A desigualdade de rendimentos transforma o dinheiro na base do reconhecimento. Os custos sociais são enormes. A insolência que o dinheiro ganha quando está concentrado está, entre outras coisas, na base da corrupção, concebida de forma ampla. Isto é uma consequência da expansão das forças de mercado. Esta expansão requer uma aturada engenharia política. A mistura da economia com a política não é uma perversão evitável, mas sim a essência de qualquer transformação institucional. A questão é saber quais as formas que esta mistura assume. A prática neoliberal de transformação institucional tende a gerar misturas perversas com impactos negativos nos valores prevalecentes. O resto é história. Em Portugal, esta é a história, ainda por fazer, da economia política e moral do cavaquismo. A história do abissal crescimento das desigualdades, fruto dos mesmos arranjos que geraram todos os Dias Loureiros desta vida. Uma história que nenhum governo subsequente tentou reverter.
sábado, 30 de maio de 2009
Uma aula que ainda não acabou
«Se não servir para mais nada, serve para isto: o caso BPN tem sido uma longa aula prática de Sociologia de Portugal, para quem andasse distraído. A lição fundamental é esta: a desigualdade, em Portugal, não acaba nos rendimentos. Nunca acaba, aliás. Ela começa pelos rendimentos mas depois alastra para o resto, do debate público à forma de tratamento. Aí é que está a fruta mais doce: a da ‘consideração’. Quem dela prova adquire poderes sobre-humanos». Não percam o resto do artigo de Rui Tavares.
A desigualdade de rendimentos transforma o dinheiro na base do reconhecimento. Os custos sociais são enormes. A insolência que o dinheiro ganha quando está concentrado está, entre outras coisas, na base da corrupção, concebida de forma ampla. Isto é uma consequência da expansão das forças de mercado. Esta expansão requer uma aturada engenharia política. A mistura da economia com a política não é uma perversão evitável, mas sim a essência de qualquer transformação institucional. A questão é saber quais as formas que esta mistura assume. A prática neoliberal de transformação institucional tende a gerar misturas perversas com impactos negativos nos valores prevalecentes. O resto é história. Em Portugal, esta é a história, ainda por fazer, da economia política e moral do cavaquismo. A história do abissal crescimento das desigualdades, fruto dos mesmos arranjos que geraram todos os Dias Loureiros desta vida. Uma história que nenhum governo subsequente tentou reverter.
A desigualdade de rendimentos transforma o dinheiro na base do reconhecimento. Os custos sociais são enormes. A insolência que o dinheiro ganha quando está concentrado está, entre outras coisas, na base da corrupção, concebida de forma ampla. Isto é uma consequência da expansão das forças de mercado. Esta expansão requer uma aturada engenharia política. A mistura da economia com a política não é uma perversão evitável, mas sim a essência de qualquer transformação institucional. A questão é saber quais as formas que esta mistura assume. A prática neoliberal de transformação institucional tende a gerar misturas perversas com impactos negativos nos valores prevalecentes. O resto é história. Em Portugal, esta é a história, ainda por fazer, da economia política e moral do cavaquismo. A história do abissal crescimento das desigualdades, fruto dos mesmos arranjos que geraram todos os Dias Loureiros desta vida. Uma história que nenhum governo subsequente tentou reverter.
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4 comentários:
"A desigualdade de rendimentos transforma o dinheiro na base do reconhecimento."
Gostava de falar antes do conhecimento em vez do reconhecimento.
Sendo o conhecimento a base de igualdade de rendimentos. Para que precisaríamos de dinheiro ?
Se existir igualdade de rendimentos só precisamos de distribuir recursos. O dinheiro torna-se obsoleto ou só, e meramente, num meio de troca.
Temos q reconhcer neste Rodrigues um tipo bem intencionado; está bem. Afirmações como a supra-citada até parece que a sua grande inspiração são os Manuscritos Económico-Filosóficos de Marx e não uma mescla qualquer de teoria moderna, teoria antiga, e ideologia.
