quarta-feira, 13 de maio de 2009
A crise vista de... (nova série no Monde diplomatique)
Um jornalismo que dê prioridade à investigação e à reportagem de qualidade será provavelmente o mais bem preparado para enfrentar a actual crise da imprensa. Por oposição a um jornalismo assente na repetição, no copiar-colar (não confundir com a importância de organizar a informação, de criar ligações).
Como afirma Jeff Jarvis aqui, «cada minuto do tempo de um jornalista deveria servir para acrescentar valor ao ecossistema da informação», «um valor único e de qualidade».
O Monde diplomatique sempre apostou na investigação e na reportagem, mas agora pode fazê-lo fortalecido pelas 73 edições que tem em todo o mundo. Este mês iniciou a publicação de uma série de artigos intitulada «A crise vista de…». Mensalmente, vai olhar a forma como a crise económica atinge as populações de forma diferente, consoante o nível de abertura do país, a sua regulamentação, a sua protecção social… Explorando a realidade de uma cidade média, na Europa, na Ásia, em África ou nas Américas. Uma cidade industrial, mineira, turística ou simplesmente residencial.
A série abre com uma reportagem em Kherson, na Ucrânia, da jornalista Mathilde Gonaec. Informação sobre o período da URSS, a independência, a financeirização da economia, a crise, o desemprego, a desprotecção social, a revolta dos operários, na primeira pessoa. As soluções possíveis. Vale a pena ler.
É com informação que se constrói cidadãos – europeus ou do mundo. Algo que o Vasco Graça Moura que escreve este artigo contra os «euroanalfabetos» parece ter esquecido quando, a 6 de Maio, no Parlamento Europeu, votou a favor de os operadores de Internet ou as autoridades administrativas poderem cortar o acesso dos utilizadores à Internet sem decisão judicial prévia. Felizmente, perdeu. Felizmente também, os projectos de informação alternativa continuam aí.
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