A generosidade de um amigo trouxe-nos um pequeno aquecedor a óleo que instalámos na sala. Não foi preciso muito tempo para o quadro da luz avisar que há que estabelecer prioridades: ou aqueces a casa ou lavas a roupa, as duas ao mesmo tempo é que não vai dar. Não é propriamente liberdade de escolha. Há uns anos, com uma vida um pouco mais desafogada, pouco antes da entrada da troika, cheguei a pagar perto de 200 euros de eletricidade no mês de Janeiro. Agora, cá por casa, um confinamento geral no inverno ameaçava os nossos rendimentos e ignorar os consumos energéticos por causa do bem-estar não era uma opção.
Não deixem de ler o resto do artigo de Jorge C. no AbrilAbril.
Começa e acaba numa primeira pessoa do plural familiar para muitos; pelo meio mostra que há, que pode haver, sociedade, mais do que indivíduos e suas famílias isoladas, vulneráveis, perante o grande capital. Para isso, é preciso política democrática, para que as pessoas não acabem nelas mesmas, é preciso um nós contra um eles. Eles também são empresas como a EDP, e os que a privatizaram, empresas que foram furtadas ao controlo democrático, com lucros privados e com custos sociais transferidos para tantas famílias privadas da liberdade que é positiva.
E isto para não falar na falta que faz o investimento público, um grande programa de isolamento térmico de casas por essa país afora: questão de justiças social, ambiental e laboral. Já que isto está tudo ligado, atentem nos batedores da direita, os que querem furtar ainda mais liberdade aos de baixo, transferindo-a para os de cima.
1 comentário:
Mt bom.
“ Ê preciso um nós contra um eles”.
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