Eu q gostaria de citar agora um estruturo-marxista q foi em tempos Prado Coelho, diria que a verdade está na prática; e por isso a lição que se dane, vamos mas é fazer a revolução. Cavacoo sofre, cavaco está em agonia, Cavaco está moralmente debilitado. E os reflexos?
É patente; a base de acumulação em Portugal está-se a estreitar. A via estreita para o desenvolvimento vai ser substituída por outra coisa chamada a via estreita para manter a legitimidade do regime; Sócrates, Loureiro, Cavaco vão no mesmo barco. Q n passe despercebida a declaração do homem PS do Açores q quer tornar obrigatório o voto em Portugal. Eles sabem q a via se estreita; a coação vai subir de nível. E não só nos rendimentos, mas tb no fisco, nas liberdades de expressão. Um Estado q amedronta quer-se formar para gerir hoje a acumulação - Sócrates é o seu timoneiro - mas os recursos vão faltar, ai se vão faltar! Para o resto da camarilha q está alienada da cadeira do poder viu neste capitalismo financeiro uma via para o enriquecimento, pq era fácil, era só arranjar funding, uns contactos, umas negociatas coisa e tal; uma população em crescimento nas áreas sub-urbanas, muitos fogos para construir, e depois as vias motorizados, até eles próprios os motores.. racers, do IC-19, da Via Norte, da Vasco da Gama; da 25 de Abril: LUSOPONTE: uma empresa q só tem dívida comprada à CGD e sustenta meia dúzia de administradores; a super-estrutura à portuguesa.
Mas as desigualdades, esse Gini, essa curva de Lorenz, esse cabeçudo do Farinha Rodrigues, que podemos nós dizer? É a estrutura, é a política, são as instituições. É o modelo. É o endividamento. É o acesso ao crédito por um lado, ao RSI por outro. Um derrame. A cúpula garantiu o seu pecúlio; certa classe média conseguirá saltar a barreira o mesmo, se conseguir aumentar a velocidade de amortização da dívida do imobiliário.. quanto ao resto; a retoma é sempre senhora de si. E por isso, noutro dia o Min. Pinho jantava descansada e calmamente num tasco de Campo de Ourique; ALL-garve diria ele para a loira, alta, inglesa. Aqui tb é ALL-garve. West Coast - não temos ouro, mas temos um Nöbel da Literatura, e outro que é um eterno candidato e acho eu, inda o vai ganhar (Lobo Antunes).
Tamos à espera de quê? Q nos confisquem os bens? Embora para terreiro; conquistar o espaço, venham homens e mulheres; e vão ser precisos muitos braços; afinal a tecnologia laser inda tá toda na Alemanha! Sprechen Sie Deutsch? Möchten Sie kaufen? Wir frabrieren alles! Und Sie? Praia e mar; apenas praia e mar. Havia até aqui um lugar em Palmela... como é q foi aquilo? Uma noite; e as máquinas tinham desaparecido! Ficou o sol. e o mar.
Acima de tudo o Português sabe viver bem; vamos agora é ver se a carga fiscal não vem aí para foder tudo! Com este Sócrates é de esperar tudo. E do Costa a mesma coisa!
Bom Dia!
Confesso que agora é que vou perceber qual a ambição, audácia e capacidade de intervenção política REAL de quem protesta e critica a "má política".
Este caso do BPN tem pano para mangas e um alcance REAL do tamanho da ... da disponibilidade da Esquerda activa para MOSTRAR que é capaz de ser diferente, não só pelas palavras mas também pelos actos!
Suspeito que temos entre mãos um "Boliqueimegate" !... quem é que tem unhas para tocar esta viola?!?
Será que ainda vamos ouvir os "políticos" dizerem que é apenas um acaso jornalístico ou um caso de polícia?!? ... quem é que tem unhas para dedilhar este cavaquinho?!?
Quem?
MF
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