Ontem, na Assembleia da República, foi aprovado um diploma do BE que permite o levantamento do sigilo bancário à Administração Fiscal, à semelhança do que acontece por essa Europa fora. No mesmo dia, o Governo aprovou um projecto de lei extremamente tímido (apresentado como muito radical) sobre essas e outras matérias. Se as duas medidas forem adoptadas em conjunto, tratar-se-á de uma viragem importante no combate à evasão em Portugal.
No entanto, há sintomas preocupantes de que não é essa a agenda do PS. Vera Jardim e Alberto Martins fizeram questão de frisar repetidamente que o projecto do Bloco será "revisto" na especialidade. Para bom entendedor, esta palavra basta. O PS votou na generalidade o levantamento do Sigilo Bancário, para inglês ver, e prepara-se agora para fazer aprovar a sua proposta, "revendo" na especialidade (quando ninguém estiver a olhar) a proposta do Bloco até não sobrar nada de relevante. Método já testado e provado em outras ocasiões como a lei do divórcio.
É esperto, mas pouco inteligente. Há demasiada atenção sobre este tema para que a manobra passe despercebida, e o PS só tem a ganhar em fazer uma reforma fiscal a sério, que nunca existirá sem o levantamento do sigilo bancário. Sobretudo depois de um mandato em que acumulou demonstrações de cobardia e promiscuidade com os que têm a perder com essa reforma.
É só por causa dessa cobardia e promiscuidade que o administrador de um dos maiores bancos nacionais, Ricardo Salgado, se permite afirmar "Só a amnistia fiscal pode acabar com os off-shores". A inércia dos governos permite o descaramento mais despudorado dos que continuam a fugir às suas responsabilidade. Até quando?
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2 comentários:
deixavam era de riscar as carteiras na fep
bem ja vi que há aqui bolas de cristal.
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