segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Para a colecção: "Isto está mesmo a resultar..."

"O FMI será óptimo para fazermos o que temos de fazer com rapidez e eficiência, garantindo que estaremos a sair do buraco daqui a, digamos, um ano." (Helena Garrido, Jornal de Negócios, 21/9/2010). "O melhor que poderia acontecer a Portugal era um plano à FMI imposto pela União. Em vez desta morte lenta, teríamos uma violenta, boa e rápida recessão. Para voltarmos de novo a crescer com saúde. (...) E sairemos dela menos saloios, menos deslumbrados com palácios inúteis a que chamaram investimento público." (idem, 22/9/2010). "Isto não é o princípio de um pesadelo, é o fim de um sonho. Sem pradarias nem trevas, apenas os pés no chão. O que fazer? (...) Mãos à obra. Eles não fizeram o seu trabalho. Façamos nós o nosso. Restamo-nos. Bastemo-nos." (Pedro Santos Guerreiro, Jornal de Negócios, 30/9/2010).
* Entre o 2º trimestre de 2011 e o 2º trimestre de 2015, Portugal perdeu 194 mil postos de trabalho. E isso apesar de, a partir de 2011, as regras comunitárias considerarem os estágios de desempregados (com uma empregabilidade muito baixa e de alta rotatividade) como empregos. Assim, a taxa de desemprego desceu de 12,1% para 11,9%. Mas ainda assim o número de pessoas que podem ser consideradas como estando numa situação de desemprego efectivo em sentido lato (incluindo os inactivos e o subemprego crónico) subiu de 1,041 milhões para 1,128 milhões de pessoas. Já esteve pior, mas a taxa de desemprego em sentido lato ainda assim subiu de 17,8% para 19,8%. Sem sinais de melhorias, a população activa está em queda – de 5448 mil pessoas para 5201 mil pessoas, prenunciando uma forte emigração. E ela aí está: a população total desceu cerca de 200 mil pessoas nesse período.

* Os salários perderam 4,5 pontos percentuais no conjunto do PIB (de 47,2 para 42,7%), enquanto os excedentes brutos de exploração das empresas ganharam 3 pontos percentuais (ao passar de 41,2% para 44,2%). Em termos nominais, as remunerações desceram 2,98 mil milhões de euros, mais do que a queda do PIB segundo a óptica do rendimento (2,2 mil milhões de euros).

* A par disso, a contribuição da tributação sobre salários e pensões (o IRS é pago quase na totalidade por salários e pensões...) subiu de 57% para 72% do total das receitas dos impostos sobre o rendimento e de 21% para 34% das receitas fiscais totais do Estado.

* Enquanto isso, a tributação sobre as empresas (IRC) desceu de 42,7 para 26% da receita fiscal que incide sobre o rendimento e de 16% para 12% das receitas fiscais do Estado.

* O PIB caiu 5,2% e o consumo privado 7,1%, o investimento nem se fala. Quase 20%!

* A poupança da economia mantém-se positiva desde 2012, mas sobretudo à custa da subida da poupança das empresas e do sector financeiro. O nível de poupança dos particulares está ao nível de 2010 e com tendência a descer. A do Estado - por estranho que parece - tem vindo a tornar-se cada vez menos negativa. Então por que não cresce mais o investimento?

* As trocas comerciais externas (exportações menos importações em volume) passaram de um défice de 4,1 mil milhões de euros (9,3% do PIB) para menos de mil milhões de euros (menos 791 milhões de euros), mas que pesa já quase 2% do PIB. De lembrar que no 1º trimestre de 2013 chegou a registar-se um superávite e que, não tarda, caso o consumo e o investimento continuem a crescer, chegamos rapidamente ao nível de 2011.

E perguntamos-nos: Para que foi tudo isto afinal? Para que serviu esta "violenta, boa e rápida recessão"? Não era suposto já não dependermos tanto das importações? Não ia haver uma revolução no paradigma da economia, "para voltarmos de novo a crescer com saúde"? Aliás, não está já a funcionar esse novo modelo, como afirma Passos Coelho em entrevistas pré-eleitorais?… Ficámos menos "saloios"? Ou sangrámos apenas, violentamente? Para quê? Para conseguir um financiamento nos mercados afinal protegido pelo BCE?


Isto está mesmo a resultar...

Este é todo um ambiente favorável a uma forte natalidade que sustente as pensões! E falo de "família" e de "pensões" porque são temas caros à coligação de direita. Na verdade, tudo isto foi de propósito porque vem nos livros que é assim que deve ser feito, embora não tenha sido anunciado. Mas há um grande equívoco nesta ideia de que basta aliviar as empresas para que tudo funcione. Ou será que - para a próxima campanha eleitoral - ainda vão recuperar a ideia de que é o Estado - o Estado que não foi reformado por Passos Coelho - que está a atrapalhar tudo? Não seria novidade porque o descaramento já serve para reciclar falhanços na nova mensagem eleitoral.

"Isto está a resultar..." Repita comigo, Pode ser que repetindo se acredite.

14 comentários:

Anónimo disse...

Jose dos jornais

aparece sabujo ignorante e cobarde
tens aqui uns ossos para roer

em relação a estas matérias do desemprego sabemos que tens coisas importantes a dizer
como sejam "esquerdalhos" e "tretas"

Anónimo disse...

então Jose, sabujo imundo que tens a dizer sobre isto ?

