democrática e nacional.

Num dos comentários, li o seguinte: «Não foram almanaques que se escreveram sobre a RF. E o ódio nasceu não nos vencedores da RF, existia bem antes.» A pessoa que escreveu estas notas, é capaz de se explicar melhor? Subentende-se que a mesma pessoa que escreveu este e provavelmente o comentário a seguir, tenha um mestrado ou doutoramento sobre o tema.

Obrigado.

JE disse...

Talvez subir um pouco o nível nos solilóquios que se adivinham?

Jaime Santos é o que é, mas não merece trocadilhos do género "ser barato". Isso é linguagem própria de outra gente.

Quanto à posição do PC sobre as vacinas o que li é que defende "a abertura das patentes das vacinas para que possam ser produzidas em massa pelos vários Estados-membros que estão a ver os seus planos de vacinação prejudicados por causa dos atrasos das farmacêuticas".

Quer-se que o "Governo português avance para um programa de compra de vacinas a outros países, fora do quadro de negociação da União Europeia, de forma a aumentar o ritmo de vacinação da população nacional e conseguir alcançar um razoável nível de imunidade até ao final do Verão. E que também crie condições para que, “num futuro próximo, se garanta produção nacional neste domínio”.

Já se sabe que outros Estados-membros da UE já anunciaram e concretizaram a intenção de “diversificar opções de compra de vacinas, não ficando amarrados unicamente às vacinas” disponibilizadas por Bruxelas e conseguindo garantir assim um “avanço mais rápido da vacinação”.

Perante a incompetência da comichão europeia e as suas negociatas escuras com a poderosa indústria farmacêutica não podemos ficar de pés e mãos atados

Anónimo disse...

Sobre Robespierre, Napoleão disse que no lugar deste, no dia 9 thermidor, teria entrado na convenção com uma escolta de soldados atrás.
Na realidade, Robespierre decidiu caminhar sozinho e, por isso, provou não ser aquilo que os seus inimigos o acusavam de ser: um déspota e um tirano.
Na realidade, Robespierre foi um democrata e conseguiu a proeza de ser um dos realizadores do dia do ente supremo - algo maravilhoso e triunfal para uma época.

Infelizmente, aqueles que o caluniam desconhecem toda a trama com que este e outros homens corajosos tiveram de lutar, desde a guerra da Vendeia, à agressão militar europeia, passando pelas traições na Convenção de Paris.

Anónimo disse...

Dia do ente supremo?

Anónimo disse...

Dia ou culto do Ser Supremo, baseado em ideias racionalistas, estabelecidos na França e que pretendiam substituir o cristianismo. Daí a relação de Robespierre com Voltaire e Rousseau. Um dos livros mais acarinhados e lidos por Robespierre, foi precisamente a obra «Confissões».
Há quem diga e pense que se o culto do ser supremo tivesse resultado e os inimigos de Robespierre derrotados, a França chegaria a outro patamar que não aquele que se atingiu com a derrota dos oponentes em Quiberon.
No entanto, a força e a resistência de homens como Robespierre, Couthon e Antoine Saint-Just foi longe e conseguiu muito para todos aqueles que acreditam em liberdade, fraternidade e igualdade dos povos. Valeu a coragem dessa gente corajosa e determinada em fazer uma revolução.