E no dia seguinte, durante o Conselho Europeu em que se discutia a questão do empréstimo à Grécia, de novo surgiu a questão do que fazer aos repórteres da TVI. Como se a Liberdade de Imprensa estivesse na mão de alguém decidir... Mas é assim que funciona a União Europeia.
Não foi disso que se queixou Varoufakis? Tal como Larry Summers explicou a Varoufakis,
"Há dois tipos de políticos: os insiders e os outsiders. Os outsiders dão prioridade à liberdade para contarem a sua versão da verdade. O preço da sua liberdade é serem ignorados pelos insiders, que são quem toma as decisões importantes. Já os insiders seguem a regra sacrossanta: nunca se viram contra outros insiders e nunca falam com outsiders sobre o que os insiders dizem ou fazem. A sua recompensa? Acesso a informação interna e uma oportunidade, mesmo sem garantias, de influenciar pessoas poderosas e desfechos.". (Yanis Varoufakis, "Comportem-se como adultos - a minha luta contra o stablishment na Europa", 2017, Marcador, pag.19)
E quando um insider decide se comportar-se como um outsider, a reacção é imediata. Nem que seja um repórter ou um membro de governo que decidiu apenas libertar declarações de representantes de governos, escolhidos pelos representantes dos povos.
2 comentários:
Caro Joao Ramos de Almeida:
Herman, E. S., & Chomsky, N. (1988). Manufacturing consent: The political economy of the mass media. New York: Pantheon Books.
Baratinho:
https://www.waterstones.com/book/manufacturing-consent/edward-s-herman/noam-chomsky/9780099533115
Tambem esta disponivel como audio-livro na Audible.
https://www.openculture.com/2017/03/an-animated-introduction-to-noam-chomskys-manufacturing-consent.html
Indispensavel ponto de partida para quem quer compreender os "merdia" na minha humilde opiniao. Eu diria que o Larry Summers leu este livro.
Mais preciosidades, ignorando esta de Maria Rui Fonseca, porta-voz da REPER (Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia portuguesa)
Esta disse posteriormente ter agido "em articulação e segundo instruções do Ministério das Finanças" e explicou que estas decisões ficam aquém do defendido por Portugal: "A recolha de imagens pelas televisões devia acabar e passar a ser feita pelos serviços do Conselho, que posteriormente as distribuiriam".
Nessa altura o ministro das finanças era Vitor Gaspar. Mas podia ser qualquer benemérito ministro passisto/troikista, com toda a certeza um qualquer insider diplomado no género
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