"a contribuição da tributação sobre salários e pensões (o IRS é pago quase na totalidade por salários e pensões...) subiu de 57% para 72% do total das receitas dos impostos sobre o rendimento e de 21% para 34% das receitas fiscais totais do Estado"

"esquerdalhos, tretas, palhaços, mamões, jornais"

Anónimo disse...

É um facto admirável quando as Helenas Garrido, e restantes comentadores especialistas de coisa nenhuma a não ser perpetuar a posição de comentadores da treta, defendem a violência e a austeridade para os outros. Verdadeiramente encantador!
É do género “não sejam piegas”; “emigrem”; “o desemprego é uma oportunidade”.
Só um bem instalado no sistema é que defende a barbárie e a mentira que é a austeridade.

E o “falhanço” da austeridade não é um falhanço do ponto de vista do Passos Coelho e dos restantes neoliberais, é sabido que por várias experiências em outros países que a austeridade é um embuste e uma violência indiscriminada contra a maioria da população, a austeridade serve as classes que a impõem, ou seja, os banqueiros e os políticos vendidos.

R.B. NorTør disse...

Como já disse anteriormente, todos os argumentos apresentados apontam para que está mesmo a resultar. Os objectivos das medidas resultaram. Que esses objectivos não sejam aqueles que foram propagandeados é outro assunto.

Anónimo disse...

Isto está a resultar para quem?

Vejam-se estas duas noticias:

uma das quais saída hoje: "A Alemanha lucrou mais de 100 mil milhões com crise da Grécia."

Era de toda a importância divulgar e comentar esta noticia. Muitas opiniões e preconceitos poderiam ser alterados. O esclarecimento e a verdade acima de tudo!

a outra saída recentemente: Empréstimo de urgência já foi quase todo gasto com FMI e BCE

E foi sempre assim com os anteriores empréstimos.
Com tais empréstimos, os gregos pagavam empréstimos anteriores, juros usurários, comissões duvidosas e outras alcavalas. Nenhum cêntimo conseguia ser aplicado na Economia, na modernização do país e da sua máquina administrativa e fiscal ou, ainda menos e contrariamente ao que dizem, para alimentar os “vícios” gregos.
É claro que se recuarmos aos empréstimos iniciais, aí encontraremos o pecado original. Mas quem estava no poder da Grécia na altura? A direita corrupta amiga de galifões UE/FMI/BCE e seus derivados, galifões que ajudaram a Grécia a martelar as contas a troco de grandes somas. Para onde foi tanto dinheiro? Alta corrupção na Grécia, Bancos alemães e franceses, grandes empresas de consultores, etc, etc.
Ou alguém acha que os muitos milhares de milhões de que se fala foram dados ao Povo Grego? Se alguém acha isso, então sofre de delírios.

Anónimo disse...

Esta mesmo a resultar nao haja duvida. De saude percebe a Garrido. Especialidades: Anestesia e medicina legal. Em voluntariado: agitadora violenta socio-chic.
O Guerreiro nao aguentou a pilha de nervos que o Socrates lhe provocou e saiu-se com um folheto de auto-ajuda troykista, uma especie de Iurd para perifericos.

Anónimo disse...

De País que deu novos mundos ao mundo, rumando ao progresso, passamos a País sem mundo, sem rumo e o pior – sem progresso! Será que não chegaram 35 anos de calamidade governativa?
Mais de um Milhão de portugueses sem ganha-pão?
Será que não sentimos o nosso próprio pulsar?
Milhares de famílias portuguesas na miséria? Será que vivemos por apetência divina?
Nem por Dom Sebastião…?!
AH, os do Arco da Governança PS-PSD-CDS não prestam…Pois e´ verdade…Não prestam!
Então, NÃO DEVEMOS VOTAR em quem não presta, De Adelino Silva

meirelesportuense disse...

Assim também eu sei governar. Pagamos menos e tributamos mais os salários e pensões restantes...Grande Helena Garrido!

Anónimo disse...

É gritante.

Jose disse...

Uma salada de numeros saborosíssima, para quem aprecie o género.

Dificilmente haverá alguém que não encontre como saciar o seu apetite.

Fica em falta saber-se como poderia alterar-se a ementa, com os ingredientes disponíveis.

Anónimo disse...

O José,

deve andar a banhos com os doutores marco antónio costa, o duarte lima e a escória(cleptocratas, banksters) toda do PSD.

Deve estar a servi-lhes uns drinks, uns riscos da 'cola' do estado narcotraficante da Colombia...

Anónimo disse...

Os jornais calam a informação para o das 20 e 41?

Ou será que a refeição do das 20 e 41 se fica apenas pelos pasquins?

De qualquer das formas quem foge cobardemente do que é objectivo deve causar-lhe impressão a objectividade transmitida nestes posts.

Os "ingredientes" ainda não se medem nas leis da Física conhecidas pelo fulano nem na culinária germânica pela qual suspira desde a queda da cadeira do seu ídolo

De

Unknown disse...

José e o seu patético comentário cheio de coisa nenhuma. Novamente sem factos, novamente sem argumentos, só o habitual vazio que vai na cabeça destas escumalhas.

Anónimo disse...

andará por aqui um tal nuno aguiar, jornalista sério do jornal de negócios e aficionado no twitter?

No "jornal" faz "jornalisnmo", por medida, pois com certeza. No twitter diz claramente onde está.

Depois querem estes "proseiros" que o pessoal pague o eurinho da propaganda deles. O patrão que lhes pague a publicidade que vende como notícia e comentário.