sexta-feira, 20 de março de 2015

Qual é o outro país distante, qual é ele?

Ainda a propósito da reflexão sobre a sensata decisão islandesa de não se enfiar na UE e no euro, que, sem surpresa, passou quase desapercebida entre nós, é de assinalar o seguinte: depois de ter atingido um máximo de 8%, em 2011, a taxa de desemprego islandesa ficará abaixo dos 5%, em 2015. Não é ainda pleno emprego, mas lá poderá chegar, contrariando assim a tese derrotista de que este é coisa do passado.

Deixo-vos uma pergunta: que outro país distante, neste caso antes do novo milénio, reparem, costumava registar este padrão na taxa de desemprego? Uma pista: esse país distante tinha relações laborais com regras mais favoráveis aos trabalhadores e agora é apresentado pelo seu lamentável Presidente da República como um exemplo de flexibilidade, ou seja, de regras favoráveis aos patrões, claro.

Bom, dou-vos mais duas pistas: o investimento ainda não tinha caído nesse país mais de 40% e a dívida externa liquida não tinha passado de valores relativamente baixos, antes de se ter começado a meter numa cruz de euros, para uma percentagem do PIB de mais de 100%.

Vá lá, assim ainda é mais fácil: é só por hábito que podemos ainda apodá-lo de país, já que é mais uma região, e periférica, do ponto de vista dos instrumentos de política económica de que dispõe; já as suas elites, cada vez mais estrangeiras, sempre desejaram viver numa região com sol...

5 comentários:

Anónimo disse...

Começo a gostar deste novo tom provocatório.

Aleixo disse...

Tanto no "macro" como no "micro", a realidade e a expectativa são conhecidas.

O irracional,

é achar que os " cozinheiros da coisa "
- coitadinhos...não sabem! -

estão preocupados!

Preocupados, preocupados...só para evitar a CONVULSÃO.

Como o Povo é sereno...

Anónimo disse...

O Governo Islandês já notificou oficialmente a União Europeia que a Islândia não estava interessada em aderir a ela . Não estava prtanto interessada em trocar a EFTA pela UE.
Este facto importante práticamente não foi noticiado em Portugal.

Jose disse...

A população da Islândia não chega à do Grande Porto.
Provavelmente estão à espera da união das áreas metropolitanas!

Mário R. Gonçalves disse...

Mas afinal em Portugal houve maior bem estar e 'progresso' antes de aderir à UE ? Quando ? Antes de aderir ao euro ? Quando? Uma economia mais saudável, quando ?

O melhor período deste país foi depois de aderir à UE e , e, ao euro. Foi quando mais projectos beneficiaram o bem estar social e cultural e se chegou a falar do "milagre português". Houve legislação moderna, mesmo que mal feita, mas no bom sentido. Claro foi tudo por água abaixo com má gestão, desperdício, corrupção e uma crise financeira externa.

A Islãndia pode bem dizer o contrário, como a Finlândia ou a Suíça. Passam muito bem sem o euro, com a riqueza que produzem e que bem administram, dando aos cidadãos uma qualidade de vida invejável.

Olhem a França, nosso país modelo, coqueluche da gauche Mai68, que desbarata de forma incrível em centros Culturais, Villettes, Cités disto e daquilo, fábricas e empresas (semi)nacionalizadas de grande prejuízo, gastos muito acima do que produz, com abertura caóticaa à emigração: 63%, hein, 63% somou a direita nas departamentais. Direita mortinha muita dela por abandonar a UE.

Deixar o Euro, deixar a UE, é política da mais reaccionária e cavernícola direita. Ó tempo volta pra trás. Se são esses os aliados que vos convêm, bom proveito. A Rússia agradece.