O nosso país vive actualmente um processo de destruição sem precedentes. O período que estamos a atravessar já é um dos piores da nossa história em matéria de destruição de empresas, de emprego mas também de vidas. A recessão agrava-se, o desemprego atinge recordes, o défice orçamental fura todas as metas, a dívida pública aumenta mas a estratégia para o ajustamento e para sair da crise continua sem alterações. Entre a estratégia de dominação económica alemã, o fanatismo autista do ministro das Finanças e a incapacidade para liderar e defender o país do primeiro-ministro, os portugueses vão assistindo à destruição de Portugal. Querem que acreditemos que não temos alternativa e que, portanto, teremos de continuar a sujeitarmo-nos aos interesses dos credores externos. Será, no entanto, a política que nos destrói a economia em nome dos interesses dos credores, a principal causa da incapacidade de o nosso país vir a pagar a totalidade do que deve. Sim, estamos em guerra. As armas são diferentes das usadas nas guerras tradicionais mas não deixam de ser devastadoras. As armas usadas contra nós são a austeridade, o programa de ajustamento que a consagra, os juros que os nossos credores nos cobram e a ameaça de isolamento com que nos chantageiam. Enquanto os líderes nacionais não perceberem que têm de fazer política continuaremos a assistir à destruição do nosso país. Sim, também temos as nossas armas. A principal arma de um devedor é a própria dívida e, em nenhum momento, deve sair de cima da mesa das negociações. Não é no entanto a única. Uma verdadeira negociação entre estados, para ter sucesso, não pode ficar confinada a quatro paredes. Portugal deve fazer pressão pública, promover ativamente alianças com outros países, aproveitar a energia dos protestos dos portugueses como instrumento de pressão negocial e, em última análise, rejeitar mesmo a aceitação de condições de ajustamento suicidas.
Ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças exige-se que façam política; ou sabem interpretar e estar à altura do momento histórico que vivemos ou é melhor deixarem que sejam outros a escrever a história.
5 comentários:
Ainda teríamos uma arma mais, se as lideranças políticas a soubessem utilizar: para o bem e para o mal, somos a referência e o histórica e cultural (o que não é nada pouco) e deveríamos ser o "pivot" duma comunidade de estados que integra entre outros o Brasil, Angola e Moçambique. Se isto, potencialmente, não vale mais do que todas as holandas e todas as filândias juntas, se não nos dá um peso europeu muito maior do que o que temos é porque não sabemos (como nunca soubemos) tirar dessa circunstância grande partido.
E enquanto isto o PS assobia para o ar?
Ou é a "abstenção violenta" (não vale rir) que nos tira disto?
O PS está, ou não, com este memorando?
Se não está, de que espera para se aliar à esquerda que avisou que tudo isto ia acontecer e lutar pela queda do governo?
Ou será que está e só finge uma oposiçãozinha de detalhe...
Parece que já não resta qualquer duvida,que hoje somos uma Colónia da Alemanha.
Estamos em guerra. Como guerra de classe, é sui generis: As oligarquias financeiras contra toda a gente. Como guerra entre Estados, é uma guerra de cada um contra todos os outros.
Não ganhará esta guerra o mais forte, nem o mais rico, nem o mais hábil: ganhá-la-á quem conseguir definir um objectivo coerente, inteligível e capaz de reunir um mínimo de consenso dentro do incipiente demos europeu.
subscrevo JP!
poderá o Povo confiar no PS?
que faz o PS para a queda deste governo?
abstenção violenta?!?!desculpem?!?!
vivemos momento Histórico de assumpção de posições que não podem ser equivocas!!!
a primavera chegou e com ela toda a energia de renascimento! ... e Abril está à porta!!
Enviar um comentário