domingo, 1 de março de 2015

Da semântica, das «instituições» e das «saídas limpas»

«O governo deve agora apresentar um programa de reformas em Abril, que será analisado pela Comissão, para em Maio apresentar as suas propostas de recomendação para adopção pelo Conselho. Em seguida, o respeito dessas recomendações será objecto de monitorização. No entanto, Portugal não está em risco de ser alvo de sanções este ano, dizem fontes na Comissão, que indicam ainda que se o país apresentar um programa de reformas ambicioso, Bruxelas apenas consideraria abrir um processo por desequilíbrios excessivos (o braço "correctivo" que pode levar a sanções) na próxima ronda de análises do semestre europeu, em Março do ano que vem, caso o país não implementasse devidamente o seu programa de reformas. Há em Bruxelas, revela a mesma fonte, uma decisão consciente da Comissão para tomar nesta fase uma linha mais "suave" em relação a Portugal, porque a situação da Grécia e os riscos de potencial contágio requerem que se realce sobretudo o que já se conseguiu fazer.»

Público de 27 de Fevereiro («Esforço feito com a troika não chega, volta a avisar Bruxelas», por Sérgio Aníbal e Miguel Castro Mendes)

Quem acha que «a única flexibilidade que a Grécia conseguiu foi semântica», como defendia há dias João Miguel Tavares em artigo no Público (com o curioso título de «Rumos velhos, contos novos») - para sugerir que aquele país permanece como até aqui, por demérito próprio, amarrado à troika, aos memorandos e aos resgates - talvez devesse prestar atenção aos detalhes do processo de «vigilância reforçada» a que a Comissão Europeia submeteu Portugal e que dificilmente se compaginam com a noção de que nós tivemos uma «saída limpa».

3 comentários:

Anónimo disse...

mas quem é que ainda lê João Miguel Tavares???????

Jose disse...

A evidência de que não cumprimos o programa da troika está nas pensões e nos salários que o Estado não pode nem poderá pagar sem destruir a economia com impostos.
Só os cretinos ou os demagogos podem aspirar ao 'tudo como dantes'.
O silêncio do Costa significa isso mesmo, para desespero dos ougados pelos tachos do costume.
Quanto à Grécia, acabou-se-lhe a mama, e sete mil milhões paga-se fácil para receber dívida, pôr comunistas e anarquistas na rua e reconverter a treta esquerdalha!

Anónimo disse...

é. pois é. Custa aceitar benefícios originado com esforço alheio...é coisa terrível de oportunismos e hicrisiap. os gregos tiveram a feliz Acão de por os neurónios das chefias europeias a funcionar.
tudo o resto é tretas. d por Adelino Silva